sexta-feira, 31 de outubro de 2008

A morte dos navios faz a alegria dos turistas











Cemitério de navios

por Sandra Ugrin
sandraugrin@opatifundio.com

A Praia de Santiago no município de Cacuaco é conhecida não pelas suas águas calmas ou areias desertas, mas sim pelo grande cemitério de navios em que se transformou.

Eu não sei por que tantos navios vieram parar naquele lugar, mas mistérios a parte, o lugar impressiona. São dezenas de navios enormes enferrujando na costa, uma paisagem que no mínimo é surreal em pleno século XXI.

Claro que para nós turistas, o lugar ganha um charme todo especial, mas o impacto ambiental que todo esse ferro deve causar no ecossistema marítimo não deve ser pouco, isso sem falar na perda econômica já que todo aquele ferro velho deve valer uma bela nota, isso é claro antes de se tornar uma ferrugem só…

Pesquisando na internet encontrei uma explicação para o cemitério de návios, no blog do Nuno Gomes existe a seguinte informação:

Ao longe existem vários navios encalhados, uns dizem que durante a guerra velhos navios eram carregados com armas e depois encalhados aqui para descarregar. Outros dizem que quando os navios estavam em fim de vida eram trazidos para aqui para abater. Qual será a verdade? Talvez as duas sejam verdade, quem sabe. Felizmente ao que parece já proibiram de abater navios aqui. Pode ser que um dia estes sejam desmantelados e a paisagem volte a ser o que era.”

Sandra Ugrin é brasileira e trabalha em Luanda na área de marketing com inteligência de mercado. Para saber desta e de outras histórias, acesse o blog Menina de Angola.

Fonte: Revista o Patifúndio

Um comentário:

  1. Sandra
    Que bom poder dar uma opinião acerca dos navios, através do Blog do Dr. F. Cangue, de quem sou leitora assídua o que não invalida que atentamente esteja presente também no seu seu Blog, (Menina de Angola) escrito com muita sabedoria e com um espírito de observação fantástico.
    Quanto aos navios, quero dizer-lhe o seguinte:
    - Quando Angola iniciou o seu processo de independência, o Porto de Luanda era dos Portos Africanos com maior movimento quer de barcos cargueiros, de cabotagem e mesmo de passageiros.
    A independência chegou sem infra-estruturas locais a Angola para ser feita ordenadamente.
    Foi como uma «ALUCINAÇÃO».
    Não culpo os angolanos, mas sim os portugueses, que não souberam após 500 anos de colonialismo, deixar uma casa arrumada minimamente. A analogia que posso fazer, é deixar a casa arrumada para novos inquilinos entrarem. No porto, estavam muitos barcos, uns de grande porte, outros mais pequenos. Ficaram completamente ao abandono, sem tripulação e apenas ancorados. Talvez tenham chegado outros que não tiveram retorno. Com armas? Com alimentos? Não sabemos!
    Angola viveu tempos muito duros de «Partido Único» no poder e sem contactos quase com o resto do mundo, além de uma guerra entre irmãos que a desgastou ainda mais.
    Estou convencida que esses barcos foram retirados para o local onde se encontram, para não dar imagem de abandono e de despojos.
    Estarei certa? Cheguei a ver muitos ancorados e ferrugentos nos anos de 1982 ao largo de Luanda.
    Tem razão era um negócio, aproveitar o ferro velho e limpar o ambiente. Mas…………..dá lucro imediato? O ambiente é prioritário em Angola?
    Vá observando com atenção.
    Um abraço
    Loma

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