Por Carlos Lopes
Luanda - A análise que um semanário Angolano fez, que se um partido ganhar as eleições, pode não ser « convidado » pelo Presidente da República para governar, é parcialmente correcto. Até pode-se acrescentar, que se o MPLA ganhar com maioria simples ou até perder as Eleições, o Presidente Eduardo dos Santos será sempre tentado a chamá-lo à Governar o País.
E é este o cenário que eu vou analisar, porquanto, se os partidos concorrentes a estas Eleições garantirem uma maioria absoluta em número de Deputados eleitos, no seu conjunto, e que permitam uma revisão Constitucional, ou seja, a próxima Assembleia passar a constituinte, podem através da maioria qualificada, exigida pela actual Constituição, alterá-la de forma à que os Poderes do Presidente, do Governo e da própria Assembleia, passando até por uma revisão do papel do Tribunal Constitucional, ser tão profunda, ao ponto de vir a condicionar o papel político do actual Presidente de Angola e do seu Governo minoritário( MPLA ).
É previsível que a UNITA neste momento, já tenha elementos que permitam ser optimista em relação a vitória nestas eleições. Um outro partido que vai « subtrair » milhares de votos ao MPLA, é o FpD pelas razões que todos conhecem e ficará num escalão dos cinco primeiros.
O MPLA está muito apreensivo, porque nestas eleições não está em questão se ganha ou não, o que está em questão, é se o próprio Presidente do partido, conseguirá manter a posição política hegemónica que possui actualmente em Angola.
Por isso, se a UNITA ganha as eleições gerais em Angola, e fruto dos acordos políticos que têm efectuado com outras forças políticas, possa permitir a referida maioria absoluta qualificada para uma revisão constitucional, indo ou não para o Governo, seguramente fará uma revisão constitucional, como aliás já foi afirmado durante a campanha eleitoral.
Nesta linha de pensamento, o Presidente da República vai ficar «enfraquecido» e tentará adiar o máximo que poder, as Eleições para a Presidência, enquanto trabalha numa solução política de « segurar o poder » perante uma eventual Assembleia Nacional politicamente adversa.
Neste sentido, não surpreende ninguém em ver o Presidente da República, «nas vestes» de Presidente do MPLA, porque ele assume o seu papel na Campanha em defesa dos interesses do seu partido. Só que é um jogador, que calçou as «chuteiras» ao contrário e a pouco tempo do jogo acabar. Já não vai marcar golo nenhum, porque a diferença com a equipa da MUDANÇA é descomunal, que não há recuperação possível. Ele só vai perceber, com a contagem dos votos!
É assim, que para animar a «malta», foi anunciado pelo MPLA para amanhã um grande comício onde se espera UM MILHÃO de pessoas (… francamente, a uma fixação do MPLA pelo um milhão.. ) que servirá também para dar os parabéns ao Presidente do MPLA pelo 66º aniversário. O espaço já está terraplanado e electrificado ( quantos eleitores na capital ainda aguardam pela « luz » ), vai ter muita animação, e fica em Benfica perto do mercado Kifica. Vai ser o canto do cisne, para o MPLA.
Neste vigésimo quinto dia das Eleições em Angola, vê-se uma oposição ao MPLA crescente, cujo o motor é o programa da Mudança liderado pela UNITA, que caminha a passos largos para a vitória Eleitoral.
*Carlos Lopes
Fonte: http://angolasempre.blog.com/
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