sexta-feira, 30 de novembro de 2007

A pobreza das nações















Se estivesse vivo, Adam Smith, talvez investigasse a natureza e a causa da pobreza das nações. Por que algumas nações são ricas e outras vivem na penúria? Por que algumas nações aparecem, na olimpíada da competência, no topo enquanto as outras aparecem, insistentemente, na cauda? Extensão territorial? Riquezas naturais? Possuir um sistema de transporte de pessoas e produto desenvolvido?

No mundo contemporâneo, competitivo, globalizado, no qual a corrida em direção à eficiência é pressurosa e sucessivo, o motor para gerar a riqueza tanto qualitativa quanto quantitativa de qualquer nação é o conhecimento, ou seja, a educação (saúde, posto de emprego, habitação respeito ao meio ambiente e ao próximo, formação da cidadania plena, saneamento básico, democracia, liberdade, assim por diante).

Deficiências na educação afetam a distribuição e o crescimento dos indivíduos e da nação. Muitos estudos mostram que o elevado crescimento do produto interno bruto (PIB) está associado à elevada qualidade do ensino e do elevado número de indivíduos beneficiados.

As nações mais opulentas, endinheiradas, geralmente superam as outras no aspecto do esforço concentrado: estudar até aprender. Isso elimina, por exemplo, preconceitos, ignorância imposta e auto-imposta, apatia social e outros tipos de males, levando o trabalhador a ser mais produtivo.

Normalmente, quando se fala em educação aparece, quase sempre, a mesma, mas não criativa desculpa: falta de dinheiro. Surge, então, uma dúvida. As nações indigentes não investem em educação porque são pobres ou são pobres porque não investem em educação?

Não é correto comparar nações, nem pessoas como Albert Einstein e Ali Babá, mas também não podemos fazer vista grossa de um mesmo exemplo que deu certo noutros lugares. Um caso específico é o Japão, um arquipélago formado por mais de três mil ilhas, de apenas 370 mil km2, isso só para não citar Coréia, China, Finlândia, Estados Unidos, que algum dia foram países tão miseráveis quanto muitos o são na atualidade.

Os dirigentes do país de elevado índice de desenvolvimento humano (IDH), Japão, segundo maior importador de petróleo do mundo, de uma população de 127 milhões, fizeram uma revolução (Meiji). Todo japonês é obrigado a ter 9 anos de escolaridade, ao completar os 15 anos. Colocaram a educação em primeiro lugar, em vez do enriquecimento pessoal dos dirigentes e seus familiares. Uma educação contínua. Assim, lá, país montanhoso e vulcânico onde dirigentes, pelo menos, sabem pedir demissão e não só promoção, um “mestre”, que é respeitado, orgulha-se quando é chamado professor. É venerado, como é o político em nações infelizes. Os docentes recebem salários decentes e em dia. Isso estimula o ingresso de pessoas competentes.

Os japoneses, portanto, produtores de diamantes artificiais, abriram os olhos e passaram a valorizar os professores. Deles depende o futuro da nação. Como resultado, eles cresceram e tornara-se gigantes. Hoje, o sonho de qualquer indivíduo é tornar-se professor, enquanto o do da nação pobre, político (corrupto) ou chefe. Na cultura nipônica, se alguém encontrar o professor conversando com o imperador, por exemplo, cumprimenta primeiro o professor.

Na terra do sol nascente, a escola é em tempo integral e diferenciada, com ensino prático e voltado para o mercado de trabalho. Isso leva, por exemplo, a um funcionário entender os manuais de equipamentos sofisticados. Dessa forma, empresas não precisam ficar meses com vagas abertas pela incapacidade de encontrar trabalhares com bom nível.

O Japão, com população urbana de 30 milhões de habitante, e outros países, hoje, orgulham-se em possuir boa formação acadêmica de seus cidadãos. Isso permite-lhes, portanto, a assimilar novas tecnologias e exercício da cidadania plena. Dessa maneira, eles conseguem criar negócios, aperfeiçoar tecnologias e ajudam a melhorar a produtividade das corporações e do sistema político.

Muitos países, entretanto, chegam a (ou afirmam) investir também dinheiro na educação, mas não obtêm resultados. Nesse caso, o problema não está no dinheiro, mas na forma como é aplicado. A conseqüência disso é a falta de vagas no sistema educacional. Isso leva a muitos jovens em idade escolar a ficarem perambulando pelas ruas. Alguns até tentam ir à escola, mas abandonam-na cedo, por falta de políticas afirmativas, elevando, assim, o contingente de analfabetos e sem qualificação. Dessa forma aumenta a criminalidade e outros males.

Acima de qualquer teoria, como está sendo mostrado, a riqueza de uma nação passa, primeiro, pela educação. Depois de destruída pela guerra, a Coréia do sul, se reergueu com base na educação. Educação do povo. Assim, não se deve transformar num produto de luxo, criando ilhas de excelência. Isso leva às imensas desigualdades, ou seja, à pobreza da nação.

Para os países que não aproveitam adequadamente os seus recursos humanos, nem tudo está perdido. Ainda há saída. Os países atolados na miséria, que ficam comendo poeira dos outros, na corrida global, precisam e devem livrar-se de dirigentes míopes, com baixa escolaridade ou com alta, mas sem nenhuma ou baixa visão estratégica, que não aprendem com a experiência dos outros. Dirigentes que, normalmente, buscam, excessivamente, a atenção e concentração de poderes.

As nações pobres, de mandatários que fazem de tudo para se manter no poder, devem aposentar qualquer dirigente, sem viés democrático, que compromete o presente e o futuro de seu país, aquele que quando assume o poder se considera infalível. Mandonista unipessoal, que governa pela ficção. Egocêntrico, implanta a burocracia, a corrupção, incha a máquina estatal, aumenta os gastos públicos e fechado em si mesmo. Fica mais preocupado em saber o que a política lhe pode oferecer. Aquele que procura, sempre, encontrar o culpado de todas situações inconvenientes e esquece que o exemplo vem de cima.

Normalmente são dirigentes tolos sortudos ou néscios. Dirigentes que juram amor pelo país, mas são traidores. Devoram as suas entranhas. Em seu artigo “amor traído”, Belmiro Castor, com base num antigo provérbio e com base num antigo provérbio, afirma que “Os tolos sortudos acreditam que o bafejo da fortuna é uma dádiva inesgotável e assim, buscam dela fazendo aquilo que os tolos sabem bem fazer: tolices. Os néscios com iniciativa são perigosos, porque, em vez de ficar em repouso sem atrapalhar ninguém, acham que têm uma contribuição a dar ao mundo e os resultados são previsíveis”.

Esses dirigentes, comprometidos com a ignorância e dependência externa, criam modelos que produz pessoas reprimidas, aterrorizadas e ignorantes. Essa herança, pesada, também materializada na forma da ignorância e do despreparo que é repassada para as próximas gerações. Por isso que muitas nações ficam mais pobres que outras.

As nações ricas poderiam combater a pobreza das nações, doenças e outros problemas se obrigassem que governos a invistir mais na educação (programa de Estado e não de governo), liberais e não econômicos, e na alternância do poder, preferencialmente da área da educação. Isso é ensinar a pescar e fornecer informações técnicas e não apenas perdoar dívida externa ou fazer discursos diplomáticos para combater a corrupção de governos ou doar alimentos.




Fonte das Fotos:
http://www.wtc.com/

http://www.istitutogea.org.br

O Ministro da Educação afirma que "O governo (de Angola) assume a educação como prioridade para o desenvolvimento do país", em entrevista à Angola (02/12/007).

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