terça-feira, 14 de julho de 2009

Citotec ameaça mulheres no Cazenga (Luanda)


O fenómeno não e novo, mas nunca antes foi alvo de tanta atenção pela classe médica e pela própria sociedade. Em termos numéricos são pouco claras as cifras de mulheres apanhadas numa grave complicação (quando não conhecem a morte) depois de um aborto mal feito, até por que nem todos os casos chegam ao conhecimento do público.

Desta vez, o relato vem do município do Cazenga. À semelhança do que ocorre em muitas localidades do país, o uso indiscriminado do Citotec, fármaco destinado ao combate à dor do estômago ou gastrite, por jovens e senhoras grávidas, tem preocupado os profissionais de saúde naquele município de Luanda. Para ilustrar, por dia acorrem para a maternidade do Hospital Geral dos Cajueiros, em média, de cinco a dez mulheres com abortos em curso.

O Citotec aumenta a produção de muco gástrico e produz contracções uterinas. Fármaco usado no tratamento e prevenção da úlcera estomacal, a sua inalação pode causar contracções a mulheres grávidas, ao ponto mesmo provocar de um parto prematuro.

Segundo Anita Costa, chefe da maternidade dos Cajueiros, em média registam-se naquela unidade hospitalar entre trinta a vinte pacientes com abortos em curso. «São meninas e senhoras que usam o Citotec (misocrostrol) de forma voluntária, tendo apenas suspeita de gravidez. Outras fazem recurso a centros médicos privados sem condições de higiene e não autorizados para o exercício de medicina ou mesmo a elementos sem qualificação. Em consequência disso, muitas jovens ficam sem possibilidade de procriar no futuro, mas outras têm um destino mais trágico: a morte», disse a nossa interlocutora.

«Temos feito um trabalho intenso com estas jovens, mais muitas vezes sem sucesso, pois elas protegem esses supostos profissionais ou mesmos os postos médicos onde iniciam os abortos», revelou Anita Costa.Fazendo recurso à máxima que diz que se deve cortar o mal pela raiz, Anita Costa defende a proibição da venda livre deste fármaco devido aos seus efeitos nefastos e ao aproveitamento indevido de que é alvo.

O Hospital dos Cajueiros, em parceria com a Ong Pathifinder Internacional e Médicos Peruanos, desenvolvem um programa de assistência a mulheres grávidas, em especial às que tiveram aborto. Conhecido como AMeU, esse programa tem como objectivo primário salvar a vida das mulheres. «Dependendo do seu estado clínico, se a mulher tiver o colo uterino fechado realizase de imediato uma ecografia de emergência; se revelar aborto retido, nós imediatamente fazemos o AMeU, que é um procedimento indolor, de fácil manuseamento e pode ser feito por parteiras treinadas aqui no nosso hospital», afirmou aquela responsável hospitalar.

O sindroma pós-abortivo

Após o aborto, a mulher pode desencadear uma série de comportamentos do foro psicológico, como o remorso e o sentimento de culpa. Um estudo do Royal College of Psychiatrists, associação de psiquiatras britânicos e irlandeses, considerou que o aborto induzido pode trazer distúrbios clínicos severos para a mulher e que essa informação deve ser passada para a mesma, antes da opção pelo aborto. E, por cá, como é feito este tratamento? Foi a questão levantada pelo Semanário Angolense, indagando Anita Costa, responsável pela maternidade do Hospital dos Cajueiros, para mais pormenores a respeito da utilização do AMeU.

Semanário Angolense - Que tratamento é feito no pós-aborto?

Anita Costa - Em princípio, o AMeU permite um atendimento humanizado e a parteira deve realizar posteriormente o aconselhamento pré-procedimento e outros pós-AMeU, incluindo o planeamento familiar, para evitar a gravidez num período de seis meses. A enfermeira deve ser paciente e prestável tendo em conta a necessária empatia com a paciente, pois uma mulher que aborta tem sempre um sentimento de perda. Assim, torna-se importante a realização do planeamento familiar para épocas posteriores.

Semanário Angolense - A utilização do AMeU está a diminuir o índice de mortalidade entre as mulheres?

Anita Costa - Em grande medida. Às mulheres que vêm aos nossos centros com os primeiros sintomas temos feito tudo para evitar mortes. Recomendamos que as senhoras procurem as nossas unidades sanitárias para realizar o planeamento familiar, pois o aborto não o substitui, apenas prejudica a saúde materna. O AMeu é feito quando a mulher tem um aborto incompleto ou aborto retido com uma gravidez igual ou inferior a doze semanas, não sendo aconselhado para um período superior a doze semanas ou a abortos complicados (como um aborto infectado ou sético). Chama-se, no entanto, também a responsabilidade das autoridades sanitárias, para exercerem maior controlo do mercado farmacêutico, na medida em que a comercialização de fármacos como o Citotec estejam sujeitos à recomendação medica.

Fonte: Semanário Angolense (11 a 18 de Julho/2009)

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