Da Redação com agências
Roma - A cantora sul africana, Miriam Makeba, conhecida como " Mamã África", morreu na noite de domingo para segunda-feira com 76 anos de idade, vítima de uma crise cardíaca após ter cantado para o escritor ameaçado de morte pela máfia, Roberto Saviano, perto de Nápoles (Sul da Itália).
Que "Mama África" descanse em paz.
Voz legendária do continente africano e que se tornou um dos símbolos da luta anti-apartheid, Miriam Makeba foi tomada de uma indisposição quando acabava de cantar durante 30 minutos, num concerto dedicado ao jovem autor de " Gomorra", em Castel Volturno, perto de Nápoles.
"Makeba foi á última que subiu ao palco. Houve um pedido nesse momento se havia um um médico entre à assistência. Miriam Makeba desmaiou e caiu" , de acordo com um fotógrafo da AFP.
Foi transportada rapidamente para a clínica Pineta Grande Castel Volturno, onde teve morte imediata, na sequência de uma crise cardíaca, de acordo com a agência italiana Ansa. Cerca de um milhar de pessoas assistiram a este concerto anti-mafia, realizado numa cidade que é considerada um dos feudos da máfia napolitana, o Camorra, e onde seis imigrantes africanos e um italiano foram mortos em condições ainda por esclarecer, em Setembro passado.
Miriam Makeba nasceu a 4 de Março de 1932 em Johannesburg e começou a cantar nos anos de 1950 com o grupo " Manhattan Brothers". Em 1956 escreveu a canção que lhe deu grande sucesso: " Pata, Pata".
Foi forçada a exílar-se durantevários anos devido ao seu aparecimento num filme anti-apartheid " Come back Africa" (Regresso a África) .
A voz legendária do continente africano e que se tornou um dos símbolos da luta antiApartheid, a artista sul-africana Miriam Makeba, cognominada " Mamã África", nasceu em Joanesburgo (África do Sul ) a 4 de Março de 1932.
Filha de uma mãe suazilandesa e de um pai shosa, atraiu a atenção internacional como cantora do grupo sul-africano "The Manhattan Brothers" , na véspera de uma digressão aos Estados Unidos em 1959.
No ano seguinte, quando queria regressar à África do Sul, para assistir o funeral de sua mãe, o Estado sul-africano tirou-lhe a sua nacionalidade. Na sequência deste desterro, viveu 31 anos no exílio, nos Estados Unidos e na Guiné Conakry.
Foi a primeira mulher negra a conquistar um Grammy Award, que partilhou com o cantor norte americano Harry Belafonte, em 1965.
Dois anos depois, conheceu a glória com a gravação deo seu disco inédito "Pata Pata" inspirado na dança típica de um municipio sul africano.
Em 1985, conheceu uma passagem dolorosa quando a sua filha, Bongi, morreu com 36 anos de idade e Miriam Makeba, que não tinha dinheiro para pagar o seu enterro, fez o funeral sózinha, impedindo os jornalistas de cobrir o acontecimento.
Nos anos de 1990, regressou à África do Sul, após a saída de prisão de Nelson Mandela, mas esperou seis anos antes de gravar um novo disco. Foi então editado o disco " Homeland" que contem uma canção que descreve a sua alegria de ter regressado à sua terra natal e no qual evoca o apartheid.
Repercussão
O ex-presidente sul-africano Nelson Mandela homenageou, em comunicado divulgado nesta segunda (10), a cantora. "Foi a primeira-dama da canção da África do Sul e ganhou, merecidamente, o título de Mama África. Foi a mãe de nossa luta e de nossa jovem nação", afirmou.
Fonte: Portugaldigital
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