Qual seria sua surpresa se descobrisse que seu amigo vai se casar com uma cadela? Seria constrangedor? Loucura do ser humano? Mas isso é uma prática comum em algumas regiões da Índia. O último caso noticiado pelo jornal “Hindustan Times”, quando é noticiado, foi de P. Selvakumar que se casou com a cadela vira-lata, em uma cerimônia tradicional hindu.
A noiva não decepcionou. Ela estava trajando roupa tradicional de casamento e enfeitada com flores. Manamadurai, no sul do país, parou. Teve festa de arromba após a cerimônia. Até patos não faltaram.
A idéia de casar com a Selvi veio de uma astróloga. A feiticeira, que muitos acreditam possuir poderes inquestionáveis, tem fé de que, assim, ele será curado da maldição que lhe acomete, nomeadamente a perda da audição, pernas e braços paralisados, após ter matado dois outros cachorros, há 15 anos, por apedrejamento. A astróloga desconhece que, biologicamente, indivíduos de espécies diferentes não se casam por falta de desinteresse sexual ou condições anatômicas e por não gerarem descendentes. Além da barreira biológica, também contaria o príncípios morais, sociais e estéticos.
Se você acha que ele é louco, puro engano. O pior está por vir. Na Índia, até hoje, infelizmente, se pratica o feticídio. Isso, agora, envolve todas as camadas sociais. Em decorrência disso, aquele país federal asiático apresenta um déficit de 930 mil meninas. Isso corresponde a 8% a menos, enquanto o número de mulheres, no ocidente, é 3% maior que o dos homens.
A situação é crítica em nossos dias nos quais se pode saber o sexo do bebé ainda com poucos meses de gestação. A caça aos fetos do sexo feminino, no país apontado como futura potência do século XXI, chega a superar o genocídio de crianças do sexo masculino do Egito de Moisés.
Se não bastasse, bebés que conseguem resistir bravamente a essa luta desigual e desumana e furam o cerco, quando nascem são abandonados em cestos, coisa que um indivíduo normal não faz nem com seu cachorro. Esse é também o destino de garotos que apresentem algum tipo de deficiência.
Dessa forma, a Índia, país de altos índices de pobreza, analfabetismo e desnutrição, caminha para a escassez de mulheres e, se nada feito feito, brevemente também haverá carência de cadelas.
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