quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Congo endurece contra Angola e perde a ternura

O imbróglio em que Angola e Congo se meteram só vem confirmar a minha velha tese de que não há países amigos nem irmãos. O que existe mesmo são países com interesses mutuamente vantajosos. Pode existir, sim, países vizinhos ou inimigos.

Tudo começou quando Angola expulsou, em massa, imigrantes congoleses ilegais. Muitos deles se dedicavam à exploração e comercialização ilegal de diamantes, que se estimam chegar perto de 300 milhões de dólares anuais. Isso, segundo autoridades angolanas, coloca em risco à estabilidade e soberania do país.

Por sua vez, como retalhação a República Democrática do Congo (RDC), que muita ajuda recebeu de Angola, contrariando a terceira lei de Newton (ação e reação) começou a expulsar angolanos, só que tanto aqueles que se encontravam em situação ilegal quanto legal num ato nitidamente discriminatório contra nossos irmãos. Até pessoas que lá viviam por 40 anos. Já se fala em mais de 15 mil agolanos que deverão retornar para casa. Muitos deles, segundo relatos, chegam a caminhar até 100 km para atingirem a fronteira angolana.

Os angolanos que desembarcam no teritório angolano, muitos deles pais de "filhos" congoleses ou contraíram núpcias com congolesas, contam que seus bens, obtidos com muito sacrifício, estão a ser saqueados, além de sofrer ofensas morais e físicas. Alguns chegaram a ser detidos.

Os dirigentes angolanos parece que estão em estado de choque. Pouco ou nada dizem, como se estivessem arrependidos pela ação praticada. A única medida tomada, para além de ajudar aos expulsos, foi suspender os voos da companhia aérea TAAG à RDC.

O momento é de se manter calma.

2 comentários:

  1. Zangam-se os "compadres", e paga o povo. Espero que a diplomacia funcione e que deixem de descontar as suas frustações na população.

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  2. Noticia-se que muitos populares já começarama fazer represálias com próprias mãos. Alguns congoleses a viver em Luanda já sentiram os efeitos nefastos dessa medida. Em Cabinda, no entanto, parece que tudo está indo bem.

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