“Presidente da BP em Angola, que acha que angolanizar não é quantificar mas qualificar, afirma que a angolanização é um processo e vai levar o seu tempo.”
Sempre que se fala em angolanização, invariavelmente, a BP é a primeira a ser lembrada. Poderia até ser uma boa referência. No entanto, normalmente é lembrada como exemplo de uma empresa onde a angolanização é um processo que está com um pé “na casca da banana e outro na cova”, embora seja uma, talvez a única, que possui no seu topo um angolano.
Na semana passada, atraves da entrevista concedida ao “Novo Jornal”, de 10 de Julho de 2009, o Presidente da BP, José Gonçalves Martis Patrício (55), jornalista de profissão, fazendo o papel de bombeiro, saiu novamente em defesa da empresa que representa. Uma resenha de suas idéias sobre o processo de angolanização é apresentada a seguir.
O executivo José Patrício começou por afirmar que a "angolanização na indústria petrolífera é um processo e vai levar seu tempo". Por outras palavras: a angolanização não se resolve por “decretos cosméticos. Necessita de uma refundação”, assim diria o presidente Raúl Castro de Cuba. Tudo porque a angolanização, segundo Patrício, entrevistado a partir da cidade do Cubal, não pode ser vista exatamente como na construção civil, ou outros setores. Para Patrício, a indústria petrolífera é extremamente sofisticada e exigente do ponto de vista tecnológico. Necessita de investimentos avultadíssimos e de risco elevado.
Por isso, continua o executivo José Patrício, os jovens quadros da nossa pátria, que têm na indústria petrolífera o seu “El dorado” em termos de carreira profissional, mesmo depois da licenciatura e especialização são submetidos a programas intensivos de treinamento (On the Job Training) para se familiarizarem com todas as ferramentas e processos da indústria. Dessa maneira angolanizar é sim “qualificar”, não podendo, portanto, ser medido pelo número de quadros que deixam a empresa. Vale aqui lembrar que, em média, a percentagem de angolanos que deixa a BP é de 5% no universo de 500 funcionários.
Ao comentar sobre a concorrência no setor, o ex-Secretário para a Informação do Presidente de Angola, que diz não ter uma visão redutora nem fantasista sobre a angolanização, acha que o problema de concorrência é desequilibrada porque o angolano com três a cinco anos de trabalho no setor têm que competir com expatriados de 15, 20 ou 25 anos de experiência.
Entretanto, o ex-embaixador angolano em Portugal, Estados Unidos e junto da Organização das Nações Unidas está convencido de que os técnicos da BP com cinco anos de serviço, que têm dificuldades de concorrer com expatriados, depois de programas de formação e desenvolvimento das suas competências ainda assim tornam-se tão competitivos no mercado que passam a ser assediados pela concorrência direta, pelas prestadoras de serviço e outros setores públicos e privados da economia nacional, como é, provavelmente, o caso de José Bento ex-funcionário de recursos humanos da BP, por 8 anos, que hoje é quadro de referência do BDA (Banco de Desenvolvimento Angolano), com salário maior daquele que recebia na BP, além de uma viatura de serviço.
Vale recordar que o decreto 20/80 definiu os niveis de angolanização a alcançar até 1990, sob pena de sanções. Se 29 anos depois ainda não temos angolanos capazes, com experiência de 15, 20 ou 25 anos, isso sugere que não há transmissão de conhecimento, os angolanos são transferidos constantemente de seus postos para que não tenham tempo suficiente de obter experiência, são dispensados antes de atingirem experiência necessária, como aconteceu com Tânia Correia dispensada depois de 12 anos na BP ou desenvolvem atividades simples, como por exemplo o de atribuir a um economista o trabalho de scanear (digitalizar) mil apólices de seguros, como aconteceu com Mário Cumandala.
Finalmente, “a principal figura da petrolífera inglesa” que opera em Angola, deu a mão à palmatória quando afirmou que “a concorrência obriga a que se olhe com mais rigor para outras componentes, como pacotes de benefícios e as medidas de atração e retenção de quadros, de modo a que a empresa seja competitiva no domínio de recursos humanos”. Caso contrário a empresa continuará perdendo brilhantes profissionais como ocorreu com a perda de Almeida e Filipe Pelágio, só para citar casos exaustivamente noticiados.
Sempre que se fala em angolanização, invariavelmente, a BP é a primeira a ser lembrada. Poderia até ser uma boa referência. No entanto, normalmente é lembrada como exemplo de uma empresa onde a angolanização é um processo que está com um pé “na casca da banana e outro na cova”, embora seja uma, talvez a única, que possui no seu topo um angolano.
Na semana passada, atraves da entrevista concedida ao “Novo Jornal”, de 10 de Julho de 2009, o Presidente da BP, José Gonçalves Martis Patrício (55), jornalista de profissão, fazendo o papel de bombeiro, saiu novamente em defesa da empresa que representa. Uma resenha de suas idéias sobre o processo de angolanização é apresentada a seguir.
O executivo José Patrício começou por afirmar que a "angolanização na indústria petrolífera é um processo e vai levar seu tempo". Por outras palavras: a angolanização não se resolve por “decretos cosméticos. Necessita de uma refundação”, assim diria o presidente Raúl Castro de Cuba. Tudo porque a angolanização, segundo Patrício, entrevistado a partir da cidade do Cubal, não pode ser vista exatamente como na construção civil, ou outros setores. Para Patrício, a indústria petrolífera é extremamente sofisticada e exigente do ponto de vista tecnológico. Necessita de investimentos avultadíssimos e de risco elevado.
Por isso, continua o executivo José Patrício, os jovens quadros da nossa pátria, que têm na indústria petrolífera o seu “El dorado” em termos de carreira profissional, mesmo depois da licenciatura e especialização são submetidos a programas intensivos de treinamento (On the Job Training) para se familiarizarem com todas as ferramentas e processos da indústria. Dessa maneira angolanizar é sim “qualificar”, não podendo, portanto, ser medido pelo número de quadros que deixam a empresa. Vale aqui lembrar que, em média, a percentagem de angolanos que deixa a BP é de 5% no universo de 500 funcionários.
Ao comentar sobre a concorrência no setor, o ex-Secretário para a Informação do Presidente de Angola, que diz não ter uma visão redutora nem fantasista sobre a angolanização, acha que o problema de concorrência é desequilibrada porque o angolano com três a cinco anos de trabalho no setor têm que competir com expatriados de 15, 20 ou 25 anos de experiência.
Entretanto, o ex-embaixador angolano em Portugal, Estados Unidos e junto da Organização das Nações Unidas está convencido de que os técnicos da BP com cinco anos de serviço, que têm dificuldades de concorrer com expatriados, depois de programas de formação e desenvolvimento das suas competências ainda assim tornam-se tão competitivos no mercado que passam a ser assediados pela concorrência direta, pelas prestadoras de serviço e outros setores públicos e privados da economia nacional, como é, provavelmente, o caso de José Bento ex-funcionário de recursos humanos da BP, por 8 anos, que hoje é quadro de referência do BDA (Banco de Desenvolvimento Angolano), com salário maior daquele que recebia na BP, além de uma viatura de serviço.
Vale recordar que o decreto 20/80 definiu os niveis de angolanização a alcançar até 1990, sob pena de sanções. Se 29 anos depois ainda não temos angolanos capazes, com experiência de 15, 20 ou 25 anos, isso sugere que não há transmissão de conhecimento, os angolanos são transferidos constantemente de seus postos para que não tenham tempo suficiente de obter experiência, são dispensados antes de atingirem experiência necessária, como aconteceu com Tânia Correia dispensada depois de 12 anos na BP ou desenvolvem atividades simples, como por exemplo o de atribuir a um economista o trabalho de scanear (digitalizar) mil apólices de seguros, como aconteceu com Mário Cumandala.
Finalmente, “a principal figura da petrolífera inglesa” que opera em Angola, deu a mão à palmatória quando afirmou que “a concorrência obriga a que se olhe com mais rigor para outras componentes, como pacotes de benefícios e as medidas de atração e retenção de quadros, de modo a que a empresa seja competitiva no domínio de recursos humanos”. Caso contrário a empresa continuará perdendo brilhantes profissionais como ocorreu com a perda de Almeida e Filipe Pelágio, só para citar casos exaustivamente noticiados.
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