sexta-feira, 6 de julho de 2012

Um agente de segurança armado aponta a arma às pessoas


Eu acabava de fazer a foto acima quando ouvi uma voz a falar mansamente:
-Vou te matar.

Sem muita preocupação, virei-me calmante para trás para ver quem era. Imaginei tratar-se de algum amigo meu. Quando olhei bem, deparei-me com um agente de segurança particular, devidamente uniformizado, meia idade, altura mediana, magro com uma AKm 47 um pouco velha apontada para mim. Ai vi que se tratava de algo sério.

Fiquei gelado, geladinho. Lembrei-me imediatamente de um assalto recentemente sofrido e relatado pelo professor de comunicação social Celso Malavoloneque e do jornalista Jorge Eurico.

Trocamos olhares. No meu olhar eu queria lhe dizer: calma não faça isso. Eu ainda quero votar nas próximas eleições. Quero ainda ver como a comunicação estatal (TPA, RNA E JA) se comportará na cobertura das eleições, se seguirá ou não as orientações da Ministra das Comunicações, no Uige, de manterem a neutralidade...

Depois de alguns segundo, passou por mim e continuou a ameaçar outras pessoas e gritando: "quero matar alguém" até ser contido por colega dele.




Todos que passaram pela Rua Rainha Ginga hoje, sexta-feira 06 de julho de 2012, por volta das 6h20, na quadra que as duas fotos acima mostram não se esquecerão tão cedo de cenas tristes que passamos protagonizadas por esse "agente de segurança" particular.

Vale lembrar que quando terminou a guerra civil no nosso país, que durou por mais de duas décadas, muitos dos soldados desmobilizados foram absorvidos pelas empresas particulares de vigilância ou de segurança ou criaram suas. Esses agentes são facilmente encontrados nas calçadas de residências e estabelecimentos comerciais. Não sei afirmar se possuem bom acompanhamento psicológico e se são devidamente treinados e remunerados para essa nova função...

Ao registrar essa experiência aqui quero chamar atenção aos gestores dessas empresas de segurança e da própria polícia sobre os riscos que a população está exposta em determinadas situações. Não creio que esse agente estivesse querendo brincar; aliás brincadeira tem hora e definitivamente não era aquela hora nem daquela forma.

Qual a necessidade desses agentes de segurança particular portarem armamento pesado? Por que não usar cacetete e um sistema de comunicação eficiente para acionar a polícia sempre que necessário?

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