O médico-dentista não se conformava com a inércia de sua geração. Nessa época, o Brasil era governado por oligarquias cínicas e intolerantes, de intelectuais arrogantes que não respeitavam a opinião dos cidadãos. O malogrado Tiradentes percebeu que a auto-estima da nação estava em baixa e a arrogância dos donos do poder, em contrapartida, estava em alta. O iluminado alferes da companhia de Dragões da Capitania de Minas Gerais deixou um legado para a humanidade que pode ser resumido na seguinte frase: uma nação só se faz com a participação de todos.
Dessa mesma forma, o Senhor Nanizey Kindundi, Diretor do Centro Tecnológico Nacional, foi ao encontro com esse pensamento quando, há poucos dias, conclamou aos investigadores nacionais a trabalharem para a resolução dos problemas técnicos e industriais do país. Uma idéia iluminada. A nossa verdadeira independência, que nos dará a liberdade de exercermos nossa cidadania, será conquistada quando todos, de mãos dadas, participarmos ativamente da construção do nosso país. Dessa maneira, se alguém dá o primeiro passo, todos os outros o devem acompanhar.
A necessidade de escrever este artigo de opinião não surgiu por vocação literária, até mesmo porque minha formação foi voltada para as ciências exatas. A escola, ao invés de me ensinar a ler e a escrever, ensinou-me gramática. Infelizmente, hoje não sei nem gramática, nem ler, nem escrever. Portanto, ao lerem este artigo, façam como os lingüistas: encarar como não havendo erros. Aliás, o maior erro é não fazer por medo de errar. Uma coisa é certa: só se aprende a escrever escrevendo; ir à uma oficina mecânica não faz de ninguém mecânico, o exercício ou a prática é que o fazem. Assim, se tomamos esse exemplo como regra, a democracia só pode ser aperfeiçoada se for exercida. Eu sei que em Angola há diversos especialistas nesse assunto, mas eu posso contribuir à minha maneira.
O que muitas vezes impede o progresso de qualquer país é a presença das oligarquias. Para entendermos Tiradentes precisamos fazer antes uma pequena contextualização. Na época dele, as oligarquias eram basicamente compostas por criminosos expulsos de Portugal. Normalmente eram pessoas de baixa escolaridade e com paranóia patológica, ou seja, verdadeiros inquisitores.
Para não se sentirem diminuídos, faziam uso de um discurso autoritário procurando sempre falar com palavras difíceis e de modo redundante, fazendo uso de uma falsa retórica e que no final das contas não diziam nada que fosse consistente. Era um grupo unido no lema: “uma vez no poder, no poder até morrer”. Para tanto, mantinham o máximo controle sobre a educação. O acesso à escola era uma oportunidade oferecida apenas às pessoas economicamente mais favorecidas. Os filhos dessas pessoas concluíam os estudos em universidades européias, na grande maioria das vezes em Portugal. Eram pessoas injustas, más e pequenas de espírito, que no afã de subir na vida acabavam sendo infectadas pelo vírus da desonestidade.
Sobre esses, o advogado, jornalista, jurista, político, diplomata, ensaísta e orador Rui Barbosa, talvez o maior de todos os brasileiros, dotado de inteligência privilegiada e de grande capacidade de trabalho escreveu: “De tanto crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos de maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
As oligarquias impuseram um atraso assustador ao país. O Brasil levou muito tempo para sanar alguns de seus efeitos. Para se ter uma idéia, a primeira Universidade da América Latina, a de São Domingos, surgiu em 1530. Vieram depois, as universidades do México (1551-1574), do Peru (1551), da Colômbia (1573), do Chile (1738), de Cuba (1782) e do Equador (1791). A primeira universidade brasileira, e a última a surgir na América Latina nesse período, surgiu apenas em 1920 com a finalidade de conceder o título de Doutor Honoris Causa ao rei da Bélgica em visita ao país em 1922.
Hoje não vivemos mais na época de inquisição. O mundo mudou e as oligarquias também tiveram que mudar seus métodos de trabalho. Dizem “sim” para cima e “não” para baixo. Há poucos dias assisti a uma entrevista do sociólogo Fernando Henrique Cardoso. Durante os oito longos anos que foi presidente da República, ele disse que sentiu falta de pessoas que tivessem coragem de lhe contrariar ou seja lhe só ouvia “sim” Presidente.
Nos nossos dias as oligarquias incrementaram o poder da sua linguagem, criando assim uma habilidade discursiva impressionante. Ainda assim, sempre se fazendo de inocentes. Todos os problemas que aparecem no país acabam terminando na formação de comissões que não conseguem resolver nada, ou seja, terminam em “pizza”. Somente entram no jogo quando têm certeza de vitória. Adestram as pessoas mais simples com doutrinas vazias. Hoje se sabe que há verdades ditas com convicção, mas que no fundo não são verdadeiras.
Em 1989, por exemplo, as oligarquias inocularam o vírus do terror entre a população contra então candidato à presidência da República Luis Inácio Lula da Silva que disputava as eleições com Fernando Collor de Mello. O representante dos poderosos foi à televisão para afirmar que caso Lula chegasse ao Palácio do Planalto, a economia brasileira quebraria porque os empresários fugiriam do país, uma vez que ele não possuía instrução nem experiência administrativa. Para esse porta-voz, apenas Collor poderia garantir a transição sem maiores problemas. Era de domínio público que Lula tinha somente instrução primária, que nunca havia administrado nenhuma cidade, nem sequer foi ministro. Isso não deixava de ser uma verdade dita com toda a convicção, contudo, em nossa realidade, a história mostrou que nada disso era verdadeiro. Não satisfeitos somente com a difamação, às vésperas das eleições, a direita exibiu um depoimento venenoso de uma ex-companheira de Lula. Nesse ano o medo venceu a esperança.
Atualmente, a “esperança venceu o medo” no Brasil. Agora que o corintiano Lula foi eleito presidente, percebe-se que ele está dando um verdadeiro “show de bola”. O povo percebeu que os poderosos são orgulhosos e não gostam de comparação. Os programas sociais que o ex-metalúrgico e sindicalista implementou no Brasil literalmente “alçaram vôo”. Os investimentos e programas na área da educação “dão um banho” em muitos outros feitos em governos anteriores. A democracia de Lula levou comida aos brasileiros. A alternância de poder encheu a barriga de muitos brasileiros. Segundo resultados recentes de opinião pública (01/06/2006) o “companheiro” Lula já está com a “mão na taça”, não da copa da Alemanha, mas praticamente garantiu mais um mandato. Em termos de ensino superior, por exemplo, os dados mostram que em 2004 o Brasil possuía 1.024 instituições de graduação, sendo 153 universidades, 85 faculdades integradas, 768 estabelecimentos isolados e 18 centros universitários.
Os escritores Pimenta & Torero, no livro “Os vermes”, afirmam que as oligarquias, pessoas por excelência bajuladoras que “se lambuzam em banquetes”, estão mais preocupadas com o manual de táticas e tramóias, quem é quem, em como parecer inteligente em entrevistas e debates, com truques e com segredos de contabilidade (2+6=3). É um verdadeiro câncer na sociedade, um “Topa tudo por dinheiro” e por cargos. Eles não gostam de mudanças, para eles tudo deve continuar do jeito que está. Se está bom assim (para eles), por que mudar? Eles são cegos devido ao doentio egoismo e desviam o seus olhares em problemas dos outros. Como se tudo isso não bastasse, ainda são anti-cheguevaristas: endurecem e perdem a ternura por qualquer coisa. No orgulho de sua existência não há lugar para a solidariedade.
O Dr. Tiradentes teve uma morte vergonhosa. O Médico-dentista foi enforcado pelos ladrões desdentados, homens cheios de ódio, cobiça e inveja. Não satisfeitos, segundo Cecíclia Meireles no livro “Romanceiro da inconfidência, O Alferes foi cortado em braços, pernas e cabeça. E partiram com sua carga na mais dolorosa inocência”. Alguns fragmentos desse livro: Essa escritora prossegue: Banquetes, (...) decretos, (...) Ouro! Ouro! Pedem mais ouro! Em largas mesas solenes, vão redigindo os ministros cartas, alvarás, decretos e fabricando delitos (p.76) Enquanto isso o povo “Ai, ouro negro, por ti trabalham os pobres: elefantíases, partos, sarna, torceduras (...) picadas de cobras, sarampo, feiticeiros, senzalas, chibata. Congos. Angolas. Benguelas. Ó imenso tumulto humano! O Cantor Cazuza não cansava de repetir: eles cheiram mal, talvez explique a necessidade do uso de perfumes caríssimos.
Nós, felizmente, não temos oligarquias em Angola, mas o fundador da nação angolana gostava de chamar atenção da presença de uma “pequena burguesia”. Nossos governantes foram eleitos democraticamente em 1992. Em 1792 Tiradentes morria na forca. Hoje, 21 de abril é um feriado nacional em homenagem ao jovem da fazenda do Pombal, na Vila de São José del Rei (atual Tiradentes). Enquanto o Brasil ainda sente alguns dos efeitos nefastos das oligarquias, nós sentimos esses efeitos decorrentes da guerra pela qual o país passou. Na época de Tiradentes, por exemplo, os governantes eram nomeados por Portugal. O sonho de Tiradentes tornou-se realidade quando realeza se mudou para o Brasil fugindo do “tsunami” Napoleão Bonaparte para habitar no seio do povo, sem precisar de aparatos de segurança.
Hoje, vivemos num mundo marcado pelas mudanças sociais, políticas e econômicas que é dominado pela tecnologia e pela competição entre os países. Nesse contexto, o conhecimento é fundamental para a sobrevivência da nação. A soberania do nosso país, portanto, dependerá entre outros fatores, da nossa capacidade de produção, desenvolvimento e incorporação de conhecimento em diversos setores, como o econômico, social e político.
A nossa sociedade possui uma cultura e uma história de vida. Sendo que essa deve se encarada como uma corrida de revezamento entre gerações, em que cada geração tem uma determinada missão. Numa corrida de revezamento como essa cada atleta tem que saber a hora certa de receber e passar o bastão.
A geração dos nossos iluminados bisavôs (Ekuikui, Nzinga-Mbandi, Mandume, Mutuyakevela, Ngola Kanini, Hamavoko, Nzinga Akuvu e Muantiava) resistiu heroicamente contra a colonização portuguesa. Eles souberam como preparar o terreno. Os nossos valorosos avôs tomaram suas foices como armas, combateram e levaram o país à independência. Os nossos incansáveis pais souberam como cuidar bem e garantir o crescimento dessa árvore, ao garantirem a integridade nacional. Mas agora nos damos conta que há pragas que estão atacando essa planta que foi com tanto esmero cultivada.
As mudanças do nosso mundo são fenomenais. Se pararmos para pensar, podemos fazer a seguinte comparação: nossos bisavôs andavam à pé; nossos avôs, de bicicletas, nossos pais, de Fusca; atualmente nossa velocidade é de Fórmula-1.
Assim, o aproveitamento de quadros deve ser tratado com prioridade máxima na agenda eleitoral do próximo ano, pois para que tenhamos uma educação de qualidade, parafraseando o Professor Cristovam Buarque, “será preciso mudar três imagens que integram uma única: a formação, a remuneração e a dedicação – a cabeça, o bolso e o coração”.
Os paises que investiram em larga escala em pesquisa e educação obtiveram resultados supreendentes. A Coreia do Sul, por exemplo, investe cerca de 2,5% e o Japão 3% do seu PIB em pesquisa. Entre 1997 e 2000, a Coréia do Sul registrou 3.472 patentes só nos EUA.
Já estava passando da hora do país ficar com pires estendido. Esmola não dá futuro. Os pesquisadores foram convocados e devem se apresentar para a corrida. Eles devem provar que dizem “coisa com coisa”. Onde estão os conhecimentos que com muito sacrifício foram conseguidos em universidades? Quanto maior a demora, maior será nosso tempo de atraso.
Aliás, em muitos assuntos já estamos “vendo poeira”. Vejamos: somos o segundo pior país para se nascer. Hoje, cerca de uma em cada quatro crianças morre com menos cinco anos de idade; muitas crianças morrem por serem acusadas de feitiçaria; ocupamos os últimos lugares na lista da transparência internacional; a questão dos direitos humanos está em discussão; surtos como o de cólera ainda provocam mais de 1450 mortos;
Ainda outras fatos podem ser destacados: os jovens perderam o rumo da esperança (basta ver os comentários no canal AngoNotícias). Até mesmo o dinheiro de pensões de antigos combatentes de guerra é desviado! As autoridades não sabem o que ocorre dentro do seu pelourinho! É possível encontrar dúzias de crianças que estão para ter seu futuro mutilado pelo fato de estarem fora do sistema escolar.
Fala-se tanto sobre tão pouco: rádio ecclésia, INABE, data das eleições, registro eleitoral, etc. Hoje se estima que o país precisa de 8.000 engenheiros para os próximos seis anos. Se compararmos com a China e a Índia, veremos que estamos levando “um banho”. A China forma 450.000 engenheiros e a Índia 250.000 por ano. As coisas estão muito concentradas em Luanda. Estrategicamente, não é nada aconselhável.
Por exemplo: dos cerca de 700 advogados registrados na Ordem dos Advogados, 650 concentram-se em Luanda e os 50 restantes estão espalhados por oito das dezoito províncias. Vou apenas citar mais dois exemplos do perigo que isso representa para o país. Caso ocorresse um tsunami na capital, o país poderia ficar paralisado por bom tempo. Outro problema: as viaturas de Luanda estão estimadas em 500 mil unidades. Isso equivale dizer que, em média, 5,6 toneladas de monóxido de carbono (poluição), são lançados diariamente sobre a cidade. Tal fenômeno combinado com o processo de industrialização implica, obviamente, em altos índices de poluição atmosférica urbana atingindo assim muitos dos nossos advogados. Enquanto esses gases estão espalhados não há maiores riscos, mas sua alta concentração provoca náuseas, dor de cabeça, irritação e outros sérios danos à saúde, podendo levar a óbito.
Além disso a fumaça, poeira e fuligem provenientes, sobretudo dos veículos e do desgaste de pneus e freios dos veículos em geral, deposita-se no pulmão e provoca o agravamento de quadros alérgicos do aparelho respiratório, causando, irritação nos olhos e garganta, reduzindo a resistência às infecções, causando arritmia cardíaca, câncer e morte súbita em idosos. Na Alemanha, segundo a Deutsche Welle, morrem anualmente aproximadamente 65.000 pessoas devido a esses problemas. Se medidas não forem tomadas, os óbitos serão transformados em coisas tão comuns a ponto de os funerais virem a se tornar verdadeiras passarelas de moda.
Dessa forma, precisamos de políticas bem delineadas e estratégias. Segundo Johan vaan Lengen: “Se planejamos para um ano, plantamos arroz, se planejamos para dez anos, plantamos árvores. Se planejamos para cem anos, preparamos pessoas”. Só a educação prepara verdadeiramente os cidadãos.
Os números mostram que não há desenvolvimento digno sem a democratização da educação. Países com uma população mais educada tendem a serem mais avançados tecnologicamente, menos desiguais, menos injustiças sociais, menor envolvimento com atividades criminosas, melhor saúde da população, têm um salário maior, enfim, uma vida melhor. Nesses países, normalmente, prioriza-se em todos os níveis, o aprimoramento do aluno como ser humano, a formação ética, o desenvolvimento autônomo intelectual e o pensamento crítico.
No nosso caso, em primeiro lugar, é imprescindível escolher bem os problemas a serem atacados. Devemos atacá-los pela raiz. Criticar sem apresentar soluções é muito fácil, a filosofia do momento é “IR E ESPALHAR” e não concentrar. As multinacionais de fé crescem porque não se concentram. A título de sugestão, aqui vai minha lista:
1) Trânsito caótico, violência, autoridades que andam com verdadeiros exércitos de segurança, são sinais de que alguma coisa não vai bem na capital. O Brasil resolveu isso com a construção de Brasília, capital política e administrativa, num lugar neutro. Temos em contrapartida disso, São Paulo que funciona como a capital econômica. Em Brasília as coisas são tranqüilas, a ponto do engenheiro Itamar Franco quando ocupava a presidência da República sair com a sua namorada para assistir um filme. Ao chegarem no cinema foram barrados devido a superlotação. Os dois retornaram ao palácio. Isso ilustra que investimentos de impactos devem ser feitos nas províncias, preferencialmente as mais afastadas de Luanda. Isso atrairá muitas pessoas para essas localidades (provavelmente parte do Roque Santeiro), desafogando um pouco mais nossa capital. Nesse contexto, pode-se amadurecer a idéia de redistribuir certas funções a outras cidades: uma capital administrativa e política, outra econômica, outra cultural e assim por diante. Além da melhoria da auto-estima dos habitantes dessas cidades, muitos investimentos seriam atraídos.
2) Criar e fortalecer escolas técnicas, oferecendo cursos profissionalizantes (turismo, administração de empresas, contabilidade, enfermagem, etc), que preparem o estudante para o mercado de trabalho através de uma formação mais rápida. Além de todas as capitais das províncias, outras cidades podem ser usadas tais como: Gabela, Wakukungo, Cubal, Ganda, Andulo, Cuito Canavale, Zau, Ukuma, Cacongo, Damba, Cuango, Cazombo, Cangamba, Cuito Canavale, Damba, Quimbele, Luquembo, Matala, Caconda, Cangamba, N´zeto, Quibala, Camaxilo, etc.
3) Investir maciçamente em educação em todos os níveis. Para tal, pode-se negociar com alguns credores o perdão da dívida externa e esse montante ser revertido para a educação. A idéia retrógrada de fortalecer primeiro os ensinos fundamental e médio para depois passar para o superior deve ser deixada de lado se lembramos que historicamente, criou-se o ensino superior para fortalecer o ensino médio.
4) Universidade para todos. Criar cursos superiores de curta duração, com foco no mercado, para tender i) profissionais diversos; ii) profissionais que desejam ingressar rapidamente no mercado de trabalho ou fazer reorientação profissional e iii) aos pobres que estão distantes da universidade. O acesso da população pobre ao ensino superior é um dos pilares mais importantes para o desenvolvimento sustentável do país. Caberia aqui a abertura de universidades particulares e principalmente ligadas às Igrejas.
5) Universidade aberta. Aulas transmitidas pela televisão, rádio, internet, tornando desnecessário que os alunos estejam presentes nas salas de aula.
6) Universidades livres. Além das universidades regulares, o governo deve incentivar a criação de universidades livres, cujos diplomas não são reconhecidos pelo Estado. Quanto maior o número dessas universidades livres, melhor para a vida intelectual do país. Embora sem gerar a ilusão do diploma regular, é possível que alguns desses centros acabem por despertar respeito, graças aos méritos de seus profissionais (Tese do Professor Ex-ministro da Educação Cristovam Buarque).
7) Adoção do “sistema francês de ensino”, no qual são criadas faculdades isoladas em todas capitais das províncias e em outras cidades estratégicas. Para tal pode-se conceber uma universidade itinerante ou volante, ou seja, os professores periodicamente mudam de cidade para cidade. Cursos como Letras, Administração Pública e outros similares podem ser facilmente ministrados nesse regime. Em pouco tempo as dificuldades são superadas.
8) Criação e fortalecimento da extensão universitária que procura levar à comunidade os benefícios do trabalho desenvolvido na universidade, ao mesmo tempo que se aproveita o saber popular para trazê-lo para dentro da universidade.
9) Criar e fortalecer as editoras, televisões e rádios universitárias com o objetivo de promover diálogos com a sociedade por meio de amplo programa de divulgação científica; construção, de modo sistemático, de convênios, programas e redes comuns de comunicação com as instituições de ensino superior de outros países, estabelecendo consórcios que possam assegurar intercâmbio de professores, técnicos, estudantes, projetos comuns de pesquisa, publicações, etc.
10) Criar incentivos para que os “vazios demográficos” do território angolano sejam ocupados.
A idéia de “ir e ocupar espaços demográficos” não é minha, provém do livro “Fonte de Sabedoria”. Ontem, como de costume, durante o horário da telenovela, (quando tenho certeza que poucos ou ninguém vão me telefonar e, se eu o fizer ninguém terá paciência de conversar nesse horário), eu aproveitei para consultar esse livro que tanto me ensina, repreende, corrige e instrui em justiça e me deparei com uma história me chamou atenção: Depois do dilúvio, em vez dos homens se espalharem, disseram uns aos outros: “vinde, edifiquemos para nós uma cidade e duas torres gêmeas cujos cumes cheguem até os céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espelhados por toda terra”.
O sofrimento assolou aos moradores dos andares de baixo: a turma do piolho, os descamisados, aqueles que “há mil anos clamavam por justiça”, vivendo em ambiente que favorece diversas doenças como tuberculose, cegueira, etc. O todo poderoso desceu confundiu-os, e disse-lhes: “IDE, ESPALHAI-VOS”.
(Gostaria de deixar meus mais sinceros agradecimentos pelo incentivo: aos anônimos, Dr. Waldemar Essuvi Tadeu, Dr. Corujão, Carlos Mulato, Aeiou, Carmo Ferreira, Walter, Kalunga, Dario, Makieleka, Tchinó, Nkuwu-A-Ntynu, Nzila Nzila, Aiaia , Arnaldo, Seawolf, Fernando Macedo, Angola no Coração, Josena, Chiamba "Mingo", Quim Tamar Quino, Bumba, Voz do Sul, Atino, Ufmg, Peixe Frito. Ao Português Lusófono, Dacosta Zé, Sem Conflito. Ao Angolano, Kiamgombe, Ngasakilila. Ao meu pai que deixou-me parâmetros de vida a serem seguidos e a você leitor pela paciência. À AngoNotícias pelo espaço).
Artigo de opinião, assinado por
04 de Junho de 2006
Fonte: AngoNotícias
http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=10203
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