quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

A Morder a Cauda: a Justiça dos Homens e Não da Lei

















Por Rafael Marques de Morais - Jornalista

Cedo se percebeu que o julgamento dos 15+2 iria ser o julgamento do regime e não dos jovens sentados no banco dos réus. Contudo, do alto da sua cegueira intelectual, os próceres do regime não perceberam isso e julgaram que copiando as velhas estratégias dos “Inimigos do Povo” iriam criar uma distracção para as dificuldades económicas e financeiras do momento. Puro engano. A reacção nacional e internacional tem sido de repúdio pelo teatro amador no Tribunal Provincial de Luanda, no Benfica, onde não falta o elemento hollywoodesco de uma sala encafuada com membros dos serviços de inteligência que cortam a electricidade quando não lhes agrada o desenrolar do processo. Nem James Bond ou Jaime Bunda teriam melhor enredo.

Entendendo, finalmente, o beco sem saída em que se meteu, o regime, à procura de uma solução airosa, acabou por perder o norte. E tantas voltas dá, que começa a morder a cauda. Agora, anunciou a libertação dos 15 e a sua colocação em casa, em regime de prisão domiciliária, com base numa lei… que não entrou ainda em vigor. Para tal medida, o general-procurador João Maria de Sousa invoca razões humanitárias, preocupando-se com o bem-estar dos presos e o cansaço do tribunal

Em primeiro lugar, esta história da libertação dos 15, mesmo pretendendo revelar a suavização da postura do regime, mostra o contrário: as decisões são arbitrárias, sem fundamento legal e de acordo com a vontade dos homens. O general-procurador decidiu que não queria os presos na cadeia durante o fim-de-semana, e manda requerer a sua libertação com base numa lei ainda não em vigor.

Só haverá Estado Democrático de Direito quando as decisões dependerem da lei e não da vontade dos homens. Outro argumento poderia ter sido apresentado. Por exemplo, que no direito penal vigoram os princípios básicos da liberdade, da presunção de inocência, do tratamento mais favorável, e que, de acordo com estes princípios constitucionais, que se sobrepõem a qualquer lei, se justificaria a mudança do estatuto dos 15 presos. Este argumento seria materialmente aceitável. Não é aceitável, e apenas mostra a prepotência do regime, invocar somente uma lei que não está em vigor. Isto é uma baralhada, como é todo este julgamento.

E a continuidade das trapalhices é uma promessa certa. Basta ver que a acusação quer aplicar como medida de coacção a proibição de contactos entre os 15 e destes com os membros do alegado futuro “Governo de Salvação Nacional”. Já se percebeu que este “Governo da Salvação Nacional” não é nada mais do que um exercício facebookiano piadístico, em que o presidente escolhido, Kalupeteka, é o dirigente de uma seita religiosa que recentemente sofreu um massacre às mãos das forças policiais e militares.

O problema é que, depois da piada, esta medida de proibição de contactos com os membros do governo virtual transforma-se num empecilho grave para o exercício dos direitos de defesa dos arguidos e das suas vidas privadas. O advogado David Mendes, mandatário de quatro dos 15, constava dessa lista. Portanto, se for aplicada a medida agora requerida pelo Ministério Público, David Mendes ficará impedido de contactar com os seus clientes. Dito de outro modo: a meio de um julgamento, retira-se a possibilidade de o advogado falar com os indíviduos que defende. Ou será que, uma vez que David Mendes estava indigitado para o “Tribunal Constitucional de Salvação Nacional”, não o devemos considerar membro do “governo”, pressupondo uma separação de poderes que não é feita nas listas apresentadas desse “organismo pós-revolucionário”? A nível privado, temos o caso das duas jovens activistas que estão no julgamento. De acordo com a medida de coacção, uma delas não pode contactar com o marido, Pedro Teca, também membro do “Governo de Salvação Nacional”, com quem vive e de quem terá em breve um filho; a outra jovem é namorada de um dos detidos. Portanto, temos várias trapalhices que envolvem a redução drástica dos direitos da defesa de quatro dos acusados, e a quebra de laços familiares conjugais de dois deles

Contava Lénine que Napoleão teria dito que a sua estratégia militar era “On s'engage et puis… on voit”, “avançamos, e depois logo se vê”. Parece que tem sido esta a estratégia do regime angolano relativamente ao julgamento dos 15+2: avançam, e logo vêem o que acontece. Só que agora não vêem nada, ou melhor, o que vêem é a revolta e a incredulidade perante tanto disparate em acção. Sobretudo, estão a comprovar que as instituições não funcionam, e que tudo depende da vontade de um punhado de pessoas que já não sabe bem o que faz.

Toda a construção jurídica de uma certa normalidade institucional iniciada com a aprovação da Constituição de 2010 está rapidamente a ir por água abaixo. E agora?

Fonte: Maka Angola (http://is.gd/A4may7)



quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Lixo no luxo

 Recentemente li a uma notícia que atribuia a Luanda uma das cidades mais sujas da África (se não me engano a quarta). Achei essa notícia um exagero. Decidi dar uma volta pelas ruas  para testar algum indício dessa "acusação" dos países imperialistas, que sentem ciúmes do crescimento de Angola.  

O resultado foi surpreendente, pelo menos nos bairros. Acho que o problema recai sobre os habitantes que depositam o lixo em qualquer lugar o que dificulta a sua recolha regular. Com a chegada da época de chuvas e natal vai ser um "festival".









quarta-feira, 22 de julho de 2015

Personalidades da Sociedade Civil pedem a libertação dos 15 presos políticos em Angola

Freedom For Political Prisoners in Angola 







https://www.youtube.com/watch?v=lG12vi8z8xI     ou      http://is.gd/7ODQdN



https://www.youtube.com/watch?v=4FXiP7a9ubQ&feature=youtu.be


https://www.youtube.com/watch?v=FUo3kH45s2c



https://www.youtube.com/watch?v=ilTKb5E4ygk
https://www.youtube.com/watch?v=fSdouGBUJII


https://www.youtube.com/watch?v=7-3klmHeR0k

https://www.youtube.com/watch?v=L8y7Enq7FeY

https://www.youtube.com/watch?v=WjThlUyHQLw



https://www.youtube.com/watch?v=snH9AtAePhs




https://youtu.be/JWJFVK6rFyM

Entre todos os presos — 
  1. Afonso Matias “Mbanza Hamza”, 
  2. Albano Bingobingo, 
  3. Arante Kivuvu, 
  4. Benedito Jeremias, 
  5. Domingos da Cruz, 
  6. Fernando Tomás “Nicola Radical”, 
  7. Hitler Jessia Chiconda “Samusuku”, 
  8. Inocêncio Brito “Drux”, 
  9. José Hata “Cheik Hata”, 
  10. Luaty Beirão, 
  11. Nelson Dibango, 
  12. Nito Alves, 
  13. Nuno Álvaro Dala, 
  14. Osvaldo Caholo, 
  15. Sedrick de Carvalho, o capitão Zenóbio Zumba, 
  16. Manuel Faustino —, 

13 foram detidos num só dia, quando se reuniam numa residência em Luanda, para debater política à volta de um livro sobre resistência não-violenta contra a opressão. Outros três foram detidos nos dias seguintes.

Angola, presos políticos e campanhas












Por Reginaldo Silva
22.07.2015

RA

Os presos políticos sempre fizeram parte como protagonistas silenciosos da história mais recente de Angola, tendo como referência inicial na década de 50, o período da eclosão do nacionalismo anti-colonial até aos dias de hoje, 40 anos depois da independência ter sido proclamada.
Com alguns intervalos pelo meio, Angola sempre teve nas suas cadeias, mais ou menos cheias, gente que pensava diferente do “proprietário” das mesmas, tendo por essa razão passado alguns anos da sua vida encarcerada, com ou sem julgamento.
Legalmente, como sabemos, o “proprietário” das cadeias só pode ser uma pessoa de bem, chamada Estado, a não ser que estejamos diante de uma situação de cárcere privado.
Trata-se de uma realidade que acontece agora com muita frequência face ao florescimento da tão famosa quanto famigerada “indústria mundial do sequestro”, que já foi “homenageada” por Hollywood em “Capitão Philips” com a atribuição em 2013 do Óscar de melhor actor secundário ao “pirata” Barkhad Abdi.
Na estatísticas da especialidade, o México e o Brasil são consideradas as duas bases mais fortes desta actividade, que pode ter diferentes motivações, sendo as mais comuns as que estão relacionadas com a extorsão de fundos, sem ignorar, contudo, as mais políticas.
Em Angola apesar de não termos ainda a necessária informação para se poder aquilatar a incidência deste tipo de violência, já temos efectivamente alguns gangsters envolvidos na exploração de cárceres privados no quadro da “indústria do sequestro”.
Em nosso entender, uma matéria que deveria merecer um maior interesse por parte dos nossos “adormecidos” repórteres, até para efeitos de prevenção desta criminalidade mais especializada.
Quando se fala de presos políticos, que é agora pelas piores razões, o tema mais palpitante da actualidade nacional, quer se queira quer não, com todo o impacto que o mesmo já está a ter além fronteiras, temos naturalmente de começar pelo principio.
E no principio vamos encontrar Agostinho Neto encarcerado em 1960 pela PIDE em terras portuguesas, na altura com cerca de 40 anos, por pensar diferente do Estado português que então impunha a lei da dominação colonial no nosso país.
Ao que pude apurar, foi exactamente graças a ele, mas não só, que a famosa Amnistia Internacional, que então o adoptou como preso político do ano, definiu a pessoa nesta condição como sendo “qualquer indivíduo fisicamente impedido de expressar qualquer opinião que honestamente tenha e não advogue a violência pessoal. Excluíam-se aquelas pessoas que haviam conspirado com um governo estrangeiro para derrubar o seu”.
A Amnistia Internacional (AI) desencadeou então uma campanha internacional visando a libertação daquele que viria a ser o primeiro Presidente da República Popular de Angola, 14 anos depois.
Nesse lapso de tempo, enquanto Agostinho Neto já libertado conduzia no estrangeiro a luta contra o colonialismo português à frente do MPLA, as cadeias em Angola encheram-se de presos políticos.
Eram maioritariamente angolanos muito jovens que também pensavam de forma diferente do “proprietário” dos estabelecimentos prisionais da época, onde se incluíam alguns campos de concentração dentro e fora de Angola, o que deu direito a umas “graciosas” no Tarrafal para alguns deles.
Proclamada a Independência e depois de todos os presos políticos da “outra senhora” terem sido libertados, as cadeias praticamente não descansaram e muito menos tiveram tempo de virar museus, como se chegou a alvitrar.
Muito mais rapidamente do que se imaginava, as cadeias angolanas que eram as mesmas, mas que já tinham mudado de “proprietário”, voltaram a encher-se de presos políticos que eram considerados de uma forma geral como sendo “contra-revolucionários” ou “agentes do imperialismo”, para ficarmos apenas por estes dois “mimos”.
Foram assim contrariadas todas as expectativas iniciais em relação à bondade do novo regime, que em principio não tinha no seu programa nenhuma referência mais explícita a este tipo de encarceramento.
No caso em apreço, praticamente todos os novos detidos, que se contavam na casa das dezenas de milhares, foram atirados para as cadeias e lá permaneceram entre três a quatro anos sem culpa formada/julgamento, tendo depois da sua soltura sido desterrados para outras partes do território nacional para evitar que eles se concentrassem em Luanda.
Todo este “filme” desenrolou-se no período que decorreu entre 1975 e a a primeira metade da década de 80, que foram os nossos “anos de chumbo”.
O balanço das vítimas desta intensa fase da repressão política que se seguiu à proclamação da Independência ainda está por se fazer, se é que algum dia será feito.
Durante este período do pós-independência em que o carcereiro se chamava ” camarada conduz”, os presos políticos angolanos não tiveram qualquer campanha solidária, nem do interior nem do exterior do país, visando a sua libertação imediata.
Alguns ainda tentaram fazer greve de fome, mas como não havia qualquer cobertura mediática que desse visibilidade no exterior ao seu protesto, acabaram por ser desaconselhados pelos próprios companheiros de reclusão e familiares a prosseguirem a sua acção.
Em matéria de presos políticos, este período foi ainda marcado pelo encarceramento de um conhecido escritor e jornalista afecto ao partido dirigente, entretanto já falecido, no âmbito de uma purga interna que ficou conhecida como o “processo do quadro”.
Na altura, ao que consta, alguém ainda tentou timidamente, no seio da própria União dos Escritores Angolanos promover um abaixo-assinado em solidariedade com o conhecido prisioneiro, uma iniciativa que acabou por morrer à nascença.
Do outro lado da barricada alguém fez questão de recordar que ninguém se havia lembrado de fazer o mesmo alguns anos atrás, quando um outro membro da agremiação também tinha ido parar aos calabouços do regime por razões políticas.
Com a chegada no inicio da década de 90 ao país dos ventos do multipartidarismo e das liberdades fundamentais a conta-gotas, deixou de se ouvir falar, com algumas excepções pontuais, onde se inclui a situação em Cabinda, o Rafael Marques e alguns deputados da UNITA, da presença de presos políticos nas cadeias governamentais.
O tema dos presos políticos voltou agora com toda a força na sequência da recente detenção dos 15 jovens afectos ao denominado “Movimento Revolucionário”.
Desde logo, é dado adquirido que em matéria de solidariedade, os actuais jovens têm muito mais “sorte” do que todos seus anteriores companheiros de infortúnio que ao longo destes 40 anos de dipanda já passaram pelas mesmas circunstâncias.
Diríamos, se nos permitirem algum espaço de manobra mais para o lado da “standu-up comedy”, que neste segmento da nossa vida política estamos claramente a subir e a melhorar as nossas performances públicas na área da solidariedade e da denúncia do autoritarismo em prol de um país mais igual, mais livre, menos crispado e mais sorridente mesmo quando não gostamos uns dos outros.
O tal país bom para se viver.
Neste domínio da  coabitação na diferença/divergência ainda não somos especiais, conforme acontece noutros “palcos”, onde o número de protagonistas já é muito mais expressivo e ruidoso na hora de desfilarem com as suas manifestações a favor ou contra, incluindo as de exaltação e de xinguilamento.
Seja como for, também acreditamos que é assim que se começam e se vencem as grandes apostas, sendo esta de reconhecido interesse público e político, por mais que os “vigilantes da banda” as tentem conotar como fazendo parte de estratégias mais “suaves” produzidas em conhecidos laboratórios internacionais supostamente especializados em vender ao terceiro mundo “esquemas de desestabilização por quilómetro quadrado”.
Na sua essência, a argumentação não tem qualquer novidade pois ao longo de toda a saga que tem sido a vida dos presos políticos em Angola, sempre fomos confrontados com mãos/braços invisíveis do exterior como estando na origem das manifestações internas de discordância com o poder estabelecido.
Nesta altura, reconheço que já é difícil mudar a agulha do antigo toca-discos e muito menos comprar outros discos menos riscados, mesmo que ao longo do período em análise tenhamos sido também vítimas da mesma lógica reducionista, apesar de se ter tido a sorte de não se ter ido parar a uma cadeia de presos políticos, exactamente por causa de uma mão solidária que veio ao nosso socorro.
Em Angola a história já deu muitas voltas.

Fonte: http://www.redeangola.info/opiniao/angola-presos-politicos-e-campanhas/ 

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Governantes de Angola

A lista de distintas personalidades que governaram Angola

Da lista de governadores-gerais entre 1854 e 1974, excluíram-se alguns oficiais que exerceram funções durante apenas alguns meses.

Paulo Dias de Novais, Governador e Capitão-mor
















1 -  Paulo Dias de Novais (1575 - 89
2 - 94  (Governadores e conselheiros governativos), até 1854
95 - José Rodrigues Coelho do Amaral (1854 - 60)
96 - Carlos Augusto Franco (1860 - 61)
97 - Sebastião Lopes da Calheiros e Meneses (1861 - 62)
98 - João Baptista de Andrade (1862 - 65)
99 - Francisco António Gonçalves Cardoso (1866 - 69)
100 - José Rodrigues Coelho do Amaral ( 1869 - 70)
101 - José Maria da Ponte  e Horta (1870 - 73)
102 - José Baptista de Andrade (1873 -76)
103 - Caetano Alexandre de Almeida e Albuquerrque (1876 - 78)
104 - Vasco Guedes de Carvalho e Meneses (1878 - 80)
105 -  António Eleutério Dantas (1880 - 82)
106 -  Francisco Joaquim Ferreira do Amaral (1882 - 86)
107 - Guilherme Augusto de Brito Capelo (1886 - 92)
108 - Jaime Lobo de Brito Godins (1892 - 93)
109 - Álvaro António da Costa Ferreira (1893 - 94)
110 - Francisco Eugénio Pereira de Miranda (1894 -95)
111 - Álvaro António da Costa Ferreira (1895 - 96)
111 - Guilherme Augusto de Brito Capelo (1896 -97)
112 -  António Duatre Ramada Curto ( 1897 - 1900)
113 - Francisco Xavier Cabral de Oliveira Moncada (1900 - 03)
114 - Eduardo Augusto Ferreira da Costa (1903 - 04)
115 - António Duarte  Ramada Curto (1904 - 06)
116 - Eduardo Augusto Ferreira Costa (1906-07)
117 - Henrique Mitchell de Paiva Couceiro (1907 - 09)
118 - José Augusto Alves Roçadas (1909 - 10)
119 - Manuel Maria Coelho (1911 -12)
120 - José Mendes Ribeiro Norton de Matos (1912 -15)
121 - FernandoPais Teles de Utra Machado (1915 - 16)
122 - Pedro Francisco Massano de Amorim (1916 -17)
123 - Filomeno de câmara de Melo Cabral (1918 - 19)
124 - Francisco Coelho do Amaral reis (1919 - 20)
125 - José Mendes Ribeiro Norton de Matos (1921-23) ( AC - Alto Comissário e Governador Geral)
126 - Francisco da Cunha Rego Chaves (1925 -26) AC
127 - António Vicente Ferreira (1926 - 28 ) AC
128 - Filomeno da Câmara de Melo Cabral (1929 - 30) AC
129 - José Dionísio Carneiro de Sousa e Faro (1930 -31)
130 -  Eduardo Ferreira Viana (1931 - 34)
131 - António Lopes Mateus (1935 - 39)
132 - Manuel da Cunha e Costa Marques Mano (1939 - 41)
133 - Álvaro de Freitas Morna (1942 - 43)
134 - Vasco Lopes Alves (1943 - 47)
135 - José Agapito da Silva Carvalho (1947 - 55)
136 - Manuel de Gusmão Mascarenhas Galvão (1955 - 56)
137 - Horácio José de Sá Viana Rebelo (1957 - 60)
138 - Álvaro Rodrigues da Silva Tavares (1960 -61)
139 - Venâncio Augusto Deslandes (1961 - 62)
140  - Silvino Silvério Marques (1962 - 66)
141 - Camilo Augusto de Miranda Rebocho Vaz (1966 -73)
142 - Fernando Augusto Santos e Castro (1973 -74)
145 - Soares Carneiro (encareg) (1974 (26 de Abril - 11 de Junho)
146 - Silvino Silvério Marques (1974 (AC)
147 - António Rosa Coutinho ( 1974-75) AC
António Rosa Coutinho

148 - António Silva Cardoso (1975 (AC)
149 - General Macedo(1975 (2 de Agosto - 4 de setembro) AC
150 - Leonel Cardoso - (1975) AC


Independência de Angola

1. António Agostinho Neto (1975 - 79)
Agostinho Neto
2. José Eduardo dos Santos (1979 - Presente data (2015)



Fonte: Douglas Wheeler e René Pélissier.  História de Angola. Edições tinta-da-china, Lda, Lisboa,, 2013,  p. 391

Outra Lista:http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_governadores_coloniais_de_Angola

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Recrutamento no ISPTEC


O Instituto Superior Politécnico de Tecnologias e Ciências (ISPTEC) recruta cidadãos angolanos licenciados (graduados) na área de Geociências (Geologia, Eng. de Minas, Petróleo etc)  interessados em frequentarem Mestrado ou Doutorado no exterior do país e posterior enquandramento como docentes no futuro Departamento de Geociências ou na área de engenharias do ISPTEC.

Requisitos:

1. Nacionalidade angolana
2. Grau acadêmico: Licenciatura ou Mestrado
3. Ter capacidade em trabalhar como docente no ISPTEC, em regime de tempo integral e com dedicação exclusiva, de acordo com as normas institucionais.

Os interessados deverão enviar o CV, fotocópia dos certificados de habilitações Acadêmicas devidamente autenticados e do Bilhete de Identidade para o seguinte endereço eletrônico:

recrutamento.geociencias@isptec.co.ao  até 31 de maio de 2015. 

Para maiores informações consultar o Edital de recrutamento n. 23 de 2015 publicado no site: www.isptec.co.ao



domingo, 18 de janeiro de 2015

Brasileiro condenado por tráfico de drogas é executado na Indonésia

Marco Archer foi fuzilado por tráfico de drogas
Tráfico de drogas e corrupção não compensam. É necessário que as pessoas apostem em trabalho honesto que, normalmente, é  um caminho longo entretanto seguro.

Depois de passar mais de uma década no corredor da morte por tráfico de drogas, foi fuzilado na Indonésia, neste domingo, o brasileiro, carioca, solteiro e sem filhos, Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, e mas outros cinco prisioneiros — um holandês, um vietnamita, um malauiano um nigeriano e uma cidadã nacional.

O brasileiro, que trabalhava como instrutor de voo livre, foi preso em agosto de 2003 após tentar entrar no país, pelo aeroporto de Jacarta, com 13,4 kg de cocaína escondidos em uma asa delta desmontada. A Indonésia - e ele sabia bem disso - tem as penas mais duras para tráfico de drogas do mundo.

Desde a condenação, o governo brasileiro fez dois pedidos de clemência a que Acher tinha direito. O primeiro foi rejeitado em 2006, pelo então presidente Susilo Bambang Yudhoyono. O segundo, feito em 2008, levou mais de cinco anos para receber uma resposta.

A presidente Dilma Rousseff conseguiu, após uma semana de tentativas, falar por telefone com o presidente da Indonésia, Joko Widodo, para fazer um apelo pessoal pelas vidas de Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, ambos condenados por tráfico de drogas.

O presidente Widodo disse compreender a preocupação da Presidente com os dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei Indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal".

Em nota, o Palácio do Planalto - Brasil - informou que a Dilma "ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasileiros" e "disse respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como chefe de Estado e mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias".

O presidente Widodo declarou que as execuções oficiais são necessárias porque "o país está em estado de emergência em relação às drogas com pessoas morrendo diariamente".

O Palácio do Planalto ressaltou que isso deve ter consequências negativas para a relação entre Brasil e Indonésia. "A presidente lamentou profundamente essa posição do governo indonésio e chamou a atenção para o fato de que essa decisão cria, sem dúvida nenhuma, uma sombra nas relações dos dois países".

Nas redes sociais muitos brasileiros comemoram.

Muitas pessoas nas redes sociais estão tendo orgasmos múltiplos com a execução pública do brasileiro na Indonésia Muita gente está louvando a atitude do governo indonésio, tuitando e postando que o traficante brasileiro teve o que mereceu e pedindo para que a lei mude no Brasil a fim de que a pena de morte passe a valer para casos penais comuns (ela persiste apenas em tempos de guerra) e salvar as “pessoas de bem'' do caos.

Há ainda os que exigem que a polícia brasileira faça o mesmo: "chega de julgamentos longos e com chances dos canalhas se safarem ou de “alimentar bandido'' em casas de detenção. Execute-os com um tiro, de preferência na nuca para não gastar muita bala, e resolve-se tudo por ali mesmo. Limpem a urbe.

Há outros que aprovam pena de morte a "traficantes e políticos corruptos" pelo mal que causam a sociedade.

Alguns jornalistas optaram pela saída fácil do “isso é guerra contra as drogas e, na guerra, abre-se exceções aos direitos humanos”, tudo em defesa de uma breve e discutível sensação de segurança.

É verdade que Marco desrespeitou a legislação de outro país e, por conta disso, é natural que fosse punido. Mas pagar com a própria vida foi um custo demasiadamente alto.

Segundo levantamento da Anistia Internacional, há 160 pessoas no corredor da morte na Indonésia, de 18 diferentes países.

Indonésia pede clemência à Arábia Saudita

A mesma Indonésia, por seu lado, pede clemência à Arábia Saudita para evitar a morte de Satinah Binti Jumadi Ahmad, uma cidadã indonésia condenada por assassinar e roubar sua empregadora.

De acordo com a Human Rights Watch, a Indonésia fez apelo formal ao rei Abdullah, da Arábia Saudita, para que suspenda a execução. A família de Satinah, com colaboração do governo indonésio, chegou a pagar uma “dívida de sangue” de US$1,9 milhão, no final de 2014, para salvá-la do cumprimento da sentença e, como resultado, ela poderá ser poupada da execução.

Depoimento do Brasileiro Condenado à Morte na Indonésia - Marco Archer



O carioca Marco Archer Cardoso Moreira viveu 17 anos em Ipanema, 25 traficando drogas pelo mundo e 11 em cadeias da Indonésia, até morrer fuzilado, aos 53, neste sábado (17), por sentença da Justiça deste país muçulmano.



Mesmo sabendo da pena dura o que leva as pessoas a  correrem o risco?
 O quilo da coca nos países produtores, como Peru e Bolívia, custa USD  1 000 dólares. No Brasil, cerca de 5 000. Em Bali, a mesma coca é negociada a preços que variam entre 20 000 e 90 000 dólares, dependendo da oferta. Numa temporada de escassez, por conta da prisão de vários traficantes, o quilo chegou a 300 000 dólares



Moral da história: Tudo que é ilegal - drogas, corrupção, forças ocultas, jogatinas - não é ético, imoral que prejudica aos outros e leva ao enriquecimento rápido  normalmente, tarde ou cedo, leva a um fim trágico ou vergonhoso.