ADÃO DO NASCIMENTO, Secretário de Estado para o Ensino Superior
Entrevista de Miguel Gomes
Fotos Afonso Francisco
J.N - São públicas as histórias de corrupção para entrar na UAN, para comprar provas de admissão, de subornos a professores... Conhece alguns casos deste género?
Tenho conhecimento como todos os cidadãos. É mesmo assim. Formalmente,não chegam todos os elementos factuais até nós.
J.N - Não há denúncias, é isso que quer dizer?
O que chega é muito parcial. É comum que cheguem denúncias sem nomes, sem elementos-chave para podermos trabalhar. Entretanto, acredito que melhorando o nível dos professores e do sistema, vamos poder eliminar estas situações. Se conseguirmos promover bem os serviços pedagógicos e académicos, melhorando o perfil dos docentes, vamos diminuir substancialmente os casos de corrupção.
“Universidade José Eduardo dos Santos? Porque não?”
J.N - Tenho conhecimento de benguelenses que ficaram desgostosos com a criação da Universidade Rei Katiavala em Benguela. Dizem: “Nós não nos revemos nesse nome, o Rei Katiavala não é desta região, nunca passou por aqui”…
Bem, “nós não nos revemos nesse nome”... Mas nós quem? Eu falo de “nós” não na perspectiva que sugeriu, este “nós” significa “nós angolanos”. Todos. “Nós angolanos”, sim nos revemos no Rei Katiavala. “Nós angolanos” nos revemos na Kimpa Vita, na Lueji, etc., etc. São figuras históricas nossas enquanto angolanos.
J.N - Houve a intenção de quebrar um pouco destas tendências regionalistas?
Com certeza.
J.N - Foi também esse o critério que norteou a escolha do nome José Eduardo dos Santos para a Universidade do Huambo? A Lei refere que as universidades devem ser baptizadas com “nomes de heróis nacionais”.
Foi, porque é um valor real que temos, cujo mérito é reconhecido a nível internacional, sem dúvida, e a nível nacional parece-me que não pode haver dúvidas também. Sendo assim, porque não?
J.N - Há quem diga que a escolha foi animada por motivos políticos. O Huambo sempre foi uma região onde a UNITA se implementou muito bem, por exemplo.
Não faz sentido nenhum, porque não é com este único elemento que se vai ocupar territorialmente aquela área. Por outro lado, não há aqui região da UNITA ou de quem quer que seja. Temos de ultrapassar estas questões. As regiões, mais uma vez, são nossas, de todos os angolanos.
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Por que a de Cabinda não levou nome de herói e sim "11 de novembro"? Parece ser uma oposição a 1 de Fevereiro (tratado de Simulambuco). Poderiam ter evitado essas polemicas se adotassem nome genérico: Universidade Pública de Cabinda, Universidade Pública do Huambo, Universidade Pública de Luanda etc.
2 comentários:
Tem que se respeitar as culturas.Se os benguelenses nao se revem^ no Rei Katiavala por alguma coisa 'e.
Porque^ que antes de se atribuir nomes as cidades, ruas, escolas, hospitais e universidades nao se investiga a fundo a cultura do povo em si?Mesmo sendo angolanos existe uma individualidade.O que quero dizer 'e que culturalmente um umbumdo nao se sente um Kimbundo, um tchokwe nao se sente um kwanhama e um nganguela nao se sente um bakongo.Cada povo tem a sua historia, a sua cultura, tiveram os seus reis e as suas rainhas.
Respeitar? O que isso quer dizer? Agora so falta criar Universidade Jonas Savimbi em Luanda
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