segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Consumo excessivo preocupa cervejeiras


Por António Paulo

O elevado consumo de álcool por parte dos consumidores tem preocupado também algumas empresas produtoras de bebidas alcoólicas. A Coca-cola Bottling e a empresa de Cervejas N’gola, subsidiárias do Grupo SABMILLER, discutiram esta semana, em Luanda, num seminário, os modos de actuação para a redução do consumo excessivo de álcool.

Sob o lema “O Consumo Responsável de Bebidas Alcoólicas”, o seminário visou dotar os participantes de ferramentas que desestimulem o consumo desmedido de bebidas alcoólicas.

Para o administrador executivo do grupo SABMILLER, Manuel Sumbula, o consumo exacerbado de bebidas alcoólicas tem sido observado mundialmente como um problema de saúde pública e social. “Daí que nós, como empresas do ramo de cervejas, devemos dar o nosso contributo, incentivando o consumo responsável da bebida”, disse o interlocutor,

“Este – continuou - é um seminário alargado que visa alertar cada um dos nossos trabalhadores, e não só, sobre o consumo responsável e pretendemos ajudar o governo a adoptar medidas que ajudem na redução do excessivo consumo do álcool”, acrescentou Manuel Sumbula.

O director executivo chamou igualmente a atenção de toda a sociedade e dos pais, em particular, no sentido de reverem os seus métodos e condutas, que tendem a influenciar ou estimular os filhos para o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. Manuel Sumbula reprovou, igualmente, a atitude de alguns pais que persistem em mandar os filhos comprar bebidas alcoólicas, o que no seu entender motiva as crianças a enveredarem cedo pelo consumo do álcool.

“Se notarmos, a maior parte da juventude angolana consome álcool e muitos deles consomem pelo facto de serem os próprios pais a mandarem os filhos comprar, o que não está certo. Trata-se de uma questão de consciência e educação. Se os pais tiverem rigor e moderação no consumo, as coisas mudam”, acautelou Sumbula, para quem o seminário visou igualmente chamar a atenção dos seus distribuidores e retalhistas, a fim de aplicarem restrições na venda do produto a menores de idade.

Para o interlocutor, a sua empresa não está apenas preocupada com os lucros, mas também com o bem estar dos cidadãos. Contudo, o aumento da oferta do produto ou o baixo preço das bebidas, não são, no seu entender, os responsáveis pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. “Tudo deve ser feito com moderação”, concluiu.

Já Angelino Sarrote, porta-voz da Polícia Nacional de Viação e Trânsito, considerou o aumento da oferta como uma das causas para o aumento do consumo excessivo e abuso do álcool. Mas, por outro lado, considerou o evento de positivo, uma vez que, visou alertar sobre os perigos do excessivo consumo de álcool” que, na sua óptica, se tem repercutido na condução automóvel.

É nas estradas que podemos identificar aqueles que provocaram acidentes porque ousaram e abusaram do álcool”, disse o também participante do evento, explicando que, somente no ano passado, 30 por cento dos acidentes esteve associado ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

No seminário, dirigido aos trabalhadores da companhia, estiveram igualmente presentes, representantes dos ministérios da Família e Promoção da Mulher, da Saúde e do Comércio, do INADEC, da Polícia Nacional, entre outras instituições.

Novo Jornal, 21 Janeiro 2011

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