“Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.” Friedrich Nietzsche
Existem infinitos pensamentos sobre a mentira. Posso citar alguns: “a mentira tem pernas curtas”; “o diabo é o pai da mentira”; "a mentira nunca sobrevive até alcançar idade avançada" (Sófocles); "O mentiroso faz dois esforços: mentir e segurar a mentira" (Júlio Camargo); “para sustentar uma mentira o mentiroso tem que inventar novas mentiras”.
Especialistas definem a mentira como “discurso contrario à verdade, com o objetivo de enganar”. Falemos a verdade: ninguém gosta ser enganado porque só faz aumentar as tensões e desconfianças entre as pessoas.
Entretanto, a política, via de regra, usa esse experiente, para deformar a verdade, num ato deliberado. Muitos estudos mostram que, quanto menor for o grau de instrução do povo, mais facilmente é enganado. A explicação é simples: o povo, nessa situação, possui uma "memória curta". Em países onde as pessoas estão mais atentas, a punição que aplicam aos deputados mentirosos é não votar neles.
Ainda, há uma pergunta que não cala: é correto ou ético, um presidente da República faltar com a verdade? Como pessoa, talvez não, mas como instituição é muito feio, principalmente que o faz por livre e espontânea vontade.
E, se um mentiroso ocupar a presidência, como saberíamos discernir quando é que fala como pessoa ou como instituição? É difícil! A solução deveria ser prática: só pessoas sinceras deveriam ocupar esse cargo. Aquelas pessoas que sabem dizer não, quando é para se dizer não e sim quando é sim. Se não acreditarmos nessa instituição em qual mais acreditaremos?
Quando o alto mandatário, deliberadamente, falta com a verdade, cria, na população esclarecida, muita confusão. É muito confuso ficar tentando descobrir quem é o narrador da mentira: o presidente ou o cidadão? Essa confusão é pior daquela que se cria, numa criança, quando o telefone toca e o pai pede para dizer que ele não está! A criança está vendo o pai e está falando com ele! Que péssimo exemplo que um pai passa ao filho!
No Brasil, o presidente Lula, que é homem de palavra, afirmou que não é candidato ao terceiro mandato. Ele já afirmou isso, mais de duas vezes. O fez por livre e espontânea vontade. Há, inclusive, deputados interessados em apresentar uma emenda à constituição que possibilite ao Presidente Lula concorrer ao terceiro mandato. Imaginem a cara de bundão que ficariam as pessoas que o têm como "homem de palavra" se, na maior cara dura, fingindo que não tenha dito nada, vier se apresentar para disputar o terceiro mandato?
O Presidente em exercício de Angola prometeu em alto e bom som: aproximar o Estado da sociedade através da abertura de canais de diálogos, para que cidadãos possam exercer plenamente a cidadania, além de ter afirmado que o candidato do MPLA às eleições presidenciais não seria o cidadão José Eduardo dos Santos.
Assim, João Lourenço, a quem eu considero homem de palavra, afirmou que o presidente, José Eduardo dos Santos, é um homem de palavra. Essa posição é também corroborada pelos militantes sinceros do MPLA. Diz o velho ditado: "ao pobre não prometa e ao rico não deva". Um compatriota atento agora cobra o cumprimento de algumas promessas, através de uma carta aberta ao Presidente. Ele está fazendo provas para ver se o presidente abrirá as portas do Palácio para recebê-lo. As coisas têm que ser assim: prometeu o povo tem que cobrar e aquele que prometeu deve cumprir. Essa é fácil para ser cumprida!
Carta aberta ao Presidente da República
Ao Jornal Angolense
Para sua excelência Senhor Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.
É com muita honra e satisfação que lhe escrevo estas pequenas linhas mas de extrema importância. Assim sendo, começo por lhe agradecer como tem sido bom dirigente na condução dos destinos deste país, começando pela nomeação dos novos quadros, principalmente, da Senhora Francisca do Espírito Santo, no cargo de governadora de Luanda, sendo a primeira mulher na história de Angola a governar uma província. Em função das qualidades que a mesma foi apresentando enquanto vice-governadora, é um merecimento prioritário porque antes já estava a mostrar trabalho do que muitos dirigentes.
Temos fé que sendo ela uma grande senhora e mãe conseguirá resolver os nossos problemas sem quaisquer dificuldades. Não digo isso porque é familiar ou amiga mas devido ao seu trabalho, ao rigor, a exigência, de tal modo que, fico comovido com ela. Garanto que o Senhor Presidente fez uma coisa certa, não vai se arrepender.
Por outro lado, o Senhor Presidente da República no seu discurso do fim de ano, falou da democracia mas ela não se faz sentir porque ninguém é permitido chegar até a si. Se na realidade existe disponibilidade por parte do Senhor Presidente, então, agradeço que me receba em audiência porque de facto quero participar activamente na vida deste país.
Sou filho de camponês, não sou político mas tenho uma visão daquilo que os políticos tem de fazer, tenho algo muito importante a despertar ou anunciar ao Senhor Presidente.
Peço-lhe para que me receba quanto antes, não se vai arrepender por um minuto que lhe vou roubar. Já há três anos que pretendo um encontro com o Senhor, mas sempre sou interrompido, a única forma que achei conveniente é anunciar pelos órgãos de informação, no caso vertente, os jornais privados.
Felicidade e determinação nos seus a fazer – o Senhor está indo bem.
Luanda, 19 de Abril de 2008
Subscrevo-me T. Sapembe
Existem infinitos pensamentos sobre a mentira. Posso citar alguns: “a mentira tem pernas curtas”; “o diabo é o pai da mentira”; "a mentira nunca sobrevive até alcançar idade avançada" (Sófocles); "O mentiroso faz dois esforços: mentir e segurar a mentira" (Júlio Camargo); “para sustentar uma mentira o mentiroso tem que inventar novas mentiras”.
Especialistas definem a mentira como “discurso contrario à verdade, com o objetivo de enganar”. Falemos a verdade: ninguém gosta ser enganado porque só faz aumentar as tensões e desconfianças entre as pessoas.
Entretanto, a política, via de regra, usa esse experiente, para deformar a verdade, num ato deliberado. Muitos estudos mostram que, quanto menor for o grau de instrução do povo, mais facilmente é enganado. A explicação é simples: o povo, nessa situação, possui uma "memória curta". Em países onde as pessoas estão mais atentas, a punição que aplicam aos deputados mentirosos é não votar neles.
Ainda, há uma pergunta que não cala: é correto ou ético, um presidente da República faltar com a verdade? Como pessoa, talvez não, mas como instituição é muito feio, principalmente que o faz por livre e espontânea vontade.
E, se um mentiroso ocupar a presidência, como saberíamos discernir quando é que fala como pessoa ou como instituição? É difícil! A solução deveria ser prática: só pessoas sinceras deveriam ocupar esse cargo. Aquelas pessoas que sabem dizer não, quando é para se dizer não e sim quando é sim. Se não acreditarmos nessa instituição em qual mais acreditaremos?
Quando o alto mandatário, deliberadamente, falta com a verdade, cria, na população esclarecida, muita confusão. É muito confuso ficar tentando descobrir quem é o narrador da mentira: o presidente ou o cidadão? Essa confusão é pior daquela que se cria, numa criança, quando o telefone toca e o pai pede para dizer que ele não está! A criança está vendo o pai e está falando com ele! Que péssimo exemplo que um pai passa ao filho!
No Brasil, o presidente Lula, que é homem de palavra, afirmou que não é candidato ao terceiro mandato. Ele já afirmou isso, mais de duas vezes. O fez por livre e espontânea vontade. Há, inclusive, deputados interessados em apresentar uma emenda à constituição que possibilite ao Presidente Lula concorrer ao terceiro mandato. Imaginem a cara de bundão que ficariam as pessoas que o têm como "homem de palavra" se, na maior cara dura, fingindo que não tenha dito nada, vier se apresentar para disputar o terceiro mandato?
O Presidente em exercício de Angola prometeu em alto e bom som: aproximar o Estado da sociedade através da abertura de canais de diálogos, para que cidadãos possam exercer plenamente a cidadania, além de ter afirmado que o candidato do MPLA às eleições presidenciais não seria o cidadão José Eduardo dos Santos.
Assim, João Lourenço, a quem eu considero homem de palavra, afirmou que o presidente, José Eduardo dos Santos, é um homem de palavra. Essa posição é também corroborada pelos militantes sinceros do MPLA. Diz o velho ditado: "ao pobre não prometa e ao rico não deva". Um compatriota atento agora cobra o cumprimento de algumas promessas, através de uma carta aberta ao Presidente. Ele está fazendo provas para ver se o presidente abrirá as portas do Palácio para recebê-lo. As coisas têm que ser assim: prometeu o povo tem que cobrar e aquele que prometeu deve cumprir. Essa é fácil para ser cumprida!
Carta aberta ao Presidente da República
Ao Jornal Angolense
Para sua excelência Senhor Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos.
É com muita honra e satisfação que lhe escrevo estas pequenas linhas mas de extrema importância. Assim sendo, começo por lhe agradecer como tem sido bom dirigente na condução dos destinos deste país, começando pela nomeação dos novos quadros, principalmente, da Senhora Francisca do Espírito Santo, no cargo de governadora de Luanda, sendo a primeira mulher na história de Angola a governar uma província. Em função das qualidades que a mesma foi apresentando enquanto vice-governadora, é um merecimento prioritário porque antes já estava a mostrar trabalho do que muitos dirigentes.
Temos fé que sendo ela uma grande senhora e mãe conseguirá resolver os nossos problemas sem quaisquer dificuldades. Não digo isso porque é familiar ou amiga mas devido ao seu trabalho, ao rigor, a exigência, de tal modo que, fico comovido com ela. Garanto que o Senhor Presidente fez uma coisa certa, não vai se arrepender.
Por outro lado, o Senhor Presidente da República no seu discurso do fim de ano, falou da democracia mas ela não se faz sentir porque ninguém é permitido chegar até a si. Se na realidade existe disponibilidade por parte do Senhor Presidente, então, agradeço que me receba em audiência porque de facto quero participar activamente na vida deste país.
Sou filho de camponês, não sou político mas tenho uma visão daquilo que os políticos tem de fazer, tenho algo muito importante a despertar ou anunciar ao Senhor Presidente.
Peço-lhe para que me receba quanto antes, não se vai arrepender por um minuto que lhe vou roubar. Já há três anos que pretendo um encontro com o Senhor, mas sempre sou interrompido, a única forma que achei conveniente é anunciar pelos órgãos de informação, no caso vertente, os jornais privados.
Felicidade e determinação nos seus a fazer – o Senhor está indo bem.
Luanda, 19 de Abril de 2008
Subscrevo-me T. Sapembe
Nenhum comentário:
Postar um comentário