O português é o único idioma ocidental a adotar duas grafias oficiais, o que cria dificuldades de tradução de documentos e aceitá-la como língua oficial em organismos internacionais, como reconheceu o ministro brasileiro da Educação, Fernando Haddad.
A reforma é pequena, atinge apenas 0,5% das palavras no Brasil e 1,5% em Portugal. No livro "A Nova Ortografia da Língua Portuguesa" são apontadas mais ou menos quarenta (40) alterações que terão que ser adicionadas ou à ortografia brasileira ou à portuguesa.
Por exemplo, as novas normas ortográficas farão com que os portugueses deixem de escrever "húmido" para escrever "úmido". Também desaparecem da língua escrita, em Portugal, o "c" e o "p" nas palavras onde ele não é pronunciado, como nas palavras "acção", "acto", "adopção", "baptismo", "óptimo" e "Egipto".
Mas também os brasileiros terão que se acostumar com algumas mudanças que, a priori, parecem estranhas. As paroxítonas terminadas em "o" duplo, por exemplo, não terão mais acento circunflexo. Ao invés de "abençôo", "enjôo" ou "vôo", os brasileiros terão que escrever "abençoo", "enjoo" e "voo".
O Acordo Ortográfico, que prevê entre outras coisas, um alfabeto de 26 letras, foi aprovado em Dezembro de 1990 pelos então, setes países da CPLP (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe). Timor-Leste só aderiu à organização em 2004, depois da independência.
O acordo, que visa a unificar o registro escrito nos oito países que falam português, prevê 20 bases de mudança na língua. Entre elas, o fim do trema, a supressão de consoantes mudas e a inclusão das letras W, K e Y no alfabeto. As novas regras entram em vigor a partir de 2009, em documentos oficiais e nos livros didáticos brasileiros em um ano e a expectativa é que todos os livros já estejam adotando as mudanças.
De acordo com o acordo de unificação da língua portuguesa, terceira língua ocidental mais falada, depois do inglês e espanhol, é correta a seguinte frase: "A frequência com que eles leem no voo é heroica!".
Assim, a unificação deve causar impacto no mercado editorial, obrigando investimentos pesados na revisão e alteração de obras, além de redimensionar o mercado externo.
Entretanto, as novas normas não têm unanimidade. Um os mais descontentes com o acordo, o escritor Carlos Heitor Cony desabafou. “- Sou contra. Acho que a língua é feita pelo povo e não adianta o governo querer disciplinar. Para mim, é completamente inútil” - afirmou Cony. - Se mandarem, vou obedecer ao acordo, mas contra a vontade. Acho ainda que Portugal, a metrópole, não vai se submeter a certas coisas.
A língua portuguesa é falada por cerca de 220 milhões de pessoas no mundo (assistir ao vídeo).
Referências: Clipping, comunique-se, Canal do educador
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