Estamos a poucos dias das eleições legislativas. Há 16 anos que o angolano sonha com essa oportunidade. No entanto, está tudo tranquilo. Os partidos andam tão tranquilos que chega a preocupar. Que mensagem que esses partidos tentarão passar para a população? Que meios que utilizarão? Pensam em ganhar as eleições? O que ganha eleição é marketing político e elitoral. O MPLA já conta com a Propeg para vender o seu peixe. O observador atento traz uma mensagem para refletirmos.
"Eleições: Debates directos durante a campanha eleitoral "
"Eleições: Debates directos durante a campanha eleitoral "
Artigo de opinião assinado por “J&J
Toronto – “A mensagem de campanha não pode ser igual a uma mensagem publicitária. Os segmentos do eleitorado não são os famosos A, B, C, D, E, do marketing comercial. Os meios utilizados numa campanha também são empregues de uma maneira muito específica, correspondendo com as qualidades muito próprias deste público muito especial a que chamamos eleitores”.
Conquistar os indecisos
É oportuno reafirmar que em sociedades democráticas, o processo eleitoral não é regulado ou coadjuvado (algo semelhante) pelo ministério atinente a comunicação social e tão pouco fiscalizado pelos Parlamentares (Assembleia Nacional). O departamento ou ministério da comunicação social, tem como função primária, defender os interesses acrescidos do governo no poder como porta-voz desse órgão executivo. Por outro lado, os Membros Parlamentares são chamados a intervir em assuntos eleitorais em momentos críticos. Estas deturpações (...) não se fazem sentir nas metrópoles contemporâneas pelo facto de existir uma descentralização risonha, clara e total dos poderes "legais".
Em Angola, o critério é (ainda) completamente diferente -centralização de poderes- em todos os níveis governamentais. O ministério da comunicação Social em Angola exercerá um papel “directo” no processo da campanha eleitoral, partindo do princípio que este ministério estipulará (vias legais) o “tempo de antena”, nos médias estatais, para os partidos políticos a concorrerem para os assentos no Parlamento em Setembro próximo. Quanto aos critérios estipulados para a divisão do tempo reservado para os partidos, acredita-se que gerará “mudas aberrações”.
Independentemente destas fricções, primariamente “politizadas” e não de processo eleitoral no real sentido democrático, os partidos políticos na oposição, pouco têm feito para “crescer quantitativamente e ganhar as eleições”. O partido maioritário no poder -MPLA- tem gerido satisfatoriamente, até ao presente momento, todas as empreitadas eleitorais. “A rádio não nos agride com imagens e por isso os argumentos que se escutam, recordam-se. Geralmente a formação dos políticos, especialmente os de maior qualidade, é mais radiofónica do que televisiva” ou a imprensa. O sinal de emissão da RNA abrange em quase todo o país e a mensagem captada em primeira e segunda instância é a do MPLA.
Os consumidores “chamados eleitores”, não estão um tanto associados com o seu nível socioeconómico, mas com o seu interesse pela política e com o seu nível de informação. Neste contexto, os indecisos e desinteressados em política são moldados as suas formas de pensar durante o processo eleitoral. Especialistas em campanhas eleitorais defendem que “durante uma campanha há que introduzir-se modificações ou simples nuances semana após semana. É necessário passar de um pólo de argumentação e de persuasão política apropriado para o arranque da campanha para um outro pólo de imagens e de emoções mais adequados para os últimos dias.
Outros peritos neste ramo -de campanha eleitoral- concluem firmemente que “um bom manejo da televisão é uma das chaves principais para ganhar eleições. No final a televisão serve para ganhar quase a quarta parte do eleitorado, aquela parte que não se interessa por política. Televisão é decisiva e é aí que há que investir o grosso dos recursos.”
Debates directos
Dadas as circunstâncias “politizadas” em Angola, os partidos da oposição só romperão as barreiras ideológicas (média estatal) com neutralidade pelo jurado “chamados eleitores” nos debates directos perante o partido maioritário no poder. Nestes fóruns de campanha -debates-, segmentados por sessões, todos os partidos deverão apresentar os seus programas de governo, confrontar os diversos projectos e colocar interrogações directas entre os candidatos.
O ministério da comunicação Social, os órgãos de comunicação estatal (Angop, TPA, RNA, JA) ou os órgãos partidários (Rádio Despertar) não deveriam moderar os referidos debates para que tais contendas não tenham orientações do grupo A ou Z.
Em situações normais (democráticas) os partidos participantes ao debate firmam (verbal ou escrito) um míni contracto, aonde estipulam os diferentes critérios. Local do debate, temas a discutir e o moderador do fórum, são entre os vários aspectos previamente acertados. Desde que todos os participantes firmem positivamente as cláusulas acima citadas nenhum outro órgão tem poderes para chumbar tais acordos.
O povo angolano nunca teve a nobre oportunidade de colocar questões directas ou fazer chegar as suas inquietudes aos seus governantes frontalmente. Nestes fóruns de debates, o povo é chamado também a participar e apresentar os problemas que o afecta diariamente.
A concretizarem-se estas "hipóteses" - debates directos - romper-se-ia o estigma de que os governantes angolanos conectam-se com as massas simplesmente por intermédios dos "recados" publicados na imprensa estatal. Seria um marco histórico em termos de democracia se os fóruns fossem incluídos entre as linhas mestras durante as campanhas eleitorais (Legislativas e Presidenciais).
Seria uma confrontação directa dos (Planos de Governo) entre os presidentes dos partidos políticos na corrida para liderar o Parlamento e Presidir Angola. Em outras palavras, justificar directamente ao povo as razões que o/a motiva em concorrer para ocupar o emprego mais suprime da nação.
Como se pode constatar, a realização destes debates abertos e directos (Rádio & TV) beneficiaria mais em parte os partidos da oposição. Assim sendo, é de inteira responsabilidade e interesse da oposição clamarem que se realize estes confrontos de ideias.
Em síntese, “conquistar os indecisos” será a premissa principal destes debates para todos os concorrentes. Será que a actual lei eleitoral contempla este direito democrático?
* “J&J”
Fonte: Club-k-angola.com
Toronto – “A mensagem de campanha não pode ser igual a uma mensagem publicitária. Os segmentos do eleitorado não são os famosos A, B, C, D, E, do marketing comercial. Os meios utilizados numa campanha também são empregues de uma maneira muito específica, correspondendo com as qualidades muito próprias deste público muito especial a que chamamos eleitores”.
Conquistar os indecisos
É oportuno reafirmar que em sociedades democráticas, o processo eleitoral não é regulado ou coadjuvado (algo semelhante) pelo ministério atinente a comunicação social e tão pouco fiscalizado pelos Parlamentares (Assembleia Nacional). O departamento ou ministério da comunicação social, tem como função primária, defender os interesses acrescidos do governo no poder como porta-voz desse órgão executivo. Por outro lado, os Membros Parlamentares são chamados a intervir em assuntos eleitorais em momentos críticos. Estas deturpações (...) não se fazem sentir nas metrópoles contemporâneas pelo facto de existir uma descentralização risonha, clara e total dos poderes "legais".
Em Angola, o critério é (ainda) completamente diferente -centralização de poderes- em todos os níveis governamentais. O ministério da comunicação Social em Angola exercerá um papel “directo” no processo da campanha eleitoral, partindo do princípio que este ministério estipulará (vias legais) o “tempo de antena”, nos médias estatais, para os partidos políticos a concorrerem para os assentos no Parlamento em Setembro próximo. Quanto aos critérios estipulados para a divisão do tempo reservado para os partidos, acredita-se que gerará “mudas aberrações”.
Independentemente destas fricções, primariamente “politizadas” e não de processo eleitoral no real sentido democrático, os partidos políticos na oposição, pouco têm feito para “crescer quantitativamente e ganhar as eleições”. O partido maioritário no poder -MPLA- tem gerido satisfatoriamente, até ao presente momento, todas as empreitadas eleitorais. “A rádio não nos agride com imagens e por isso os argumentos que se escutam, recordam-se. Geralmente a formação dos políticos, especialmente os de maior qualidade, é mais radiofónica do que televisiva” ou a imprensa. O sinal de emissão da RNA abrange em quase todo o país e a mensagem captada em primeira e segunda instância é a do MPLA.
Os consumidores “chamados eleitores”, não estão um tanto associados com o seu nível socioeconómico, mas com o seu interesse pela política e com o seu nível de informação. Neste contexto, os indecisos e desinteressados em política são moldados as suas formas de pensar durante o processo eleitoral. Especialistas em campanhas eleitorais defendem que “durante uma campanha há que introduzir-se modificações ou simples nuances semana após semana. É necessário passar de um pólo de argumentação e de persuasão política apropriado para o arranque da campanha para um outro pólo de imagens e de emoções mais adequados para os últimos dias.
Outros peritos neste ramo -de campanha eleitoral- concluem firmemente que “um bom manejo da televisão é uma das chaves principais para ganhar eleições. No final a televisão serve para ganhar quase a quarta parte do eleitorado, aquela parte que não se interessa por política. Televisão é decisiva e é aí que há que investir o grosso dos recursos.”
Debates directos
Dadas as circunstâncias “politizadas” em Angola, os partidos da oposição só romperão as barreiras ideológicas (média estatal) com neutralidade pelo jurado “chamados eleitores” nos debates directos perante o partido maioritário no poder. Nestes fóruns de campanha -debates-, segmentados por sessões, todos os partidos deverão apresentar os seus programas de governo, confrontar os diversos projectos e colocar interrogações directas entre os candidatos.
O ministério da comunicação Social, os órgãos de comunicação estatal (Angop, TPA, RNA, JA) ou os órgãos partidários (Rádio Despertar) não deveriam moderar os referidos debates para que tais contendas não tenham orientações do grupo A ou Z.
Em situações normais (democráticas) os partidos participantes ao debate firmam (verbal ou escrito) um míni contracto, aonde estipulam os diferentes critérios. Local do debate, temas a discutir e o moderador do fórum, são entre os vários aspectos previamente acertados. Desde que todos os participantes firmem positivamente as cláusulas acima citadas nenhum outro órgão tem poderes para chumbar tais acordos.
O povo angolano nunca teve a nobre oportunidade de colocar questões directas ou fazer chegar as suas inquietudes aos seus governantes frontalmente. Nestes fóruns de debates, o povo é chamado também a participar e apresentar os problemas que o afecta diariamente.
A concretizarem-se estas "hipóteses" - debates directos - romper-se-ia o estigma de que os governantes angolanos conectam-se com as massas simplesmente por intermédios dos "recados" publicados na imprensa estatal. Seria um marco histórico em termos de democracia se os fóruns fossem incluídos entre as linhas mestras durante as campanhas eleitorais (Legislativas e Presidenciais).
Seria uma confrontação directa dos (Planos de Governo) entre os presidentes dos partidos políticos na corrida para liderar o Parlamento e Presidir Angola. Em outras palavras, justificar directamente ao povo as razões que o/a motiva em concorrer para ocupar o emprego mais suprime da nação.
Como se pode constatar, a realização destes debates abertos e directos (Rádio & TV) beneficiaria mais em parte os partidos da oposição. Assim sendo, é de inteira responsabilidade e interesse da oposição clamarem que se realize estes confrontos de ideias.
Em síntese, “conquistar os indecisos” será a premissa principal destes debates para todos os concorrentes. Será que a actual lei eleitoral contempla este direito democrático?
* “J&J”
Fonte: Club-k-angola.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário