quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Por que o papa Bento XVI renunciou?

Na história da Igreja Católica, Bento XVI  é o quarto Papa a renunciar ao pontificado. Os três anteriores  que renunciaram ao cargo foram: Gregório XII, em 1415; Celestino V, em 1294; e Ponciano, em 235.

Quais as razões que levaram o papa Bento XVI a renunciar passados oito anos de papado? Os ventos “contra” foram mais fortes?

Em seu discurso o Papa evocou a questão da fragilidade proveniente do envelhecimento e da consequente impossibilidade de governar melhor a Igreja Católica.

A imprensa italiana insinuou sobre uma possível doença do Papa ainda escondida e sobre alguns procedimentos cardíacos que teria sofrido recentemente. O porta-voz do Vaticano, no entanto, apressou-se a garantir que o Papa não está doente. 

As razões mais apontadas  até o presente momento são:
  1. Escândalos relacionados com a fuga de documentos secretos. Pesaram a revelação de corrupção pelo Banco do Vaticano. O próprio mordomo, pessoa que vestia todos os dias o Papa foi acusado de ter roubados os documentos que expunham a corrupção na Igreja e os ter vazado à imprensa. Tudo indica que o papa Bento XVI decidiu renunciar ao pontificado em 17 de dezembro do ano passado, após receber um novo relatório sobre o escândalo do vazamento de documentos oficiais do Vaticano, conhecido como "Vatileaks", que apontava uma "forte resistência" na Cúria romana em relação às medidas de transparência exigidas por ele. A condição de Bento XVI, segundo a imprensa italiana, começou a piorar em virtude dos sucessivos escândalos.
  2. Saúde Fragilizada. O Papa tem às costas um leque de doenças desde complicações cardiovasculares (o Papa Bento XVI usa marca-passo) a problemas de hipertensão – que pode ter sido a causa de um desmaio durante as férias de 2009. De há uns anos para cá, Bento XVI segue uma dieta rigorosa e os médicos proibiram-no de subir a mais de dois mil metros de altitude e efetuar viagens longas. Assim, o Papa evita a exposição púbica de sua deterioração de saúde, como aconteceu com seu antecessor, o Papa João Paulo II.
  3. Disputa interna de poder dentro da Santa Sé alegadamente levada a cabo pelo seu número dois, o cardeal Bertone. O Papa estava consciente de que não mandava sozinho e ainda via suas decisões contestadas. O cardeal Tarcisio Bertone, por exemplo, estaria tomando medidas à sua revelia, até punindo aliados do Papa.
  4. Escândalos de pedofilia na Igreja Católica. O Papa foi eleito com a promessa de fazer uma limpeza na Igreja Católica no caso da Pedofilia. No entanto, as decisões de punir os cardeais foram ignoradas ou levaram anos para serem executadas. Os escândalos de pedofilia no seu papado ganharam contornos constrangedores protagonizados por padres na Europa e Estados Unidos, principalmente. Uma dessas autoridades eclesiásticas, o cardeal Roger Mahony, de Los Angeles, estará entre os eleitores do novo Papa.
  5. Preservativos. O Papa Bento XVI deu indicações de que poderia rever algumas de suas bases. Alguns cardeais não gostaram e se apressaram em negar a posição.
  6. Dessa forma, nos últimos meses, Bento XVI se isolou demasiado, sem saber em quem confiar ou com quem contar. Mas há quem encontre explicações nas "profecias" para  a renúncia de Bento XVI.
Já adotando o novo nome, Josep Ratzinger, o cardeal alemão deverá ir num primeiro momento à casa de verão do Vaticano.




Fonte: O Estado de São Paulo,  Ionline.pt, exame.com

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