terça-feira, 30 de outubro de 2007

Dois desfios a sí, ‘mestre’ Cangüe


Holanda - Com o objectivo de tentar convidar o compatriota Feliciano Cangüe a um debate mais concreto sobre o tema “Angola, olhe para frente e esqueça as tristezas do passado”, eu, J. K. Ticonenco, decidi escrever uma carta aberta ao senhor professor doutor.

Carta aberta

Exmo Senhor F. Cangüe,

Não há a menor dúvida de que quando ouvimos ou lemos o seu nome, as nossas mentes associam, automaticamente, a sua imagem a um homem extremamente inteligente, moderado, de boa base familiar e bons princípios. Enfim, o senhor é visto como um grande exemplo para a nova geração angolana e não só. Esta é pelo menos a imagem que muitos têm de sí.

Compatriota, o senhor publica com bastante regularidade na internet, sendo que não é difícil notar-se que as suas intenções são quase sempre positivas, pois estas estão constantemente viradas para o bem de Angola e do angolano. Desde já, retiro o meu chapéu diante de sí.

Porém, senhor Cangüe, eu tenho um grande “defeito”. É verdade, um grande “defeito”. Eu sou um indivíduo que gosta de olhar de forma crítica para as coisas, sobretudo quando o assunto envolve angolanos. Esta é uma das formas que eu encontrei para contribuir em algo, pois penso que deve também haver aquele que olha friamente para as coisas, sem se deixar envolver facilmente em emoções.

Até mesmo em relação à Deus, Bíblia, catolicismo, Islão, etc., nem sempre acredito em tudo o que leio ou oiço. Gosto de duvidar, porque gosto que as pessoas me provem as coisas. Em relação a sí, excelentíssimo senhor Cangüe, também sou crítico, pois o senhor é alguém falível como qualquer um, e, com todo o respeito e consideração, os títulos de doutor ou professor das pessoas nunca me assustam.

Umas vezes sim, mas outras vezes não vejo com bons olhos quando quase todos os comentários a muitos dos seus artigos não passam de “oh! Grande artigo!” ou “parabéns, cota cangüe!”, dando a impressão de que tudo o que o senhor escreve não precisa de ser profundamente analisado. Onde estará o olhar crítico do leitor? Onde estará a coragem do leitor em dizer “não concordo com este ou aquele ponto” ou ainda em exigir mais diversificação no que o senhor escreve?

UNITA

Justamente no ponto relativo à diversificação é onde eu queria chegar. O senhor já escreveu enúmeras vezes sobre MPLA, JES e seu governo. Sobre a miséria e educação no nosso país, mas, por incrível que pareça, nunca se atreveu a escrever sobre a UNITA e Samakuva. Será que o senhor não o faz com uma certa intenção pouco clara por detrás disso?

A minha chamada de atenção a este respeito vem como uma forma de tentar rogar ao senhor professor doutor para não caír na parcialidade ao fazer as sua análises. O senhor sabe muito melhor do que eu que UNITA e MPLA não são santos, mas, quer queiramos quer não, precisamos de ambos (inevitavelmente) para a normalização política em Angola. Esta é uma das razões pela qual deverão haver eleições em 2008. Concorda, senhor?

REGRESSO A ANGOLA

O senhor Cangüe é um engenheiro com tudo quanto é diploma e algo mais. Não é assim, compatriota? Sendo assim, não consigo entender uma coisa: levando em conta que Angola precisa de pelo menos seis mil engenheiros para um crescimento adequado, porque é que o senhor não toma a coragem de criar um plano prático e concreto para o seu regresso a Angola, fazendo com que um engenheiro estrangeiro a menos ocupe um cargo de chefia nas terras de Ekukui II? Tenho a certeza de que isso seria algo mais efectivo do que ficar apenas pelo debate político e não ir mais adiante. Também compreendo que o senhor já tem uma vida formada no Brasil, o que quer dizer que não precisaria instalar-se definitivamente em Angola.

OS DESAFIOS

Em jeito de remate final, na qualidade de uma pessoa crítica que sou e que pretende voltar a Angola tão logo formado, lanço dois desafios ao senhor professor Cangüe:

O senhor seria capaz de escrever um artigo crítico sobre as posturas da UNITA e do passivo Samakuva de 2003 (nono congresso) até os dias de hoje?

O senhor, tendo em conta que já não é nenhum aspirante a licenciatura como eu, seria capaz de ser mais prático, traçando planos concretos de regresso a Angola ao invés de ser somente mais um que comenta aqui e acolá no mundo digital (internet)?

Compatriota, os desafios a sí estão lançados.

Aguardo ansiosamente por sua reacção.

Cordiais saudações,
*J. K. Ticonenco
Jose_ticonenco@yahoo.com.br

Fonte: Club-k.net
(comentários de leitores)

6 comentários:

  1. Gostei da coragem do Ticonenco. Também gostei da humildade do cota Cangue em publicar a crítica a sí no seu próprio site. Viva a democracia!!!!

    Carlos Vilinga

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  2. Eu sempre que leio esta "carta aberta" não consigo parar de rir. Só me interrogo qual terá sido a reação do amigo Cangüe quando se deparou pela primeira vez com esta "carta". Acredito que ficou ainda mais surpreso do que eu! Pois é, a democracia as vezes tem destas coisas. Eu ainda acho que o Ticonenco passou das marcas com esta atitude.

    Bom fim de semana!!!!

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  3. Osvaldo, tu ris, porque es burro metido a esperto. Como é que tens a coragem de dizer que o autor desta carta passou dos limites? Isso só cabe na tua cabeça. Com isto dás a entender que ainda tens muitas coisas a aprender, isso para não te chamar de burro.

    Abcásio

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  4. Tu, Osvaldo Rodrigues, pareces um burro e pateta ao quadrado. Não vês que se o Cangüe publicou esta carta no site dele é porque, no mínimo, ele tem respeito porquem lhe escreve? Só tu é que ris ao ler a carta corajosa do Ticonenco. Viva a tua ignorância! Viva a coragem do Ticonenco! Viva a sabedoria do Cangüe! Viva a democracia.

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  5. O senhor Cangue é um kwacha que tem medo de se assumir e acredito tbm que é um homem muito frustrado de ideias pois só assim entende-se o fel que destila contra os camaradas do MPLA. Hoje ser da UNITA do PAJOCA ou de que partido for, já não constitui crime, os tempos são outros e nós que aqui ficamos e seguimos todos os dias os problemas da mãe pátria a muito ultrapassamos este preconceito ideológico e vivemos em tolerância e harmonia e bulimos, comemos, vivemos e convivemos juntos. Para mi um kwacha será sempre um kwacha por mais que se pinte de cabeça aos pés e de suas mentes toscas só sai porcarias. Mas apesar disto os respeito como angolanos que são e a liberdade que cada merece em escolher o partido que melhor lhe conviesse. E quando ao jovem e puto Tchikohengo, embora discorde em parte com algumas de suas intervenções inracionais e infantis mas admite que o puto tem feito bastante para se retratar da pessima imagem que semeou e as vezes chega a ser logico na apreciação que faz do cotidiano angolano apesar de estar a residir fora do país.
    Eu concordo perfeitamente com a sua «Carta Aberta» ao Cangue e na integra, sem tirar nem meter uma unica virgula. Pois eu também acredito que se todos nós uníssemos esforços para tiramos o país da letargia em que se encontra quem ganharia com a situação seriamos nós mesmo os angolanos, pois não percebo que muitos cérebros continuem nos países que os formou mesmo sabendo que a contribuição deles seria muito apreciada e desejada por todos. O problema é que muitos impõem condições para regressar, exigindo casa, carro e emprego. A estes eu pergunto: E a nós que nunca partimos, que queimamos parte de nossas vidas para tornarmos Angola o que é hoje, propiciamos que muitos de vocês hoje voltassem numa situação de paz e democracia o que há-de de nos dar em troca? O país é grande e cada um tem o seu pedaço de chão para dela colher os frutos que desejar, mas para isto cada um que trate de preparar o seu terreno e não esperar dos outros. Eu nunca parti, fui a guerra, comi “o pão que o diabo amassou”, enfrentei bichas na loja e depósitos do comercio interno, hoje sou um homem licenciado e julgo que contribuo com o mínimo para engrandecer o país. Nunca beneficie de bolsa (trabalho de dia e a fau de noite) e as condições que tenho hoje foram conseguidos com sacrifício. Portanto o Cangue que responda o Tchikohengo.

    Eu mesmo da Silva

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  6. cota Cangue tu nada deixas teu e-mail porque entao todos articulista deixao e tu nao isso tambem deve ser combatido cahma-se ditadura da escluzividade nao queremos so ler teus artigo queremos tamben te dizer o que achamos ser ter que escrever cartas abertas.

    GIFTED

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