Eugênio Almeida, analista angolano, concedeu uma entrevista à rádio Deutsche Welle, da Alemanhã, para comentar sobre a campanha eleitoral que arrancou no passado dia 05 de Agosto de 2008, quando os eleitores angolanos serão disputados por dez partidos políticos e quatro coligações.
António Rocha, da rádio Deutsche Welle começou a entrevista perguntando ao Doutorando em Ciências Sociais, Eugênio Luís da Costa Almeida, o que pensava sobre campanha eleitoral. O Mestre em relações internacionais afirmou que gostaria ser mais otimista do que é na realidade. Ele pensa que ainda continuamos a ser influenciados por revés das eleições de 1992, embora estejamos vivendo uma realidade diferente. Por exemplo, diferentemente das eleições da década passada, que ocorreram poucos meses depois do fim da guerra, as atuais ocorrem depois de 6 anos de paz. Para ter uma visão objetiva prefere aguardar o desenrolar da campanha.
Quando perguntado como via o cenário da bipolarização das eleições e sobre as acusações que já começaram a surgir tanto do MPLA quanto da UNITA que, por exemplo, acusa o governo de não disponibilizar verbas para financiar a campanha ou desequilíbrios existentes em nível de órgãos de comunicação social, Eugénio Almeida concorda com essa realidade, salvo, segundo ele, ocorra o que chamou de "surpresa agradável", que pode emergir, por exemplo, da Internet. Eugénio Almeida, por exemplo, verificou que os partidos políticos que possuem portais na internet não disponibilizam seus programas nesses sítios e aqueles que disponilizam não os atualizam.
Uma explicação que encontrou para essa situação talvez seja pelo fato dos angolanos da diáspora não votarem. É muito provável que os partidos apostem na campanha pela rádio e TV. Entretanto, segundo ele constatou (e eu confirmo) número de angolanos que acessa a internet, a partir do país, é muito grande e cresce a cada dia e podemos perceber que a partir de sistemas de buscas eles procuram temas políticos.
Em relação ao dinheiro que o governo disponibiliza aos partidos, Eugênio Almeida acredita que é muito provável que não seja suficiente devido ao estado de penúria em que muitos desses partidos se encontram. Dessa forma, a internet se apresenta como um meio que pode fazer diferença e pode minimizar ou anular a bipolarização da campanha.
Quando perguntado se a população angolana se encontrava suficientemente politizada a ponto de, realmente, saber o que escolher, o cientista político acha que a população está politizada, ou melhor, acha que a "mente" está perfeitamente politizada e o "estômago" não! A explicação é simples: num país onde poucos têm muito e muitos não têm nada, num país onde surgem com frequência acusações de oferta de dinheiro ou outros bens ou vantagens em troca de votos, é muito provável que idéias políticas sejam mandadas para atrás das costas!. Faz o arremate final o autor do blog Pululu.
Entrevista completa: Deutsche Welle (colocar o cursor nos 5,00 minutos).
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