“O trânsito continua caótico em Luanda. As autoridades dizem ter um programa de reordenamento da circulação automóvel na capital”. Esse foi um dos assuntos que o canal AngoNotícias publicou recentemente. Acredito que meus olhos não me enganaram quando li essa notícia. Eu gostaria de discutir esse programa que as autoridades dizem possuir, do ponto de vista acadêmico, principalmente para mostrar que uma das coisas que inspira confiança no trato com as coisas públicas é a marcação de prazos.
Em primeiro lugar, o engarrafamento não é um problema novo e tampouco restrito à nossa capital. É fruto do excessivo crescimento demográfico, do crescimento desordenado do parque industrial e do desejo de todos procurarem melhores condições de vida, que supostamente existe nas grandes cidades. Em todos os lugares por onde tive a oportunidade, as autoridades de trânsito, via de regra, são compostas por engenheiros e administradores de empresas.
Os engenheiros e administradores conhecemos bem a lei do Engenheiro Cyril Northcote Parkinson (1909-1993) que afirma: “Todo trabalho se expande até preencher o tempo disponível para a sua realização”. A aplicação prática dessa lei pode ser vista todos os dias em todo lugar. Qualquer pessoa provavelmente já percebeu que caso tenha dez minutos para escrever um relatório, levará dez minutos para fazê-lo. E, se tiver uma semana, levará uma semana para fazer a mesma coisa.
Um outro exemplo que pode ser visto é quando damos uma tarefa simples a um funcionário com bastante tempo livre. O funcionário começará mandando e-mails, em seguida irá convocar reuniões e envolver outras áreas em seu trabalho. Depois começará a participar de cursos, e como terá que viajar e escrever o relatório irá requisitar um assistente, uma secretária, um revisor de textos e uma viatura para aumentar atrapalhar mais o trânsito. Se o processo não for interrompido em pouco tempo, uma tarefa simples pode se transformar em um departamento inteiro, cheio de gente querendo expandir o seu trabalho, delegando responsabilidades, até preencher o tempo disponível. No nosso caso de Angola se, por exemplo, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não determinar um prazo para que os gabinetes provinciais, municipais e comunais sejam instalados, isso dificilmente irá ocorrer, congestionando assim todo processo eleitoral gerando assim ansiedade e tensões de natureza política em diversas partes do país. Quando fiz parte da saudosa Organização dos Pioneiros Angolanos (OPA), não nos cansávamos de repetir as seguintes palavras de ordem: “o mais importante é resolver os problemas do povo”. A impressão que tenho é que o ex-presidente Dr. Agostinho Neto, o guia imortal e fundador da nossa nação que agora está caindo no esquecimento quase atingindo o “zero”, era um incansável solucionador dos problemas do povo. Um dia estava em Benguela, outro no Huambo, Cabinda, Uige, Saurimo, Malanje, etc. A lista não termina nunca. Numa dessas viagens ele perdeu o rumo e foi parar em Kinshasa. Acabou fazendo as pazes com o então temido Joseph Désiré Moubutu. Para o médico Neto o lema era “tolerância zero” para os problemas do povo. Naquela época, se alguém encontrasse dez angolanos andando aos trambolhões pelas ruas sem luz, certamente uma delas era o camarada Neto da aldeia de Kaxikane. Não é por acaso que a maior parte dos seus poemas, o poeta de Icolo e Bengo expõe o sofrimento do nosso povo. Hoje, no entanto, essas palavras de ordem poderiam ser ajustadas: “O mais importante é marcar prazos, com tolerância zero, para resolver os problemas do povo”. Essa frase deveria ser repetida para não cair no esquecimento.
O esquecimento é a influência maligna causada pelo fator tempo. A durabilidade de uma religião, por exemplo, está baseada na repetição dos seus ensinamentos. Se não houvesse essa repetição contínua, a fé iria desaparecer aos poucos (se bem que ultimamente a fé está em decadência e é em conseqüência disso que o maná já não cai mais do céu). Essa repetição contínua é que une o que foi dito um dia e o que deve ser feito sempre. As empresas com sucesso são aquelas que não se cansam de repetir seus objetivos, sua finalidade, missão, etc. mesmo que todo mundo já saiba.
Voltando ao assunto. Se os engenheiros e administradores do nosso “batalhão de trânsito” já têm o programa de reordenamento até quando o mesmo ficará engavetado? Por que já não tornar público o dia em que entrará em vigor, ou ainda, por que ninguém lhes dá prazo para que o mesmo entre em vigor? Quantos pacientes precisarão morrer em hospitais enquanto os médicos estão presos nos engarrafamentos ou morrer no engarrafamento por não ter como chegar aos Hospitais? Nunca o tempo representou dinheiro como em nossos dias. Se o batalhão tem esse programa e não o implanta, isso é no mínimo, uma negligência do poder público. Estão faltando com o princípio universal de solidariedade “não cause aos outros a dor que você não gostaria sentir”.
Os nossos funcionários, bem pagos com o nosso dinheiro, sabem que durante o engarrafamento as pessoas são expostas a vários tipos de agentes poluentes decorrentes da queima incompleta dos combustíveis, dentre os quais destacam-se o monóxido de carbono, hidrocarbonetos parcialmente ou não oxidados, aldeídos, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre, material particulado, dióxido de carbono, entre outros. Esse tipo de poluição acarreta conseqüências adversas sobre a saúde humana e causa impactos ambientais negativos, como a perda de árvores e florestas e a acidificação das massas aquáticas e eleva os custos socioeconômicos e materiais.
Normalmente os primeiros efeitos perceptíveis da poluição são estéticos e podem não são necessariamente perigosos. Entre eles estão: (i) redução da visibilidade devido a pequenas partículas em suspensão no ar ou mau cheiro; (ii) irritação dos olhos, nariz e garganta, tosse, enjôo e dores de cabeça, capacidade de concentração tende a diminuir e (iii) problemas respiratórios como a asma, aumento da suscetibilidade a infecções virais e doenças cardiovasculares, nascimento de crianças defeituosas e câncer com custos diretos e indiretos para a sociedade. As crianças e idosos e pessoas com doenças respiratórias são sempre os mais afetados. A poluição aplica a lei “tolerância zero” em nossa saúde, A Organização Mundial de Saúde relaciona mais de 700 mil mortes anuais devido à poluição. Só na Itália são mais de 39.000 vítimas mortais. Viver em um ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos.
Um outro fenômeno que com freqüência ocorre em decorrência da poluição nos centros urbanos é inversão térmica que, por exemplo, em dezembro de 1984 levou à morte de 3300 pessoas e mais de 20.000 doentes em Bhopal na Índia e no ano de 1952 levou à morte de 3500-4000 pessoas em Londres e outras 700 em 1962, ou seja, verdadeiros “tsunamis”.
A essa altura é certo que o esse programa de reordenamento existe e só não foi implantado ou para testarem a paciência dos motoristas ou porque se deram conta de que, se for implantado, deixará insatisfeitas muitas pessoas e faltando apenas um ano para as eleições isso não é recomendável. Nas urnas o eleitor insatisfeito aplica a lei “tolerância zero” ao candidato da situação. Para evitar isso, normalmente em países em desenvolvimento esta é a época que os políticos anunciam obras de grande envergadura como construção de casas, pontes, estradas etc. principalmente nas maiores praças eleitorais, para servir de pré-propaganda eleitoral, o chamado uso da “máquina administrativa”.
Se esse é o problema das autoridades de trânsito, não há nada mais simples que aplicar o princípio da “preguiça quântica". (O meu guia imortal não se cansava de repetir: sempre que apontar um problema apresente também uma solução. Longe de mim pensar que sei da solução dos problemas, mas participei de experiências semelhantes cujos métodos podem ser úteis se analisados com o devido cuidado). Segundo esse princípio, “O sucesso é inversamente proporcional ao esforço que a pessoa faz para consegui-lo”.
Para ilustrar esse princípio vou me apoiar num exemplo citado por Max Gehringer (da Radio CBN, uma similar à rádio Ecclesia, porém no Brasil ela está presente em todo território nacional). Um bebê quer engatinhar do quarto até a cozinha onde está sua mãe, mas logo percebe que o esforço para conseguir o trajeto será muito grande. Ele pára, senta e chora. A mãe vem correndo da cozinha para carregá-lo até lá. Ou seja, o sucesso da operação não depende do esforço, mas da estratégia, que nesse caso foi o choro.
O sucesso de implantar um programa de reordenamento do trânsito depende, essencialmente, do envolvimento e da participação popular. A população deve ser consultada sempre que a decisão lhes for afetar. Eles deveriam apresentar pelos menos três propostas à população. Deveriam criar, por exemplo, pontos de votação: na Baixa, Cazenga, Sambizanga, Largo Kinaxixi, Ilha, Golfe, Cassequel, até mesmo em Cacuaco, Viana, etc. Deveriam também disponibilizar outro ponto na internet, como no “barômetro” do AngoSondagem. Isso daria tempo para que a sociedade pudesse discutir e quebrar as possíveis resistências que normalmente ocorrem. Eles descobririam que o povo e as autoridades não são adversários, e sim aliados. Quando os dois se unem, tudo fica mais simples. Um elabora os planos e o outro os defende. Separados, eles provocam conflitos, enquanto que juntos, removem montanhas.
O que Angola precisa são resultados e não simpatias. Precisamos entender que a fórmula do remédio que cura e a fórmula do veneno que mata é a mesma. A diferença está simplesmente na dosagem aplicada. As autoridades de trânsito estão a exagerar na dose.
Os motoristas que foram ouvidos sugeriram medidas como melhorias no funcionamento dos semáforos, reparos nas principais vias da cidade, etc. Essas, lamentavelmente, são ações emergenciais cujos efeitos são de curto prazo. Numa cidade de mais de 500 mil viaturas na qual ingressam mais de 120 mil novos veículos por ano, qualquer método que venha a ser adotado, o mesmo deverá ser acompanhado pelo aumento da oferta de transporte público de qualidade.
(Este artigo é dedicado aos angolanos mortos na seqüência da euforia pela derrota da nossa valorosa seleção, no jogo de estréia na copa da Alemanha, frente à seleção portuguesa).
«Tolerância zero»
por Feliciano José Ricardo Cangue
2006, Jun 26, 19:56
Fonte: AngoNotícias
URL: http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=10494
Em primeiro lugar, o engarrafamento não é um problema novo e tampouco restrito à nossa capital. É fruto do excessivo crescimento demográfico, do crescimento desordenado do parque industrial e do desejo de todos procurarem melhores condições de vida, que supostamente existe nas grandes cidades. Em todos os lugares por onde tive a oportunidade, as autoridades de trânsito, via de regra, são compostas por engenheiros e administradores de empresas.
Os engenheiros e administradores conhecemos bem a lei do Engenheiro Cyril Northcote Parkinson (1909-1993) que afirma: “Todo trabalho se expande até preencher o tempo disponível para a sua realização”. A aplicação prática dessa lei pode ser vista todos os dias em todo lugar. Qualquer pessoa provavelmente já percebeu que caso tenha dez minutos para escrever um relatório, levará dez minutos para fazê-lo. E, se tiver uma semana, levará uma semana para fazer a mesma coisa.
Um outro exemplo que pode ser visto é quando damos uma tarefa simples a um funcionário com bastante tempo livre. O funcionário começará mandando e-mails, em seguida irá convocar reuniões e envolver outras áreas em seu trabalho. Depois começará a participar de cursos, e como terá que viajar e escrever o relatório irá requisitar um assistente, uma secretária, um revisor de textos e uma viatura para aumentar atrapalhar mais o trânsito. Se o processo não for interrompido em pouco tempo, uma tarefa simples pode se transformar em um departamento inteiro, cheio de gente querendo expandir o seu trabalho, delegando responsabilidades, até preencher o tempo disponível. No nosso caso de Angola se, por exemplo, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) não determinar um prazo para que os gabinetes provinciais, municipais e comunais sejam instalados, isso dificilmente irá ocorrer, congestionando assim todo processo eleitoral gerando assim ansiedade e tensões de natureza política em diversas partes do país. Quando fiz parte da saudosa Organização dos Pioneiros Angolanos (OPA), não nos cansávamos de repetir as seguintes palavras de ordem: “o mais importante é resolver os problemas do povo”. A impressão que tenho é que o ex-presidente Dr. Agostinho Neto, o guia imortal e fundador da nossa nação que agora está caindo no esquecimento quase atingindo o “zero”, era um incansável solucionador dos problemas do povo. Um dia estava em Benguela, outro no Huambo, Cabinda, Uige, Saurimo, Malanje, etc. A lista não termina nunca. Numa dessas viagens ele perdeu o rumo e foi parar em Kinshasa. Acabou fazendo as pazes com o então temido Joseph Désiré Moubutu. Para o médico Neto o lema era “tolerância zero” para os problemas do povo. Naquela época, se alguém encontrasse dez angolanos andando aos trambolhões pelas ruas sem luz, certamente uma delas era o camarada Neto da aldeia de Kaxikane. Não é por acaso que a maior parte dos seus poemas, o poeta de Icolo e Bengo expõe o sofrimento do nosso povo. Hoje, no entanto, essas palavras de ordem poderiam ser ajustadas: “O mais importante é marcar prazos, com tolerância zero, para resolver os problemas do povo”. Essa frase deveria ser repetida para não cair no esquecimento.
O esquecimento é a influência maligna causada pelo fator tempo. A durabilidade de uma religião, por exemplo, está baseada na repetição dos seus ensinamentos. Se não houvesse essa repetição contínua, a fé iria desaparecer aos poucos (se bem que ultimamente a fé está em decadência e é em conseqüência disso que o maná já não cai mais do céu). Essa repetição contínua é que une o que foi dito um dia e o que deve ser feito sempre. As empresas com sucesso são aquelas que não se cansam de repetir seus objetivos, sua finalidade, missão, etc. mesmo que todo mundo já saiba.
Voltando ao assunto. Se os engenheiros e administradores do nosso “batalhão de trânsito” já têm o programa de reordenamento até quando o mesmo ficará engavetado? Por que já não tornar público o dia em que entrará em vigor, ou ainda, por que ninguém lhes dá prazo para que o mesmo entre em vigor? Quantos pacientes precisarão morrer em hospitais enquanto os médicos estão presos nos engarrafamentos ou morrer no engarrafamento por não ter como chegar aos Hospitais? Nunca o tempo representou dinheiro como em nossos dias. Se o batalhão tem esse programa e não o implanta, isso é no mínimo, uma negligência do poder público. Estão faltando com o princípio universal de solidariedade “não cause aos outros a dor que você não gostaria sentir”.
Os nossos funcionários, bem pagos com o nosso dinheiro, sabem que durante o engarrafamento as pessoas são expostas a vários tipos de agentes poluentes decorrentes da queima incompleta dos combustíveis, dentre os quais destacam-se o monóxido de carbono, hidrocarbonetos parcialmente ou não oxidados, aldeídos, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre, material particulado, dióxido de carbono, entre outros. Esse tipo de poluição acarreta conseqüências adversas sobre a saúde humana e causa impactos ambientais negativos, como a perda de árvores e florestas e a acidificação das massas aquáticas e eleva os custos socioeconômicos e materiais.
Normalmente os primeiros efeitos perceptíveis da poluição são estéticos e podem não são necessariamente perigosos. Entre eles estão: (i) redução da visibilidade devido a pequenas partículas em suspensão no ar ou mau cheiro; (ii) irritação dos olhos, nariz e garganta, tosse, enjôo e dores de cabeça, capacidade de concentração tende a diminuir e (iii) problemas respiratórios como a asma, aumento da suscetibilidade a infecções virais e doenças cardiovasculares, nascimento de crianças defeituosas e câncer com custos diretos e indiretos para a sociedade. As crianças e idosos e pessoas com doenças respiratórias são sempre os mais afetados. A poluição aplica a lei “tolerância zero” em nossa saúde, A Organização Mundial de Saúde relaciona mais de 700 mil mortes anuais devido à poluição. Só na Itália são mais de 39.000 vítimas mortais. Viver em um ambiente ecologicamente equilibrado é um direito de todos.
Um outro fenômeno que com freqüência ocorre em decorrência da poluição nos centros urbanos é inversão térmica que, por exemplo, em dezembro de 1984 levou à morte de 3300 pessoas e mais de 20.000 doentes em Bhopal na Índia e no ano de 1952 levou à morte de 3500-4000 pessoas em Londres e outras 700 em 1962, ou seja, verdadeiros “tsunamis”.
A essa altura é certo que o esse programa de reordenamento existe e só não foi implantado ou para testarem a paciência dos motoristas ou porque se deram conta de que, se for implantado, deixará insatisfeitas muitas pessoas e faltando apenas um ano para as eleições isso não é recomendável. Nas urnas o eleitor insatisfeito aplica a lei “tolerância zero” ao candidato da situação. Para evitar isso, normalmente em países em desenvolvimento esta é a época que os políticos anunciam obras de grande envergadura como construção de casas, pontes, estradas etc. principalmente nas maiores praças eleitorais, para servir de pré-propaganda eleitoral, o chamado uso da “máquina administrativa”.
Se esse é o problema das autoridades de trânsito, não há nada mais simples que aplicar o princípio da “preguiça quântica". (O meu guia imortal não se cansava de repetir: sempre que apontar um problema apresente também uma solução. Longe de mim pensar que sei da solução dos problemas, mas participei de experiências semelhantes cujos métodos podem ser úteis se analisados com o devido cuidado). Segundo esse princípio, “O sucesso é inversamente proporcional ao esforço que a pessoa faz para consegui-lo”.
Para ilustrar esse princípio vou me apoiar num exemplo citado por Max Gehringer (da Radio CBN, uma similar à rádio Ecclesia, porém no Brasil ela está presente em todo território nacional). Um bebê quer engatinhar do quarto até a cozinha onde está sua mãe, mas logo percebe que o esforço para conseguir o trajeto será muito grande. Ele pára, senta e chora. A mãe vem correndo da cozinha para carregá-lo até lá. Ou seja, o sucesso da operação não depende do esforço, mas da estratégia, que nesse caso foi o choro.
O sucesso de implantar um programa de reordenamento do trânsito depende, essencialmente, do envolvimento e da participação popular. A população deve ser consultada sempre que a decisão lhes for afetar. Eles deveriam apresentar pelos menos três propostas à população. Deveriam criar, por exemplo, pontos de votação: na Baixa, Cazenga, Sambizanga, Largo Kinaxixi, Ilha, Golfe, Cassequel, até mesmo em Cacuaco, Viana, etc. Deveriam também disponibilizar outro ponto na internet, como no “barômetro” do AngoSondagem. Isso daria tempo para que a sociedade pudesse discutir e quebrar as possíveis resistências que normalmente ocorrem. Eles descobririam que o povo e as autoridades não são adversários, e sim aliados. Quando os dois se unem, tudo fica mais simples. Um elabora os planos e o outro os defende. Separados, eles provocam conflitos, enquanto que juntos, removem montanhas.
O que Angola precisa são resultados e não simpatias. Precisamos entender que a fórmula do remédio que cura e a fórmula do veneno que mata é a mesma. A diferença está simplesmente na dosagem aplicada. As autoridades de trânsito estão a exagerar na dose.
Os motoristas que foram ouvidos sugeriram medidas como melhorias no funcionamento dos semáforos, reparos nas principais vias da cidade, etc. Essas, lamentavelmente, são ações emergenciais cujos efeitos são de curto prazo. Numa cidade de mais de 500 mil viaturas na qual ingressam mais de 120 mil novos veículos por ano, qualquer método que venha a ser adotado, o mesmo deverá ser acompanhado pelo aumento da oferta de transporte público de qualidade.
(Este artigo é dedicado aos angolanos mortos na seqüência da euforia pela derrota da nossa valorosa seleção, no jogo de estréia na copa da Alemanha, frente à seleção portuguesa).
«Tolerância zero»
por Feliciano José Ricardo Cangue
2006, Jun 26, 19:56
Fonte: AngoNotícias
URL: http://www.angonoticias.com/full_headlines.php?id=10494
Nenhum comentário:
Postar um comentário