quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Confusão na cidade do Kilamba

Desrespeito, agressões e desmaios só para se inscrever


Foto: domínio público

Por : Romão Brandão
SA 502, Sábado 16 de Fevereiro de 2013.

Pela uma casa, que não será dada de borla, centenas de pessoas são obrigadas a passar fome, arriscar a vida e até mesmo enfrentar homens armados. A lista é enorme, que sofre constantes alterações, e a Delta Imobiliária, responsável pelas vendas, tem poucos funcionáriosà disposição, a população passa a noite ali, para, tentar se organizar, mas os seus esforços vão por água abaixo porque políciasmilitares são sempre os primeiros a ser atendidos. Quem não aguenta, desmaia, enquanto os nervos consomem outros,que se revoltam contra os agentes… é o dia-a-dia no Kilamba City.

É a terceira vez que a nossa equipa de reportagem é chamada à cidade do Kilamba, todas por uma razão não muito boa. Desta vez, fazia um sol intenso e minutos depois que a nossa equipa desceu do carro, um cidadão, ironicamente, disse: «ainda bem que chegaram, estávamos mesmo à vossa espera ». Motivando-mos ainda mais.

Enquanto uns aguardavam na fila (destorcida), outros concentravam-se num canto para acalmar o stress na sombra. Por um lado, esperando que mais pessoas desistam e se faça uma actualização da lista para que os seus nomes saiam do número 300, por exemplo, para o 250, por outro, rezando que os funcionários da Delta sejam mais ágeis, justos e que os militares não apareçam,porque têm contribuído para o embaraço.

Com o rosto de quem está prestes a chorar, lábios secos e usando uma capa de processo para se proteger do sol, uma mulher, que apenas aceitou falar sob anonimato, que está há uma semana a tentar dar entrada da papelada, desesperadamente, disse que «esta empresa de imóveis devia muito bem ter evitado isto, já que têm dois escritórios ali e apenas um está aberto».

Possivelmente, seria atendida no dia seguinte, tal como nos disse, pois conseguiu alcançar o 31º lugar na lista, depois de tanto esforço, tantas noites em companhiados mosquitos, no jardim, mal cuidado, da cidade e pensando nos filhos que deixou em casa.

«Para não perder o lugar, aúnica hipótese que temos é esta: dormir aqui. Por exemplo, já marcámos presença, temos de permanecer aqui, porque, mais logo, quando forem 4h da manhã, haverá outra chamada e quem não estiver presente é riscado da lista », narrou ela, fazendo menção a uma lista criada pela população que ali se encontra.

Explicou que cada grupo cria um staff e este deve esperar pela sua vez, em função da ordem de chegada. É a única forma que viram para se organizar, já que a Delta pouco se importa com a situação, pois nem sequer encarregou alguém de trabalhar no processo. «A polícia de ordem pública, que está a fazer este trabalho, tem dificultado mais do que ajudado na organização», desabafou.

Os funcionários da Delta Imobiliária, segundo os nossos interlocutores, não cumprem o horário de trabalho e têm feito «muita mania. Até parece que nos vão dar as casas de borla. Apenas trabalham das 9h às 15h. Hoje, por exemplo, na ‘bicha’ dos rapazes, só atenderam 35, se tivessem começado mais cedo, muita gente já teria sido despachada», opinou ela, que guardava o lugar do marido, para que este não corresse risco de perder o emprego.

Enquanto a sociedade espera um comportamento exemplar por parte dos agentes da polícia, muitos deles têm-se dedicado, cada vez mais, a sujar a imagem da corporação. Como referimos acima, a fila dos possíveis futuros moradores do Kilamba está a ser «organizada» por efectivos da Polícia Nacional – segundo os nossos entrevistados, estão a facilitar a entrada dos seus colegas, que nem sequer cumprem a ordem de chegada.

Mas a polícia que está a deixar enfurecidos aqueles populares é a militar, que «trata os que estão na fila como se fossem bonecos, entram directamente, nem sequer criam uma fila só deles, e ai de ti se reclamares! O povo fica aqui a sofrer e a esta hora (15h) eles já se foram embora », protestou a nossa entrevistada.

Os militares, que estão a ser mal vistos naquela urbe, chegam a criar pânico quando a polícia de ordem pública tenta interditar a sua passagem, tendo inclusive, recentemente, uma discussão, culminado com balas na câmara e ameaças. A populaçã sofre calada e por mais que passem 20 agentes à margem da fila, ninguém reclama, sob pena de ocorrerem disparos.

Grávidas clamam por socorro

Mulheres concebidas, que muitas vezes passam mal, têm uma fila única, cujo atendimento é lento, devido a essa atitude dos militares de pretenderem ser atendidos em número de entre 20 e 15 indivíduos de uma só vez, facto que levou um dos nossos entrevistados a alegar que falta pouco para enfrentar um polícia.

«Só porque estão patenteados, armados ou fardados passam-nos e nada podemos fazer. Não podemos tocar nas suas fardas. Todos os dias se cria uma comissão de organização – são pessoas que, às vezes, fazem a actualização da lista à meia-noite – e a polícia só vem desorganizar e deixar as pessoas ainda mais frustradas», revelou ele.

À entrada do escritório da Delta Imobiliário vê-se uma placa sinalizando prioridade aos idosos, grávidas e mulheres com criança ao colo, entretanto, desrespeitada. As grávidas também esperam incansavelmente, até que a sua vez chegue, acabando muitas por desistir.

«Gravidez é coisa séria, estamos a carregar um ser humano. Este tempo todo que aqui permanecemos, corremos o risco de perder o bebé, mas como queremos casa própria, não temos outra hipótese », contestou uma gestante.

Suspeita que algumas pessoas têm pago para receber senhas, só não sabe quanto, pois não se compreende o desrespeito aos direitos das gestantes, até mesmo da própria polícia de ordem pública. Listas e mais listas novas são criadas e nunca chega a sua vez, porque são sempre consideradas listas fantasmas (acabam por desaparecer).

Delta desorganizada ou negócios ocultos?

Para Ramos Júnior, 53 anos, a empresa de imobiliários que está a tratar das vendas no Kilamba devia adoptar uma estratégia de inscrição mais eficaz, como, por exemplo, via internet, já que o mundo agora está modernizado e não se deve ficar isento das vantagens que o desenvolvimento tecnológico nos oferece.

«A Delta atende, em média, 100 pessoas por dia. Somos obrigados a faltar ao serviço, estamos a ser descontados e hoje, por mais de três faltas,é aberto um processo disciplinar. Muitos dos que aqui estão, terão, no mínimo, problemas jurídicos na empresa e isto devia ser muito bem evitado», aponta ele.

Já para o jovem Cláudio Vasco, o sistema adoptado pela Delta é muito burocrático, parece que não querem facilitar as coisas ao cidadão. Deviam criar mais espaços de inscrição (nos shopping center, bairros ou quaisquer outros estabelecimentos comerciais) para que o cidadão não tivesse de se deslocar à própria centralidade.

«Há pessoas que não são da Delta, estão a fazer ‘bízno’ para colocarem os nomes na lista e entregarem fichas, tudo porque essa empresa não se está a preocupar em organizar aqui fora. Se calhar, os que estão à frente disto, o que mais querem é que chegue a fase das gasosas. Só falta sair pancadaria aqui, porque todo mundo está frustrado», acrescentou.

Para o nosso entrevistado, não há necessidade de quem só pretende informações sobre os documentos necessários para se inscrever ter de ficar a espera naquela fila enorme. Facto que tem ocorrido, porque a Delta está desprovida de uma área fora daquele departamento para este tipo de coisa. «Já não deviam estar a este nível, quando podem muito bem colocar vitrinas com estas informações básicas», acresceu.

Oportunidade de negócio

Enquanto a população sofre, lutando por uma moradia, há quem conseguiu ver uma oportunidade de negócio por intermédio deste problema. A causa dos desmaios naquela circunscrição tem sido a falta de alimentação e descanso condigno, por isso mesmo, Cariola Costa decidiu, ainda sem permissão, vender comida dentro da centralidade.

É um lanchezinho que tem ajudado a muita gente, até mesmo polícias, que não têm condições de pagar um prato nos restaurantes instalados naquela cidade. Vende essencialmente sandes composta (a custo de 200kz), gasosa, água, sumo e cerveja (100kz) – num carro da vizinhança, que adaptou como estabelecimento.

Está consciente de que não é permito vender ali, mas, ainda assim, arrisca sair de táxi do Futungo (onde vive) todos os dias às 5h, porque os clientes insistem em procurar pelos seus serviços. Deste modo, para não dar «bandeira», como diz, ela vai até ao cliente, pergunta o que quer e faculta-lhe, de forma despercebida, no Toyota Carina E – do vizinho, que, nem sequer cobra comissão.

SA 502, Sábado 16 de Fevereiro de 2013.



Novo processo será retomado na segunda-feira dia 04 de Fevereiro.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Jonas Savimbi - Biografia

Jonas Malheiro Savimbi (1934 – 2002)
Presidente dos EUA Ronald Reagan e o Dr. Jonas Savmbi na Caa Branca

Jonas Malheiro Savimbi foi um político e guerrilheiro angolano e líder da UNITA por mais de trinta anos. Fluente em português, inglês e francês, Savimbi costumava reservar essas línguas para contactos com os seus opositores políticos, diplomatas ou jornalistas. No dia-a-dia, Savimbi usava as línguas nacionais para se exprimir, essencialmente Umbundu.

03 de Agosto de 1934
Jonas Savimbi nasce em Munhango, Província do Bié (Angola), ao longo do Caminho de Ferro de Benguela (CFB). É filho de Loth Malheiro Savimbi, chefe da Estação e Pastor Evangélico e de Helena Mbundo Sakato. Jonas Savimbi faz os seus estudos primários nas Escolas do centro do País.

1950
Jonas Savimbi freqüenta o Instituto Curie do Dôndi

1955
Jonas Savimbi continua os seus estudos secundários no Colégio dos Irmãos Maristas no Bié. Savimbi ganha o reconhecimento de “inteligente e aplicado”. Ele passa a ser muito estimado pelo seu professor, o Irmão Cordeiro, com quem se encontrava freqüentemente.

18 de Maio de 1958
Jonas Savimbi parte a Portugal. Termina os seus estudos no Liceu Passos Manuel, em Lisboa. Durante dois anos (1958-60) faz estudos de Medicina, carreira que abandona algum tempo depois, face às perseguições da PIDE. Ele deixou o País com a ajuda de uma organização protestante americana que se encarregava de retirar estudantes angolanos de Portugal.

Outubro de 1959
Jonas Savimbi participa em Lisboa do Movimento para a Independência das Colônias portuguesas. É detido durante 15 dias numa cadeia da Pide (polícia secreta Portuguesa). Encontra-se com Agostinho Neto, um dos fundadores do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) assim como outros nacionalistas angolanos.

Fevereiro de 1960
Jonas Savimbi deixa secretamente Portugal e vai até Suíça. Inscreve-se na Universidade de Fribourg, Suiça (1961-64) e Instituto de Ciências Sociais da Faculdade de Direito de Lausana (1964-65) onde se gradua em Ciências Políticas e Jurídicas. Nessa altura, continua a militar mas procura ainda a sua via entre os movimentos revolucionários do seu país.

Dezembro de 1960
Jonas Savimbi viaja  a Kampala onde, no Makerere College, participa de uma conferência Internacional de estudantes. Tem ai um encontro decisivo com Tom M´Boya, Ministro da Economia e do Plano do Kenya e Conselheiro do Presidente Jomo Kenyata. Savimbi inscreve-se na UPA (União dos Povos de Angola) dirigida por Holden Roberto, com quem se encontrou há alguns meses na Suíça.

1961/2
Jonas Savimbi assume a função de  Secretário Geral da UPA. Ele faz com que a Partido Democrático de Angola (PDA) forme com a UPA a Frente Nacional de Libertação Nacional (FNLA). Na sequência desta fusão é proclamado o GRAE (Governo da República de Angola no Exílio). Jonas Savimbi assume o Ministério dos Negócios Estrangeiros do GRAE (1962-64). Numa de suas viagens encontrou-se com todos os responsáveis da África “Progressista” mais precisamente com Ahmed Sekou Touré, então Presidente da Guiné Conaky, Gamal Addel Nasser, Presidente do Egito e Kwame N´Krumah do Ghana, os três líderes do nacionalismo africano.

Jonas Savimbi também teve contactos com Jomo Kenyata, no Kenia, Frank Carlucci, embaixador norte-americano em Kinshasa, Che Guevara, em Dar es-Salaam, e com Co Liang, agente chinês no Gana, responsável pela sua “aproximação às ideias de Mão Tsé-Tung”.

25 de Maio de 1963
Jonas Malheiro Savimbi participa da criação da OUA (Organização da Unidade Africana) como Presidente da Comissão de todos os Movimentos de Libertação de África. Dirigiu um Memorando aos Chefes de Estado Africanos, que foi lido diante da Assembléia Magna da OUA pelo veterano do Kénia Onginga Ondinga. Esta Comissão era dinamizada por Jonas Savimbi – Presidente, Mário Pinto de Andrade – Secretário e Dr Julius Kianu – Relator.

15 de Julho de 1964
Na cimeira da OUA, no Cairo, Jonas Savimbi anuncia a sua saída da FNLA, em ruptura com os métodos excessivamente autoritários como Holden Roberto dirigia o movimento; depois disso e antes de se fixar na Zâmbia fez uma tentativa fracassada de aproximar-se  ao MPLA. Ele resolve então fundar o seu próprio Movimento e procura então apoios para formar os seus quadros.

Apoiado por Nasser, Presidente do Egipto, dirige-se primeiro à Argélia, depois à Alemanha do Leste, Hungria, Checoslováquia e termina na União das Repúblicas Soviéticas (URSS). No entanto o seu pedido é rejeitado. Esses países apoiavam a idéia de que Jonas Savimbi ingressasse no MPLA onde ocuparia a Vice-Presidência.

1965
Novamente aconselhado por Nasser, Savimbi tentou a aproximação à China. Jonas Savimbi e onze de seus companheiros partem para a China. Esses militares angolanos são formados pelos chineses sobre a “Guerra de guerrilha”. Um dos conselhos que receberam do Mao TSE Toung é de que eles devem desenvolver a guerrilha a partir do interior do país.

7 de março de 1966
Dr. Jonas Savimbi ordena que todos comandantes daquela região se reunam em Muangai, província do Moxico.

11-13 de Março de 1966
Dr. Jonas Savimbi entra clandestinamente em Angola (leste de Angola), depois de sete anos fora,  e funda a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) com objectivo de combater o colonialismo. Nessa época a maior parte dos dirigentes políticos angolanos conduziam a luta a partir do exterior (República Democrática do Congo e República do Congo (Brazaville). Jonas Savimbi é eleito Presidente do movimento pelo I Congresso. O congresso realiza-se com a presença de 170 delegados.

Os fundadores (e co-fundadores) da UNITA são:
  • Jonas Malheiro Savimbi (Presidente, aos 32 anos de idade)
  • Miguel N´Zau Puna (Secretário Geral)
  • José Samuel Chiwale (Comandante geral da futura tropa)
  • João José Liahuca
  • Tony da Costa Fernandes
  • David Jonatão Chingunji "Samuimbila"
  • Samuel Piedoso Chinguni "Cafundanga"
  • Ernesto Joaquim Mulato
  • Alexandre Magno Chinguto
  • Pedro Paulino Moisés
  • José Kalundungu
  • Jacob Hossi Inácio
  • Jeremias Kussia Nundu
  • Nicolau Biacho Tchiuca
  • Isaías Mussumba
  • Mateus Bundua
  • Samuel Chivava Muanangola
  • Tiago Sachilombo

18 de setembro 1966
Primeira ação militar: ataque a Kaungula e Mitete, uma pequena vila habitada por comerciantes portugueses e posto adminsitrativo português, respectivamente.

4 de Dezembro de 1966,
Dr. Jonas Malheiro Savimbi lidera o ataque ao posto colonial de Kassamba.

25 de Dezembro de 1966
Dr. Jonas Savimbi lidera o ataque à Luau (Ex-Vila Teixeira de Sousa) que oficialmente para a UNITA  marca o início da Luta Armada de Libertação Nacional, onde devem ter morrido mais de 400 almas dos dois lados. Esteve também presente nesse ataque  Gamboa Chivala, que viria a morrer mais tarde no Moxico. Este ataque deu a UNITA a sua personalidade política e o seu reconhecimento nacional e internacional. Os ataques de 4 e 25 de Dezembro carregaram durante muito tempo uma carga simbólica no pensamento de Jonas Savimbi. Esses ataques atraíram outros companheiros que se encontrovam na FNLA, como por exemplo, José N´Dele, António Dembo, António Kakulukuta etc.

Julho de 1967
Depois de ter sido feito prisioneiro pelas autoridades zambianas, Jonas Savimbi foi obrigado a exilar-se no Cairo.

Para todo ano de 1967, Jonas Savimbi  orientou  a repetição de ofensivas esporádicas.

28 de Julho de 1968
Regressa a Angola e instala-se no interior das matas, donde dirige a guerra contra o colonialismo português.


25 de Abril de 1974

Revolução dos Cravos (revolução que não teve nenhum morto – os militares colocaram cravos nos canos de armas) em Portugal que derrubou o regime de Salazar e Caetano
26 de Abril de 1974
Jonas Savimbi encontra-se na base de Samussengue. Mantém-se lá por 20 dias de onde acompanha, via rádio, os acontecimentos do mundo, principalmente de Portugal.


14 Junho de 1974
Dr. Jonas Savimbi assina nas matas um acordo de cessar-fogo com uma delegação portuguesa.

03 de Janeiro de 1975
Dr. Jonas Savimbi Participa, em Mombaça (Kanya), da cimeira dos três Líderes dos Movimentos nacionalistas angolanos: Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi. Nesse encontro os três líderes concordam em instalar em Angola independente uma Democracia.

15 de Janeiro de 1975
Jonas Savimbi, Agostinho Neto e Holden Roberto assinam o Acordo de Alvor juntamente com o Presidente da República Portuguesa que perspectiva a Independência de Angola.

Acordo de Alvor
16 de Junho de 1975
A situação política do “novo Estado” deteriora-se subitamente. Em Luanda verificam-se massacres. Jonas Savimbi toma a iniciativa de que ocorra a cimeira de Nakuru para que se ultrapassem as divergências existentes entre os três movimentos de Libertação.

Dr. Savimbi  Dr. Agostinho Neto em Luanda


11 de Novembro de 1975
Dr. Jonas Savimbi proclama a independência de Angola a partir do Huambo.

08 de Fevereiro de 1976
Dr. Jonas Savimbi bem como militares da Unita abandonam a cidade do Huambo onde se tinham instalado e mais uma vez retomam o caminho das matas.(Há autores que afirmam que a "A longa Marcha iniciou-se nessa data)

Durante a Longa Marcha
Março de 1976
Acompanhado por uma coluna de mil pessoas (entre civis e militares), Dr. Jonas Savimbi começa “A longa Marcha” em direção do sul do país. Apenas 79 pessoas chegam ao fim da caminhada. Muitos morreram e outros abandonaram a coluna.

1979
Jonas Savimbi exaltava o Festival da Cultura Africana que foi realizado na Nigéria, em 1977. Savimbi falava, então, da afirmação da cultura africana e do homem negro.

Dezembro de 1979
Dr. Jonas Savimbi cria uma cidade no interior das matas (Jamba), no extremo sudoeste de Angola. Jamba torna-se a capital política, diplomática, administrativa e militar da UNITA.

Dezembro de 1981
Jonas Savimbi efetua a primeira visita aos Estados Unidos da América. A UNITA é reconhecida como uma força política que “é preciso tê-la em conta”.

1 de Janeiro de 1985
Jonas Savimbi inaugura a "Casa do Movimento" na Jamba.

Fevereiro de 1985
Jonas Savimbi é recebido por Chester Crocker na África do Sul para discutirem o plano para a região que consistia na retirada da tropa cubana de Angola e Independência da Namíbia.

2 de Junho de 1985
Savimbi foi o anfitrião da Internacional Democrática, um encontro de chefes de alguns movimentos anti-comunistas través o mundo (Contras da Nicarágua, Afeganistão e Laos ).
Interncional Democrática

20-24 de Junho de 1985
Jonas savimbi recebe na Jamba uma delegação chefiada peloa Presidente da África do Sul Pieter Both, acompanhado do Ministro dos Negócios estrangeiros Pick Botha.

30 de setembro de 1985
Jonas Savimbi desloca-se da frente de Mavinga a Jamba para receber uma Delegação de Parlamentares européus que estavam em visita de solidariedade.

1986
Dr. Jonas Savimbi é recebido no Salão oval da casa Branca pelo Presidente Ronald Reagan. Este o distingue como “Cambatente pela Libertdade”.

22 de Junho de 1989
Sob a égide do Presidente Mobuto Sesseko (Ex-Zaire) Jona Savimbi participa da cimeira de Gbadolite, no primeiro encontro com José Eduardo dos Santos, Presidente do MPLA e da República Popular de Angola. Cerca de 18 chefes de Estado africanos estavam presentes para prestigiar a cimeira. No mesmo dia, Jonas Savimbi desmente ter aceite o seu afastamento da cena política para facilitar o processo de paz e afirma aos periódicos portugueses que "o Marechal Mobutu tinha mentido". Ele afirma que continuará em Angola (e não no exílio).

Outubro de 1989
Presidente Bush recebe o Dr Jonas Savimbi
Jonas Savimbi faz uma viagem oficiosa a Washington e é recebido pelo Presidente Bush na Casa Branca para discutirem a necessidade do cessar-fogo para que se retome as negociações. 

Acordos de Bicesse
31 de Maio de 1991
Dr. Jonas Savimbi e o Presidente angolano Eng. José Eduardo dos Santos encontram-se novamente em Lisboa para a assinatura dos acordos de paz de Bicesse, na presença do Secretário Geral das Nações Unidas Javier Peres de Cuellar, de Yoweri Mousseweni, Presidente em exercício da Organização de Unidade Africana, do Secretário de Estado Americano, James Baker, do Ministro Russo das Relações Exteriores Edouard Chevarnadze e de Mário Soares Presidente da República Portuguesa.

29 de Setembro de 1991
Dr. Jonas Savimbi regressa a Luanda, 16 anos depois da Independência do país.

3 de outubro de 1991
Presidente Joé Eduardo dos Santos e  Dr.Jonas Savimbi

Jonas Savimbi vai ao Futungo e é recebido pelo Presidente José Eduardo dos Santos.

27 de Agosto de 1992
Início da Campanha Eleitoral. Jonas Savimbi é candidato às primeiras eleições presidenciais angolanas.

29 e 30 de Setembro de 1992
Dr. Jonas Savimbi denuncia a fraude das eleições testemunhada por vários parlamentares estrangeiros. A segunda volta das eleições nunca veio a ocorrer.

03 de Outubro de 1992
O presidente da UNITA Jonas Savimbi deixa clandestinamente a capital angolana com destino ao Huambo depois de receber um alerta sobre um provável atentado contra ele.

11 de outubro de 1992
Jonas savimbi concede recebe em audiência, no Huambo, o representante especial do secretário Geral da ONU em Angola, Margareth Anstee.

30 de Junho de 1994
O Líder da UNITA Jonas Savimbi escapa de um bombadeamento contra sua residência no Huambo.
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06 de Maio de 1995
Jonas Savimbi participa da cimeira de Lusaka com o Presidente José Eduardo dos Santos onde se assina os “acordos de Lusaka” sob a égide das Nações Unidas. Quatro outras cimeiras tiveram lugar nos meses que se seguiram, fora de Angola, para se acompanhar o processo de paz. Os acordos de Lusaka previam um “estatuto Especial” para o Presidente da UNITA.

15 de Julho de 1995
Jonas Savimbi recebe Boutros Ghali, Secretário Geral das Nações Unidas no Bailundo para avaliar o estado da aplicação do protocolo de Lusaka.

09 de Agosto de 1995 
Jonas Savimbi e o presidente angolano reunem-se numa cimeira em Franceville, Gabão

24 de Setembro de 1995
Jonas Savimbi participa da conferência de Bruxelas sobre Angola, na véspera da primeira mesa redonda de doadores destinada a obter fundos para a reconstrução de Angola. No dia seguinte, ambos participam em Bruxelas, Bélgica, de uma conferência de doadres destinada à obter fundos para a reconstrução de Angola

Junho de 1995
O MPLA reforma a Constituição para criar dois postos de Vice-Presidente da República. Um deles foi proposto a Jonas Savimbi.

Março de 1996
Jonas Savimbi participa em Libreville de uma cimeira com o Presidente José Eduardo dos Santos . No encontro, o chefe de Estado angolano convida Jonas Savimbi a ocupar o cargo da segunda vice-presidência.

20 de Setembro de 1996
Por ocasião do II Congresso Extraordinário, a UNITA recusa que o Presidente Jonas Savimbi aceite o cargo de Vice-Presidente.

Agosto de 1996 - Jonas Savimbi recebe uma mensagem do primeiro ministro português, António Guterres, sobre o assunto da vice-presidência. Mas Savimbi respondeu que iria rejeitar ocupar uma das vice-presidências que lhe foi proposta pelo governo, no quadro da reconciliação nacional.

1997
Jonas Savimbi e o Presidente Nelson Mandela
Jonas Savimbi vai à África do Sul convidar Nelson Mandela para mediar a realização do quinto encontro com o chefe angolano, José Eduardo dos Santos.

Janeiro de 1997 - Jonas Savimbi garante à Ministra de estado dos Negócios Estrangeiros e da Commonwealth, a baronesa Linda Chalre, que vai enviar a tempo os seus quadros para integrarem o governo de Unidade e Reconciliação Nacional (GURN)

Janeiro de 1998 - Jonas Savimbi recebe a mensagem de José Eduardo dos Santos relacionada com o próximo encontro entre os dois políticos, da qual foi portador o chefe-adjunto da Delegação do Gverno na Comissão Conjunta, Higino Carneiro.

15 de Maio de 1998 Jonas Savimbi recebe Alioune Blodin Beye em Bailundo, que tenta convencê-lo a viabilizar a reposição da administração do Estado no Bailundo, Mungo, Andulo, Nharea e noutras localidades.

9 de setembro de 2001
Jonas Savimbi,  pressente a sua morte. Ele escreve a um de seus correligionários: "Na estratégia militar há três elementos essenciais: o tempo, o espaço e as circuntâncias (...) o que não for a ver concluido ficarão bases sólidas para vocês atingirem as metas; (...) não saio da política porque alguém quer. A vida, a luta e os riscos ditarão um dia o fim da minha participação".

17 de fevereiro de 2002
Precipita-se o fim anunciado de Jonas Savimbi, quando as FAA capturam oficiais também ligados às comunicações da chamada “coluna presidencial”.

22 de Fevereiro de 2002
Dr. Jonas Savimbi Morre em Lucusse, na província do Moxico, leste de Angola, após uma longa perseguição efectuada pelas Forças Armadas Angolanas (FAA).
Jonas Savimbi morreu pela causa que defendeu

 
Jonas Savimbi nasceu em Munhango, Bié, 3 de Agosto de 1934
Jonas Savimbi, Líder da UNITA (1968-2002)
Jonas Savimbi é morto em Lucusse, Moxico, 22 de Fevereiro de 2002).

















A 4 de Abril de 2002 foi assinado o memorando de entendimento complementar ao protocolo de Lusaka entre as chefias Militares da UNITA e Forças Armadas de Angola

Jonas Savimbi admirado e amado por muitos. Como ser humano teve também o direito de cometer erros e acertos. Agora é ele e a História.


Para Ler
1) A longa Marcha

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Por que o papa Bento XVI renunciou?

Na história da Igreja Católica, Bento XVI  é o quarto Papa a renunciar ao pontificado. Os três anteriores  que renunciaram ao cargo foram: Gregório XII, em 1415; Celestino V, em 1294; e Ponciano, em 235.

Quais as razões que levaram o papa Bento XVI a renunciar passados oito anos de papado? Os ventos “contra” foram mais fortes?

Em seu discurso o Papa evocou a questão da fragilidade proveniente do envelhecimento e da consequente impossibilidade de governar melhor a Igreja Católica.

A imprensa italiana insinuou sobre uma possível doença do Papa ainda escondida e sobre alguns procedimentos cardíacos que teria sofrido recentemente. O porta-voz do Vaticano, no entanto, apressou-se a garantir que o Papa não está doente. 

As razões mais apontadas  até o presente momento são:
  1. Escândalos relacionados com a fuga de documentos secretos. Pesaram a revelação de corrupção pelo Banco do Vaticano. O próprio mordomo, pessoa que vestia todos os dias o Papa foi acusado de ter roubados os documentos que expunham a corrupção na Igreja e os ter vazado à imprensa. Tudo indica que o papa Bento XVI decidiu renunciar ao pontificado em 17 de dezembro do ano passado, após receber um novo relatório sobre o escândalo do vazamento de documentos oficiais do Vaticano, conhecido como "Vatileaks", que apontava uma "forte resistência" na Cúria romana em relação às medidas de transparência exigidas por ele. A condição de Bento XVI, segundo a imprensa italiana, começou a piorar em virtude dos sucessivos escândalos.
  2. Saúde Fragilizada. O Papa tem às costas um leque de doenças desde complicações cardiovasculares (o Papa Bento XVI usa marca-passo) a problemas de hipertensão – que pode ter sido a causa de um desmaio durante as férias de 2009. De há uns anos para cá, Bento XVI segue uma dieta rigorosa e os médicos proibiram-no de subir a mais de dois mil metros de altitude e efetuar viagens longas. Assim, o Papa evita a exposição púbica de sua deterioração de saúde, como aconteceu com seu antecessor, o Papa João Paulo II.
  3. Disputa interna de poder dentro da Santa Sé alegadamente levada a cabo pelo seu número dois, o cardeal Bertone. O Papa estava consciente de que não mandava sozinho e ainda via suas decisões contestadas. O cardeal Tarcisio Bertone, por exemplo, estaria tomando medidas à sua revelia, até punindo aliados do Papa.
  4. Escândalos de pedofilia na Igreja Católica. O Papa foi eleito com a promessa de fazer uma limpeza na Igreja Católica no caso da Pedofilia. No entanto, as decisões de punir os cardeais foram ignoradas ou levaram anos para serem executadas. Os escândalos de pedofilia no seu papado ganharam contornos constrangedores protagonizados por padres na Europa e Estados Unidos, principalmente. Uma dessas autoridades eclesiásticas, o cardeal Roger Mahony, de Los Angeles, estará entre os eleitores do novo Papa.
  5. Preservativos. O Papa Bento XVI deu indicações de que poderia rever algumas de suas bases. Alguns cardeais não gostaram e se apressaram em negar a posição.
  6. Dessa forma, nos últimos meses, Bento XVI se isolou demasiado, sem saber em quem confiar ou com quem contar. Mas há quem encontre explicações nas "profecias" para  a renúncia de Bento XVI.
Já adotando o novo nome, Josep Ratzinger, o cardeal alemão deverá ir num primeiro momento à casa de verão do Vaticano.




Fonte: O Estado de São Paulo,  Ionline.pt, exame.com

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A novela "Cidade de Kilamba" pode estar nos últimos capítulos



Sonip inicia venda de habitações do Kilamba

 
A Sonangol Imobiliária e Propriedades (Sonip) iniciou, desde o passado dia 01 do corrente mês (Fevereiro), a venda de habitações nas centralidades do Kilamba, Cacuaco, Capari, Km 44 e Zango I (Condomínio Vida Pacífica).

As vendas estão a ser processadas em 1)Regime de Renda Resolúvel, com capital inicial e sem capital inicial, num horizonte de 15 a 20 anos.
As habitações estão também à disposição do público em 2) regime de Arrendamento e de 3) Vendas a Pronto Pagamento", refere o comunicado da Sonip.

Os interessados deverão dirigir-se aos seus postos de vendas e, como alternativa, aos postos de venda da Delta Imobiliária, na cidade do Kilamba".

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, actualizou a comissão ad-hoc que tem por finalidade estudar e monitorar a aplicação das regras de comercialização dos imóveis das novas centralidades. 

Agora é ver para crer.

Fonte: http://jornaldeangola.sapo.ao/18/0/habitacao_a_venda_nas_novas_cidades