Brasil - Ao ler alguns comentários no nosso habitual jornal on-line, o club-k, e a opinião de alguns articulistas como o PGarcia, Professor Feliciano Cangue e outros a impressão que se tem é que a missão de Dino Cassulo, Kabazuca e Nelo é de recolher cacos.
Além disso, alguns compatriotas vitimados pela antiga mania de que qualquer iniciativa pessoal ou de grupo são sempre os passos de um grande projeto ou plano direcionado a neutralizar adversários, e tudo o que se faz ou executa-se –em nome de se fazer política- é o produto de um comando centralizado com o objetivo de se desferir golpes certeiros e precisos aos adversários; baseado nisso parece que o trio acima mencionado (DcKN) tem gerado na mente de uns uma certa confusão; esperamos que o mito não vai além do que é real e saudável. Como notícia e curiosidade devemos dizer aos leitores amigos que entre essas três pessoas não há nada que nos uni, que não seja um ideal político, cívico, e porque não dizer, sonhador para vermos as coisas a funcionar bem como mandam os bons costumes. E isso não deve ser tão diferente para o PGarcia e o Feliciano, mesmo estando em lados opostos; no que diz respeito a política e, possivelmente, em idéias, além disso, é preciso reconhecer que o papel destes é uma missão, igualmente, glorificante.
Já que o que se trata aqui é de saber quais as intenções e missões possíveis; eu de minha parte só posso falar da possível missão que me corresponde, já que é complicado falar das intenções de outros camaradas. E minha missão, longe de ser secreta, é a de todos. É a missão da cidadania. E, igualmente, acredito que seja a missão daqueles dois.
Alguém uma vez evocou uma frase, longe de ser romântica, e sendo tão real quanto as decisões políticas que abalam a vida de cada um de nós: <
Talvez por uma questão cultural, entre nós angolanos, sempre reinou a convicção caduca de que superes decisões ao nível da família, do grupo social em que pertencemos, ao nível do Estado, Governo era uma decisão relegada aos mais velhos.
Um exemplo, aí vai: No antigo Congo do Ditador Mobuto-Seseko existia um consenso social, tão primitivo quanto hoje encontra-se a mesma nação, de que: ser livre e não ter problemas com as autoridades era não meter-se em política, ou, simplesmente, não questionar os rumos da nação. Seus valores sociais e políticos.
Hoje temos simplesmente os resultados: o Congo Democrático ou o antigo Zaíre é considerado um dos países, se não o país, mais atrasado e primitivo da fase da Terra, mesmo depois de quase cinqüenta anos de independência. Mesmo pelo seu tamanho e riqueza é o produto mais repugnante que existe do ponto de vista das nações. Encravado na região central da África, de lá só saem mitos sobre selvajaria, guerras tribais e de políticos ambiciosos que não conseguem entender-se.
O Congo de hoje, não é mais uma posição geográfica, uma nação sofrida encravada no centro do Continente Africano: é menos do que isso. Na visão mística e selvagem que ele mesmo criou ( essa nação), é um grande bruxo sentado à beira de um Rio, quem sabe o imponente e magnificente Rio Congo, fumando um cachimbo e jorrando fumo por todos os orifícios. Um bruxo, todo ignorante, estupidamente ignorante, querendo decifrar o futuro no espelho produzido nas águas desse Rio. Ou ainda, na miragem perigosa e selvagem de um crocodilo, no olhar perigoso que esse crocodilo, detrás desse espelho oferece a sua futura presa. E assim, esperando a indesejável ação macabra desse visitante, que precisa ser evitado por obra de lucidez e bom raciocínio.
Nós os angolanos não queremos ser guiados por magia, pela sorte dos bruxos, não estamos a espera para sermos devorados por um crocodilo, para sermos devorados pela ignorância, a burrice , a estupidez e a corrupção generalizada. Não queremos passar pela história como um bando de fracassados e inertes. Nem a metafísica, nem o silêncio, a inércia ou a falta de iniciativa poderão definir a trajetória de nossa história. Por isso, é tarefa de todos: do Dino, do Kabazuca, do PGarcia, do Nelo, do Cangue e de todos os outros que existem por aí, que se dizem ser Angolanos e amar essa pátria opor-se contra os escândalos da corrupção. É missão irrenunciável; e que é feito com medidas para todos nós. E a questão é simples: não queremos ser governados por ineptos, por corruptos que se aproveitem de uma ditadura legitimada pelo povo.
Somos esses tipo de homens, críticos e cidadãos que exigimos o controle absoluto do estado pela sociedade civil. Que o mesmo preste contas e aprenda a responsabilizar-se pelos seus atos, e a responsabilizar aqueles que derem causas ou promoverem falhas no seu bom funcionamento; que o Estado não seja surdo, cego e fingido; e se for, que se trate em todos os sentidos. Que o Estado, no seu funcionamento, não exista em função do que é privado e individual. Somos a favor da isonomia absoluta do poder público. A favor de uma cultura de controle, prestação de contas e tomadas de contas. Não à cegueira, o deixa para lá.
De que podemos acumular inimigos de um lado e do outro, já soubemos. Mas temos à certeza que esse inimigo não virá dos milhões de Angolanos que a bem pouco tempo legitimaram os governantes que estão por aí. Para ser sincero, os inimigos, muito menos virão do MPLA, e desta vez, com maior probabilidade de acertarmos, eles tão pouco virão da UNITA ou da FNLA. Os inimigos agora são os corruptos, que por sinal podem estar em qualquer um dos cantos ou lugares.
É a essa gente que devemos infernizar e declarar “guerra”; é a essa gente que nenhum de nós está disposto a deixar em paz.
Minha proposta e iniciativa é que corrupto nenhum nessas terras (Angola) deve se sentir livre e à vontade. Ele tem que se sentir perseguido, atormentado, viver assustado com a possibilidade de ser denunciado, acusado e quem sabe até mesmo de um dia ser julgado e condenado, de preferência pela justiça dos homens. Ele, o corrupto, deve se sentir um zumbi, na terra de estranhos. E isso se faz com perseguição a todos eles, com controle eficiente da coisa pública, com a prestação de contas e finalmente a tomada de contas.
Para combatermos a corrupção é preciso declarar guerra generalizada a essa gente. Uma guerra sem trégua e sem pactos; uma guerra ostensiva, plana, horizontal, vertical e em todas as direções possíveis. É preciso vitimá-los! Que equivale a desmascará-los. Mas para isso precisamos que essa missão –Missão Irrenunciável- tenha a participação de todos. E é aqui onde os trios e as duplas mencionadas acima podem ser vistos como uma gota no oceano. É aqui onde a cidadania conta como instrumento de luta. Nossa luta ou guerra mencionada neste texto, que fique bem claro, é o exercício dessa cidadania que tem como objetivo o combate a corrupção.
Nossa luta é o combate à falsidade, à mentira, à bajulação que se transformou em doença social e eleva gente ineficiente ao poder; ao descaramento e à sem-vergonhice e ao desrespeito à nação.
Continuamos no próximo texto!
Missão irrenunciável I – Nelo de Carvalho
Fonte: WWW.a-patria.net
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