Pelo menos, se depender do discurso do Presidente da República, que foi equilibrado como fazem os grandes estadistas, promete ser uma eleição que deve transcorrer num "clima de respeito e tolerância em relação às opiniões" (esperamos!). Ainda sobre o discurso do chefe de estado, duas conclusões podem ser tiradas: presidente mudou, mudou a sua equipe de assessores ou passou a ouvir mais os seus assessores.
Seria interessante que os militantes intolerantes do MPLA analisassem, profundamente, o discurso de seu líder. Por outro lado, seria também interessante que o presidente do MPLA analisasse o discurso do Presidente da nação para que, sempre que se verifique alguns excessos de seus pupilos, ele intervenha firmemente para acalmar os ânimos.
Avante Angola para a democracia.
MENSAGEM À NAÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE ANGOLA, NA VÉSPERA DA ABERTURA DA CAMPANHA ELEITORAL
Povo angolano,
Caros concidadãos,
Amanhã (05 de agosto de 2008) tem início a campanha eleitoral dos partidos políticos e das coligações partidárias que vão disputar os 220 assentos da Assembleia Nacional, nas eleições legislativas do dia 5 de Setembro de 2008.
Estes partidos e coligações vão ter um tempo de antena na rádio e na televisão para exporem as suas mensagens e apresentarem os seus programas de governo e o seu manifesto eleitoral.
Os eleitores terão tempo suficiente para analisar e meditar sobre os programas e projectos apresentados e depois, de maneira livre e consciente, vão escolher aquele que melhor corresponde aos seus ideais, anseios e convicções políticas.
No dia 5 de Setembro (2008) próximo, a partir das sete horas da manhã, vamos ter em todo o território nacional 12.400 assembleias de voto.
As assembleias poderão ter cada uma até quatro mesas de voto, para que todos os angolanos devidamente registados como eleitores possam exercer o seu direito cívico de votar de modo organizado, tranquilo e pacífico.
Este momento representa um passo sem precedentes para a normalização da vida política e institucional do país e para o aperfeiçoamento do Estado do Direito Democrático.
Daqui em diante, as eleições legislativas passam a ser organizadas regularmente, com renovações periódicas de quatro em quatro anos, conforme estabelece a Lei Constitucional.
Lutámos muito para chegar até aqui e todos, sem excepção, consentiram sacrifícios em prol da estabilidade do nosso país e da sua integridade territorial.
Desde as primeiras eleições gerais em 1992 fomos avançando sempre na direcção da normalidade política, umas vezes mais devagar outras mais depressa, vencendo todas as dificuldades que encontrámos pelo caminho.
Assegurámos o funcionamento regular das instituições do Estado, o desempenho dos órgãos do Governo, a satisfação das necessidades colectivas e a protecção, respeito e dignidade dos cidadãos.
A conquista da paz, em 2002, abriu uma nova perspectiva para Angola.
Permitiu o reencontro da grande família angolana e a realização do processo de pacificação e reconciliação nacional, de que todos nos orgulhamos hoje.
As eleições são o culminar deste longo processo e permitem a afirmação plena da cidadania de todos os angolanos em idade de votar.
Caros Concidadãos,
Neste período de campanha eleitoral, devemos continuar a manter a tranquilidade e uma atitude de respeito e tolerância em relação às opiniões que sejam diferentes da nossa.
A manutenção de um ambiente sereno e pacífico concorre para o êxito das eleições e garante que cada eleitor faça a sua escolha de modo responsável.
As eleições livres, justas e competitivas exigem que se rejeitem todas as formas de intimidação, insulto, violação de direitos e desestabilização política.
Apelo a todos os cidadãos, aos partidos políticos e coligações partidárias para que mantenham uma postura responsável, respeitando a lei e a ordem estabelecida, para que a campanha eleitoral e o acto eleitoral se desenrolem com um alto padrão de civismo.
Angola pode dar um exemplo ao nosso continente e ao mundo em geral, sobre a forma de realizar eleições democráticas, livres e transparentes.
Não devemos ceder a provocações. Vamos frustrar as previsões daqueles que, sem qualquer fundamento, afirmam que poderemos viver um clima de insegurança e desestabilização.
As forças da Ordem Pública estão a tomar as providências necessárias para garantir a tranquilidade e segurança durante todo o processo eleitoral.
Não há razões para alimentarmos qualquer pensamento pessimista ou derrotista. Somos um povo pacífico e amante da liberdade.
Um povo que está consciente de que as grandes conquistas no domínio político, económico e social só se obtêm na paz, na estabilidade e na concórdia social.
A campanha eleitoral não deve decorrer sob o signo da violência. Nesta competição não há inimigos, há somente adversários políticos, com programas e propostas políticas diferentes, que vão procurar captar o maior número de votos para conquistar o poder e exercê-lo com legitimidade.
Cada partido deve apenas utilizar a arma das ideias para convencer o eleitorado e o cidadão eleitor terá como arma o seu voto para escolher quem quer, no quadro estabelecido pelas leis vigentes no país.
Que a campanha eleitoral se faça, portanto, sob o signo do respeito, da honestidade e da liberdade, por forma a contribuirmos para o verdadeiro esclarecimento dos cidadãos, para a unidade nacional e para a coesão social.
Se os partidos políticos respeitarem as normas legais em vigor na sua actividade eleitoral, vamos todos vencer e contribuir para a construção do país democrático dos nossos sonhos. Eu estou certo de que assim será e que Angola vai vencer.
VIVA ANGOLA! Muito Obrigado!
Fonte: Angop
0 comentários:
Postar um comentário