sexta-feira, 27 de julho de 2012

Governo pretende ressuscitar o projeto “Kilamba” com arrendamento urbano e renda resolúvel


"A cidade fantasma de Kilamba (ghost city)"

A “cidade satélite de Kilamba” prometia ser um novo paraíso para a "classe média" angolana. No entanto, o sonho virou um tremendo pesadelo. Um ano depois que os primeiros 2.800 apartamentos concluídos terem sido postos à venda, apenas 220 foram vendidos. Neste momento a cidade está vazia. O problema todo está nos elevados preços dos imóveis. Os apartamentos variam entre 120 mil a 200 mil dólares, isso num país onde predomina a classe pobre e rica.

Esse valor encontra-se, portanto, consideravelmente longe da realidade económica do cidadão angolano comum. Estima-se que dois terços dos cidadãos vivam com menos de dois dólares por dia. Isso, tem criado dificuldades de acesso a créditos bancários. A dificuldades na obtenção de empréstimos torna empreendimento num "elefante branco".

A empresa China International Trust and Investment Corporation (CITIC) investiu 3.500 milhões de dólares (3,5 bilhões) na construção da “cidade Fantasma de Kilamba” que tem a capacidade de albergar cerca 500 mil habitantes.

Depois que uma reportagem da “BBC” chamou a “Centralidade Kilamba” de “primeira cidade fantasma de Angola”, construída para “pessoas que nunca irão para lá morar” e com as eleições à vista (o que pode ser explorado pela oposição), o governo viu-se obrigado a encontrar formas de afastar esse fantasma.


No passado dia 7 de Junho de 2012, o Decreto presidencial n. 107/12 criou um regime de acesso aos imóveis de Kilamba que serão geridos pelo Fundo de Fomento Habitacional nas modalidades de “1) ARRENDAMENTO URBANO e 2) RENDA RESOLUVEL”.

Na modalidade de arrendamento, o cidadão pode arrendar o imovel num período que varia entre 6 a 30 anos. A modalidade de renda resolúvel é válida para um período não superior a 30 anos. Na prática através desse modelo, o inquilino procede à compra do seu imóvel por via do pagamento de rendas. Por outras palavras, o valor do aluguel amortizará ao longo de anos o valor do imóvel.

Podem beneficiar-se cidadãos angolanos, residentes em Angola (excepto diplomatas), ser maior de 18 anos e não possuir imóvel próprio e nem estar inscrito em nenhum programa habitacional do Estado incluindo cooperativas com o apoio de fundos públicos.

Espera-se que essa medida não seja eminentemente eleitoralista. Não fará sentido se até 31 de Agosto (data das eleições) o MPLA fizer alguma movimentação em torno do Kilamba numa tentativa de procurar dividendos políticos, até porque o dinheiro investido não foi do partido, mas do Estado angolano.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Assembléia Nacional abre processo disciplinar contra o Deputado Makuta Nkondo


O Deputado Augusto Pedro Makuta Nkondo “é o cara” diriam os brasileiros. Ele ganhou notoriedade pela forma contundente de defender a “angolanidade”. Em qualquer discussão, ele arruma sempre uma forma de “encaixar” ou relacionar à “angolanidade”.

Por exemplo, o deputado “Coragem para dizer a Verdade” está convencido de que as desigualdades existentes no país ocorrem porque nós somos dirigidos por angolanos “de origem duvidosa”.

Há poucos dias quando a Assembléia Nacional discutia a lei de segurança de Estado, o Deputado Makuta Nkondo, como se poderia esperar, não perdeu tempo para dar sua alfinetada. Dessa vez o alvo foi o Presidente da Republica. O artigo 18 dessa resolução afirma que a direção dos Serviços de Segurança devem ser dirigida por alguém de nacionalidade angolana. Isso ai é "prato cheio" para ele.

Quando Makuta Nkondo tomou a palavra disse que “entendia por angolano aquele elemento que tem as suas origens em Angola, o indígena, o autóctone, aquele elemento que pertencem a uma certa etnia, tribo, a um clã e a uma linha". Ele questionou então as origens de José Eduardo dos Santos, o atual Presidente de Angola.

O deputado Makuta Nkondo solicitou esclarecimento da nacionalidade do Presidente da República propondo a Assembleia Nacional, “a destituição de José Eduardo dos Santos e a sua detenção imediata”, por não terem esclarecidos as suas nacionalidades. Pediu ainda “a impugnação do mandato do Presidente da República.

Conforme se poderia prever, a bancada governista saiu imediatamente em defesa de seu presidente. Assim, a bancada parlamentar do MPLA, aprovou, no dia 19/07, com abstenção da oposição, uma resolução, tendente a abertura de um processo disciplinar contra o deputado Makuta Nkondo, da bancada parlamentar da UNITA, sob a acusação de ter proferido, em várias ocasiões, palavras ofensivas à honra, à dignidade e ao bom nome do Presidente da República.

Deputado Makuta evoca o artigo 73 da Constituição: “todos têm o direito de apresentar, individualmente ou colectivamente, os órgãos de soberania ou quaisquer autoridade, petições, denúncias, reclamações ou queixas, para a defesa dos seus direitos”. Assim, Makuta entende que se for punido isso é assumir que "estamos a viver numa ditadura encapotada".

Vale lembrar que a mesma bancada do MPLA nada fez contra os deputados de seu partido que numa das sessões proferiram palavras de caráter tribalistas e regionalistas quando chamaram de “sulanos” repetidas vezes aos deputados da UNITA.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Jiboia da confusão









Na semana passada, uma equipa de bombeiros foi chamada para capturar uma de duas jiboias que se encontravam no interior de uma viatura, em Cacuaca, Luanda.

o proprietário das jiboias, Pereira Dimeso Zibika, as usava para, segundo ele, "tratamentos tradicionais". Ele garante que com o poder da jiboia consegue curar doenças que a medicina ocidental não consegue diagnostica. “A jiboia dá-me poderes para curar doenças de satanás, mais concretamente o feitiço”

Ainda segundo o proprietário, ele "tem conseguido curar doenças como a impotência sexual, cabeça aberta, infertilidade, tuberculose, hemorroides e várias outras doenças". Há quem diga que a finalidade das Jiboias eram outras

Foto: Novo Jornal

terça-feira, 17 de julho de 2012

Em Angola ninguém serve o pais?


Por Mario Cumandala
Economista e Ex-Funcionario do Ministerio da Economia

A minha não só ortodoxa temática acima, quando analisada, só pode ser produto de minha humilde tragetoria pelo sector privado desde os Estados Unidos, Reino Unido e actualmente em Angola.

Aqui minhas observações são premiadas por ilações consubstanciadas por empregadores tais com ALNG, por ande passei depois dos meus cincos anos de miséria na BP Angola. Para dizer que com este empregador (ALNG) que levou-me ate ao Soyo, verifiquei os efeitos nocivos da angolanização prematura que e igual a um jogo de futebol de crianças do musseque. E por ultimo minha estreia no sector público de Angola, que envolveu uma breve passagem pelo MINEC, que dela nada de abonatoria tenho a dizer. Alias em termos de desvalorização do capital humano, e massa cinzenta, este “Ministério de Economia de Luanda” (já não tem presença nas províncias) lidera, e os meus ex-colegas, se que os tenho, nunca poderão negar isso. Mas aqui, nao vou falar da incompetência deste ministério, que é altamente alarmante (talvez numa outra cronica), mais falar do sector empresarial privado e publico de Angola.

Em estudos de economia de mercado, geralmente, cada economia desta opção da mão invisível, é dividida em dois sectores: a economia do sector público e a economia do sector privado. O primeiro sector é a parte dos assuntos de uma nação soberana como Angola, assuntos especialmente económicos, que é controlada por órgãos do governo, como devia ser pelo MNEC, e o como o Instituto do Sector Empresarial Publico ( ISEP). Enquanto o último é a parte que é composta por empresas e organizações que não pertencem ou nao são controladas pelo governo. Muito embora, dentro desta distinção, existam casos onde o Estado investe em empresas do Sector Privado, dentro das PPPs ou empresas comparticipadas. Assim, o estado no final torna-se co-proprietário das mesmas. Esta aproximação, em certas economias é mesmo saudável para a competição e rentabilidade do sector privado. Mas em Angola, a dotação gratuita do capital operacional as empresas pelo Estado, através do ISEP, tanto para as empresas públicas como privadas, claramente tornou-se na génesis do cancro da economia Angolana.

A distinção acima entre os dois sectores, é sustentado em Angola só no papel. Numa análise da composição e do “modus operandi” das organizações do tal "sector privado" e a conexão mais complexa entre elas e “sector público” das instituições e governantes do Executivo, revela algo completamente contrário ao entendimento comum das duas expressões. Esta distorção está enraizada na corrupção generalizada e má administração que da a cada princípio em Angola, uma coloração e significado diferente.

Como resultado, temos a versão Angolana de quase todos os conceito acima, como o divertido conceito de que a nossa democracia e economia sao todos " home-grown", e isto nada mais é, que uma perversão dos princípios geralmente aceites numa economia de mercado e num pais em paz a 10 anos.

Como veremos em breve, muitas empresas dos sectores petrolíferos, diamantíferos, construção, transportes, agricultura e hotelaria e turismo, saúde, do "sector privado" em Angola são propriedades de funcionários públicos, (Governantes), seus familiares e amigos. Isso em si, cria a impressão de que tais organizações são extensões do setor público e faz com que seja difícil saber, em termos reais, o que constitui o "setor público" e "setor privado", em Angola.

No entanto, vou apresentar a minha percepção da verdadeira natureza do sector privado Angolano, ao olhar para a estrutura real e as operações das organizações dos dois sectores.
Esta análise, dividida em grupos, não pretende ser exaustiva.

Primeiro Grupo: No primeiro grupo, temos empresas e instituições construídas e operadas com recursos públicos que são privatizadas e vendidas, em circunstâncias suspeitas, para pessoas ou empresas ja conectadas ao Executivo Angolano, e, posteriormente, apresentadas como organizações do sector privado.

Muitas vezes, essas instituições, ontem, governamentais são adquiridas primeiro pelos funcionários que estão empenhados em privatizá-las, a fim de justificar a sua privatização. Em seguida, elas são subvalorizadas e vendidas com um desconto, sem logica definida pelo valor de seus ativos e investimentos governamentais das mesmas.

Os fundos utilizados para comprá-los, que foram inicialmente roubadas dos Estado, são mais saqueadas após a sua 'remessa' pelos 'compradores' para os cofres do governo.

Até à data, desafio o Estado Angolano a apontar para qualquer projeto específico que seja genuíno para o qual as receitas da privatização das instituições públicas em Angola foram canalizadas. Os novos proprietários após liquidarem as empresas e mesclar ou combina-las com sociedades já existentes, formam monopólio ou carteis para a exploração dos pobres Angolanos. Por exemplo, foi alegado que o núcleo duro 'quem' comprou a MOVICEL, atropelou os mais elementares princípios da lei das privatizações em vigor Angola.

Segundo Grupo: Este grupo é formado por empresas constituídas por funcionários do governo, que utiliza os seus nomes ou (frequentemente) as de familiares e amigos como membros e conselheiros. O que esses funcionários do governo fazem? Eles canalizam quase todos os contratos suculentos em suas organizações para essas empresas, ao explorar as suas ligações em outras instituições governamentais para proteger empregos mais lucrativos para eles. Tais contratos são raramente executados de acordo com as mais corruptas especificações.

Na maioria das vezes, desde o início, a intenção de fazer um trabalho de má qualidade é compartilhada pelas partes, mas a empresa fica muito bem paga e continua a ganhar patrocínio de instituições públicas. É o caso de muitas empresas de actuais membros do executivo que receberam dinheiros do INEA e ate hoje, nunca apresentaram nem um metro redondo ou quadrado de estrada. Por isso uma vez disse a um ministro do actual Executivo que pensava que era o rei de Angola; que nem todos nos bebemos das torneiras do Estado angolano, e isso e uma verdade inalienavel.

Terceiro Grupo: Este grupo que também é intimamente relacionado com o acima, é outro grupo constituído por empresas de propriedade de funcionários aposentados do Exercito e de alto escalão do governo que corruptamente enriqueceram-se enquanto em serviço. Essas pessoas tornam-se os contratantes imediatamente após deixarem o cargo público. Usam suas riquezas ilícitas para estabelecerem empresas do tipo blue chip, empresas de prestação de serviços nos sectores estratégicos e chaves, e continuam o saque de fundos do governo a título privado.

Quando tiverem um bom relacionamento com seus sucessores em exercício, eles facilmente obtem adjudicação de contratos muito lucrativos com base em “ quid pro quo”, e também explorar suas conexões em outras agências governamentais para o mesmo efeito. Claro, que alguém dirá: Com a Lei da Probidade Administrativa vigente em Angola, esta minha constatação, esta no passado; meu conselho: só e cego quem não quer ver.

Quarto Grupo: O quarto grupo, é composto por empresas privadas ou organizações que dependem exclusivamente do patrocínio do governo, a fim de permanecerem à tona, pois estes empresários e empresas como ( Kangambas, Maboques, Pumangola, etc,) não têm outro cliente (s) fora do governo e seus funcionários. Estas empresas (empresarios) fazem tudo - incluindo suborno e chantagem a funcionários influentes do governo - para garantir a adjudicação por parte dos governos, seus ministérios e agências.

Depois disso, eles fornecem bens e prestam serviços de baixa qualidade, não conseguem executar tarefas ou executam-nas mesmo mal, e, em seguida, compartilham a colheita com seus benfeitores. (Refira-se o caso contractos MINEC, que o Novo Jornal publicou que aterrorizou funcionários desta instituição violando as mais elementares leis gerais de trabalho e ao ponto de alguns deles serem despedidos).

Não se aceitara na Angola do futuro, sentar-se ao lado de um Brasileiro ou Portugueses técnico superior como todos nos, a auferir usd 30,000 mês mas outros benefícios e os angolanos a auferirem usd 1.500 que chegam atrasados dois meses depois. Isto é injustiça social. Gostaria de ter sido a eu a pessoa que denunciou o MINEC ao publico, porque isto não é angolanização.

As empresas e pessoas deste grupo poderão ser ou são de propriedade de políticos-cum-contratados, aposentados ou funcionários públicos no activo, que servem como guiches particulares. Dos rendimentos de tais contratos corruptos, algumas dessas pessoas fazem um show público de atos de filantropia e arrogam-se "filantropos" ou empresários da juventude. Isto e máfia e não filantropia, porque esta tem leis e implicações tributárias.

Quinto Grupo: A quinta classe é composta de empresas detidas por estrangeiros e seus colaboradores Angolanos. Aqui, temos as empresas multi-nacionais que tendo adquirido o estatuto de nações soberanas, sao tratadas como extensões de seus países de origem. Assim neste grupo, temos as Petrolíferas Estrangeiras, as construtoras como Brasileiras, Portuguesas, Standard Bank, empresas Chinesas e outras. Estas empresas, quer sejam detidas exclusivamente por estrangeiros (o que é permitido dentro da legislação Angolana) ou em associação com as as empresas nacionais, criam a impressão de estarem no país para fazer negócio genuíno. A realidade é que sua missão é a maximização do lucro, mesmo com a perda e a dor de sua nação anfitriã, neste caso, sua e minha dor. Ajudadas por empresas locais, ( A BP Angola usa um slogan que diz que ela e uma empresa de energia local – mesmo quando de entre os 10 topos accionistas não figura nenhum angolano) ( esta demagogia so mesmo em Angola) e colaboradores, fazem de tudo para saqueiar o país, secar e violar suas leis. Os escândalo de corrupção recentemente descobertos pelo MAKA ANGOLA envolvendo a empresa Cobalt Energy e Halliburton EUA e algumas dirigentes Angolanas é um caso no ponto.

Sexto Grupo: Deste grupo fazem parte alguns angolanos proeminentes (iluminados), a quem são concedidos blocos de petróleo pelo governo ou concedidas licenças para explorar minas de diamantes e ouro alem do ouro negro e outros produtos petrolíferos refinados de importação. Estes poucos eleitos imerecidamente, alimentam-se do suor e de gorduras de todos nos.

Em um país com mais de 90% dos seus cidadãos no auge da pobreza extrema, onde o Executivo atribui seu fracasso abismal a escassez de fundos, e ao facto de que o MPLA já encontrou a pobreza, poucas pessoas recebem licença oficial para acumular uma imensa riqueza no mundo como em Angola. (Vale apenas ser angolano iluminado).

Onde está o sentido de tudo isso em um país produtor de petróleo, a ter indices de pobreza como os nossos? Os subsidios aos combustíveis e aos serviços de utilidade pública que devem cessar depois das eleições de 2012, dizem tudo. A frota de automoveis do estado quase 80% desta e composta por motores VX V8, e usufruem dos cartões gratuitos de combustíveis da Sonangol, numa lógica doente.

Sétimo Grupo: Esta categoria, é composta por empresas que, aparentemente, não podem depender muito de patrocínio governamental. No sentido real, e para as suas operações, contam com a indiferença e cúmplice das agências reguladoras em nao regularem e fiscalizarem suas atividades comerciais. Por exemplo, é certo que a indústria de construção em Angola explora os angolanos. As empresas de telefonia móveis, praticam taxas exorbitantes e pagam salários da idade da pedra, mais os órgãos reguladores, que eu saiba, não são tidos nem achados nestes sectores para impor ordem.

Essas empresas impõem aos consumidores qualquer tarifa que atenda à sua fantasia, e arbitrariamente revêem para cima todos os meses suas tarifas. Os órgãos do governo encarregados de sua regulamentação facilmente tornam-se vítimas de captura regulatória, por vontade própria ou devido a chantagem, permitindo que as empresas se alimentem-se de gordura sobre a essas adjudicaçoes corruptas e lucrar à custa do empobrecimento de todos nos.

Em minha humilde opinião, o acima exposto é a verdadeira natureza do sector publico e principalmente privado. É este "setor Publico e Privado" que o Executivo angolano desde 2002 com a conquista da paz deveria ter posicionado para melhor servir a nação, gerênciar racionalmente os serviços básicos como, estradas, caminhos de ferro, água potável, hospitais, escolas, habitação e energia elétrica para os cidadãos!

Mas porque estes sectores tornaram-se dependentes (clientes) exclusivamente do patrocínio do governo, negócios corruptos com os gestores públicos, prémios de contratos obscuros de agências governamentais mas a inércia das agências reguladoras, o pais e hoje mais um paraiso para os estrangeiros de todas as nacionalidades, do que para os angolanos genuinos que ja muito deram para este pais.

Neste contexto, não é de admirar que, apesar de enormes dotações orçamentais anuais para projectos de capital e despesas gerais, nenhum progresso significativo foi feito em Angola em termos de criar riquesas para os angolanos ao longo dos anos. Quase que todos os fundos destinados a projetos de capital e as despesas gerais acabam nos bolsos dos gestores públicos activos ou aposentados, seus pontas de lanças e particulares que são parasitas de fundos do OGE.

A tão falada Lei de Probidade Administrativa e dos Contratos Públicos não mudou nada, pois ainda é “business as usual” na adjudicação de contratos com o governo trafico de influencia e o cartão partidário. Os contratos do governo ainda são atribuídos às categorias de 'sector privado’ e a as organizações cujo modus operandi vimos acima. Empresas do Sector Empresarial Publico que operam no vermelho a mais de 5 anos, ainda recebem dotação do estado. Isso não e servir a nação.

A verdade nesta triste constatação, é que os salários da função pública ainda continuam sem equilíbrio quando a inflação e a cesta básica. Não se pode viver de dois salarios minimos mensais. Enquanto isso, a incidência de adjudicação de contratos corruptos, outras ofertas, salários exorbitantes e subsídios dos deputados e os titulares de cargos políticos, o desperdício de grande recursos em projetos de elefantes brancos, patrocínio do Execxutivo na Guine Bissau, Sao Tome, Cabo Verde e de diversos empreendimentos que beneficiam os países estrangeiros, etc, continuam e são estes que destroem os fundos do governo que devia ser usados para a construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.

Não é a falta de força de trabalho especializada, mas sim os capital desviados do OGE, que muito representam para a estagnação da vida dos angolanos e a falta de uma classe média real com capacidade de mobilidade social em Angola.

Por indução do acima exposto, posso dizer com confiança que em Angola so existe o público privilegiado e o empreendedor que bebe da torneira do estado mas - ninguém serve o país -. Se esta tendência, feia, lamentável e perigosa não acabar, Angola, nunca vai trilhar uma senda de justiça social e equidade. Em meio a essas práticas corruptas, o proximo governo seja ele do MPLA, UNITA CASA-CE, mesmo com planos e projectos colossais em carteira, certamente, serão aniquilado pelo majestoso 7 acima enunciado. De contrario, que Deus tenha misericórdia desta nação abençoada com tudo e todos.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Novas notas de kwanzas devem entrar em circulação em 2013


Modelo de novas moedas que devem entrar em circulação

Está prevista a entrada em circulação de novas notas e moedas metálicas de Kwanzas, em 2013, que continuarão a ter imagem dos dois presidentes que Angola teve desde a independência: Agostinho Neto (1975-79) e José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979.

Em 26 de junho do corrente ano a Assembléia Nacional autorizou ao Banco Nacional de Angola a pôr em circulação as notas de um, cinco, dez, 50, 200, 500, mil, dois ml, 5 mil e dez mil kwanzas e 50 e 10 cêntimos (centavos).




Antes dessa medida Angola instaurou um novo regime de câmbio para as empresas petrolíferas que as obrigará abrir contas em moeda local, o kwanza.

Aprovado no final de 2011 pela Assembléia Nacional, este novo instrumento jurídico obriga todas as companhias de petróleo que operam em Angola a abrir contas e a efetuar suas transações em moeda local.

Tudo indica que as petrolíferas que operam no país têm o prazo de um ano para pôr em prática a medida.

Atuais notas. (KZ 100,00 = USD 1,00)
Veja aqui a evoluçao da moeda angola
http://www.cangue.blogspot.com/2008/05/evoluo-da-moeda-angola-de-reis-ao.html

terça-feira, 10 de julho de 2012

O período pré-eleitoral faz desaparecer os problemas do país




O nosso país deveria realizar eleições todos anos. Primeiro para Deputados e presidente da República, no ano seguinte autárquicas, depois um plebiscito e assim por diante.

Tudo porque depois que se anunciou a data da realização das eleições a TPA (TV pública) praticamente parou de noticiar problemas do país. Não que eu seja a favor de problemas. Mas também não creio que tenham desaparecido de um dia para outro.

Se alguém assistir o noticiário da TPA pela primeira vez pensará que Angola é um país ideal. Do início ao fim só se vê obras em andamento, inaugurações (normalmente de uma parte da obra fazendo com que a mesma obra seja inaugurada até "n" vezes; inauguração da primeira fase: 20 das 100 casas; depois a inauguração da segunda fase: mais outras 20 das 100 etc; se for a estrada de 100 km, inaugura-se o primeiro troço de 10 km e assim sucessivamente), o Primeiro Secretário de um partido político a fiscalizar as obras uniformizado com cores do partido.

Os entrevistados, normalmente os populares, estão afinados sob mesmo diapasão; antes mesmo de inciar a entrevista o indivíduo já sabe o início e o fim daquilo que dirá: "o executivo está mesmo a trabalhar. Antes nós não tínhamos água. Era tudo difícil. Com a inauguração deste chafariz as coisas agora vão ficar fáceis. Agora estamos mesmos felizes". O primeiro secretário abre a torneira, lava as mãos, bebe (não sei se chega mesmo a beber ou só representa), pega uma bacia já cheia, ajuda a colocá-la sobre a cabeça de uma senhora. O "jornalista fecha sua matéria afirmando: " Este é um dos ganhos da paz".

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Obras e eleições



Faltando poucas semanas para eleições, as principais ruas de Luanda (capital do país) foram tomadas por inúmeras máquinas que estão colocar a segunda camada de asfalto, em certos casos causando muito engarrafamento.

O que chama atenção é a velocidade com a qual realizam tais obras que chega a ser atípica: rapidez, o que contrasta com aquilo que temos visto, pior, sempre nas vias mais movimentadas. Deveriam lembrar-se de inúmeras ruas intransitáveis, como é o caso da Rua Nova no Palanca. Faria mais sentido priorizar essas últimas porque assim facilitaria a livre circulação de pessoas.

domingo, 8 de julho de 2012

UNITA sai na "pole position" no sorteio do posicionamento de candidaturas


O partido UNITA larga com pé direito e sai na dianteira da corrida eleitoral. No sorteio realizado esta tarde ditou a seguinte ordem de partidos no boletim de voto:

1º União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA)

2º Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)

3º Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA)

4º Partido de Renovação Social (PRS)

5º Nova Democracia - União Eleitoral (ND)

6º Frente Unida para a Mudança de Angola (FUMA)

7º Conselho Consultivo Político da Oposição (CPO)

8º Partido Popular para o Desenvolvimento (PAPOD)

9º Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE).


Os três primeiros partidos (UNITA, MPLA e FNLA) fizeram parte dos movimentos armados de libertação do país. Portanto, o sorteio foi complacente com a história.

Para as eleições concorrem cinco partidos políticos (UNITA, MPLA FNLA, PRS e PAPOD) e quatro coligações (CASA-CE, ND, CPO e FUMA).

A CASA-CE apesar de estar na última colocação ficou bem posicionada se levarmos em conta a este tipo de eleição (chapas).

As eleições ocorrerão no dia 31 de Agosto do corrente ano. Os partidos e coligações admitidos às eleições disputam 220 lugares da Assembleia Nacional. Os dois primeiros candadatos são candidatos a Presidência e vice-presidência do País (via indireta), caso o partido venha a ser declarado vencedor.

A cerimônia do sorteio da ordem do Boletim de Voto foi coordenada pelo Presidente da CNE e assistida pelos Juízes Conselheiros do Tribunal Constitucional, pelos mandatários dos 9 concorrentes as Eleições Gerais, pelos membros da CNE, Entidades Religiosas, corpo diplomático, funcionários da Comissão Nacional Eleitoral e pelos jornalistas dos órgãos de Comunicação Social, que também cobriram e transmitiram em directo para todo o pais e para o estrangeiro através da TPA internacional.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O largo da Mutamba continua lindo

O largo da Mutamba continua também lindo e abençoado por Deus.
















Estas fotos foram feitas no Largo da Mutamba, bem no coração de cidade de Luanda, na baixa da cidade e, naturamente, local histórico da capital de Angola.

Não
tenho certeza, mas este deve ser o marco zero da cidade. A importância que este largo tem para cidade equivale à "Praça 7" em Belo Horizonte ou Largo "Rui Barbosa ou Tiradentes" em Curitiba", dessas lindas cidades brasileiras.

Não há como visitar Luanda sem passar por este largo, que vai se modernizando aos poucos. De um lado está a sede da Administração Municipal de Luanda (Prefeitura) e do outro o Ministério das Finanças.

Um agente de segurança armado aponta a arma às pessoas


Eu acabava de fazer a foto acima quando ouvi uma voz a falar mansamente:
-Vou te matar.

Sem muita preocupação, virei-me calmante para trás para ver quem era. Imaginei tratar-se de algum amigo meu. Quando olhei bem, deparei-me com um agente de segurança particular, devidamente uniformizado, meia idade, altura mediana, magro com uma AKm 47 um pouco velha apontada para mim. Ai vi que se tratava de algo sério.

Fiquei gelado, geladinho. Lembrei-me imediatamente de um assalto recentemente sofrido e relatado pelo professor de comunicação social Celso Malavoloneque e do jornalista Jorge Eurico.

Trocamos olhares. No meu olhar eu queria lhe dizer: calma não faça isso. Eu ainda quero votar nas próximas eleições. Quero ainda ver como a comunicação estatal (TPA, RNA E JA) se comportará na cobertura das eleições, se seguirá ou não as orientações da Ministra das Comunicações, no Uige, de manterem a neutralidade...

Depois de alguns segundo, passou por mim e continuou a ameaçar outras pessoas e gritando: "quero matar alguém" até ser contido por colega dele.




Todos que passaram pela Rua Rainha Ginga hoje, sexta-feira 06 de julho de 2012, por volta das 6h20, na quadra que as duas fotos acima mostram não se esquecerão tão cedo de cenas tristes que passamos protagonizadas por esse "agente de segurança" particular.

Vale lembrar que quando terminou a guerra civil no nosso país, que durou por mais de duas décadas, muitos dos soldados desmobilizados foram absorvidos pelas empresas particulares de vigilância ou de segurança ou criaram suas. Esses agentes são facilmente encontrados nas calçadas de residências e estabelecimentos comerciais. Não sei afirmar se possuem bom acompanhamento psicológico e se são devidamente treinados e remunerados para essa nova função...

Ao registrar essa experiência aqui quero chamar atenção aos gestores dessas empresas de segurança e da própria polícia sobre os riscos que a população está exposta em determinadas situações. Não creio que esse agente estivesse querendo brincar; aliás brincadeira tem hora e definitivamente não era aquela hora nem daquela forma.

Qual a necessidade desses agentes de segurança particular portarem armamento pesado? Por que não usar cacetete e um sistema de comunicação eficiente para acionar a polícia sempre que necessário?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Pausa pedagógica entre 15 de Agosto a 7 de Setembro devido as eleições de 31 de Agosto



Tendo em conta as eleições gerais previstas para o dia 31 de Agosto do corrente ano, as aulas serão suspensas em todo território nacional entre os dias 15 de Agosto a 7 de Setembro.

A suspensão, segundo o decreto do Ministério da Educação, permitirá a reorganizaçao das escolas para que possam servir de assembléias de voto, sem a pertubação tanto das atividades escolares quanto eleitorais.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O material para eleições começa a chegar em Angola




Já estão em Angola as primeiras urnas de votação, cabines de votação e material para equipar o Centro Nacional de apuração de votos das eleições do próximo dia 31 de Agosto de 2012.

O material é proveniente da Espanha e é idêntico ao utilizado nas eleições de 2008. O Material foi fornecido pela INDRA.

A INDRA é uma multinacional de Tecnologia de Informação número 1 da Espanha
que é supeita de ter fornecido 16 milhões de boletins a mais nas eleições angolanas de 2008.

Essa diferença pode ter sido usada para uma provável fraude. Segundo o relatório que sustenta a acusação "Há indicações que foram estes boletins de voto fantasmas em excesso que sustentaram as actas que foram escrutinadas em 2008. O Centro de Escrutínio Nacional terá recebido actas relativas a 50.195 mesas, enquanto que a votação ocorreu em apenas 37.995 mesas"

Vale lembrar que o MPLA, partido da situação, "cilindrou" as referidas eleições por 81,64%, ficando com 191 assentos dos 220 da Assembléia Nacional. Curiosamente a mesma empresa que ressurge em alta. Espanha "Plus Ultra".

terça-feira, 3 de julho de 2012

Angola ocupa a 135ª posição do ranking dos Países Inovadores na edição 2012



Entre os 141 países listados, Angola ocupa a 135ª posição do ranking global dos Países Inovadores na edição 2012. Ou seja, se a tabela do ranking de países com capacidade de criar inovações fosse virada para ser lida de forma invertida, Angola estaria na honrosa Sétima posição, atrás de Sudão, Niger, Yemen, Lao, Burundi e Togo.

A Suíça, Suécia e Cingapura são os três países mais inovadores, segundo essa classificação anual publicada nesta terça-feira pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) na qual colaborou o Instituto Europeu de Administração de Empresas francês (Insead).

Em termos práticos o resultado quer dizer que estamos mesmo mal, inclusive no continente africano, quanto ao espírito empreendedor. Inovação impulsiona o crescimento do país.

É verdade que a burocracia e os processamentos governamentais numerosos sufocam a criatividade do angolano, por isso é um pouco difícil ser empreendedor no nosso país; são poucos os empresários de sucesso.

O estado angolano deve apostar muito na educação de seus cidadãos, investir em pesquisas científicas e estímulá-los ao sucesso, investir na ética e na livre concorrência, seguir fielmente a lei (não instrumentalizá-la, mudá-la só para atender aos interesses de um grupo de pessoas), possuir lideranças mais pragmáticas e menos ideológicas para que possamos "subir" nesse ranking no futuro.

Os outros países de expressão oficial portuguesa que aparecem estão assim ordenados: Portugal (35); Brasil (58) e Moçambique (110);

Obras geram engarrafamentos na via Luanda-Viana




Os motoristas que utilizaram a estrada Luanda-Viana enfrentaram ontem (02/07), provavelmente, o pior congestionamento registrado nos últimos meses. Os automobilistas devem ter entendido o que quer dizer a palavra "eternidade".

O troço entre a "praça Primeiro de Maio, a praça da Independência" até o Cemitério da Santana, que deve ser de aproximadamente 3km, tornou-se "infinito". Esse troço chegou a ser percorrido por cerca de 1h30 pelas viaturas. Até motocicletas não conseguiam se movimentar. O resultado imediato foi ver as pessoas preferirem caminhar a pé.

Hoje o cenário foi diferente. Provavelmente os motoristas devem ter evitado esta via.

Todas obras de melhorias de estradas são bem vindas, principalmente neste época pré-eleitoral, mas não devem ser executadas em dias e horários de pico, "rush hour".

As obras nessa fase, a poucas semanas de eleições, aumentam o debate político. De um lado os que as defendem mas acusam o governo de usar a máquina administrativa e só se preocupar com essas obras "descartáveis" em vésperas de eleições ficando o restante de tempo de mãos cruzadas. Esses acham que é uma desonestidade e constitui uma "fraude eleitoral" procurar promover o partido da situação com recursos públicos e do outro lado aqueles que acham que o poder executivo está a responder aos anseios de população que clamam pelas melhorias de infra-estruturas e não entendem o motivo da oposição se "opor" a elas.