As declarações, segundo o Novo Jornal, surgiu na sequência de uma homilia do domingo último, em que Frei João Domingos disse que os angolanos não se podem cala “mesmo que isso custe a morte”.
Numa referência às últimas declarações de elementos da direcção do partido maioritário sobre as eleições presidências, o frei disse que os mesmos têm manifestado uma clara falta de honestidade. “Esta mudança que o MPLA está a fazer é realmente para enganar as pessoas. Nos, afinal andamos a ser enganados”, sustentou o sacerdote católico.
Em declarações ao NJ, o religioso reiterou na íntegra o que dissera aos seus fies durante a homilia do último domingo: “Não nos podemos calar mesmo que nos custe a morte” .
Segundo o mesmo, o que mais o tem inquietado é a “corrupção exagerada e muita trafulhice” sem que nada se investigue, tendo avisado que se estas práticas não forem travadas, serão muito prejudiciais para os angolanos.
O sacerdote diz-se ainda consciente que os próximos dirigentes também poderão não ser os melhores, mas que em relação aos que actualmente ocupam cargos de poder, a sociedade civil deve ter um papel de “pressão, denúncia e acusação”.
“Muitos governantes têm grandes carros, aparentemente reluzentes, mais podres por dentro, numerosas amantes e muita riqueza roubada ao povo”, acusou.
Nas suas observações, o líder religioso disse que estas atitudes dos políticos angolanos muitas vezes não são questionadas pela população por falta de informação e, fundamentalmente, porque não possui formação académica suficiente para entender determinados fenómenos.
Tudo o que recomendamos é que pratiquemos os valores que Jesus Cristo recomenda que são a honestidade, solidariedade, dedicação ao outro, justiça, amor, seriedade e a vida”, concluiu o feri dominicano.
Novo Jornal
"Governantes angolanos matam pessoas que falam" – diz Frei João Domingos
Luanda - Frei João Domingos, o profeta do nosso tempo, no seu estilo crítico, afirmou na sua homilia de hoje (Domingos), que Jesus viveu ao lado do seu povo, encarnando todo seu sofrimento e dor, conhece a realidade do povo e os nossos políticos e governantes não, porque só estão preocupados com os seus interesses, suas famílias e próximos.
"Não podemos nos calar mesmo que nos custe a morte"
Disse ainda que por causa de muita corrupção e injustiça inviabilizam o andamento do sector judiciário que se pode demonstrar nos entraves aos processos quando eles são os réus. Por isso, muitos governantes que têm grandes carros, numerosas amantes, muita riqueza roubada ao povo, são aparentemente reluzentes mas estão podres por dentro.
Diante deste quadro, o Frei chamou atenção aos angolanos para não se calarem, "que continuem a falar e a denunciar as injustiças, para que este país seja diferente", asseverou o Frei João Domingos. A sua recomendação foi mais longe ao dizer que não podem ser calar mesmo que nos custe a morte, assim como aconteceu com muitos angolanos, a exemplo de Jesus.
Nos exemplos de injustiça, expropriação e desvalorização do povo apresentou os desalojamentos forçados, que são feitos para beneficiar um pequeno grupo de generais e outros membros do grupo dominante!
Tendo em conta a crise de valores em que o país se encontra, o frei … recomendou aos angolanos sem excepção para que pratiquemos os valores que Jesus Cristo recomenda: solidariedade, justiça, amor, honestidade, dedicação ao outro, seriedade, paz, a vida, etc.
Curiosamente, não se esqueceu do CAN, que na sua perspectiva de nada vale se não temos bons jogadores, empenhados. De nada vale também se o povo sofre e passa fome, porque o valor de uns países vale pelas pessoas e não pelos diamantes, petróleo e outras riquezas.
Recorde-se que a homilia tinha como tema a identidade de Jesus que se sintetiza na superação do sofrimento, no bem e não na dor como algumas pessoas erradamente pensam.
Club-k.net, 14/09/2009
0 comentários:
Postar um comentário