quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

História geral da África é disponibilizada pela UNESCO



O Comité cientifíco da UNESCO disponibiliza a Coleção História da África, 8 volumes, em português, produzida por mais de 350 especialistas, sendo dois terçs africanos.

Constitui um grande marco no processo de reconhecimento do patrimônio cultural da África, pois ela permite compreender o desenvolvimento histórico dos povos africanos e sua relação com outras civilizações a partir de uma visão panorâmica, diacrônica e objetiva, obtida de dentro do continente.

Volume I: Metodologia e Pré-História da África (PDF, 8.8 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190249por.pdf

ISBN: 978-85-7652-123-5

Volume II: África Antiga (PDF, 11.5 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190250por.pdf

ISBN: 978-85-7652-124-2
Volume III: África do século VII ao XI (PDF, 9.6 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190251por.pdf

ISBN: 978-85-7652-125-9
Volume IV: África do século XII ao XVI (PDF, 9.3 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190252por.pdf

ISBN: 978-85-7652-126-6
Volume V: África do século XVI ao XVIII (PDF, 18.2 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190253por.pdf

ISBN: 978-85-7652-127-3
Volume VI: África do século XIX à década de 1880 (PDF, 10.3 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190254por.pdf

ISBN: 978-85-7652-128-0
Volume VII: África sob dominação colonial, 1880-1935 (9.6 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190255por.pdf

ISBN: 978-85-7652-129-7
Volume VIII: África desde 1935 (9.9 Mb)
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190256por.pdf

ISBN: 978-85-7652-130-3

Informações Adicionais:
Coleção História Geral da África
Programa Brasil-África: Histórias Cruzadas

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O MPLA propõe novos feriados nacionais para Angola


Bem que os partidos da oposição tentaram, mas não conseguiram revertar a situação.

A proposta do MPLA venceu. Também sejamos sinceros: o MPLA com 82% de cadeiras na Assembléia é um verdadeiro rolo compressor.

A única promessa feita pelos partidos da oposição é a de que, quando obtiverem a maioria na Assembléia, a primeira coisa a fazer é mudar novamente esta agenda dos feriados.

Por exemplo, a Comissão Politica Permanente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) exigiu que o "15 de março (
http://www.nexus.ao/view.cfm?m_id=3891&cat_02=VOA ) fosse também considerado feriado.

Enquanto esta data não chega, a da oposição obter a maioria na Assembleia Nacional, passam a valer os seguintes feriados a partir de 2011:


Feriados Nacionais da República de Angola

1 de janeiro – Dia de Ano Novo

4 de fevereiro – Dia do Início da Luta Armada de Libertação Nacional

8 de março – Dia Internacional da Mulher

Março – Carnaval (Este feriado altera anualmente entre o fim de fevereiro e inicio de março)

4 de abril – Dia da Paz e Reconciliação Nacional

Abril - sexta-feira Santa (Este feriado é altera anualmente onde calhar a sexta-feira respectiva)

1 de maio – Dia Internacional do Trabalhador

17 de setembro – Dia do Herói Nacional

2 de novembro – Dia dos Finados

11 de novembro – Dia da Independência Nacional

25 de dezembro – Natal



Deixam de ser feriados nacionais

4 de janeiro – Dia dos Mártires da Opressão Colonial

25 de maio – Dia de África

1 de Junho – Dia da Criança

Uma pergunta: se o Estado Angolano é laico, por que considerar "Sexta-feira Santa feriado?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Boeing 777 da TAAG envolve-se num pequeno incidente em Almada



Há poucos dias uma carta anônima (http://is.gd/imewO), assinada por um suposto aviador, chamava atenção aos riscos que constituíam viajar através de vôos da TAAG, companhia de bandeira Nacional. A Empresa chegou a formar uma comissão para identificar o suposto autor.

Não demorou muito para que a TAAG "desse bandeira". Nesta segunda-feira, 06/12/2010, o Boeing 777 que saiu de Lisboa com destino a Luanda teve que fazer uma aterrissagem de emergência devido a “problemas técnicos”.

Foi noticiado que vários automóveis (10) ficaram danificados e pelo menos duas pessoas sofreram ferimentos pela queda do avião de “pequenos destroços metálicos de cinco por 25 centímetros” no centro de Almada, Portugal. Estavam a bordo mais de 200 almas viventes.

Vale lembrar que durante muito tempo a TAAG (Linhas aéreas de Angola) figurou na lista negra da União européia, lista essa de companhias (aéreas) proibidas de sobrevoar aquele espaço aéreo. A referida aeronave opera há quatro anos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A vingança dos elefantes angolanos

Num caso normal ninguém gosta de guerra. Os animais também. Angola foi vítima de uma prolongada guerra. Muitos angolanos tiveream que se refugiar em outros países, principalmente os vizinhos como os Congos, Zâmbia etc.

Isso ocorreu também com os elefantes e muitos outros animais. Por alguns meses chegou-se a falar na extinção desses animais. Puro engano. Na verdade tinham se refugiado em países como Namíbia, Bostwana e Zâmbia.

Com o fim da guerra, as manadas angolanas resolveram regressar à pátria que as viu nascer.

Muitas pessoas chegaram a ocupar seus "habitats" construindo casas ou para o cultivo de milho e outros alimentos. As manadas que estão a regressar estão a destruir tudo. Parece aquele martelo demolidor da Huila. Muitas aldéias foram abandonadas devido à fúria desses elefantes. A província de Kuando Kubango é a mais afetada e isso preocupa as autoridades locais.

Os mais otimistas vêem nisso a oportunidade de se formar novos parques que poderão incentivar o turismo naquela localidade. Resta saber se essas manadas concordarão com essa proposta...

A criatividade de Kaylin Ransom

Há novidades que ocorrem em outros quadrantes deste nosso mundo que valem apenas receber destaque.

A norte-americana Kaylin Ransom, de 22 anos, apanhou 90 dias de cadeia por abuso infantil. Ela compareceu 30 vezes à cadeia do condado de Lakeno Estado da Flórida (EUA), para cumprir a pena. Ela cumpriu a pena sempre entre sexta-feira a domingo.

A Kaylin deve ter achado divertido essa situação. Teve tempo de se apresentar para a sessão das fotos sempre que fosse à cadeia para cumprir a pena com novo visual. A cena ocorreu trinta vezes. Se fosse no nosso quadrante a jovem só teria tempo de fazer um "look" e olhe lá..

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não é fácil governar Luanda

Entra governador, sai governador, mas Luanda continua a marcar passo.

Luanda é uma cidade onde os interesses dos grandes convergem. É muito difícil tomar alguma medida administrativa que, pela tangente, não entre na rota de colisão com interesses particulares de "generais". É a velha história do cobertor curto: alguma parte do corpo sempre ficará "descoberta" sempre que se procurar puxá-lo.

Luanda assiste, atualmente, a uma explosão demográfica, infra-estruturas degradadas, lixo, construções anárquicas em zonas de risco e deficiência na distribuição dos principais serviços básicos. As autoridades, praticamente, perderam o controle da situação.

Assim, os luandenses estão a espera de um "salvador". Desta vez sorte recaiu sobre José Maria. Agora é desejar-lhe não boa sorte, mas muito trabalho.

Já governaram Luanda:

1 - Pedro Fortunato Luís Manuel (1976-1977)
2 - Afonso Van-Dúnem "Mbinda" (1977-1978)
3 - Agostinho André Mendes de Carvalho (1979-1980)
4 - Francisco Romão de Oliveira (1980-1981)
5 - Evaristo Domingos "Kimba" (1981-1983)
6 - Mariano da Costa Garcia "Puku" (1983-1986)
7 - Cristovão Francisco da Cunha (1986-1988)
8 - Luis Gonzaga Wawuti (1988-1991)
9 - Kundi Paihama (1991-1993)
10- Rui Óscar de Carvalho (1993-1994)
11- Justino José Fernandes (1994-1997)
12- José Anibal Lopes Rocha (1997-2002)
13- Simão Mateus Paulo (2002-2004)
- Criou-se uma comissão de Gestão de Luanda (Higino Carneiro, António Van-Dúnem e Job Capapinha)
14- Job Capapinha (2004)
15- Francisca do Espírito Santo
16- José Maria dos Santos(2010 - ????)

Ref: Semanário Continente, 26/11/2010

Administração Justino Fernandes pisou na bola

O poderoso Justino Fernandes, o Ricardo Teixeira de Angola, está com os dias contados na direção da Federação Angolana de Futebol, para alegria dos Jukas Kfuris angolanos que andaram por muito tempo a tomar já de cadeira à espera pela sua queda.

A maioria das Associações provinciais de Futebol (16 das 18) decidiu, por unanimidade, convocar uma assembléia extraordinária para destituí-lo, a menos que ele renuncie, o que é improvável uma vez que este gesto de grandeza ainda não fazer parte da cultura angolana.

A gestão de Justino Fernandes, como posto a circular, é muito questionada pelos adeptos do Futebol, principalmente porque ele é acusado de gastar muito dinheiro na realização do Campeonato Africano das Nações; entregaram tudo aos estrangeiro e, pior, a FAF ficou sem dinheiro. Por isso, Angola deixou de jogar no último "jogo Fifa" por falta de dinheiro.

Além disso, é imputado a Justino Fernandes os vergonhosos insucessos das seleções nacionais. Recentemente os Palancas Negras perderam o técnico francês Hervé Renard, por falta de salários. Finalmente, mais uma vez o campeonato nacional de futebol em juvenis e juniores não se realizará.

Bento Kangamba é considerado o candidato perferido.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Inaugurada a maior Fábrica de cerveja no Huambo

O Ministro da Indústria, Geologia e Minas, Joaquim David inaugurou no passado dia 12 de Novembro, no Huambo, a fábrica de cervejas Cuca, uma das maiores do país.

A referida fábrica, a Nova Companhia de Cerveja do Huambo (NOCEBO) tem a capacidade de encher 35 mil garrafas por hora. Isso corresponde a um total de 15 a 20 mil grades por dia e funcionará ininterruptamente.

O investimento do empreendimento foi estimado em 61 milhões de dólares. A Fábrica deverá empregar 207 cidadãos na sua maioria jovens.

O Ministro afirmou que a fábrica de bebidas alcoólicas no Huambo vai marcar um passo significativo para o crescimento sócio-econômico daquela província.

Agora não haverá motivos para a juventude, que não tem escola, reclamar da ressaca. É só manter ininterruptamente o nivel calibrado.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Brasil usurpou do Congo o direito de ser o primeiro país a reconhecer a independência de Angola


Hoje, 11 de Novembro de 2010, Angola comemora 35 anos de sua independência de Portugal. Há perdas e ganhos a serem registrados. A Equipe de Futebol do Benfica de Portugal levou uma parte significativa do bolo: dois milhões de dólares pelo jogo "em comemoração" a efeméride, contra a fraca seleção Nacional (2x0). A maior perda, sem dúvida, é o fato de muitos angolanos não se reverem nos símbolos nacionais e o atual governo nada faz em reverter essa situação.

Ao fazer uma pequena pesquisa descobri algumas curiosidades que, por diversas razões, ainda não são ou são pouco divulgadas.

O Brasil é conhecido como sendo o primeiro país a reconhecer a indepedência de Angola. Isso não agradou a muitos nacionalistas. Muitos estão a ¨engolir seco¨ esse fato. A explicação é a seguinte:

O Congo Brazzaville deu apoio aos guerrilheiros do MPLA desde 1963. Como agradecimento, constava no programa do MPLA que ao proclamar-se a Indepedência, em Luanda, a manifestação do representante do governo congolês se desse depois do discurso de Agostinho Neto, o que faria desse país o primeiro a reconhecer oficialmente Angola.

Começou a cerimônia. Agostinho Neto "proclamou solenemente perante a África e o mundo a Indepedência de Angola". Assim que terminou, esperou-se pela intervenção do representante do governo Congolês. Esse, por sua vez, estava a espera do interprete. Naqueles ¨40 segundo¨ de silêncio, o representante do governo Brasileiro levantou-se, foi até os microfones e declarou o reconhecimento de seu país (esse não precisava intérprete). Vale lembar que o Brasil na época era dirigido por militares anti-comunistas e Angola de Agostinho Neto nasceu sob "o olhar silencioso" de Marx e Lenine. Isso deixou decepcionaou a muitos, mas não havia como se corrigir essa situação. Por isso que os Nacionalistas históricos dificilmente enfatizam o fato do Brasil ser o primeiro país a reconhecer Angola.

Segunda curiosidade. Na época da independência os três movimentos de libertação (MPLA, FNLA e UNITA) encontravam-se em confronto armado. O país estava dividido. As forças militares de cada movimento ocupava uma determinada parte do territóro Nacional. Tudo estava pronto para que o movimento que proclamasse a Independência em Luanda a 11 de Novembro de 1975 receberia as "chaves de Angola". Às vésperas dessa data as tropas que apoiavam a FNLA estavam a escassos quilômetros de Luanda. Reinava temor no seio do MPLA que até "zero horas" Luanda pudesse cair nas mãos da FNLA.

Então criou-se o plano "B". Escolheu-se a cidade de Saurimo para o MPLA proclamar a Independência. Um avião estava preparado no aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" para levar Neto e os representantes de governos estrangeiros. A aeronave só não saiu devido a "teimosia" de Neto, que insistiu que a roclamação se desse mesmo em Luanda, no largo hoje conhecido como" Primeiro de Maio".

Vale lembrar que em Angola ocorreram três proclamações. O MPLA em Luanda, UNITA no Huambo e a FNLA no Ambriz. Prevaleceu a proclamção do MPLA, feita por Neto. A Nova Democracia precisa saber disso. Ou seja, todos angolanos participaram de uma ou de outra forma numa dessas proclamações.

Terceira Curiosidade: os países oportunistas enviaram representantes, para além de Luanda também a Huambo e Uige. A idéia é arriscar e ver qual dos lados sairia vencedor. Gostaria muito saber quais foram os países que reconheceram a Independência de Angola do lado da UNITA e FNLA...

Quarta curiosidade. O 11 de novembro, diferentemente dos símbolos nacionais, elemento importante em unificar um povo (bandeira principalmente, que é uma réplica da do MPLA) é uma unanimidade dos angolanos, ou seja, todos angolanos nos revemos nesta data.

Finalmente, são pais de independência de Angola: Holden Roberto, Jonas Savimbi e Agostinho Neto (normalmente muitos preferem aceitar um ou dois deles. Tudo depende da orientação ou preferência política de cada um).

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Presidente da UNITA fala sobre o Estado da Nação



No passado dia 15 de Outubro o Presidente angolano discursou sobre o Estado da Nação na sessão solene de abertura da sessão legislativa. http://www.club-k.net/index.php?option=com_content&view=article&id=6125:discurso-do-presidente-sobre-o-estado-da-nacao&catid=30:destaques

Ontem, dia 19 de outubro de 2010, o presidente da Unita Isaias Samakuva convocou os diversos órgãos de comunicação e apresentou a comunicação sobre o Estado da Nação (Entenda-se para comentar ou rebater).

Na impossibilidade dos bloguistas estarem presentes nesse ato, ou por não serem convidados ou por residirmos em diveros países, os serviços de apoio ao presidente da UNITA enviaram para este blog a cópia da referida comunicação é apresentada a seguir.


SOBRE O ESTADO DA NAÇÃO

O MPLA governa Angola há quase 35 anos. Pensamos que este é o momento de se fazer um balanço sério e objectivo que permita apreciar o real sentido e valor do seu desempenho. É tempo suficiente para que não haja artifícios nem desculpas para afastar responsabilidades, mascarar insuficiências ou a esconder incompetências.

Os cidadãos angolanos, falam do desemprego, o executivo do Presidente José Eduardo dos Santos fala na governação electrónica; as pessoas queixam-se das dificuldades do dia a dia, ele fala de boa governação; as pessoas alertam para o aumento da insegurança nas ruas, ele fala na elevação de dados estatísticos de per si manipulados; as pessoas clamam por uma maior atenção aos transportes, ele fala na cidade administrativa; as empresas e as pessoas reclamam pelos reflexos negativos na economia da crise global que em muito, já se repercute no modus vivendi e no modus operandi dos cidadãos angolanos ele justifica-se e faz referências ao caos dos anos de guerra civil, anteriores a 2002.

O Presidente da República foi à Assembleia Nacional com o propósito de cumprir um dever, mas não o cumpriu bem, por três razões: primeiro, porque foi lá com o propósito errado; segundo, porque deturpou a essência e o objectivo da democracia; terceiro, porque não retratou fielmente o estado da Nação.

O discurso sobre o estado da Nação não é o momento para se fabricar legitimidade nem para se fazer campanha partidária. Nas democracias presidenciais, o Chefe do Executivo vai ao Parlamento com legitimidade própria, para falar em nome de todos e apontar os caminhos a seguir para o alcance dos objectivos da República e não para avaliar programas partidários. Ora, o Presidente Eduardo dos Santos não possui um título de legitimidade como representante eleito da Nação angolana e nunca consultou o Parlamento sobre os assuntos de segurança nacional ou de política externa, que engajam o Estado e comprometem o futuro da Nação. Enquanto Presidente da transição, o cidadão Eduardo dos Santos furtou-se ao cumprimento da Constituição provisória e não convocou as eleições presidenciais, marcadas para 2009. Hoje, dirigindo-se ao único detentor legítimo da soberania, o Presidente da transição não explicou porque não convocou as eleições presidenciais. Não explicou também porque é que reduziu o papel do Parlamento e do Governo como órgãos de soberania e concentrou em si próprio todos os poderes do Estado ao promulgar uma Constituição que não observou os limites materiais estabelecidos pelo poder constituinte material. Há pois um desfasamento entre os objectivos da República e os objectivos do cidadão Eduardo dos Santos.

O objectivo fundamental da República de Angola é a construção de uma sociedade livre, justa, democrática, solidária, de paz, igualdade e progresso social. O objectivo do Presidente Eduardo dos Santos parece ser a hegemonia política e a perpetuação no poder. E porque o Presidente da República considera que terá vencido mais uma etapa na sua luta pela hegemonia e pela perpetuação no poder, utilizou agora esta ida ao Parlamento para exibir elementos da “vitória” do seu regime autoritário e de uma economia desintegrada, virada para o exterior e dependente do exterior. É por isso que concluímos que o Presidente foi ao Parlamento com o propósito errado.

Em segundo lugar, o Presidente deturpou a essência, a natureza e o objectivo da democracia. Afirmou que a paz e a unidade nacional são condições para o desenvolvimento da democracia. A ciência política e a história ensinam-nos o contrário: é a prática da democracia que promove a paz social. É o reconhecimento da diversidade, o respeito pelo pluralismo e pela igualdade entre os homens que garantem a unidade das nações multiculturais. A democracia é um ambiente, um clima em que se desenvolvem as actividades sociais, políticas e económicas. Esse clima, inclui a valorização da vida e da dignidade humana, a liberdade, a justiça, a solidariedade, e a igualdade de oportunidades; inclui ainda a legitimidade das decisões tomadas por processos racionais, com o consenso de todos e reflectindo resultados de debates livres e tolerantes em lugar da violência e da brutalidade; inclui também o governo limitado, electivo e temporário e o controlo dos governantes pelos governados. Esse ambiente produz automaticamente uma imprensa livre e plural, uma economia aberta a todos, detida pela diversidade de elites e regulada por regras imparciais que protegem o ambiente, a concorrência e os consumidores. Esse ambiente de competição leal e de justiça produz automaticamente a paz política e social, porque impõe limites aos poderes, promove a solidariedade, denuncia sem medo as irregularidades, e, assim, previne e combate a corrupção. É por isso que se diz que a democracia é o regime político da paz. Quanto mais forte for a democracia mais forte será a paz. Não é a paz que consolida a democracia. É o fortalecimento da democracia que consolida a paz.

O Presidente disse-nos, finalmente, que ele pensa o contrário: que deve primeiro existir uma paz hegemónica, imposta por uma classe que se considera superior e que, por isso, teve primeiro de aprovar uma Constituição hegemónica e reforçar a capacidade do Estado para dosear e tutelar a democracia. E disse-nos que todos os tutelados devem ficar submissos, em paz, porque essa paz é condição para o desenvolvimento da democracia. Ele pensa, afinal, que é em torno desse Estado hegemónico, ou Partido/Estado, que se deve alicerçar a unidade nacional, e não em torno da competição igual no seio da pluralidade política e da diversidade da propriedade económica. E chamou a essa unidade partidária “unidade nacional”. Pensa também que é em troca da aceitação dessa paz da submissão e dessa unidade partidária, que os ricos vão largar umas migalhas e consentir aos pobres o exercício de mais alguns direitos. Ou seja, quem se conformar com essa paz submissa terá direitos políticos e económicos limitados e poderá fazer parte dos detentores da riqueza. Nisto consiste a tutela da democracia.

Se é esta a democracia defendida pelo Senhor Presidente da República de Angola, nós a rejeitamos. Rejeitamos categoricamente essa democracia condicionada e tutelada porque ela agride os objectivos da independência nacional e da igualdade entre os homens. Rejeitamo-la porque a democracia é uma conquista nobre dos angolanos e não uma dádiva. Foi conquistada a sangue e não pode ser negada por meras palavras, por dinheiro, por decreto nem por cooptação ou corrupção. Angola nunca poderá consolidar a democracia num ambiente institucional anti-democrático e de corrupção.
Em terceiro lugar, o Presidente da República não cumpriu bem o seu dever porque não retratou fielmente o estado da Nação. Vejamos alguns exemplos:

1. Ninguém pode falar do estado da Nação e não se referir às agressões à liberdade política, aos abusos da comunicação social, à delapidação do erário público e ao esbulho das terras a que os angolanos estão submetidos hoje. A política fundiária do Executivo, que promove o esbulho das terras ancestrais dos angolanos e protege latifundiários que não são capazes de trabalhar os milhares de hectares de terras que o Executivo lhes reserva, é um grave atentado ao Estado social de direito que o Senhor Presidente da República referiu ser o objectivo da República.

2. O Presidente referiu que em 2008, as reservas externas do Estado eram 18 biliões de dólares e que estas reservas baixaram para $12,6 biliões no final no último trimestre. Mas não disse onde foram parar os 6 biliões. Esta explicação é que os angolanos precisam. Já no passado recente, consultores do Governo e organizações internacionais denunciaram a fuga sistémica de capitais públicos, que o Executivo não foi capaz de desmentir. Agora, o Executivo também não foi capaz de explicar aos angolanos onde foi parar o dinheiro que é desviado do tesouro nacional.

3. O Presidente falou do crescimento da produção petrolífera. Isto já todos sabemos. O que não sabemos e gostaríamos de ouvir são as respostas às graves acusações de desvios e de corrupção ligadas ao petróleo. Os angolanos vêm os luxos e as fortunas da classe política exibidos todos os dias no país e no estrangeiro. E sabem que essas fortunas saíram dos cofres do Estado e que o Presidente é a única entidade que controla ou deve controlar os cofres do Estado. E ficaram decepcionados, porque o guardião dos dinheiros públicos não explicou o destino desses desvios.

4.Os angolanos apenas sabem que a riqueza de Angola no exterior do país cresce todos os dias mas a dívida pública também cresce todos os dias. Só que a riqueza no exterior está em nome de alguns, mas a dívida está em nome de todos nós. E o Presidente da República não informou aos angolanos as pessoas em nome de quem está registada fora de Angola a riqueza nacional.

5. Esta dívida que cresce todos os dias deve ser paga com o petróleo, cujas reservas também estão a diminuir à medida que se aumenta a produção. Se o petróleo vai acabar por volta de 2020, mas a dívida continua a aumentar, então o futuro está ameaçado. Reservar 100,000 barris/dia para reduzir a pobreza e a fome não basta, porque Angola produz cerca de 2,000,000 de barris/dia e o Presidente da República não explicou porque pretende utilizar apenas o equivalente a 100,000 barris para uma endemia tão séria que periga a digna existência da Nação.

6. Por outro lado, faz pouco sentido realçar o crescimento do PIB do sector não petrolífero, se as políticas do Executivo não garantirem que esse crescimento contribua para o aumento significativo das receitas fiscais, para o aumento da produção interna e a consequente redução dos preços dos principais produtos que as famílias necessitam. O Executivo não promove nem a integração nem a competitividade da economia real: exporta matérias-primas e importa produtos fabricados com as mesmas matérias-primas que exporta. Por não dar a devida atenção ao sector agrícola e não possuir sentido de Nação, o Executivo conhece mal o país, promove assimetrias territoriais e mostra-se incapaz de estruturar um sistema de educação e ensino que satisfaça as necessidades da economia real, que é o sector não extractivo.

7.Além disso, o principal cliente do sector estruturante da construção civil é o Estado. O principal pagador dos encargos da indústria hoteleira, da indústria imobiliária e dos encargos com o parque automóvel, é o Estado. Mesmo que os clientes sejam empresas petrolíferas ou diamantíferas, o último pagador das suas despesas é o Estado angolano. Nessa perspectiva, o crescimento do sector não petrolífero pode implicar o crescimento da despesa pública e o empobrecimento dos angolanos, porque crescem também as comissões, a sobre facturação e outros veículos utilizados para a fuga de capitais. Pode implicar também o enriquecimento sem causa de alguns, porque a maior parte dos empreendimentos geradores desse crescimento não paga impostos. Por isso, esse crescimento beneficia sempre as mesmas pessoas e não promove a coesão social.

8. Seria muito bom se o empresariado angolano fosse mesmo nacional, ou seja, plural. Mas infelizmente o nosso empresariado representa apenas um segmento da Nação, correspondente a um Partido político apenas. Por isso não temos ainda um empresariado nacional, no verdadeiro sentido da palavra. Sim, quem constitui hoje o empresariado nacional? Há algum empresário nacional de sucesso que não seja cliente ou partidário do regime? É possível obter licenças e créditos, na Angola do Presidente Eduardo dos Santos, se o indivíduo não pagar a gasosa ou não se associar a alguém que o regime indicar?

9. Um Estado que nega aos seus cidadãos oportunidades de competir em igualdade na indústria, no comércio, no petróleo, nos diamantes, nas telecomunicações e na banca, só porque não pertencem ao Partido político dos detentores do poder, não pode ser considerado um Estado democrático de Direito.

10. Sr. Presidente: não podemos falar de unidade nacional quando se pratica a exclusão social; não podemos falar de democracia quando se promovem as desigualdades; não se pode falar de boa governação quando fugimos à responsabilidade política e à prestação de contas.

11. Além disso, Senhor Presidente, não podemos falar de democracia e fugir às críticas. Em democracia, as críticas só são falaciosas se os criticados as refutarem e provarem que estão inocentes. Até agora, o Executivo ainda não provou que a classe política não enriqueceu com os dinheiros desviados dos cofres do Estado. Até agora, o Executivo ainda não provou que a Sonangol e a Cidade Alta não são o epicentro da corrupção em Angola. Ainda não provou que os titulares de cargos públicos fazem negócios consigo mesmo e que o nível dos preços está alto, porque isso beneficia a classe empresarial, que é a classe política. Portanto, enquanto o Executivo não provar o contrário, as críticas são justas e deveriam bastar para o Senhor Presidente da República, no mínimo, as mandar investigar.

12. É verdade que mais pessoas usam telemóveis, mas os preços que pagam são exorbitantes porque o Executivo não permite a livre concorrência para baixar os preços. Isto significa que o Executivo protege mais os donos da UNITEL e da MOVICEL do que o povo consumidor. E todos sabemos porquê. O mesmo sucede com os preços do cimento, os preços dos combustíveis, os preços das casas, os preços dos empréstimos bancários. As famílias angolanas não precisam de economistas para lhes dizer que há uma classe em Angola que ganha com o aumento dos preços, e que esta classe é a classe dos governantes ligada ao Partido que o Senhor Presidente da República dirige.

13. É verdade que a quantidade de alunos no ensino superior pode ter subido 42%, mas a qualidade do ensino superior deve ter baixado mais de 242%. É verdade que a quantidade de professores pode ter subido 36%; mas a sua qualidade deve ter baixado mais de 236%. Não há mérito algum em comprar mais camas para os hospitais e depois colocar dois ou três doentes na mesma cama para partilharem as infecções. A qualidade do ensino, a qualidade do ar, da água, da saúde, das obras, sim a qualidade é muito mais importante do que a quantidade.

14. Desta vez, o senhor Presidente esqueceu-se de apontar números para as casas. E ainda bem, porque os angolanos já ouviram muitas promessas que até as crianças sabem que não vão ser cumpridas.

15. O que se procura na boa governação não é a capacidade natural de o país saldar as suas dívidas, por causa de factores fortuitos como as reservas minerais ou as alianças militares. Esses factores interessam aos credores, que são meros comerciantes à procura de mercados. O que se procura na boa governação é o respeito pelas regras, a probidade, a não utilização de fundos públicos para benefícios pessoais; a transparência na gestão da coisa pública; a legitimidade das instituições e a imparcialidade das decisões; a investigação das denúncias e a prestação de contas. E nesse respeito, Angola baixa todos os anos no rating da Transparência Internacional como um dos países mais corruptos do mundo. O Presidente de Angola parece ter já reconhecido este facto quando afirmou que o país precisa de uma espécie de tolerância zero. Não pode, por isso, vir agora contrariar, dizendo que as críticas sobre a corrupção são injustas e falaciosas.
Por tudo isso, é nossa convicção que o Senhor Presidente da República foi ao Parlamento sem legitimidade democrática, não apontou os caminhos a seguir para o alcance dos objectivos da República de Angola e não retratou fielmente o estado da Nação.

Isaías Samakuva
Presidente da UNITA

Atenção: Como é do conhecimento geral, é proibido comentar qualquer comunicação proveniente de serviços de apoio

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sachipengo Nunda é o novo chefe de Estado Maior das Forças Armadas de Angola


Sachipengo Nunda é o novo chefe de Estado Maior das Forças Armadas de Angola em substituição de Francisco Furtado.

O PAÍS apurou que a sua indicação visa tirar benefícios em termos de confiança no processo angolano de reconciliação nacional com um claro abono para a imagem internacional da República de Angola, além de outros quesitos entre os quais se contam a fidelidade do general ao poder político e a sua cultura de missão, a despeito de ter saído de um exército beligerante contra o poder instituído num passado recente.

A sua capacidade e outras qualidades pessoais como a competência técnica também terão pesado para a decisão favorável de guindá-lo ao posto máximo da hierarquia militar das Forças Armadas Angolanas, o que será, na verdade, um acto de justiça e de demonstração clara do carácter apartidário da estrutura castrense nacional, tomando como bitola da avaliação o mérito e não mais a antiga filiação político-partidária.

Catapultado ao cargo de adjunto do chefe do Estado-Maior General das FAA, em 1998, ao tempo de João de Matos, depois da morte por doença de Arlindo Chenda Pena “Ben Ben”, Geraldo Sachipengo Nunda viu passar por ele os generais Armando da Cruz Neto, Agostinho Nelumba “Sanjar” e Francisco Pereira Furtado.

O general Nunda foi o oficial mais graduado do Estado-Maior General das FAA que em 2002 esteve no posto de comando avançado nos momentos derradeiros da guerra que culminou com a morte em combate de Jonas Savimbi, seu familiar e antigo chefe militar, comandando as operações militares em toda a extensão da província do Moxico.

Como já noticiado por este jornal, a remodelação a efectuar nas FAA trará consigo também a alteração da estrutura orgânica do seu EstadoMaior que ficará desprovida dos cargos de vice-chefes do Estado-Maior General para as mais distintas armas e serviços.

As informações avançadas por fontes militares apontam para a ida do general Abreu Muengo Ucuachitembo “Kamorteiro” para a chefia da Direcção de Logística e Infra-estruturas das Forças Armadas Angolanas.

No entanto, há informações desencontradas em relação ao adjunto de Nunda: algumas fontes militares avançam o nome do artilheiro Carlos Hendrick, enquanto outras falam do regresso do general Mateus Miguel Ângelo “Vietname”, que esteve na primeira linha de sucessão para o cargo de chefe do Estado-maior General das FAA.

Tido como um homem talhado para a direcção de tropas, a ida de Vietname para o MINARS foi recebida com alguma surpresa nos meios castrenses, quando era dado como certo na chefia do Estado-Maior General das FAA por reunir no seu perfil as qualidades de bom comandante de tropas e organizador, pergaminhos que ficaram patentes com o trabalho deixado na sua passagem pela chefia do Estado-Maior do Exército.

Fonte. http://opais.net/pt/opais/?id=1929&det=15999&
mid=

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Cadastro de terrenos em Luanda foi interrompido provisoriamente



Conforme prevíamos o governo provincial de Luanda rendeu-se e "interrompeu, ontem, por alguns dias o processo de cadastro de terrenos.

O motivo é simples: o processo, praticamente, não recebeu a devida atenção dos meios de comunicação social principalmente da Televisão pública de Angola e da Rádio Nacional de Angola; segundo, por ter sido indicado apenas um local para tal finalidade e, terceiro, para ser feito em tempo recorde: mês de agosto. Vale lembrar que o processo fora prorrogado até o dia 15 de setembro.

Por exemplo, nos últimos dias milhares de pessoas afluiram às instalações do projeto Vias de Luanda, bairro Chicala (Ilha de Luanda), único local para cadastro causando, obviamente, muita confusão.

Assim, o governo viu-se obrigado a suspender e retomar para uma data a anunciar oportunamente, para dar continuidade.

O jornal de Angola apurou que até ontem apenas 13 mil cidadãos tinham feito o cadastro dos terrenos de que são proprietários.

Recomenda-se que cada proprietário trate de vedar e construir pelo menos um anexo para que seja considerado proprietário do terreno.

http://cangue.blogspot.com/2010/08/recadastramento-urgente-de-terrenos-em.html

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Encerrado o mercado "Roque Santeiro"


Foi oficialmente encerrado, ontem, o maior mercado ao céu aberto de Angola, talvez de África subsaariana, sem muita oposição dos comerciantes.

O mercado "Roque Santeiro", uma homenagem à novela Brasileira de mesmo nome que fez muito sucesso, ganhou notoriedade na década de 80.

No Roque vendia-se de tudo, desde agulha, comida, eletrodomésticos a viaturas, o seja, podia-se comprar tudo, tanto produtos piratas ou originais, exceto aeronaves de grande porte.

Muitos comerciantes foram transferidos ao mercado de Panguila (Viana), a 30 km a norte de Luanda, bem nos confins do mundo. Essa distância deverá criar dificuldades para muitas pessoas.

Manutenções que preocupam


A enxurrada de manutenções que ocorrem em jornais alternativos faz-me crer que não demorará muito para que todos só leiamos o "Jornal de Angola", o nosso saudoso "Pravda", como é carinhosamente tratato, por dar mais ênfase às notícias do partido no poder. Ou seja, o Jornal é de Angola, mas as notícias são essencialmente partidárias.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Recadastramento urgente de terrenos em Luanda


Está em curso, desde o dia 03 de Agosto até meados de setembro do corrente ano, o recadastramento de terrenos indicados no mapa (em azul) e na área proxima do estádio "11 de Novembro" em até 1000m a partir da "auto-estrada" - faixa vermelha) do perímetro compreendido:
Estrada Nacional Luanda-Sumbe e via Viana-Zango, envolvente Nova cidade do Kilamba Kiaxe e a Sul da Nova circular Cabolombo-Viana-Cacuaco, bem como o perímetro compreendido entre as vias Camama-Sapu e Viana-Zango.

Os abrangidos deverão encaminhar um requerimento conforme o modelo abaixo e cópia dos demais documento como croquis de localização, ficha de compra etc.

Assim que terminar o prazo (por sinal muito curto, porque noutros países fariam isso em 6 meses, pelo menos, para não prejudicar pessoas que se encontram fora do país ou de Luanda) o governo provincial não se reponsabilizará por tudo que vier acontecer com terrenos não recadatrados.

Histórico.

O despacho presidencial número 29/10 criou a comissão Técnica de apoio do Conselho de Coordenação Estratégica para o ordenamento territorial e do Desenvolvimento econômico e Social de Luanda e revogou toda legislação que contrarie ao referido despacho.

No seu artigo 5o lê-se "Enquanto não forem aprovados os instrumentos do planeamento territorial para a província de Luanda e seus municícpios, fica suspensa a concesão de terrenos incluídos do domínio privado do Estado.

No dia 03 de Agosto a Governadora de Luanda baixou um edital convocando todos os titulares de direito de superfície, registo de propriedade, contrato-promessa de concessão e outros títulos emitidos deveriam proceder o recadastramento no periodo compreendido entre os dias 05 a 20 de Agosto.

"Findo o prazo o governo provincial de Luanda desencadeará os mecanismos legais necessários para a reversão dos terrenos." lê-se no referido edital.

O local indicado para o recadastramento fica nas Instalações do projecto Vias de Luanda, bairro da Chicala (Ilha de Luanda).

Muitas pessoas afluíram para o local o que obrigou o governo a prorrogar por mais 15 dias.

Modelo do requerimento

Á
Sua Excelência Senhora
Governadora da Província
Luanda

Nome, Solteiro, natural de Província de ......, portador do B.I nº ..., passado pelo Arquivo de Identificação Nacional aos de, residente em Luanda, Bairro , Rua , com o Terminal Telefónico Nº

Sendo titular de direito, nos termos da lei relevante sobre a superfície

Vem juntar a documentação referida nos termos do Despacho Presidencial nº 29/10, que relevante a superfície, faz provar da sua titularidade sobre o mesmo.
Pelo que, espera diferimento.

Luanda, aos de Outubro de 2010
O TITULAR
(Não há necessidade reconhecer a assinatura no notário)


Para aqueles que por diveros motivos (ausentes, doentes etc) não puderem lá comparecer poderão utilizar procurações conforme o modelo abaixo:

PROCURAÇÃO (adicionada a pedido de leitores)


NOME, filho de (PAI) e (MÃE) nascido aos (DATA DE NASCIMENTO), natural (CIDADE), Província (xxxx) , portador passaporte angolano n° xxxxxxxxxxxxxxxx e do BI no xxxxxx, passado pelo arquivo de identificação xxxxx aos xxxx de xxxxxx de xxxx, residente em Luanda, no Bairro xxxxxxx, casa xxxx, MUNICÍPIO, Luanda, pelo presente instrumento nomeia e constitui como seu bastante Procurador o Senhor;
NOME, filho de XXXXX e de XXXX, nascido aos XXX de XXXX de XXXXX, natural de XXXX, província do XXXXX, portador do BI no XXXXX, passado pelo arquivo de identificação de XXXXX aos XX de XXXX de XXXX, residente em Luanda no Bairro XXXX, XXXXX, XXXX a quem confere poderes em direitos permitidos para, relativamente ao terreno de sua propriedade, 40x30m², sito em Luanda, Municipio da Samba, bairro Benfica, Zona Verde, para o seu CADASTRAMENTO, que para tal poderá ainda praticar todos os atos inerentes a sua regularização e legalização perante o Governo Provincial de Luanda, GPL, Administrações Municipais, e Instituições afins, participar de negociações de qualquer tipo, assinar requerimentos, solicitar comprovativos e quitação, pagar impostos, requerer registo, e, definir situações negociais, bem como os demais atos que se mostrem necessarios e indispensáveis ao cumprimento cabal do presente mandato.

Ciadadr, xxx de Setembro de 2010

__________________________________________________
Requerente

domingo, 22 de agosto de 2010

A Lógica Suicidária do Jornal de Angola - Alcides Sakala


De facto, esta postura do jornal de Angola, a que nos habituou ao longo dos últimos anos, de intimidar sistematicamente a sociedade global, sempre que o sistema se depara com dificuldades, e incutir o medo na consciência dos que não comungam dos ideais do partido da situação, reflecte, efectivamente, a natureza pouco democrática, policial e autoritária do sistema político vigente em Angola, de que esse órgão é porta-voz.

Com este tom de diabolização, a III Republica nasceu, de facto, estropiada. Essa atitude suscita, na verdade, preocupações. Pode levar o país a um clima de tensão social desnecessário. Com efeito, o processo de reconciliação nacional tem conhecido recuos significativos. Enquanto isso, sobe o tom do discurso diabolizante, conforme esses artigos do jornal de Angola, produzidos à boa maneira dos velhos tempos da guerra civil.

A TPA continua a dar pouco espaço aos partidos na oposição. Ignora-os pura e simplesmente. A corrupção continua endémica, sistémica e institucionalizada, conforme relatórios de organizações nacionais e internacionais. Aumentam os níveis de pobreza e de miséria nos centros urbanos e no país profundo, perante o olhar indiferente das elites dominantes. Aprofunda-se o fosso entre ricos e pobres, um factor potenciador de conflituosidade. As condições a serem impostas pelo FMI, irão, certamente, agravar a situação social, a exemplo de alguns países africanos que viveram experiencias idênticas.

A problemática da desmobilização e da reinserção social dos ex-militares continua em “banho-maria”, com milhares de ex-militares a aguardarem pelas suas pensões de reforma a que têm direito por força dos vários acordos de Paz, assinados há 8 anos, entre a UNITA e o governo de Angola. Outros, entre chefes de família, têm as suas pensões de reforma congeladas há já alguns meses sem qualquer explicação. A existência de prisioneiros políticos em Cabinda é outra manifestação de falta de liberdade política, a que se juntam actos de intolerância política contra a UNITA no interior do país, perpetrados por alegados elementos filiados no partido no poder. As bandeiras da UNITA continuam a ser rasgadas. As suas instalações destruídas e vandalizadas. Os seus quadros, dirigentes e militantes, são, não poucas vezes, maltratados e em algumas vezes, assassinados, como tem ocorrido em certas regiões do país e muito recentemente com o assassinato da Presidente da LIMA do Município de Ukuma, na província do Huambo.

Como se pode deduzir, vivemos, de facto, numa sociedade com elites dominantes que procuram consolidar uma democracia musculada, mesmo se nascente, própria de países africanos, dirigidos por etnias dominantes, incapazes de construir uma nação na real acepção da palavra. Coabitamos uma sociedade com elites dominantes incapazes de equacionar com realismo, o problema nacional, na sua dimensão multiétnica, multirracial e multicultural, inábeis em interpretar a história, com sentido de Estado, ignorando, deliberadamente, a experiência política de outros povos e líderes, como Nelson Mandela. Oito anos depois do fim da guerra civil parte dessa elite dominante, e parece ser essa a vontade do jornal de Angola, continua a ver nos parceiros sociais, nos parceiros da paz e nos políticos, que não sejam do sistema, inimigos permanentes. Essa mesma elite continua incapaz de criar um fundo de apoio ao processo de reconciliação nacional, de ler e entender as mudanças dos tempos e delas tirar as devidas lições; procuram ignorar a dimensão humana da solidariedade, da fraternidade e da igualdade e, como se não bastasse, esquecem-se da importância do conhecimento teórico, acumulado durante séculos pela consciência da humanidade, útil para a construção de sociedades mais justas e mais equilibradas socialmente. Útil para a construção de sociedades pós-conflito, enquanto estratégia de prevenção de novos conflitos.

De facto, Emanuel Kant, nas suas reflexões sobre a guerra e a paz e sobre a paz perpétua, entendia que as guerras nunca eram “inúteis”. Permitem, de facto, quando terminadas, repensar o futuro em moldes diferentes para a construção de uma paz sustentável, no nosso caso, uma paz que permita eliminar gradualmente os factores de conflituosidade, tão dinâmicos que foram no passado. Kant analisou a história europeia de séculos de conflitos, de rivalidades, de conflituosidade e tensões sociais. Propôs soluções racionais com ideias concretas. Hoje a Europa rende-lhe homenagem. Dá-lhe razão corporizada na iniciativa que levou a construção da União Europeia, um processo iniciado há mais de 50 anos. Winston Churchill, disse, por sua vez, isso em 1945, que a Europa tinha de se reconciliar com os “seus inimigos de ontem” e construir os Estados Unidos da Europa. Robert Schuman, há 50 anos, teorizador da construção da Europa dos povos, entendia que a Europa tinha de se construir na base do “consenso e no interesse comum dos povos europeus.” Os Estados Unidos da América conceberam, para o processo de reconciliação e reconstrução da Europa, um fundo especial, conhecido por plano Marshall para a reconstrução da Europa.

Logo, temos de construir em Angola a paz social; a paz da justiça; a paz da distribuição justa da riqueza; a paz da concórdia e da tolerância e não a paz que o jornal de Angola defende, sem pernas para andar; a paz suicidaria. Essa paz do jornal de Angola não será sólida nem inclusiva, construída com alicerces de barro, a exemplo de muitos processos de paz falhados em África. Por conseguinte, não precisamos de uma paz potenciadora de novos conflitos políticos e sociais, como parece ser vontade do Director do Jornal de Angola, que publica editoriais incendiários, belicistas, e retrógrados, como o editorial de 4 de Agosto de 2010, que a UNITA não subscreve, apostada que está no aprofundamento da democracia em Angola, de que é arauto para as gerações vindouras. Os que pensam com o editorialista do Jornal de Angola, ficarão sós, gritando no deserto do Namibe, enquanto a caravana da democracia passa e faz o seu caminho tranquilamente em direcção a consolidação da paz e aprofundamento da democracia.

Para que seja durável, no tempo e no espaço, a nossa paz, conquistada com muitos sacrifícios, tem de ser construída e consolidada na base de compromissos assumidos e de consensos permanentes, no interesse dos povos de Angola, ou seja, do povo kimbundu, do povo ovimbundu, bakongo, chokwe e ovambo, citando apenas estes, e de outras etnias e minorias que habitam o espaço nacional que se chama Angola. São todos povos de Angola. Devem ser tratados por igual e com respeito, contrariamente a visão colonial, que parece ainda animar alguns, felizmente muito poucos, que havia estatuído uma classe de angolanos de primeira, de segunda e de terceira.

Com o fim da guerra, já não existem inimigos de quem quer que seja, salvo para os que insistem em pensar assim, como parece ser vontade do Jornal de Angola, que vê “teses golpistas” na sua própria sombra e em tudo o que é canto e sítio. A reconciliação faz-se entre irmãos desavindos, entre inimigos de ontem, adversários políticos hoje, e não entre amigos. Logo, enganam-se aqueles que querem criar, de facto, inimigos no seio da sociedade global angolana, ressuscitando fantasmas do passado, acirrando ódios e acicatando espíritos de vingança e não incentivando o diálogo permanente, estruturante e inclusivo.

Vítimas da guerra encontram-se em todo o lado no espaço nacional, lá onde se sentiu a violência dos combates e a da guerra que semeou a morte, a destruição e o abandono. Temos de aprender a sarar as feridas do passado. Pretender acusar uns de crimes de guerra e absolver outros, sem falar dos autores morais dos que “mataram” angolanos inocentes na sequência da tentativa golpista de Nito Alves, um problema ainda não resolvido no seio dos “ camaradas”; acusar uns sem falar dos mandantes dos mortos do Pica Pau, em Luanda, e de centenas no Dondo em 1975, e de outros em Cassamba no mesmo ano, quando o país era então dirigido pelo Presidente Agostinho Neto, como rezam os anais da história de Angola, e dos milhares de “bailundos” decapitados em 1961, no norte de Angola, nas fazendas de café, é escamotear a história. Ainda é muito mais grave falar de uns e não dos que mandaram “matar” em 1992 e 1993, em Luanda, centenas de angolanos, só por pertencerem a determinados grupos étnicos. Pensamos, assim, que não vale a pena e em nome da paz levantar este debate, que divide a sociedade, cria tensão desnecessária, no momento em que os angolanos na generalidade, cônscios dos desafios do terceiro milénio, se preparam para sarar as feridas do passado e criar um espaço novo de convívio nacional.

Logo, esta cruzada do Director do Jornal de Angola é suicidária e solitária. Devemos evitar as tristes experiencias de outros povos de África, que caíram no ciclo da vingança, instigados pelos jornais. Talvez o editorialista do Jornal de Angola não tenha vivido os horrores da guerra. Não tenha nunca visto angolanos agonizantes. Angolanos moribundos, vitimas da guerra de ambos os lados, enterrados como animais, ou a fez, a sua “guerra”, como as “guerrinhas” que faz, sempre escrevendo, num escritório com ar condicionado, longe dos tiros, longe da morte, dos feridos, longe dos decapitados das bombas de morteiros e dos mortos perfurados pelas bombas lançadas indiscriminadamente por aviões de combate “sukoy”. Ou longe dos mortos carbonizados pelas bombas de “napalma” lançadas sobre aldeias indefesas.

Aprendamos, assim, a perdoar. Mas nunca a esquecer o passado para que não se repita mais. Nunca mais o holocausto africano em Angola. Que os “ excrementos”, usando a expressão infeliz, mas muito infeliz, do Director do Jornal de Angola, conforme seu editorial, uma expressão anti-africana, antipatriótica e anti-história, que introduziu inoportunamente no léxico da politica de Angola, oito anos depois do calar das armas, não perturbem a inteligência das novas gerações de patriotas que querem construir um país novo, diferente do que defende, com perfumes de paz e aromas de tolerância, com bálsamos de inclusão, de desenvolvimento e de respeito entre angolanos das diversas étnicas de Angola.

Esta nova sociedade está, de facto, a ser construída com as elites patriotas no seio do partido da situação. E para simbolizar esse espírito de convergência nacional, um monumento, em Luanda e nas capitais províncias do país, deverá ser erguido, num futuro próximo, para personificar a reconciliação nacional, enquanto vontade das etnias de Angola, com vista ao aprofundamento da reconciliação entre angolanos desavindos. Com este significado político e cultural, deverá assim ser construído, com Holden Roberto, enquanto pai do nacionalismo angolano, com Agostinho Neto, pai da independência Nacional e com Jonas Savimbi, enquanto pai da democracia angolana. Assim, a historia registou. Estes três líderes do movimento nacionalista angolano despenharam o seu papel, no seu tempo e com sentido de história, enquanto seres humanos propensos a cometer erros. Lutaram contra o colonialismo português. Com o esforço de cada um conquistou-se a liberdade, a autodeterminação dos povos, a independência nacional, a paz e a democracia.

Falemos, sim, da democracia, enquanto factor estruturante que aproxima os povos de Angola. Logo, evitemos falar do que nos divide, que levou este país a guerra e potenciemos o que nos aproxima, sempre fomentada por poucos. O que nos aproxima é o que é de facto permanente na história. Aprendamos com a sabedoria de outros povos e líderes. Com efeito, a dimensão cultural pan-africana, a dimensão crioula e luso tropical da sociedade angolana contém elementos ricos, estruturantes, sedimentados durante séculos de convivência, que permite a aproximação das várias culturas de Angola. Que se saiba potenciar esses factores estruturantes para o bem comum das nação em construção.

Luanda - À luz dos artigos publicados no jornal de Angola, nas edições de 28 e 29 de Julho de 2010, e 4 de Agosto de 2010, que procuram, deliberadamente, desvirtuar e esvaziar as conquistas democráticas do II Congresso da JURA, realizado em Luanda, de 17 a 19 de Julho de 2010, importa revelar que em momento algum, foram distribuídos, durante os trabalhos do conclave, documentos subversivos e muito menos produzidas “teses” golpistas que atentam contra a soberania e a segurança do Estado angolano, nem saíram resoluções que defendessem a insurreição nacional.

Logo, o Congresso da JURA, que o Jornal de Angola procura vilipendiar, foi um acto de civismo e de patriotismo. Foi uma grande contribuição para o processo de aprofundamento da democracia em Angola e no seio do partido. Representa o firme engajamento da UNITA no processo de socialização democrática da juventude angolana, enquanto garante da continuação da Revolução democrática em Angola para a construção de uma sociedade multicultural, multiétnica e multirracial.

Alcides Sakala
Docente Universitário

Fonte: http://club-k-angola.com/index.php/opiniao/17-opiniao/5773-a-logica-suicidaria-do-jornal-de-angola-alcides-sakala

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Igreja Adventista de Angola abre Universidade em 2011

O responsável da Igreja Adventista do Sétimo em Angola, Teodoro Elias, garantiu à reporter Sónia Cassule do Semanário Económico (Luanda 17 de Julho de 2010) que a denominação que dirige abrirá no próximo ano letivo a "Universidade Adventista de Angola" na província do Huambo. As condições para tal já foram reunidas, segundo aquele dirigente.

O investimento para a primeira fase é estimado em um milhão de dólares, proveniente, essencialmente, da contribuição de seus fiéis..

A Instituição espera a matrícula de 800 estudantes na primeira fase para os cursos de Contabilidade, Teologia, Nutrição, Deontologia e Informática.

A referida Universidade está em fase de legalizção faltando apenas o alvará de funcionamento.

A Instituição possui convênio com Universidades do México e Estados Unidos.


Na segunda fase, será construído o segundo campus no Bongo, (há 60 km do Huambo) que deverá contar com investimentos de cerca de 100 milhões de dólares. A capacidade esperada é para 5000 estudantes em cursos de Engenharia, Computação, Agronomia e Medicina.

A instituição já recrutou 32 professores nacionais e conta também com a colaboração de outros professores de outras nacionalidades.

Nota: Seria interessante se Angola adotasse o sistema brasileiro. Transformar escolas técnicas em Faculdades Isoladas, depois em Centros Universitários e, finalmente, Universidade.
É uma fórmula que deu certo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Cavaco e Silva está a exagerar nos elogios


O presidente português Cavaco e Silva efetua uma visita oficial a Angola (de 19 a 23 de Julho de 2010) na companhia de uma gingatesca delegação composta de empresários. Entre os locais a ser visitados destacam-se Benguela, Huila, Assembléia Nacional e a Feira Internacional de Luanda. Termina a visita participando da Cimeira da CPLP.

Já foram vários discursos proferidos. Uma coisa chama atenção são os exagerados elogios que Cavaco e Silva vem proferindo, que mais têm sabor de bajulação. Diz o velho ditado: "quando o milagre é demasiado o santo desconfia". Via de regra, não faz parte da cultura europeia elogiar divinamente políticas nem líderes africanos.

É verdade que hegemonia portuguesa está a ser ameaçada principalmente por China. No entanto, Angola e Portugal possuem laços de amizade (e inimizade) que remontam de tempos imemoráveis.

Assim, cabe ao presidente português o histórico papel de elogiar e também criticar sem nenhum prejuízo para empresas portuguesas. O cavaco tem "que endurecer pero sin perder la ternura jamás".

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A crise econômica afetou atmbém os blogs angolanistas

No livro de Eclesiaste, no capítulo 3, afirma que "há tempo para todo propósito debaixo do céu. (...) tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; etc. ".

Os blogs angolanistas, quando analisados friamente,de uma forma geral e com raríssimas exceções, podem ser enquadrados, perfeitamente, nesse pensamento. No passado recente, os "blogs que falam sobre Angola" eram poucos, mas barulhentos; eram combativos. No entanto, atualmente parece que foram também afetados pela recente crise econômica.

A continuar assim, não causará espanto se alguns blogs vierem a ser "comprados" por poderosos grupos econômicos.

Um amigo que possui blog que se ocupa em comentar fatos políticos confidenciou-me de que depois das eleições legislativas, depois da não realização das presidenciais em 2009 e entrada em vigor de nova constituição "atípica" com a manutenção dos "símbolos nacionais" agora só resta comentar atividades da JMPLA e da OMA. Isso a TPA já o faz muito bem. Por que, então, promover concorrência com a nossa TV pública?

Um outro blogueiro começou a reunir diversas receitas de bolos e pratos interessantes para passar a publicá-las em seu blog. Meu medo é de que nossos blogs repitam o desempenho das seleções africanas na copa do mundo de Futebol da África do Sul de 2010 que, com exceção do Gana, não passaram para fase seguinte.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Francisco Dinis Mandlate encontra o filho


Francisco Dinis, que há poucos dias nos solicitou que publicassemos uma nota de procura de seu filho Arsênio Dinis (http://cangue.blogspot.com/2010/06/francisco-dinis-mandlate-quer-localizar.html), podemos afirmar que a força deste blog é tão grande que em poucos dias o filho ja foi localizado.

Já perdemos o número de pais ou filhos nos solicitaram e acabaram encontrando a seus filhos ou pais.

Agora só falta marcar o dia do encontro entre os dois. Ainda não mantiveram conversa telefônica devido a "problemas telefônicos", que está a fazer dos distantes ainda mais distantes.

Está de parabéns o senhor Franciso que acreditou e saiu a procura de seu filho, enquanto que muitos pais por aí, infelizmente, negam a paternidade de seus filhos.

Sejam muito felizes.


Artigos relacionados:

Moçambicanos

http://cangue.blogspot.com/2009/06/filhos-de-ex-estudantes-mocambicanos-na.html

Angolanos

http://cangue.blogspot.com/2009/01/filhos-de-ex-estudantes-na-russia.html

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os 15 erros que devem ser evitados ao demitir um profissional ou terminar um noivado, namoro, casamento etc


Todos os leitores deste blog são chefes. Assim, por favor, senhores chefes, não devemos incorrer a determinamos erros sempre que demitirmos a um de nossos colaboradores.

Em seu trabalho, Araújo indica "15 erros que devem ser evitados" ao demitir um profissional da equipe:

1. Não planejar o processo de desligamento e suas implicações;

2. Deixar de fornecer esclarecimentos quanto ao verdadeiro motivo do desligamento;

3. Comparar o demitido com outros integrantes da equipe;

4. Delegar a comunicação do desligamento para outro líder;

5. Não fazer avaliações periódicas que permitam ao funcionário corrigir possíveis erros que esteja cometendo;

6. Não saber explicar ao demitido quais são os próximos passos do processo - tramite interno;

7. Não saber apresentar quais são os direitos trabalhistas;

8. Criar expectativas de que o profissional poderá ser recontratado no futuro, quando isso não for verdade;

9. Efetuar o desligamento logo após a volta das férias;

10. Realizar a comunicação sobre o desligamento no fim do expediente;

11. Efetuar o desligamento em datas marcantes, como no caso do aniversário ou Natal;

12. Realizar o desligamento na presença de outras pessoas;

13. Não permitir que o demitido se manifeste após deixar claro que o caráter da ação é definitivo;

14. Acompanhar, de forma ostensiva, o demitido, durante o período que permanecer na empresa;

15. Cortar acesso ao restaurante, computador, sem avisar previamente.

Fonte: http://www.administradores.com.br/informe-se/carreira-e-rh/conheca-15-erros-mais-comuns-ao-demitir-um-profissional/34036/

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Francisco Dinis Mandlate quer localizar o filho Arsenio Dinis


Francisco Dinis Mandlate gostaria localizar o filho, em Sankt Petersburgo, que atende pelo nome de Arsenio Dinis. O filho vivia com os avôs em Civerskaja/Gatchina.

Arsênio Dinis nasceu aos 21 de maio 1989, Civerskaja. O nome da mãe Marina Anatolevna Jidkova. Avôs: Anatoli jidkova e Natália Baricovna. Possui um tio chamado André jidkova.

As informações podem ser enviadas para:


Veja outra lista dos filhos que procuram os pais, ex-estudantes na URSS:

terça-feira, 25 de maio de 2010

Angolanização leva BP a tribunal


Por Miguel Gomes

A British Petroleum (BP), ou, mais concretamente, a sua subsidiária em Angola, a BP Angola, está a passar por uma reformulação interna. José Patrício, que até há bem pouco tempo assumia a direcção da empresa no país saiu da petrolífera, mas antes disso, alguns quadros angolanos já o tinham feito também.

Apesar de serem casos distintos, uma linha de força acompanhou o contexto: a forma como a BP olha para os trabalhadores angolanos.Na sequência destas movimentações,um dos descontentes entendeu que o seu caso deveria ser decidido pelo tribunal. O caso está agora em vias de ser julgado na 2ª secção do Tribunal Provincial de Luanda (TPL), na Sala do Trabalho. Houve pelo menos uma tentativa de conciliação, mas que não deu qualquer resultado prático. O julgamento deverá mesmo ser o próximo passo.

Mário Cumandala, natural de Longonjo, província do Humabo, viveu, ao todo, cerca de 20 anos fora do país. Primeiro em Londres, onde se formou em Economia e onde residiu cerca de 15 anos. Mais tarde decidiu fazer um mestrado em Administração de Empresas nos Estados Unidos da América, onde se estabeleceu por cinco anos.

Foi ali, nos EUA, que recebeu uma proposta da companhia petrolífera para se juntar aos projectos que estam a ser desenvolvidos no nosso país. A 1 de Fevereiro de 2004 entrou em vigor um contrato entre as partes (com um período de experiência de 6 meses), que o Novo Jornal consultou, e Cumandala passava a responder pelo cargo de Analista Comercial. O salário “bruto” era de 3500 dólares por mês.

No decurso do processo o trabalhador em causa abandonou a empresa onde exercia a sua actividade nos EUA, a Fannie Mae.

Ao contrário do que inicialmente previa, acabou por ser deslocado para Londres, em princípio por três anos, mas onde apenas ficou dois anos e meio. No final deste período foi então finalmente colocado em Luanda.

E foi aqui que começaram os problemas entre a entidade patronal e o trabalhador. Por não ter casa em Luanda, e como é normal nestes processos (sobretudo para os expatriados), foi-lhe permitido residir na casa de passagem da BP Angola. Cumandala tem mulher (de nacionalidade estrangeira) e filhos. Só que, apenas pelo facto de ali ter permanecido uma semana a mais do que os 30 dias inicialmente estabelecidos, foi-lhe enviada uma “carta de insubordinação”.

Entretanto e como é do conhecimento público, as empresas petrolíferas e outras que actuam noutros sectores da economia desenvolvem programas de avaliação dos seus trabalhadores. E esta avaliação serve, entre outras, para definir se determinada pessoa cumpriu os seus deveres, mas também para premiar (em termos de promoções e melhorias salariais ou outras) aqueles que melhor desempenho demonstraram.

Ao longo dos cinco anos que Cumandala trabalhou na BP (de 2004 a 2009), nunca recebeu nenhuma advertência ou sinal de que não estaria a cumprir com aquilo que teria ficado estabelecido no contrato de trabalho. O facto de ter passado o período experimental de 6 meses e de ter assinado um contrato sem termo definido atesta esta realidade. Cumandala era “efectivo” na BP, segundo a Lei Geral do Trabalho.

Porém, os relatórios de progresso (ou avaliação anual de desempenho) foram reiteradamente classificados como “abaixo da performance”. E era esta a justificação para não ser aumentado ou promovido dentro da hierarquia da BP Angola, quando alegadamente colegas seus tinham visto os salários duplicados.

Em 2008, outra situação estranha se passou. Ao cruzar-se com o antigo responsável pelos Recursos Humanos da empresa, Paulo Pizarro, num centro comercial de Luanda, este terá lhe confidenciado “enquanto amigo” que a chefia da BP não o queria na empresa e que o melhor seria aceitar uma indemnização.

Dias após o encontro fortuito, mais precisamente a 21 de Dezembro de 2008, Pizarro informou Mário Cumandala, de forma não oficial, que este seria colocado no Programa de Melhoramento Profissional (PIP, na sigla em inglês). Cumandala considerou esta situação como “um atestado de incompetência”. Para além deste facto, também não foi admitido no programa de compra de casa própria desenvolvido para BP Angola por a empresa não ter passado a “carta de garantia” exigida pelo banco.

Todos estes episódios levaram Mário Cumandala a sentir-se “injustiçado, discriminado e marginalizado” e agora exige uma indemnização por conflito individual de trabalho. Por não terem sido atendidas as suas expectativas, pede agora o pagamento de 20 mil dólares, o pagamento de todos os salários não auferidos até à data da futura sentença e uma indemnização de 270 mil dólares a título de danos materiais e danos morais. O TPL tem a palavra final.


O que diz a petrolífera


A empresa petrolífera de origem inglesa rejeita qualquer “conduta intencional no sentido de levar” Mário Cumandala a abandonar a companhia, segundo carta que o Novo Jornal teve acesso. Alegam ainda que todas as divergências foram causadas “pelo trabalhador em causa”, ao não atender à acções de formação que lhe foram proporcionadas e por ter desrespeitado ordens superiores.

Acusa ainda Cumandala de se ter reiteradamente ausentado do serviço (o visado alega que a sua situação de saúde era precária, na sequência dos acontecimentos citados) e que rejeitou por diversas vezes justificar a sua ausência e a realizar exames médicos. Consideram também que o trabalhador teve uma conduta “reiterada e intencional” no sentido de levar a BP a instruir o processo de abandono de trabalho. Por esta e outras razões descritas na referida missiva, a BP recusa qualquer “justa causa” para a rescisão de contrato

O Novo Jornal questionou ainda, de forma directa a actual direcção no que diz respeito a este caso. Quanto às acusações de descriminação, a empresa lembra que “qualquer forma de discriminação representa uma violação grave do seu Código de Conduta, e dos seus princípios fundamentais de diversidade e inclusão, aplicados em qualquer parte do mundo onde a BP está presente. A BP tem mecanismos internos e confidenciais para permitir aos seus trabalhadores denunciarem situações de discriminação ou exclusão, que são rigorosamente investigadas e tomadas as medidas necessárias”.

Relativamente à saída contínua de quadros angolanos, facto que se tem vindo a verificar recentemente, a BP assume que “é verdade que alguns quadros Angolanos preferem deixar a BP, em busca de outras oportunidades dentro ou fora da indústria petrolífera e é um processo que não afecta apenas a BP mas sim qualquer empregador em Angola”.

Fonte: Novo Jornal, 21 Maio 2010 p.05

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Seleção de futebol perde para o México



A Seleção angolana, que ocupa 85ª posição no Ranking da FIFA com 390 pontos, perdeu para a sua congênere do México, México é 17º colocado com 936, por uma bola a zero (1x0), em jogo disputado nesta madrugada (2h), no Reliant Stadium, em Houston, estado do Texas (EUA.

O jogo mais interessava ao México que se prepara para participar da Copa do mundo da África do Sul.

No primeiro tempo as duas seleções não sairam do empate.

O jogo mais parecia aquela "pelada" de várzeas, com baixo/médio nível técnico. Próximo do fim do segundo tempo Angola tentou mudar o rítmo do jogo que surtiu efeitos imediatos dando mais velocidade e toque rápido.

Aos 35 minutos de segundo tempo Angola teve chance para marcar. Outras oportunidades apareceram aos 38, 40 e 43 minutos. Pelo que as duas seleções mostraram, o resultado justo deveria ser o empate.

Foto de arquivo.

domingo, 9 de maio de 2010

O dias das mães em Angola


É muito complicado comemorar o dias das mães em Angola. O motivo é simples: Os Católicos comemoram no primeiro domingo do mês de maio e os evangélicos no segundo domingo de maio.

Nessa confusão toda, o indívíduo precisa saber a denominação a que a mãe pertence para desejar o "Feliz dias das mães". Na dúvida, as pessoas se calam. Ou seja,dias das mães em Angola acaba sendo um dia morto, sem muito relevo social.

O Brasil resolveu bem o problema. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data do segundo domingo e em 1947 o Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro Dom Jaime de Barros Câmara determinou que essa data fizesse parte do calendário oficial Católico.

Portugal, via de regra, o dia das mães é comemorado no primeiro domingo de maio. Há paises que comemoram o dias das mães em março (Georgia), Abril (Grécia), Maio (México), Agosto (Tailândia), Dezembro (Panama) e outros têm datas variáveis.

Seja no primeiro, segundo ou nenhum dos dois, aqui ficam meus votos de gratidão e felicidades a todas mães que são os alicerces de nossa sociedade. Não é fácil criar uma criança, principalmente nesta época de duplas jornadas das mães. Na prática, mãe não tem um dia específico. Todo dia é dia de mãe.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Surgem barcos para minimizar efeitos de engarrafamentos de Luanda


O velho ditado, que já congestionou os ouvidos de muitos, diz que “aquele que tem gato, caça com rato”.

Já se tentou até uma solução aérea, mas o problema de engarrafamentos que ocorrem em Luanda levou a uma empresa a apresentar uma solução para dar inveja à cidade de Veneza.

A "FST Fast Sea Transport Angola" alinhou 6 barcos com capacidade para 24 passageiros. O trajeto escolhido vai desde o Porto Futungo, passando pelo Porto Capasoco e terminando no Porto Cais 4.

A primeira saída do Porto Futungo prevista às 6h e chegando à baia de Luanda às 6h35. Os preços variam entre USD 20 a USD 28 dólares para cada trajeto. O valor mensal das passagens pode chegar a USD 1.400 dólares. Portanto, essa não é uma solução salomônica, mas uma que visa atender aos Executivos. A solução para se resolver os engarrafamentos, como sugere a solução, é que todos se transformassem em "executivos". Na verdade a solução é parcial, porque não haverá como se evitar os engarrafamento entre o Porto e local de trabalho.

Ref. http://www.fstangola.com