Alguém precisa avisar à BP de que a angolanização é admitir e não demitir angolano
Angolanização é a denominação dada à política que obriga empresas estrangeiras que operam en Angola, principalmente as petrolíferas, a empregarem angolanos em todas as categorias e posições.
Essa não se trata de uma política que fomenta a xenofobia. É uma política do governo angolano baixada por intermédio de um decreto-lei. Ela enfatiza que “nos atos de contratação, as empresas devem dar preferência à mão-de-obra angolana. A contratação de mão-de-obra estrangeira só será feita desde que seja comprovado que não existe, no mercado nacional de trabalho, cidadãos com qualificação e experiência exigida. Mesmo assim, essa contratação deverá contar com aprovação do Ministério dos Petróleos”.
Trabalhar com o pessoal nacional, na verdade, é o que já ocorre em diversos países e praticada por muitas empresas: “na Itália com italianos, na Indonésia com indonésios e, naturalmente, em Angola com angolanos”. Essa é uma forma de criar oportunidades de uma integração real e efetiva além da melhor distribuição de renda e desenvolver o mercado nacional.
Uma das dificuldades que as empresas têm encontrado é a baixa qualificação da mão-de-obra nacional, embora o decreto 20/82 estabelece que “todas as companhias que exploram petróleo em Angola devem colaborar com a formação técnica de angolanos para atuarem no sector”. Atualmente muitas dessas empresas promovem “Fóruns de Recrutamento” em diversos países com vista ao recrutamento de quadros angolanos lá radicados.
Em termos gerais, Angola, em poucos anos, conseguiu estabelecer-se como um pais viável em termos de exploração de petróleo em águas rasas e profundas dentro da região e na própria OPEP.
No entanto, o maior desafio que o país enfrenta é angolanização do sector. Um desses exemplos é o que ocorre na petrolífera britânica British Petroleum (BP) onde angolanização caminha a passos de caranguenjo. A fuga de angolanos que essa empresa registra já foi tema de reportagens como a feita recentemente pelo Semanário Angolense.
As notícias provenientes da BP nos últimos dois anos são desanimadoras. No ano passado, por exemplo, a petrolífera perdeu 25 trabalhadores, todos insatisfeitos com políticas da empresa em termos de remuneração e benefícios.
Os números do primeiro trimestre de 2009 já ultrapassam as taxas de 5% do ano passado num universo de quase 500 trabalhadores nacionais. Este ano começou com vários trabalhadores abandonando a empresa ou insatisfeitos e entre eles destaca-se grandes quadros como o Jurista Mário Figueiredo que a empresa mandou para Aberdeen, na Escócia por mais de dois anos. Agora que regressou nota-se que o seu trabalho está sendo menosprezado pelos expatriados.
Os recursos humanos, com a saída de o José Bento actualmente quadro de referencia no BDA (Banco de Desenvolvimento Angolano), sofreram o primeiro desfalque. A empresa tentou “oferecer-lhe” um outro posto depois que apresentou a demissão. Entretanto, este quadro negou categoricamente. O outro que acabou de apresentar a sua carta de demissão é o Senhor Jorge Fortes. Ele foi, junto com José Bento, um dos grandes pilares desse Departamento.
Vale aqui lembrar o nome da Senhora Tânia Correia, que construiu uma carreira invejável de 12 anos na BP. Hoje não se sabe qual o sentimento que ela nutre da empresa depois de mais de uma década de serviço.
Na área Comercial, jovens que poderiam se transformar em líderes do futuro simplesmente foram dispensados. Esse é o caso Kumba de Almeida, Filipe Pelágio e Mário Cumandala.
Tudo que se pode constatar é que ainda há mais trabalhadores com malas já feitas incluisive no Departamento do próprio presidente da empresa. Todos estes quadros têm uma coisa em comum: estão cansados dos maus tratos nas mãos dos expatriados que a empresa tem demais, e, principalmente, a falta de responsabilidades reais que lhes são delegadas, sem salários e benefícios dignos. Além disso, eles vêm seus esforços e inteligência menosprezados (no fim do ano), constituindo-se em falta de motivação para permanecer nesta companhia.
Nem todos que estão saindo estão simplesmente arrumando as malas a procura de verdes pastos. Alguns estão dispostos a ver a BP nas Barras do Tribunal de Trabalho. É o caso de Mário Cumandala que há 5 anos a empresa recrutou nos Estados Unidos e que foi forçado a demitir-se da BP em Maio deste ano. O Economista já constituiu um advogado e o caso deve ir a tribunal no dia 4 de Agosto, quando as duas partes (BP e ele) deverão estar frente a frente. Como se não bastasse à mutilação de sua carreira, a BP tentou recrutar (aliciar) seu advogado com uma oferta de emprego para ingressar no Departamento jurídico. Isso sugere o desespero da Petrolífera que agora também parece perder sua integridade ética.
Outro aspecto que mostra que a angolanização na BP vai mal é o que ocorre nos recursos humanos. Por exemplo, Jorge Fortes foi por muito tempo o homem que implementou os pacotes de benefícios. Hoje, entretanto, os mesmo se tornaram repugnantes aos trabalhadores. Jorge Fortes implementou tudo seguindo a orientação dos expatriados. Ele foi o Director do recrutamento o ano passado, e agora esta fora, sinal mais do que claro de que as coisas estão indo de mal a pior.
Ainda, José Bento, o arquitecto dos sistemas de processamento de salários da BP, abandonou a companhia depois de 8 anos de carreira. Hoje no BDA não só é um quadro respeitado como viaja pelas províncias a implementar políticas dos recursos humanos do Banco, e com salário melhor que a BP pagava além de uma viatura de serviço.
Atualmente, os recursos humanos da BP são liderados por um angolano, o Sr. Paulo Pizarro, homem capaz e com muita experiência. Na verdade, este homem substituiu um expatriado americano para o qual reportavam todos os “team leaders” do Departamento. Assim que a pasta passou ao comando do angolano, os outros 3 expatriados do “team” deixaram de reportam ao Senhor Paulo. Passaram a fazê-lo a nova Vice-Presidente dos Recursos Humanos que está baseada em Londres. Tudo isso sob o olhar silencioso de José Patrício que sua única missão devia ser angolanizar a empresa. Julgando por este estado de coisas, a BP não vai atingir as metas de angolanização tão cedo como as outras empresas do setor.
Angolanização é a denominação dada à política que obriga empresas estrangeiras que operam en Angola, principalmente as petrolíferas, a empregarem angolanos em todas as categorias e posições.
Essa não se trata de uma política que fomenta a xenofobia. É uma política do governo angolano baixada por intermédio de um decreto-lei. Ela enfatiza que “nos atos de contratação, as empresas devem dar preferência à mão-de-obra angolana. A contratação de mão-de-obra estrangeira só será feita desde que seja comprovado que não existe, no mercado nacional de trabalho, cidadãos com qualificação e experiência exigida. Mesmo assim, essa contratação deverá contar com aprovação do Ministério dos Petróleos”.
Trabalhar com o pessoal nacional, na verdade, é o que já ocorre em diversos países e praticada por muitas empresas: “na Itália com italianos, na Indonésia com indonésios e, naturalmente, em Angola com angolanos”. Essa é uma forma de criar oportunidades de uma integração real e efetiva além da melhor distribuição de renda e desenvolver o mercado nacional.
Uma das dificuldades que as empresas têm encontrado é a baixa qualificação da mão-de-obra nacional, embora o decreto 20/82 estabelece que “todas as companhias que exploram petróleo em Angola devem colaborar com a formação técnica de angolanos para atuarem no sector”. Atualmente muitas dessas empresas promovem “Fóruns de Recrutamento” em diversos países com vista ao recrutamento de quadros angolanos lá radicados.
Em termos gerais, Angola, em poucos anos, conseguiu estabelecer-se como um pais viável em termos de exploração de petróleo em águas rasas e profundas dentro da região e na própria OPEP.
No entanto, o maior desafio que o país enfrenta é angolanização do sector. Um desses exemplos é o que ocorre na petrolífera britânica British Petroleum (BP) onde angolanização caminha a passos de caranguenjo. A fuga de angolanos que essa empresa registra já foi tema de reportagens como a feita recentemente pelo Semanário Angolense.
As notícias provenientes da BP nos últimos dois anos são desanimadoras. No ano passado, por exemplo, a petrolífera perdeu 25 trabalhadores, todos insatisfeitos com políticas da empresa em termos de remuneração e benefícios.
Os números do primeiro trimestre de 2009 já ultrapassam as taxas de 5% do ano passado num universo de quase 500 trabalhadores nacionais. Este ano começou com vários trabalhadores abandonando a empresa ou insatisfeitos e entre eles destaca-se grandes quadros como o Jurista Mário Figueiredo que a empresa mandou para Aberdeen, na Escócia por mais de dois anos. Agora que regressou nota-se que o seu trabalho está sendo menosprezado pelos expatriados.
Os recursos humanos, com a saída de o José Bento actualmente quadro de referencia no BDA (Banco de Desenvolvimento Angolano), sofreram o primeiro desfalque. A empresa tentou “oferecer-lhe” um outro posto depois que apresentou a demissão. Entretanto, este quadro negou categoricamente. O outro que acabou de apresentar a sua carta de demissão é o Senhor Jorge Fortes. Ele foi, junto com José Bento, um dos grandes pilares desse Departamento.
Vale aqui lembrar o nome da Senhora Tânia Correia, que construiu uma carreira invejável de 12 anos na BP. Hoje não se sabe qual o sentimento que ela nutre da empresa depois de mais de uma década de serviço.
Na área Comercial, jovens que poderiam se transformar em líderes do futuro simplesmente foram dispensados. Esse é o caso Kumba de Almeida, Filipe Pelágio e Mário Cumandala.
Tudo que se pode constatar é que ainda há mais trabalhadores com malas já feitas incluisive no Departamento do próprio presidente da empresa. Todos estes quadros têm uma coisa em comum: estão cansados dos maus tratos nas mãos dos expatriados que a empresa tem demais, e, principalmente, a falta de responsabilidades reais que lhes são delegadas, sem salários e benefícios dignos. Além disso, eles vêm seus esforços e inteligência menosprezados (no fim do ano), constituindo-se em falta de motivação para permanecer nesta companhia.
Nem todos que estão saindo estão simplesmente arrumando as malas a procura de verdes pastos. Alguns estão dispostos a ver a BP nas Barras do Tribunal de Trabalho. É o caso de Mário Cumandala que há 5 anos a empresa recrutou nos Estados Unidos e que foi forçado a demitir-se da BP em Maio deste ano. O Economista já constituiu um advogado e o caso deve ir a tribunal no dia 4 de Agosto, quando as duas partes (BP e ele) deverão estar frente a frente. Como se não bastasse à mutilação de sua carreira, a BP tentou recrutar (aliciar) seu advogado com uma oferta de emprego para ingressar no Departamento jurídico. Isso sugere o desespero da Petrolífera que agora também parece perder sua integridade ética.
Outro aspecto que mostra que a angolanização na BP vai mal é o que ocorre nos recursos humanos. Por exemplo, Jorge Fortes foi por muito tempo o homem que implementou os pacotes de benefícios. Hoje, entretanto, os mesmo se tornaram repugnantes aos trabalhadores. Jorge Fortes implementou tudo seguindo a orientação dos expatriados. Ele foi o Director do recrutamento o ano passado, e agora esta fora, sinal mais do que claro de que as coisas estão indo de mal a pior.
Ainda, José Bento, o arquitecto dos sistemas de processamento de salários da BP, abandonou a companhia depois de 8 anos de carreira. Hoje no BDA não só é um quadro respeitado como viaja pelas províncias a implementar políticas dos recursos humanos do Banco, e com salário melhor que a BP pagava além de uma viatura de serviço.
Atualmente, os recursos humanos da BP são liderados por um angolano, o Sr. Paulo Pizarro, homem capaz e com muita experiência. Na verdade, este homem substituiu um expatriado americano para o qual reportavam todos os “team leaders” do Departamento. Assim que a pasta passou ao comando do angolano, os outros 3 expatriados do “team” deixaram de reportam ao Senhor Paulo. Passaram a fazê-lo a nova Vice-Presidente dos Recursos Humanos que está baseada em Londres. Tudo isso sob o olhar silencioso de José Patrício que sua única missão devia ser angolanizar a empresa. Julgando por este estado de coisas, a BP não vai atingir as metas de angolanização tão cedo como as outras empresas do setor.
Publicado em: Angola24horas.com
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