segunda-feira, 17 de setembro de 2012

As eleições "limpas" em Angola não foram desta vez



Angola prometeu realizar as "melhores eleições" de todos os tempos ou "eleições exemplares" principalmente para África.

Lamentavelmente não foi desta vez. O assunto está sob judice. Os brasileiros diriam "está no tapetão". Mesmo que seja previsto pela legislação, os que acompanharam o processo (e não somente a eleição) em uníssono poderão dizer que há muitas coisas que precisam ser melhoradas.

O assunto chegou até aí por nossa culpa: Comissão Nacional Eleitoral (CNE), O MPLA (que mais defendeu a CNE), a imprensa estatal (que foi exemplarmente parcial), a oposição (praticamente só um partido que andou se debatendo, alguns fizeram oposição aos partidos da oposição!), o presidente da República (que inaugurou obras públicas em todos país na semana das eleições), angolanos da diáspora que durante os últimos quatro anos nada fizeram para pressionar o governo no sentido de participarem dessas eleições e ainda se nada fizerem nem em 2017 irão participar), os comentaristas que apareceram por aí, igrejas (nada a comentar), sociedade civil, observadores (que só entraram em ação na semana das eleições, em vez de todo período eleitoral), músicos, sobas, há quem diga que estrangeiros também envolveram-se no processo, isso para não falar das bandeiras do MPLA e de Angola que se confundem por apresenaterem estreita semelhança gráfica enfim, ou seja, as eleições em Angola não foram exemplares.

Vale aqui parabenizar o comportamento cívico e a forma ordeira demonstrada pelos angolanos "no dia" das eleições.

A bola agora agora está com o Tribunal Constitucional. Creio que é uma "batata muito quente" que o nosso Tribunal Constitucional não gostaria receber principalmente pelo fato de sua composição estar assim constituída: 4 juízes conselheiros indicados pelo Presidente da República (virtual candidato vencedor), 3 indicados pelo grupo parlamentar do MPLA (partido virtual vencedor), 2 eleitos pelo plenário do Tribunal Supremo e 1 eleito pelo grupo parlamentar da UNITA (partido recorrente).

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