Brasil (08/07/2008 - 16:36) Foi lançada, nesta segunda-feira, a Frente Parlamentar de Apoio aos Países Africanos. O objetivo é estreitar as relações do Brasil com todos os países africanos, começando por aqueles com os quais já existam relações diplomáticas, segundo explicou o coordenador da frente, deputado Regis de Oliveira (PSC-SP). "Marcadas no passado pela vergonhosa rota da escravidão, nossas relações agora precisam ser uma rota firme de intercâmbio e solidariedade" , disse o deputado.
Oliveira destacou que o Brasil não pode deixar de se aproximar da África, porque tem a segunda maior população negra do mundo - 76 milhões os brasileiros afro-descendentes -, contingente maior que o de qualquer país africano, sendo a Nigéria a única exceção, e que o dos Estados Unidos.
A frente foi lançada durante seminário no qual foram discutidas as relações do Brasil com a África e a situação dos povos daquele continente, do ponto de vista da evolução da democracia, da diversidade cultural, da educação, da tolerância religiosa e do desenvolvimento econômico e social sustentável.
Em sintonia - O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, lembrou que o Brasil foi o último país das Américas a dar fim à escravidão; e que, além disso, quando o fez, não houve qualquer preocupação com a qualidade de vida dos negros libertos. Eles ficaram sem acesso ao trabalho, sem educação e sem terras, jogados à própria sorte. O resultado, ressaltou, foi uma desigualdade racial intensa, que continua até os dias de hoje.
Entretanto, segundo o ministro, esse quadro está mudando, em razão do trabalho dos movimentos anti-racistas e de o Estado estar assumindo seu papel na promoção da igualdade. "O governo está sintonizado com esta iniciativa dos deputados, que vem ao encontro da política do presidente Lula de reconhecer o valor estratégico da relação Brasil-África" , disse o ministro.
Para Edson Santos, os países ricos deveriam ajudar o desenvolvimento sustentável dos países africanos acabando com os seus subsídios e as suas barreiras comerciais, que impedem a entrada de produtos agrícolas. "Os países ricos acenam com migalhas para justificar sua política de dominação comercial", criticou Santos, destacando que o Brasil pode ser um importante parceiro para a África, em especial na área agrícola, via transferência de tecnologia.
Prioridade Sul-Sul - Em nome dos países africanos, o embaixador da República dos Camarões, Martin Mbarga Nguele, deixou clara a disposição de colaborar. Ele recordou que, em 1999, foi tentada uma outra frente parlamentar semelhante, que, no entanto, acabou não frutificando como se esperava. O camaronês manifestou confiança na nova iniciativa, e fez uma exposição sobre diversidade cultural e tolerância religiosa.
Representando o Itamaraty, o chefe da Divisão da África, embaixador Luciano Macieira, enfatizou que a aproximação com a África está entre as prioridades da política externa brasileira, como parte importante da aproximação Sul-Sul.
Evolução da democracia - O cientista político José Flavio Sombra Saraiva, da Universidade de Brasília (UnB), fez uma análise da evolução da democracia nos países africanos. Ele disse que a África, apesar de seus graves problemas, como a pobreza e os conflitos étnicos e políticos, está obtendo avanços relevantes na redução das guerras, no desenvolvimento econômico (média anual superior a 5% nesta década) e também na construção da democracia. "Nem todos se dão conta, mas a África aos poucos vai melhorando", disse o professor.
A coordenadora do Núcleo da Igualdade Racial da UnB, Deborah Silva Santos, chamou a atenção para a aplicação da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o curso de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas e privadas do ensino básico. Deborah ressaltou também a importância das relações culturais e políticas entre o Brasil e o continente negro
Fonte: Agência Câmara
Oliveira destacou que o Brasil não pode deixar de se aproximar da África, porque tem a segunda maior população negra do mundo - 76 milhões os brasileiros afro-descendentes -, contingente maior que o de qualquer país africano, sendo a Nigéria a única exceção, e que o dos Estados Unidos.
A frente foi lançada durante seminário no qual foram discutidas as relações do Brasil com a África e a situação dos povos daquele continente, do ponto de vista da evolução da democracia, da diversidade cultural, da educação, da tolerância religiosa e do desenvolvimento econômico e social sustentável.
Em sintonia - O ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, lembrou que o Brasil foi o último país das Américas a dar fim à escravidão; e que, além disso, quando o fez, não houve qualquer preocupação com a qualidade de vida dos negros libertos. Eles ficaram sem acesso ao trabalho, sem educação e sem terras, jogados à própria sorte. O resultado, ressaltou, foi uma desigualdade racial intensa, que continua até os dias de hoje.
Entretanto, segundo o ministro, esse quadro está mudando, em razão do trabalho dos movimentos anti-racistas e de o Estado estar assumindo seu papel na promoção da igualdade. "O governo está sintonizado com esta iniciativa dos deputados, que vem ao encontro da política do presidente Lula de reconhecer o valor estratégico da relação Brasil-África" , disse o ministro.
Para Edson Santos, os países ricos deveriam ajudar o desenvolvimento sustentável dos países africanos acabando com os seus subsídios e as suas barreiras comerciais, que impedem a entrada de produtos agrícolas. "Os países ricos acenam com migalhas para justificar sua política de dominação comercial", criticou Santos, destacando que o Brasil pode ser um importante parceiro para a África, em especial na área agrícola, via transferência de tecnologia.
Prioridade Sul-Sul - Em nome dos países africanos, o embaixador da República dos Camarões, Martin Mbarga Nguele, deixou clara a disposição de colaborar. Ele recordou que, em 1999, foi tentada uma outra frente parlamentar semelhante, que, no entanto, acabou não frutificando como se esperava. O camaronês manifestou confiança na nova iniciativa, e fez uma exposição sobre diversidade cultural e tolerância religiosa.
Representando o Itamaraty, o chefe da Divisão da África, embaixador Luciano Macieira, enfatizou que a aproximação com a África está entre as prioridades da política externa brasileira, como parte importante da aproximação Sul-Sul.
Evolução da democracia - O cientista político José Flavio Sombra Saraiva, da Universidade de Brasília (UnB), fez uma análise da evolução da democracia nos países africanos. Ele disse que a África, apesar de seus graves problemas, como a pobreza e os conflitos étnicos e políticos, está obtendo avanços relevantes na redução das guerras, no desenvolvimento econômico (média anual superior a 5% nesta década) e também na construção da democracia. "Nem todos se dão conta, mas a África aos poucos vai melhorando", disse o professor.
A coordenadora do Núcleo da Igualdade Racial da UnB, Deborah Silva Santos, chamou a atenção para a aplicação da Lei 10.639/03, que tornou obrigatório o curso de História e Cultura Afro-Brasileira nas escolas públicas e privadas do ensino básico. Deborah ressaltou também a importância das relações culturais e políticas entre o Brasil e o continente negro
Fonte: Agência Câmara
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