terça-feira, 30 de novembro de 2010

Não é fácil governar Luanda

Entra governador, sai governador, mas Luanda continua a marcar passo.

Luanda é uma cidade onde os interesses dos grandes convergem. É muito difícil tomar alguma medida administrativa que, pela tangente, não entre na rota de colisão com interesses particulares de "generais". É a velha história do cobertor curto: alguma parte do corpo sempre ficará "descoberta" sempre que se procurar puxá-lo.

Luanda assiste, atualmente, a uma explosão demográfica, infra-estruturas degradadas, lixo, construções anárquicas em zonas de risco e deficiência na distribuição dos principais serviços básicos. As autoridades, praticamente, perderam o controle da situação.

Assim, os luandenses estão a espera de um "salvador". Desta vez sorte recaiu sobre José Maria. Agora é desejar-lhe não boa sorte, mas muito trabalho.

Já governaram Luanda:

1 - Pedro Fortunato Luís Manuel (1976-1977)
2 - Afonso Van-Dúnem "Mbinda" (1977-1978)
3 - Agostinho André Mendes de Carvalho (1979-1980)
4 - Francisco Romão de Oliveira (1980-1981)
5 - Evaristo Domingos "Kimba" (1981-1983)
6 - Mariano da Costa Garcia "Puku" (1983-1986)
7 - Cristovão Francisco da Cunha (1986-1988)
8 - Luis Gonzaga Wawuti (1988-1991)
9 - Kundi Paihama (1991-1993)
10- Rui Óscar de Carvalho (1993-1994)
11- Justino José Fernandes (1994-1997)
12- José Anibal Lopes Rocha (1997-2002)
13- Simão Mateus Paulo (2002-2004)
- Criou-se uma comissão de Gestão de Luanda (Higino Carneiro, António Van-Dúnem e Job Capapinha)
14- Job Capapinha (2004)
15- Francisca do Espírito Santo
16- José Maria dos Santos(2010 - ????)

Ref: Semanário Continente, 26/11/2010

Administração Justino Fernandes pisou na bola

O poderoso Justino Fernandes, o Ricardo Teixeira de Angola, está com os dias contados na direção da Federação Angolana de Futebol, para alegria dos Jukas Kfuris angolanos que andaram por muito tempo a tomar já de cadeira à espera pela sua queda.

A maioria das Associações provinciais de Futebol (16 das 18) decidiu, por unanimidade, convocar uma assembléia extraordinária para destituí-lo, a menos que ele renuncie, o que é improvável uma vez que este gesto de grandeza ainda não fazer parte da cultura angolana.

A gestão de Justino Fernandes, como posto a circular, é muito questionada pelos adeptos do Futebol, principalmente porque ele é acusado de gastar muito dinheiro na realização do Campeonato Africano das Nações; entregaram tudo aos estrangeiro e, pior, a FAF ficou sem dinheiro. Por isso, Angola deixou de jogar no último "jogo Fifa" por falta de dinheiro.

Além disso, é imputado a Justino Fernandes os vergonhosos insucessos das seleções nacionais. Recentemente os Palancas Negras perderam o técnico francês Hervé Renard, por falta de salários. Finalmente, mais uma vez o campeonato nacional de futebol em juvenis e juniores não se realizará.

Bento Kangamba é considerado o candidato perferido.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Inaugurada a maior Fábrica de cerveja no Huambo

O Ministro da Indústria, Geologia e Minas, Joaquim David inaugurou no passado dia 12 de Novembro, no Huambo, a fábrica de cervejas Cuca, uma das maiores do país.

A referida fábrica, a Nova Companhia de Cerveja do Huambo (NOCEBO) tem a capacidade de encher 35 mil garrafas por hora. Isso corresponde a um total de 15 a 20 mil grades por dia e funcionará ininterruptamente.

O investimento do empreendimento foi estimado em 61 milhões de dólares. A Fábrica deverá empregar 207 cidadãos na sua maioria jovens.

O Ministro afirmou que a fábrica de bebidas alcoólicas no Huambo vai marcar um passo significativo para o crescimento sócio-econômico daquela província.

Agora não haverá motivos para a juventude, que não tem escola, reclamar da ressaca. É só manter ininterruptamente o nivel calibrado.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O Brasil usurpou do Congo o direito de ser o primeiro país a reconhecer a independência de Angola


Hoje, 11 de Novembro de 2010, Angola comemora 35 anos de sua independência de Portugal. Há perdas e ganhos a serem registrados. A Equipe de Futebol do Benfica de Portugal levou uma parte significativa do bolo: dois milhões de dólares pelo jogo "em comemoração" a efeméride, contra a fraca seleção Nacional (2x0). A maior perda, sem dúvida, é o fato de muitos angolanos não se reverem nos símbolos nacionais e o atual governo nada faz em reverter essa situação.

Ao fazer uma pequena pesquisa descobri algumas curiosidades que, por diversas razões, ainda não são ou são pouco divulgadas.

O Brasil é conhecido como sendo o primeiro país a reconhecer a indepedência de Angola. Isso não agradou a muitos nacionalistas. Muitos estão a ¨engolir seco¨ esse fato. A explicação é a seguinte:

O Congo Brazzaville deu apoio aos guerrilheiros do MPLA desde 1963. Como agradecimento, constava no programa do MPLA que ao proclamar-se a Indepedência, em Luanda, a manifestação do representante do governo congolês se desse depois do discurso de Agostinho Neto, o que faria desse país o primeiro a reconhecer oficialmente Angola.

Começou a cerimônia. Agostinho Neto "proclamou solenemente perante a África e o mundo a Indepedência de Angola". Assim que terminou, esperou-se pela intervenção do representante do governo Congolês. Esse, por sua vez, estava a espera do interprete. Naqueles ¨40 segundo¨ de silêncio, o representante do governo Brasileiro levantou-se, foi até os microfones e declarou o reconhecimento de seu país (esse não precisava intérprete). Vale lembar que o Brasil na época era dirigido por militares anti-comunistas e Angola de Agostinho Neto nasceu sob "o olhar silencioso" de Marx e Lenine. Isso deixou decepcionaou a muitos, mas não havia como se corrigir essa situação. Por isso que os Nacionalistas históricos dificilmente enfatizam o fato do Brasil ser o primeiro país a reconhecer Angola.

Segunda curiosidade. Na época da independência os três movimentos de libertação (MPLA, FNLA e UNITA) encontravam-se em confronto armado. O país estava dividido. As forças militares de cada movimento ocupava uma determinada parte do territóro Nacional. Tudo estava pronto para que o movimento que proclamasse a Independência em Luanda a 11 de Novembro de 1975 receberia as "chaves de Angola". Às vésperas dessa data as tropas que apoiavam a FNLA estavam a escassos quilômetros de Luanda. Reinava temor no seio do MPLA que até "zero horas" Luanda pudesse cair nas mãos da FNLA.

Então criou-se o plano "B". Escolheu-se a cidade de Saurimo para o MPLA proclamar a Independência. Um avião estava preparado no aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" para levar Neto e os representantes de governos estrangeiros. A aeronave só não saiu devido a "teimosia" de Neto, que insistiu que a roclamação se desse mesmo em Luanda, no largo hoje conhecido como" Primeiro de Maio".

Vale lembrar que em Angola ocorreram três proclamações. O MPLA em Luanda, UNITA no Huambo e a FNLA no Ambriz. Prevaleceu a proclamção do MPLA, feita por Neto. A Nova Democracia precisa saber disso. Ou seja, todos angolanos participaram de uma ou de outra forma numa dessas proclamações.

Terceira Curiosidade: os países oportunistas enviaram representantes, para além de Luanda também a Huambo e Uige. A idéia é arriscar e ver qual dos lados sairia vencedor. Gostaria muito saber quais foram os países que reconheceram a Independência de Angola do lado da UNITA e FNLA...

Quarta curiosidade. O 11 de novembro, diferentemente dos símbolos nacionais, elemento importante em unificar um povo (bandeira principalmente, que é uma réplica da do MPLA) é uma unanimidade dos angolanos, ou seja, todos angolanos nos revemos nesta data.

Finalmente, são pais de independência de Angola: Holden Roberto, Jonas Savimbi e Agostinho Neto (normalmente muitos preferem aceitar um ou dois deles. Tudo depende da orientação ou preferência política de cada um).