quinta-feira, 6 de setembro de 2012

EUA pede investigação de irregularidades em eleições de Angola





Nova Iorque (Agência Lusa) - O Departamento de Estado norte-americano afirmou ontem (05/09/12) que as eleições gerais angolanas foram um "passo importante para fortalecer as instituições democráticas" no país, mas pediu que sejam investigadas as irregularidades apontadas por partidos e sociedade civil.

Numa declaração assinada por Patrick Ventrell, porta-voz adjunto da secretária de Estado Hillary Clinton, o Departamento de Estado saúda o povo angolano e os partidos políticos, pelo seu "envolvimento cívico e diálogo construtivo", e também a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), por "coordenar uma eleição pacífica e bem gerida".

No entanto, a sociedade civil angolana e partidos de oposição levantaram preocupações importantes sobre a desigualdade no acesso aos meios de comunicação, problemas com cadernos eleitorais e falta de credibilidade de observadores eleitorais angolanos, internacionais e de partidos políticos”, diz o documento."Instamos as autoridades angolanas a investigarem e lidarem prontamente com todas as queixas eleitorais, trabalhando ao mesmo tempo para aumentar os direitos políticos e liberdades cívicas", complementa.

As eleições foram "um passo importante na direção de fortalecer as instituições democráticas de Angola" e Washington pretende trabalhar com o governo angolano e oposição representada na Assembleia Nacional, sociedade civil e povo angolano nos interesses do país, conclui a nota.

Angola realizou no dia 31 de agosto eleições gerais para os 220 lugares no parlamento, 130 pelo círculo nacional e os restantes pelas 18 províncias (cinco cada). Segundo os últimos resultados provisórios divulgados pela CNE, relativos às 12:39 de terça-feira, a contagem dos votos encontra-se encerrada em quatro das 18 províncias angolanas.

Nos totais nacionais, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) continua a liderar o escrutínio, com 71,82 por cento, seguido da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), com 18,7, e da Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), com 6,06.

De acordo com estes resultados provisórios, o MPLA, no poder, cai 10% em relação às eleições legislativas de 2008 e a UNITA, o principal partido da oposição, sobe 8%. Os dados divulgados pela CNE não apresentam valores sobre a abstenção, mas, segundo os números conhecidos, ela deve ficar próxima dos 40 %, três vezes mais do que nas legislativas de 2008.

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