sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Angola comparece às urnas hoje





Estão a decorrer desde as primeiras de hoje as eleições gerais em Angola. A cidade de Luanda amanheceu tranquila.

Como cidadão, eu estou feliz porque é a primeira vez que exerço esse sagrado direito de cidadania.

Na assembléia onde votei, as coisas estavão bem organizadas, bem sinalizadas e não se perdia muito tempo. Tudo decorreu em ambiente solene, não sei se é medo mas sem excessos. Vale salientar um pequeno incidente cujas consequências foi a destruição dos vidros da Escola.

Achei que o sistema é vulnerável. Por exemplo, ao chegar lá fui encaminhado até à mesa certa. Alías, antes mesmo de chegar agentes já forneceiam essa informação, além de seviços telefônicos ou da Internet disponibilizados pela Comissão Nacional eleitoral. Os mesários imediatamene encontraram o meu nome. Eu não assinei nada. Eles colocaram um visto ao lado do meu nome e deram-me o boletim que não tinha o visto dos mesários. Votei, depositei na urna, pintei o dedo e saí de lá.

Assim, nada impede que uma outra urna com mesmo número de votos seja susbstituida pelo verdadeiro, ou que sabendo-se do número que não compareceu, alguém de má fé, complete o número depositando os votos correspondentes na urna.

Alguém pode contra-argumentar de que os fiscais de partidos lá estão para evitar tais situações, mas ao acompanhar os serviços noticiosos esta manhã, muitos são os relatos de locais onde os fiscais da oposição foram impedidos de lá estarem.

Ainda durante o tempo que lá estive, duas senhoras que quando se cadastraram indicaram aquela Assembléia descobriram que uma teria votar no Uige e outra no Bié, que dista há mais de 300 km daí. Isso a CNE deve corrigir o mais rápido possível.

domingo, 19 de agosto de 2012

A democracia angolana ainda tem muito caminho a percorrer

Para Angola ter um regime verdadeiramente democrático ainda terá muito caminho a percorrer.

É a primeira vez que acompanho de perto as eleições angolanas. O país irá a comparecer pela terceira vez a um ato eleitoral depois da independência de Portugal em 1975.

Estou assustado com o que estou a ver. Sempre que se fala de eleições, tenho em mente o sistema brasileiro e de alguns países latino-americanos.

Uma das coisas que me assusta é ver como a imprensa pública faz a propaganda sem escrúpulo em favor do partido no poder. A Comissão Nacional Eleitoral, órgão responsável pelo processo eleitoral não se manifesta sobre o assunto, como se isso fosse normal.

Outra situação que está a me causar confusão é ver governantes a fazer inaugurações de obras feitas com dinheiro públicos faltando duas semanas para eleições, mas com aproveitamento político, como se as referidas obras tivessem sido feitas com dinheiro do partido. Inaugurar uma obra com roupas do partido e material de campanha ao lado. Situações com essas são impensáveis no sistema como o brasileiro, que coloca em mesmo pé de igualdade com todas forças políticas.

Uma outra situação meio embaraçosa são os comentaristas políticos que aparecem na TV pública e Radio Nacional de Angola que não mantém equidistância. Em seus comentários são muito ásperos contra partidos da oposição. Ou seja, o MPLA para além do horário de propaganda política possui mais outros horários extras (serviços noticiosos ou em outros programas), além de transmissão "ao vivo" de programas de caráter partidário.

Por outro lado Comissão Nacional Eleitoral (CNE) quando "atacada", via de regra, é defendida pelo partido da situação ou a TV ou Rádio estatal, em vez de ser ela mesmo a defender-se e limitar-se no conteúdo de acusação.

O MPLA não está a fazer batota, mas a imprensa pública está a batotar em favor do MPLA e o "os camaradas" deveria repudiar esse comportamento, para não se transformarem em "batoteiros passivos", porque isso pode tirar o brilho de uma provável vitória. Há coisas mesmo não previstas pela lei, devem ser vistas do ponto de vista ético e moral.

Uma coisa que o país precisa vencer é o fantasma da guerra. Não se concebe que dez anos depois do fim da guerra algum partido ainda queira convencer o eleitorado com argumentos do tipo: "se não votarem em nós a guerra pode ocorrer outra vez", ou que o futuro das pessoas pode ser comprometido. Devemos ajudar aos nossos irmãos com pouca instrução no sentido de que eles exerçam cidadania plena, que não deve limitar-se apenas em votar ".

Finalmente a questão da bandeira nacional precisa ser discutida. Ou o MPLA muda sua bandeira ou o país. O que diferencia uma da outra é um simples detalhe. Isso contaria a constituição que num de seus artigos afirma que "A sigla e símbolos de um partido não podem confundir-se ou ter relação gráfica ou fonética com símbolos e emblemas nacionais ou com imagens e símbolos religiosos". O que eu notei é conforme o movimento do vento torna-se dificil saber-se se trata da bandeira da república ou do MPLA.

Precisamos cultivar bons costumes, o "fair play". Isso é biblico "Não faça aos outros o que você não quer que seja feito a você". Sonhamos todos com um país verdadeiramente democrática e com possibilidade de alternância de poder. País onde ganha o melhor, sem precisar de "ajuda de anabolizantes".

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Candidato do MPLA não vai ao debate "para não dar visibilidade" aos concorrentes


Debate entre candidatos à presidência, nesta sexta-feira, 17 de Agosto, 17h30 às 19h30.


Luanda - A Voz da América organiza esta sexta-feira, 17 de Agosto, um debate entre candidatos à Presidência de Angola. O debate decorre durante uma edição especial do programa Angola Fala Só, que esta semana terá a duração de duas horas, sendo transmitido em directo das 17h30 às 19h30 (hora de Angola).

Confirmaram a sua presença os presidentes da UNITA, Isaías Samakuva; CASA-CE, Abel Chivukuvuku; PRS, Eduardo Kwangana; e FNLA, Lucas Ngonda.

O porta-voz do MPLA, Rui Falcão, não aceitou convite da Voz da América, afirmando que o seu partido não tem que ajudar a dar visibilidade aos outros. Disse, também, que "não é possível fazer um debate com quem não tem ideias".

O debate segue os moldes tradicionais do programa Angola Fala Só, em que as perguntas são colocadas pelos ouvintes, em directo.

Cada candidato tem dois minutos para responder, um minuto para contrapor declarações dos restantes e o direito a dirigir uma pergunta a um dos restantes. No final, cada um tem um minuto e meio para responder à pergunta: "Porque razão deve um angolano votar em mim?"

O programa pode ser sintonizado aqui, na página da VOA na internet, das 17h30 às 18h00 nas frequências de 9805, 13865 e 17820 Khz e das 18h00 às 19h30 em 1530, 9825, 15740 e 17820 Khz.

Os ouvintes interessados em fazer perguntas aos candidatos devem enviar um SMS com o seu nome, telefone e província para o telemóvel da Voz da América em Luanda: 932 34 86 98. A VOA telefona para os ouvintes durante a emissão, para que estes não tenham que pagar os custos da chamada internacional.

VOA/CLUB-K

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Campanha eleitoral na internet está a pegar fogo


Acompanhar a campanha eleitoral em Rádio e TV, tirando "1" ou outro partido o resto é tudo monôtono.

Muitos partidos estão a encontrar dificuldades em animar os eleitores. Deve haver por ai um ou outro partido que usa recurso de shows com cantores famosos ou então maratonas de bebidas alcoólicas para tentar atrair a atenção dos jovens (e naturalmente afundá-los mais na vida).

No entanto, isso não ocorre na internet, mais especificamente no facebook e por e-mails. Os criativos aproveitam-se de "escorregões" de políticos para fazerem sátiras e muito "bom" humor.

Não anule o voto nem deixe de votar: mude a situação


Eleição é como casamento: Vote e mude a situação ou cale-se para sempre.






terça-feira, 7 de agosto de 2012

Paulo Flores o "garato propaganda"



Paulo Flores (1972) além de ser um dos cantores populares de Angola é agora um dos maiores garotos propaganda do país. É o número "1".

Faltam "Outdoors". A solução é dividir todo espaço disponível. Na foto acima, uma marca de cerveja divide o espaço com a "Comissão Nacional eleitoral". O perigo é o eleitor chegar bêbado na assembléia de voto no dia da eleição...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Luanda embelezada com fitas e bandeirinhas de cores da bandeira Nacional



Quem passa pelas ruas de Luanda pode até pensar que Angola vive um momento de intenso fervor patriótico.

As principais ruas e avenidas da cidade estão tomadas e cortadas com fitas e bandeirinhas de cores da bandeira Nacional.

É verdade que Angola está a menos de 24 dias para eleições gerais. Tudo indica que o Estado angolano está a apostar na lisura e transparência das eleições e avivar o povo para pensar no país em primeiro lugar, ou seja, colocar Angola na posição número 1 no dia 31 de Agosto.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Samakuva e Chivukuvuku querem debate entre candidatos à presidência da República


O candidato da UNITA Isaias Samakuva, o número 1 do boletim de voto, convidou ao candidato do MPLA, número 2 do boletim e atual presidente da República desde 1979, para um debate político em cadeia de radio e TV (trumuno).

Para Samakuva "quem está no poder pela vontade da democracia aceita sempre de bom grado debater com seus adversários políticos".

No programa eleitoral difundido ontem, Abel Chivukuvuku, o último do boletim de voto, afinou no mesmo diapasão.

Realmente, Angola vai para terceira eleição sem nunca ter ocorrido debate entre candidatos. Aliás deveria constar na lei eleitoral a obrigatoriedade de pelo menos dois debates de idéias entre candidatos. O desafio está lançado.

Tenho certeza que o candidato do MPLA, o Engenheiro José Eduardo dos Santos, aceitará participar do debate, por motivos simples:
1 - a economia angolana está a crescer;
2- a TPA mostra sempre inaugurações de obras por todo país.
3- O MPLA afirma que cumpriu com aquilo que prometeu nas eleições passadas ou chegou perto disso.
4 - O MPLA é considerado o maior partido do país.
5 - Desde 1975 que MPLA está no poder.

Com tudo isso a favor o não comparecimento a um debate seria faltar respeito com o eleitor e com a própria democracia o que contraria as qualidades do nosso presidente da República. Se o candidato do MPLA vier a explorar tudo isso, não sobrará nada para oposição. O Presidente irá apenas cumprir uma formalidade necessária da democracia (vai ser Barcelona x Deportivo de La Coruña).

Ainda que algum candidato de partido pequeno ou coligação decida em não participar do debate, mesmo assim é necessário existir debate de idéias entre os candidatos remanescentes.

Foto montagem:(Jornal Global/Hukalilile)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Líderes religiosos devem comprometer-se publicamente com Cristo



Líderes religiosos que deveriam ter dedicação exclusiva aos ministérios a que se propuseram a assumir, estão religiosamente trajados com mantos partidários.

O governador da Huíla, Isaac dos Anjos, aconselhou (21-07-2012 13:39) a líderes religiosos a evitarem abordagem política nas igrejas.

"Angola precisa de todos os seus filhos, e neste momento as pessoas são livres de escolherem os seus dirigentes, portanto todos os cidadãos nacionais têm o direito de exercerem democraticamente o voto para que depois não se arrependam", sustentou o governador

No entanto, a foto acima contraria o conselho do Governador "dos Anjos". Como cidadãos, os lideres devem participar da vida política. No entanto, usar o púlpito ou o sacerdócio para manifestação pública sobre inclinações partidária ou orientar o voto das "ovelhas" não é, no mínimo, ético.

Mahatma Gandhi se vivesse, provavelmente, diria: "Amo o cristianismo, mas odeio (alguns líderes) cristãos, pois não vivem segundo os ensinamentos de Cristo."

No evangelho de Mateus (Mat 7: 22) o próprio Jesus deixa um alerta: "Muitos me dirão naquele dia (dia do julgamento): Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? "

verso 23: " E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.". Haverá choro e ranger de dentes.

Por isso a Biblia deve ser a regra de fé dos cristãos e não seguir tradições ou aquilo que líderes religiosos falam, porque por mais sinceros eles sejam, eles podem estar errados.

Fonte: Angop


Foto: club-k

A Campanha política em Radio e TV começou ontem





Os partidos políticos e coligações que concorrem às eleições gerais de 31 de Agosto iniciaram ontem a apresentar seus programas em rádio e TV ou conhecido como "tempo de antena".

Os programas terão duração de 30 dias. A lei angolana estabelece que a campanha termina às zero horas do dia anterior ao marcado para eleições, ou seja, a campanha em rádio e TV vai até o dia 29 de Agosto, o dia 30 será o dia de reflexão e 31 o das eleições (sexta-feira).

O primeiro programa foi tranquilo. Cada partido ou coligação procurou apresentar-se como o melhor partido com melhores programas para o país. O tempo foi democraticamente distribuido. Cada partido terá 5 minutos para tentar convencer o eleitor a votar na sua legenda.

Vale lembrar que as eleições são feitas em lista fechada. No sistema com lista fechada, o partido apresenta uma lista por ordem de candidatos prioritários e de acordo com o número de votos que o partido receber, serão eleitos os candidatos conforme a ordem da lista. O primeiro e o segundo são candidatos a presidente e vice-presidente da República.

No boletim do voto, a UNITA é o partido que lidera essa lista, ou seja, para votar em candidatos a Deputados da lista da UNITA e Samakuva para Presidente da República o eleitor terá que votar no número ou opção "1", e CASA-CE na última posição (9).