Toda essa confusão ocorre porque nós não sabemos separar as coisas. Uma coisa é o Neto, o político, que nasceu, cresceu, pegou em armas, lutou, foi preso, morreu e deixou a família na pobreza e agora tornou-se mito de muitos. O outro, é o Neto, escritor. Agualusa analisou sua obra do ponto de vista literário.
Muitos entenderam isso como se o escritor tivesse jogado água na cerveja, ainda mais no ano eleitoral. Discussões como essas, não necessitam de processo como alguns estão emeaçando. Isso é sobrecarregar, sem necessidade, o judiciário. Isso é complicar os nossos juízes, porque teriam que analisar a obra completa de Neto. O caminho mais correto é convocar uma equipe de professores, prefencialmente estrangeiros, que conhecem a poesia para que dêem um parecer. Se não for confirmada as afirmações de Agualusa, nesse caso, sim, ele pode ser acusado de estar a “banalizar, humulhar, diabolizar os ícones, herois, mitos, deuses e divindades” conforme afirmou um jurista. E se confirmarem Agulausa...
Deixemos isso para lá. Passemos para uma boa notícia. Calma! Não vem de Angola. Amigo leitor, acabo de receber um comunicado da terceira maior companhia brasileira de exploração aérea, solicitando o obséquio para a divulgação do teor dessa boa nova.
A partir do próximo dia 5 de Maio de 2008, a OceanAir, que iniciou suas atividades como táxi-aéreo no Brasil, fundada em 1998, atendendo a executivos e operários da indústria petrolífera de Macaé e Campos, iniciará as suas operações a Angola, com a relização do vôo inaugural da ponte São Paulo-Luanda.
A empresa do grupo Sinergyeal, realizará 3 vôos semanais, inicialmente às segundas, quartas e sexta-feira. Esta operação será feita por uma aeronave Boeing do tipo 767-300 ER, com capacidade para 173 almas viventes na classe econômica, 30 em classe executiva, 10 tripulantes, perfazendo um total de 213 passageiros, assim distribuídos: 203 passageiros, 7 comissários de bordo, 2 comandantes e 1 co-piloto.
Tudo que eu esperava era receber um convite para essa viagem inaugural da OceanAir, que conta na sua frota com 3 Boeing 767-300, 3 Boeing 737, 1 Boeing 757, 15 jatos MK-28, 5 Fokkers-50 e 4 Brasília. Não causaria nenhum prejuízo para a empresa que no ano passado, adquiriu 28 Airbus, sendo 14 jatos A 319 e sete jatos A 320 utilizados para vôos domésticos e sete A 330 que para operar nas rotas internacionais.
Mas tudo bem! Imagino que os funcionários da OceanAir, que tem a meta de chegar a 10% do mercado brasileiro de aviação, andam todos preocupados com a viagem inaugural que esqueceram-se de mim. Aquele que estiver em Luanda e gostou da ideia, deve ir, no dia 7 de abril na piscina, cuidado para não se molhar, e esplanada do Hotel Trópico, porque a OceanAir, que teve como padrinho a VARIG, promete uma apresentação pública da referida companhia. Acredito que lá haverá uns "comes e bebes". Devemos aproveitar porque é de graça. De graça vale até uma enjeção na testa.
Lamento falar, mas a TAAG terá que trabalhar muito e sério, porque senão terá vôos vazios, a menos que use aquela velha tática utilizada contra a VARIG, a de obrigar angolanos a viajarem somente pela TAAG. Atualmente, para escaparem da TAAG, muitos angolanos viajam ao Brasil através da South Africa Air Lines. Saem de Luanda, fazem escala em Johannesburgo, e de lá a São Paulo. Todos elogiam o atendimento de bordo que recebem.
Acredito que OceanAir se dará bem, porque seus funcionários, que são bem educados, respeitam passageiros. Reserva confirmada, viagem confirmada. Não há quedas. E se houver “overbook” (será que eles fazem?) eles assumem todas as despesas do passageiro e vaga para próxima viagem. Essa empresa não atrasa seus vôos sem explicação aplausível. Ninguém precisa pagar uma “gasosa” para viajar, principalmente no natal. Se o indivíduo telefonar para a empresa é atendido com muito respeito e toda atenção. Se for até uma agência, é recebido com respeito, com lindo sorriso da atendente. Ninguém faz cara de quem comeu o funge com jiló (Solanum gilo ou lossaca) e não gostou, por isso tem que fazer cara feia para todos. As bagagens, dentro do possível, não desaparecem.
Ainda, a tripulação que opera as aeronaves é aquela que não reprovou em testes promovidos pela empresa ou outras instituições como a Boeing, por exemplo. Essa mesma tripulação não encosta a empresa na parede numa provável alegação de discriminação da empresa em relação aos tripulantes argentinos, por exemplo. Em suma, agora os passageiros angolanos terão motivos para sorrir. A concorrência faz bem para a saúde.
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