Os brasileiros com a sua mania de perfeição futebolística costumam até demitir os treinadores em cada derrota que um club sofre. Quem sabe chegou a hora de demitir toda essa quadrilha da era savimbista; aqueles que no passado serviram de bengala, de bota, enfim; serviram de tudo aquilo que o mais velho Jonas desejava para executar suas aventuras. Chegou a hora de aposentar esses velhos torcedores do Sporting de Portugal.
Falou-se tanto em mudança na campanha, e ironicamente chega-se a conclusão de quem tem que mudar é o Partido UNITA. O recado foi dado e veio de onde ninguém jamais pode questionar. A mensagem foi dada por um elemento supremo. Foi expressada pela vontade de quem não se lhe pode negar direitos e caprichos. É uma vontade soberana e suprema que manifestou seu desejo. E ao lado desse desejo está a mensagem de que a UNITA se não mudar estará relegada a um futuro, não muito longe, no
Só falta ela, agora, saber escolher qual das técnicas de engenharia ( administração) deverá adotar para continuar a ostentar os 10% que conseguiu obter nos resultados eleitorais. E se num futuro não quiser afundar; a UNITA deixou de ser um navio do tamanho do Titâ (Titanic) para se transformar numa canoa navegando no admirável mar da política angolana. Um mar que já não admite partidecos, e a UNITA transformou-se num deles. É o golpe de misericórdia desse povo que não admite o simples ato de justiça defendido pela razão e o bom senso dos magistrados e/ou acadêmicos da mesma aérea. O povo, como soberano que é e supremo ao expressar sua vontade não faz justiça; o povo vinga-se, porque assim se sente no direito de o fazer, sem limites e sem restrições . A vingança das nossas quintandeiras, das nossas avós, das nossas mães, pais e irmãos, dos nossos camponeses em que cada um deles perdeu um ser querido ao longo das guerras que a mesma andou fazendo; sem causa definida e sem princípio que o amparasse está refletido nos 81%. Essa não é a vitória simplesmente do MPLA, é a vitória do povo Angolano.
Os resultados, a diferença é uma manifestação glorificante de vitórias expressadas contra aqueles que até hoje, insistentemente, fizeram questão de pisotear esses desejos. É a derrota do racismo ( do regime do apartheid, mais uma vez), do tribalismo, do ego-etnologismo-centrista e pouco visionário; dir-se-ia: de todos os atos de traição. É um recado, uma mensagem ao exterior, em particular, ao moribundo fascismo português e aos vícios restantes do regime salazarista, à direita e à extrema direita portuguesa: de que nós os angolanos não estamos de brincadeira e continuaremos a ser um povo vitorioso. É a força inspiradora do nosso lema: A Luta Continua; A Vitória é Certa; de Cabinda ao Cunene; Um só Povo e Uma só Nação!
Voltemos a uma das maiores técnicas de administração e engenharia concebida nos últimos setenta e cinco anos, que é o que interessaria, com certeza, aos nossos compatriotas do Galo Negro. Reengenharia é a capacidade, inquestionável, de recomeçar e ou rever métodos, procedimentos ou até mesmo políticas velhas e tradicionais, começando do zero, para se dar um curso ( trajetória) diferente a uma Organização, grupo de pessoas ( ou recursos em gerais) para se alcançar objetivos pretendidos[ver bibliografia sobre Administração de Empresas]. Reengenharia é o que a UNITA precisa, incluindo uma reengenharia das cincos letras iniciais que compõem o nome desse partido –mais uma vez peço desculpas- partideco! É uma sigla desgastante e irritante, traumatizante, assustadora em todos os aspectos possíveis. Em Angola, no meio da população, há quem mesmo diz: não agüentamos mais escutar esse nome, é uma invocação irritante, desprestigiadora de tudo quanto há de bom senso e de razão, não suportamos.
Assim, não é possível sobreviver, nem viver com coisas que atrapalham a vida, a visão, a audição de quem pretende, precisamente, esquecer o passado de fatos que em geral foram penalizados e sacrificados por essas mesmas coisas. É querer fingir de mais, um faz de conta impossível e que não existe, intragável . É viver num mundo de fantasmas que nos assustam de momento a momento e de canto em canto. Ninguém tem obrigação de conviver com aquilo que a sociedade já considera de antemão um lixo, nenhuma democracia pode impor isso. He aí que entra o desejo do soberano, do imperador.
E de quem nos estamos referindo? O Povo, o desejo desse Povo. Contra esse desejo ninguém luta, ninguém se opõe. O remédio? O remédio é respeitar o que está escrito e dito. O remédio é a reformulação de nossas posições e convicções se quisermos sobreviver.
Vou terminar o meu texto, mas antes quero retribuir os parabéns que venho recebendo de amigos e até adversários políticos. Aqueles e estes que a pesar de compartirmos, ou não, as mesmas idéias, considero, sim, que estamos no mesmo campo de batalha, que consiste em moralizar a sociedade para a construção de uma verdadeira democracia. Faço questão aqui de mencionar os nomes de alguns: Dino Cassulo, Osvaldo Rodrigues, Feliciano Cangue e João Joaquim ou J&J. A estes e todos por aí o importante é termos em mente que a vitória é de todos, a vitoria é da democracia e do civismo; assim como a responsabilidade de fiscalizar e aperfeiçoar o sistema que se quer construir recai sobre todos nós.
* Nelo de Carvalho
Fonte: WWW.a-patria.net / club-k
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