quarta-feira, 14 de abril de 2010

Angolano não é viciado em comida

"O angolano não é viciado em comida". Esta é minha observação que não se trata de algum estudo científico. Aliás, vai demorar algum tempo para que nossas instituições de ensino se ocupem também em Pesquisa e Extensão Universitária.

Quando assisto a determinadas resportagens feitas em países como África do Sul ou Estados Unidos, por exemplo, é muito comum perceber a presença de um número elevado de pessoas que, na moderna classificação, podem ser consideradas obesas. Na África do Sul se destacam as mulheres e nos EUA os jovens. No caso dos EUA atribui-se, com frequencia, a utilização dos "fast-foods", que estimulam áreas do sistema nervoso central que lidam com prazer.

A Revista "Nature Neuroscience" recentemente publicou um artigo no qual sugere que "o mecanismo que leva uma pessoa a ter compulsão por comer alimentos gordurosos é semelhante ao vício em drogas, como cocaína e heroína.

No nosso caso, a obesidade, por enquanto, é mesmo coisa só de reportagens de outros países. Uma das explicações possíveis é que a nossa alimentação básica é essencialmente vegetariana, com baixos niveis de gordura, sal, açucares, gorduras etc. Isso para não falar da fuba para o funge que em muitos casos fica dias na água para o seu preparo, perdendo assim todas as propriedades nutritivas.

Ainda, o angolano, essencialmente precisa caminhar longas distâncias ou por falta de dinheiro ou por falta de transporte e, finalmnete, a tecnologia Macdonaldiana ainda não encontrou ninho seguro no país, onde a concorrência com "Chandula ou motorola" (foto acima) é dura de roer. Vale aqui lembrar que as condições higiências de Chandulas, em muitos casos, é responsável pelas inúmeras doenças como febre tifóide, cóleras etc devido à exposição de forma prolongada a poeira, moscas, manuseada com mãos sujas, enfim e tem como consequências morte prematura de muitas pessoas, talvez muito mais que a obesidade de outros países, principalmente quando somado ao vício da bebida, onde somos imbatíveis.

Referências. Jairo Bourer. Sexo e Saúde: Folha SP, 12/O4/2010

Um comentário:

  1. Os seus textos sao sempre muito bons e trazem assuntos importantes para a nossa reflexao. Bem haja!
    Kandandu

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