Marco Archer foi fuzilado por tráfico de drogas |
Depois de passar mais de uma década no corredor da morte por tráfico de drogas, foi fuzilado na Indonésia, neste domingo, o brasileiro, carioca, solteiro e sem filhos, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, e mas outros cinco prisioneiros — um holandês, um vietnamita, um malauiano um nigeriano e uma cidadã nacional.
O brasileiro, que trabalhava como instrutor de voo livre, foi preso em agosto de 2003 após tentar entrar no país, pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 kg de cocaína escondidos em uma asa delta desmontada. A Indonésia - e ele sabia bem disso - tem as penas mais duras para tráfico de drogas do mundo.
Desde a condenação, o governo brasileiro fez dois pedidos de clemência a que Acher tinha direito. O primeiro foi rejeitado em 2006, pelo então presidente Susilo Bambang Yudhoyono. O segundo, feito em 2008, levou mais de cinco anos para receber uma resposta.
A presidente Dilma Rousseff conseguiu, após uma semana de tentativas, falar por telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para fazer um apelo pessoal pelas vidas de Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, ambos condenados por tráfico de drogas.
O presidente Widodo disse compreender a preocupação da Presidente com os dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei Indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal".
Em nota, o Palácio do Planalto - Brasil - informou que a Dilma "ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros" e "disse respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como chefe de Estado e mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias".
O presidente Widodo declarou que as execuções oficiais são necessárias porque "o país está em estado de emergência em relação às drogas com pessoas morrendo diariamente".
O Palácio do Planalto ressaltou que isso deve ter consequências negativas para a relação entre Brasil e Indonésia. "A presidente lamentou profundamente essa posição do governo indonésio e chamou a atenção para o fato de que essa decisão cria, sem dúvida nenhuma, uma sombra nas relações dos dois países".
Nas redes sociais muitos brasileiros comemoram.
Muitas pessoas nas redes sociais estão tendo orgasmos múltiplos com a execução pública do brasileiro na Indonésia Muita gente está louvando a atitude do governo indonésio, tuitando e postando que o traficante brasileiro teve o que mereceu e pedindo para que a lei mude no Brasil a fim de que a pena de morte passe a valer para casos penais comuns (ela persiste apenas em tempos de guerra) e salvar as “pessoas de bem'' do caos.
Há ainda os que exigem que a polícia brasileira faça o mesmo: "chega de julgamentos longos e com chances dos canalhas se safarem ou de “alimentar bandido'' em casas de detenção. Execute-os com um tiro, de preferência na nuca para não gastar muita bala, e resolve-se tudo por ali mesmo. Limpem a urbe.
Há outros que aprovam pena de morte a "traficantes e políticos corruptos" pelo mal que causam a sociedade.
Alguns jornalistas optaram pela saída fácil do “isso é guerra contra as drogas e, na guerra, abre-se exceções aos direitos humanos”, tudo em defesa de uma breve e discutível sensação de segurança.
É verdade que Marco desrespeitou a legislação de outro país e, por conta disso, é natural que fosse punido. Mas pagar com a própria vida foi um custo demasiadamente alto.
Segundo levantamento da Anistia Internacional, há 160 pessoas no corredor da morte na Indonésia, de 18 diferentes países.
Indonésia pede clemência à Arábia Saudita
A mesma Indonésia, por seu lado, pede clemência à Arábia Saudita para evitar a morte de Satinah Binti Jumadi Ahmad, uma cidadã indonésia condenada por assassinar e roubar sua empregadora.
De acordo com a Human Rights Watch, a Indonésia fez apelo formal ao rei Abdullah, da Arábia Saudita, para que suspenda a execução. A família de Satinah, com colaboração do governo indonésio, chegou a pagar uma “dívida de sangue” de US$1,9 milhão, no final de 2014, para salvá-la do cumprimento da sentença e, como resultado, ela poderá ser poupada da execução.
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