Estou de férias. De metal, eu não sou. Eu tive o 2007 muito agitado. Eu estive, literalmente, pirando. No meu curso, eu acumulei muita papelada. Tive que trabalhar muito. Tive que amarrar muito. Estou aproveitando a oportunidade para colocar a "casa em ordem", mas logo, logo volto.
O ano de 2008 promete. O povo angolano comparecerá às urnas, (graças a Deus) 16 anos depois que ocorreram as primeiras. Essa é a grande novidade. Chegou o momento de mudanças.
Eleição sem mudança não tem graça. A vida é feita de trabalho, descanso e rotatividade. Depois de criar a terra e tudo que nela há, no sétimo dia, Deus, que não é de barro, descansou. Nós também temos nosso descanso semanal. Temos um mês de férias todos os anos. O descanso é bom e necessário. Depois de muito labutar, renovamos o ânimo, a disposição, enfim.
Conheço pessoas que não gostam descansar. Correm de um lado para outro. Saem cedo de casa. Voltam tarde. Nunca saem com a família. O resultado, sempre, acaba sendo trágico. Trabalham, trabalham, trabalham, não se enriquecem. Vivem cansados e endividados. E, pior, a família desintegrada.
A moda, no mundo inteiro, é mudar. É muita pena que isso não passa em telenovelas. Na Rússia as coisas vão mudar. Nos Estado Unidos, também. Já que nós gostamos de moda, essa tem que pegar.
O MPLA (Movimento popular de libertação de Angola) já trabalhou muito. Ficou, interruptamente, 30 anos no poder, sem férias. Isso chega a ser desumano. Precisa e deve descansar. Deixem os homens descansar um pouco e dar também trabalho a outros partidos. Não podemos deixar que os outros partidos fiquem a vida toda a "assistir de camarote". Para o MPLA será bom, uma vez, assistir também ao jogo e não apenas jogar a vida toda.
Dessa forma, temos que proteger os mais velhos que, de tanto jogar, estão arrastando-se no campo. O jogo é feito para 90 minutos e não para quinhentos. Ninguém é de ferro. Da mesma maneira, o poder não existe para ser exercido vitaliciamente. No céu, ou no inferno, ninguém receberá uma bonificação por isso. Por outro lado, ninguém morrerá se (o partido) deixar o poder e, apesar de sermos diferentes, ninguém e nenhum partido é insubstituível.
No entanto, o ser humano, por natureza, é vaidoso. Poucos gostam ser substituídos. Um jogador que sofre de paranóia esquizofrênica, por mais cansado que esteja, sempre acredita que fará diferença. É por isso que as equipes têm o técnico. Ele sabe a hora certa de substituir um jogador pelo outro mais descansado. Cansado, os movimentos não obedecem aos comandos do cérebro.
Na política, é por isso que existem as eleições. O povo tem que falar: "apesar de boa vontade, descanse um pouco". No futebol, os humildes, ao contrário, são os primeiros a fazer o sinal pedindo a substituição. Há uma grande diferença entre o jogador que pede para ser substituído daquele que é substituído.
Tudo começará com as legislativas e terminará com as presidenciais, no ano seguinte como afirmam os fanáticos. Tem que ser de "goleada" sonora, no bom sentido, para que não haja dúvidas. Um bom resultado nas legislativas, criará dificuldades para que encontrem candidato às presidenciais. O mundo vai acabar? E agora? Nada disso!. Isso é discurso dos covardes. Normalmente, nós seres humanos não gostamos de mudanças, por medo. Medo do desconhecido. É por isso que sofremos.
Se continuarmos a fazer as mesmas coisas, a nossa vida continuará na mesma posição. Aliás, muitas vezes retrocedemos. Se o seu vôo não decolou até hoje, continuará na pista enquanto equipe de tripulação for mantida. Ninguém vive de promessa nem de esmolas. Agora chegou a hora de mostrar quem tem o poder de fato, de onde emana o poder. O povo não vende a consciência por um prato de lentilhas.
Prezado (a) leitor (a), enquanto não volto, aproveito fazer algumas modificações no "blog". Em 2008, o bicho vai pegar. Ou é agora ou vamos pendurar as botas.
Agora, se você é da turma que está se enriquecendo com a miséria do povo, continue puxando a brasa para a sua sardinha. Em setembro, o bicho vai pegar a sardinha. Há sardinha para todo povo angolano.
Devemos lembrar que a vida é curta. Não há necessidade de, somente, meia dúzia de pessoas acumular tanto dinheiro, enquanto que seus irmãos famlta-lhes um simples pão para seus filhinhos. No fim o destino de todos é o mesmo. O melhor tesouro que cada um de nós deveria se ocupar é distribuir os bens aos outros.
Parece que quanto mais a sociedade evolui, mais o homem se torna menos humano, menos racional. Eu, quando recordo da minha infância, descubro o quanto éramos felizes. Quando eu era menino, na Maca, qualquer um que saísse e conseguisse matar um bambi, por exemplo, ao retornar na aldeia, distribuía um pedaço para todos lares. Se alguém fosse a Benguela e, ao voltar, levasse peixe seco, fazia o mesmo.
Hoje, porém, é só individualismo e na força. Puro egoísmo. E no grito. Muitos só vêm cifrão. O "nós" acabou. Está obsoleto. Agora é a vez do "eu" sou. Tenho. Posso e salve-se quem puder. Há poucos dias, soube que alguém, de alta patente, apoderou-se das terras que o nosso pai nos deixou. Isso não é vida. Inclusive contaria o artigo 17 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Os nossos pais não entendiam de escrituras, ou melhor, de fazer escrituras, porque de escrituras sagradas, sim. É terra que nos deu vida. Faz parte de nós. É pouca coisa, mas de muito significado para nós. Isso mostra que hoje, o "homem é demônio do homem".
Quero agradecer a todos que me escreveram, felicitando-me pela passagem do ano. É muita pena que não respondi a todos. Alguns enviaram "e-mail" incorreto. Tenha um 2008 feliz. Não esqueça: 2008 é o ano da mudança. Mudança em todos o campos: pessoal, familiar, social, político etc. Você é um grande vencedor. Não se contente com mediocridade. Lute por um mundo melhor, feliz e fraterno. Que Deus ilumine os caminhos que trilhar.
1 comentários:
Então umas boas férias sabáticas... mas não abuse...
Kandandu
Eugénio Costa Almeida
Postar um comentário