Luanda já não dá para capital
Por Abel Chivukuvuku
P – A administração colonial tinha planos para transferir a capital do país para a antiga cidade de Nova Lisboa, Huambo. Acha que é uma ideia para ser retomada pelas novas autoridades ou é coisa para esquecer?
AC – Para os tabus que imperam no nosso país – porque nós temos ainda uma sociedade de tabus –, pessoalmente não acho que seria politicamente recomendável. Acho que Luanda já não tem condições de funcionabilidade como ca-pital, mas talvez fosse necessário discutirmos e arranjar uma saída que seja racionalmente defensável. O que significa de-finirmos exactamente o centro geodésico do país – que fica-ria aí algures entre o Bié e Malanje – e nessa altura decidir-mos pôr a capital no centro de Angola. Estruturar vias que façam com que a capital possa irradiar-se da mesma forma para todos os lados do país. Portanto, defendo isso, mas é preciso um debate profundo, sereno e inclusivo para encontrarmos a melhor solução. En-tendo apenas que não seria recomendável o Huambo por ra-zões políticas. Entendo também que Luanda esgot.ou a sua capacidade de funcionabilidade positiva. É difícil funcionar em Luanda. E tudo isso tem custos, a própria produtivida-de é baixa. Enfim, há vários factores de constrangimentos, e que talvez a médio prazo tenhamos de discutir isso.
P – Disse que o Huambo não é recomendável para nova capital do país por razões políticas. Explicite melhor o seu raciocínio.
AC – Primeiro teríamos de ver porquê o Huambo? Só porque os portugueses tinham dito? Acho que não vamos fazer isso só porque os portugueses tinham escolhido o Huambo. Acho que fica mais fácil e racionalmente defensável – e a ideia de base tem de ser essa – encontrar o centro geodésico do país e lá fazermos uma nova capital.
Fonte: AS
AC – Para os tabus que imperam no nosso país – porque nós temos ainda uma sociedade de tabus –, pessoalmente não acho que seria politicamente recomendável. Acho que Luanda já não tem condições de funcionabilidade como ca-pital, mas talvez fosse necessário discutirmos e arranjar uma saída que seja racionalmente defensável. O que significa de-finirmos exactamente o centro geodésico do país – que fica-ria aí algures entre o Bié e Malanje – e nessa altura decidir-mos pôr a capital no centro de Angola. Estruturar vias que façam com que a capital possa irradiar-se da mesma forma para todos os lados do país. Portanto, defendo isso, mas é preciso um debate profundo, sereno e inclusivo para encontrarmos a melhor solução. En-tendo apenas que não seria recomendável o Huambo por ra-zões políticas. Entendo também que Luanda esgot.ou a sua capacidade de funcionabilidade positiva. É difícil funcionar em Luanda. E tudo isso tem custos, a própria produtivida-de é baixa. Enfim, há vários factores de constrangimentos, e que talvez a médio prazo tenhamos de discutir isso.
P – Disse que o Huambo não é recomendável para nova capital do país por razões políticas. Explicite melhor o seu raciocínio.
AC – Primeiro teríamos de ver porquê o Huambo? Só porque os portugueses tinham dito? Acho que não vamos fazer isso só porque os portugueses tinham escolhido o Huambo. Acho que fica mais fácil e racionalmente defensável – e a ideia de base tem de ser essa – encontrar o centro geodésico do país e lá fazermos uma nova capital.
Fonte: AS
Meu comentário: Realmente Luanda não possui mais estrutura para ser Capital. Os engarrafamentos monumentais, calor (equipamentos atuais exigem que sejam acomodados em baixas temperaturas), o crecimento desordenado da cidade, a localização geográfica são, entre outras, razões que tornam a cidade de Luanda inviável para ser capital do país.
Os Portugueses, no início do século passado, construíram a cidade do Huambo para a ser a nova capital de Angola. No entano, a atual sociedade não está preparada para este tipo de mudança, muito em função da recente guerra que opôs o MPLA e a UNITA. Normalmente as pessoas se referem a isso como "motivos óbvios", embora, qualquer pessoa que visitar Huambo, mesmo com alguns preconceitos, não terá dúvidas em afirmar que a cidade mais ecológica de Angola, depois das reformas levadas acabo pelo atual primeiro Ministro (Kassoma)realmente tem muito a oferecer. Oficialmente, dirigentes ligados ao MPLA não discutem abertamente o assunto; as ligas a UNITA e diversos intelectuais quando a discutem não retomam ao plano português.
Assim, pelo sim e pelo não, só resta a solução salomônica, semelhante a encontrada, por exemplo, pelo Brasil, com a construção de Brasília.
Eu tenho um amigo que me garante que o governo tem discutido a ideia da transferir a capital ao Huambo (cidade vida). Um dos primeiros indicativos seria o fato do nome da futura Universidade de lá já ter recebido o nome de José Eduardo dos Santos.
Para aqueles que me acompanham já sabem de minha posição em realção a esse assunto: "construção de nova capital". Se em dois anos Angola foi capaz de construir estádios para o CAN, hotéis e toda infraestrutura também é capaz em pouco tempo construir uma sede administrativa.
Fotos acima: Huambo
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