segunda-feira, 31 de agosto de 2009

De volta às práticas tribais? - Ismael Mateus


Por Ismael Mateus
imateus@semanario-angolense.com

1. Diz a imprensa que o grupo Média Nova substituiu o director do Jornal O País por suspeitar que ele sendo mukongo faria parte de uma cabala étnica favorável a Fernando Miala contra o Procurador-geral da República.

Se tivesse sido apenas um jornal a admitir essa possibilidade, optaríamos por não dar importância nenhuma a este elemento. Mas não foi assim. Esta versão circula no meio jornalístico e político e não houve nem uma versão contrária do grupo nem um desmentido. Assim o Luís Fernando terá sido eventualmente avaliado não pela sua competência ou falta dela; pela sua ideologia ou por ir contra ela ou ainda pelo seu desempenho jornalístico, que teria atentado ou não contra a verdade. A presunção de culpa advém do facto de pertencer ao mesmo grupo étnico com um homem que tem diferendos políticos ou de outra natureza com os líderes do grupo ou com o PGR.

Temos, até mesmo para a nossa estabilidade mental, de acreditar que o argumento motivador não é esse. É no mínimo inquietante que esse grupo económico que, do nada, lidera a comunicação social do país tenha tão ‹‹nobres visões tribalistas›› sobre o desempenho de cargos. A concentração de órgãos representa em si um perigo. O caminho para a liderança que está a ser feito pelo grupo Média Nova vem sendo (e não sabemos se ingenuamente) facilitado por outro de enfraquecimento dos órgãos públicos, tanto tecnicamente como em conteúdos. Se os próprios órgãos públicos sempre tiveram um grande défice em assegurar uma representação equilibrada do outro, em assumirem-se como um pleno veículo da angolanidade, imaginemo-nos com uma comunicação social dominado pelas ideias da presunção de culpa por razões étnicas.

Uma das conquistadas do nosso processo de reconciliação nacional é exactamente o facto de já não ser necessário mostrar a origem e o nome de família para ocupar cargos funcionais, ao contrário dos cargos de confiança onde prevalece ainda a lógica familiar(contabilizem-se laços familiares directos e por afinidade entre membros da cúpula). A ser verdadeira a posição do grupo Média Nova é um claro e oficialretorno ao tribalismo, assente na ideia de a origem étnica é determinante para as opções de vida de cada cidadão e, como tal, genericamente os bakongo são todos iguais, tal como os ovimbundu e os kimbundu.

É um grave retrocesso que não deveria ficar sem resposta. Ou aquele grupo vem a público desmentir a demissão de Luís Fernando por razões étnicas ou a sociedade tem de tomar uma posição crítica, pública e reiterada para não permitirmos um tão grande retrocesso de uma liberdade conquistada. É pura e simplesmente inaceitável e inconcebível a possibilidade de existência de um local de trabalho, seja privado ou público, onde prevaleça a ideia de que diz-me de onde és e dir-te-ei com quem andas. Antigamente as pessoas eram classificadas em bailundos, malajinos, catetistas e ‹‹zairenses››. Sempre com uma carga pejorativa. Hoje o ser angolano é mais importante que isso tudo e ao mesmo tempo cada um se orgulha de pertencer às suas raízes.

O preconceito de ser africano, de se vestir a africano, de ser do ‹‹interior›› ou do mussuque felizmente está a ser ultrapassado e não é razoável sermos todos cúmplices de uma decisão que pode ter sido exactamente inspirada nesse preconceito. O argumento de que se trata da vida interna de um órgão privado não é suficiente para que não possamos intervir e solicitar ao grupo Média Nova que esclareça essa relação que se diz existir entre a etnia de Luís Fernando e a sua demissão. Seja como for, este é mais um aviso em relação à gestão dos meios de comunicação social. Os dirigentes do MPLA não querem teimosamente ver o que se está a passar.

Temos dito que quem cria um órgão de comunicação fá-lo para influenciar. Cabe ao Estado assegurar um serviço público que garanta aos cidadão mínimos de informação e diversidade, mas também cabe ao Estado oferecer igualdade de oportunidades a diversas sensibilidades da sociedade, sob pena de, por força do grande poder persuasor da midia, uns passarem a ter direito a subjugar outros. Se nos cai como prenda uma ‹‹limpeza étnica›› nos conteúdos e nas pessoas muitos dos alicerces desta nossa nação vão simplesmente ser fortemente abalados e os prejuízos serão incalculáveis. A triste história do Ruanda provou que os meios de comunicação social têm força bastante para isso. Não há em termos de conteúdos tanto na rádio, na TV ou no jornal do grupo qualquer sinal de uma orientação desse género. Porém, a ser verdade, a motivação da demissão do nosso confrade Luifer há uma luz amarela que se acende. É melhor pormos as barbas de molho que até mesmo as rosas têm espinhos.

2. Sobre essa maka toda das imoralidades continuamos a advogar que a solução não é a caça às bruxas de um ou de outro lado. Chegamos todos nós, sociedade, a um nível de degradação moral que não há pessoas que não tenham telhados de vidro. Há quem pense em cabalas ou em perseguições. Há quem queiram fazer comissões da verdade, inquéritos de dimensão mundial e voltar uns contra outros na cruzada para detectar imoralidades. A solução por essa via será a de sacrificarmos apenas a raia miúda. Vão aparecer uma dezena de agentes policiais, outros tantos funcionários públicos, um ou outro director. Nada ficará realmente resolvido.

É preciso encontrar uma solução de corte. Algo mais sério, assente em valores, novas práticas e até novos protagonistas
. ■

Fonte S.A. 29 agosto de 2009

Ponte nova na Catumbela está amarrada

A ponte sobre o rio Cubal, na cidade de Catumbela, que une a cidade de Benguela e Lobito já está pronta há bastante tempo, só que não pode ser utilizada porque aguarda a inauguração oficial. Sobre o assunto, o S.A. numa nota intitulada "A ponte da Catumbela tem dono?" faz o seguinte comentário:

"Os benguelenses alimentavam a secreta esperança de que o 28 de Agosto marcaria, finalmente, a entrada em funcionamento da nova ponte sobre o rio Catumbela. Debalde! Vão ter de esperar por dias melhores. Isto é, vão ter de fazer apelo à toda sua capacidade de sofrimento. É que, em Luanda, onde se decide tudo, parece que algumas pessoas entendem que os benguelenses ainda não sofreram o suficiente."









O trânsito ainda é feito na velha e estreita ponte.











































As últimas duas fotos foram feitas pelo Semanário angolense

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A criatividade dos ladrões de Luanda


A imaginação dos marginais não tem limites. Eles esperam a vítima em qualquer lugar: parque, estacionamento etc. Assim que o proprietário se afasta da viatura, eles trocam a placa de matrícula. Os marginais ficam então aguardando nas intermediações até que o dono deixe o local.

Depois é seguido, ultrapassando-o e exibem-lhe a matrícula pela janela, como se ela se tivesse desprendido do carro.

Talvez fique um pouco espantado por ver a sua matrícula ali mas, ainda sem desconfiar e porque a quer recuperar, normalmente, resolve abrandar para se encontrar com quem tão generosamente parou para lhe apanhar e devolver a matrícula que nem reparou que tinha caído.

Parar é tudo o que eles querem e, quando se apercebe, é tarde demais. Dai em em diante muito pode acontecer: estupro, roubo, morte etc.

Assim, é recomendado que o motorista não pare, seja por que motivo. Uma matrícula não vale nada comparado com a vida, o bem maior, e integridade física.

Fonte: Internet

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O preço de verdadeira amizade

Eu não sei o valor exato de um amigo. Podemos conhecer a muitas pessoas, mas poucas se tornarão verdadeiras amigas. Não é fácil encontrá-las. Assim, é fundamental que, quando as encontramos, cuidemos bem delas.

Verdadeiros amigos não precisam assinar nenhum documento quando um deles precisa de um empréstimo. Houve até tempo que a palavra era garantidada com um fio do bigode.

O verdadeiro amigo não trai a confiança do outro. O verdadeiro amigo não furta, não rouba, não bruxa nem deseja mal ao outro amigo.

Muitas pessoas, infelizmente, confudem os primeiros passos de aproximação com a oportunidade de extorquir, roubar ou até bruxar. Pior ainda são aquelas que depois de prejudicarem ao outro ainda criam coragem e dão um "BIP", aquela mensagem para saber como o outro vai, como se nada soubesse.

O que fazer com essas pessoas? Afastar-se delas. "Deixar o ímpio no seu próprio caminho", diz o velho pensamento bíblico. A partir de um certo tempo, há árvores que não podem ser mais endireitadas. O caminho do infeliz, incapaz de fazer e preservar amizades, é a desgraça, solidão, miséria e rejeição.

Angola é também dos sul-africanos, segundo Zuma

O presidente Sul-Africano Jacob Zuma, em sua primeira visita a Angola onde fez-se acompanhar de importante e numerosa delegação composta por 11 ministros e cerca de 170 executivos e representantes de empresas sul-africanas, afirmou de bom e alto tom e num bom português, para que não haja dúvidas, que:

"O nosso país é o vosso país. O vosso país é o nosso país. Sinto-me em casa".

Creio que com essas palavras Zuma queria dizer que Angola e África do Sul possuem uma trajetória de luta indissolúvel.

Assim, os dois países podem e devem continuar a caminhar de mãos dadas, não havendo necessidade de Angola buscar ajuda ou empréstimos em países além-mar, muitas vezes com culturas muito diferentes das africanas, principalmente em assuntos dominados pela África do Sul. Que as riquezas africanas enriqueçam aos africanos (Africanização), em primeiro lugar.

Finalmente, se "Angola é África do Sul e África do Sul é Angola" então não há necessidade de se exigir vistos de entrada aos cidadãos de um país, no outro.

Beatriz Feddersen procura ao pai Manuel Simão de Sousa

Beatriz Feddersen quer conhecer o pai. Licenciada em Turismo e Recursos Humanos pelo Varsity College de Cape Town, Beatriz Feddersen, de 32 anos afirma ser filha de dois jovens militares da ex-FAPLA, Manuel Simão de Sousa, provavelmente natural de Malanje, e Maria Antónia Cambambe.

Beatriz, que vive num bairro de classe média alta de Cape Town, pediu ajuda ao Jornal de Angola.

Aquele que souber o paradeiro do pai da Beatriz deve telefonar ao número 00270724092861 ou pelo e-mail: ritz@africanskyhotels.com.

Mais informações podem ser lidas em: "O drama de uma jovem que quer conhecer o pai"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

BP é levada ao Tribunal sobre a angolanização


Por: Mário Cumandala
17/08/2009

Conforme foi anunciado pelo semanário Angolense na sua edição de Fevereiro, 2009, apraz-me fazer um “update” para aqueles que como eu, vêm nas multinacionais máquinas patológicas, prontas a tudo devorarem para seu sustento.

No dia 4 de Agosto a BP (British Petroleum) compareceu diante do Tribunal de Trabalho de Luanda, como foi requerido por mim, já na qualidade de ex-trabalhador da empresa desde Maio 2009. Depois de cinco (5) anos de carreira, recrutado dos EUA, vi-me forçado a demitir-me. indanguei-me: como foi possível ser efectivo de uma empresa como a BP por cinco anos sem isso, no mínimo reflectir-se, nas responsabilidades (estas eu tinha demais) e no salário ( meu subiu USD 200 dólares em cinco anos de serviço).

No Tribunal, a BP Angola, simplesmente descartou toda a possibilidade de uma negociação comigo. Preferiu alegar diante da Procuradora, que eu era um ‘mentiroso’ e que todos argumentos apresentados por meus advogados eram falsos. Pelo que a Procuradora, limitada, por esta ter sido uma secção de tentativa de conciliação, remeteu o caso ao Juiz. Para mim isto foi uma vitória porque agora, poderei não só apresentar meu caso ao Juiz em nome da Angolanização, mas terei testemunhas, muitas delas, também ex-funcionários da BP.

É que por muito tempo, as multinacionais apareceram como anjos salvadores, e dispostas a oferecer desenvolvimento sustentável para os países por onde se encontravam. Ao contrário desta crença, hoje existe razões diversas para descartar estas demagogias. No caso de Angola, quem de perto observou a reacção das petrolíferas estrangeiras em nosso pais, em 2005, a quando a posição do governo em relação ao dinheiro das operações, (CAPEX) das petrolíferas serem domiciliados em Angola e participação obrigatória na altura, no projecto Refinaria do Lobito, pode sim concluir que está a BP incluída; não estão nem de perto nem de longe interessadas no desenvolvimento económico, humano e até democrático de um país como Angola.

A BP clama que quer ser uma empresa distinta, e que trabalha dentro da legalidade, seguindo padrões muitas vezes mais rigorosos que os estipulados na lei. Para um contexto situacional devo então penetrar um pouco no subconsciente filosófico da maquina chamada Grupo BP, a qual esta atrelada à BP Angola. Por conseguinte, convido o leitor a considerar as seguintes cronologia de eventos que poderão, quem sabe dissipar qualquer sombra de duvida do que esta em jogo aqui.

Fique claro que levar a BP a tribunal como eu fiz por causa da Angolanização não e tarefa de neófitos. Já tentaram recrutar o meu advogado, oferecendo-lhe emprego na área jurídica. E como ficou patente no dia 4 de Agosto, ética não é o forte da BP em casos de litígio e graves prejuízos profissionais e pessoais que requerem compensação. Até que, como veremos mais adiante, os expatriados nestes casos de diferendos laborais, gostariam sim ver um acordo. O problema, são os poucos angolanos nos departamentos jurídicos e RH, que para suas promoções, aconselham sempre contra.

Quando a refinaria de Texas City explodiu em 23 de Marco 2005 matando 15 pessoas e mutilando 170, mas a BP negou qualquer responsabilidade. O mais diabólico e que até o Advogado da empresa foi mais longe, ofereceu USD 10 milhões à Igreja do advogado das vítimas para este desistir do caso.

Vamos aos factos, que provam meus argumentos e porque eu não serei a última vítima do pensamento mergulhado em capitalismo selvagem desta multinacional.


1. Cronologia Refinaria de Texas City.
(http://www.ens-newswire.com/ens/mar2009/2009-03-09-094.asp)
Todos os casos já foram conciliados. No acordo a BP admitiu que na manhã da explosão, muitos dos procedimentos chaves, conforme a Acta do Ar Puro que devem assegurar integridade mecânica e segurança no começo das unidades de processamento, foram ou ignoradas ou não estabelecidas. Resultado, vidas foram emocional, económica e fisicamente destruídas.

Daí é que em Angola, os constantes shutdown do B18, que já fizeram a este pais perder milhões de dólares em receitas, não serem um caso isolado, mais sim sequela da cultura de negligência e atalhos. Neste triste acontecimento ficou provado que mesmo depois de assumida a culpa, os prejuízos causados jamais serão reparados.

2.Cronologia 2008 TNK- BP na Rússia(http://business.timesonline.co.uk/tol/business/industry_sectors/natural_resources/article4286033.ece)

• Agosto 2003 BP e TNK assinam um contrato de Joint Venture para criar a TNK-BP.

• Junho 2007 , TNK-BP entrega sua participação da bacia gigante de gás Gasprom depois do descontentamento do governo com sua licença de exploração.

• Outubro 2007, O Presidente Putin declara ao Conselho da Federação Russa, que é o Senado Russo, que todas as empresas Russas deviam expulsar Administradores estrangeiros. O discurso considerado por muitos como início da nacionalização dos recursos naturais.

• Marco 25 2008, a BP e forçada a suspender 148 expatriados a serviço da empresa TNK-BP por causa da claridade dos seus vistos de trabalho.

• Ainda no mesmo mês, o Ministério do Interior Russo, lançou uma investigação criminal sobre a alegada evasão de impostos dentro da empresa.

• Julho 9 2008 Autos Magistrados de Moscovo, questionam os Executivos da TNK-BP e demandam documentos na sua busca de violações da lei geral de trabalho.

• Para mais; ler a versão completa em Inglês no link acima.


Não existe fumaça sem fogo. As referências acima, são de domínio público, e não testificam nada a favor de uma máquina petrolífera humana. Será talvez porque o crude é feito de sangue? Por isso, não me surpreendo constatar que, a Des-Angolanização que a BP pratica tem suas raízes no desrespeito à normas e valores locais, sobretudo, quando se trata do dono da terra.

Não conheço ninguém que fale bem das políticas da Angolanização desta empresa e isto não é normal. Perdi meu emprego na MCIWORLDCOM em Virgínia, USA, como parte dos 2000 mil trabalhadores despedidos naquela sexta feira negra, por causa da aplicação que a empresa a protecção e reorganização sob o Capitulo 11 da lei comercial americana. Mais eu até hoje, tenho saudades daquela empresa. Estaria mentindo se 3 meses depois da BP tivesse que mencionar um momento profissional de relevo e melancolia. A verdade porém, é que, desde meu êxodo da BP, vivo um autêntico “la vie belle”

A indústria petrolífera em Angola e em muitos casos por onde passa, provoca e semeia descontentamentos, alienação, protestos, resistência e degradação ambiental. A dialéctica da globalização do sector extractivo, não considera a lógica global do capital seja humano ou outro, muito menos sua suas conexões e ramificações. Isto porque a atenção destas, só se concentra na obtenção de lucros e nunca no contexto nacional da resistência de seres humanos, sejam eles trabalhadores, ex-trabalhadores, governos ou a sociedade no geral.

Para a BP, matar 15 pessoas na refinaria de Texas City nos USA, não mereceu um reconhecimento imediato de sua negligência. Lembrem-se que as vítimas foram americanos. E se fossem Angolanos, talvez você pergunte... Será que sairiam os USD 50 milhões de indemnização pagos ou por pagar às vítimas e aos familiares? Quanto vale a vida de um Angolano em termos de salário pelo menos, 3mil, 5 mil mês, versus o que? 20mil mês do seu colega expatriado ao lado que não paga nada nem já imposto aqui? Só porque ele anda na indústria a 10 ou 15 anos?

No caso TNK-BP o culpado e o regime, assim declararam os boses da BP em St James em Londres, o quartel-general do grupo, mesmo sendo evidente que a firma provocou o dragão em digestão. A queda dos Xas do Irão, não aconteceram em vão, havia petróleo envolvido. Os Russos, bons leitores da história, já ultrapassaram esta questão, porque o desfecho final, da expulsão da BP da Rússia não seria nada diferente dos dias da Pax Britânica

Como se espera que um simples trabalhador como eu fosse ouvido pelo ‘senhor do universo’ para quem dei meu melhor desde as terras do tio Sam nestes passados 5 anos de lavagem cerebral. Até porque já fiquei as vezes a questionar minha integridade e acumes intelectuais, tudo porque cada fim do ano havia uma avaliação não satisfatória do meu desempenho que já levou-me a solicitar mudança de departamento, mais empresa que não escuta e outro monstro.

Quando a agenda mais sublime de uma corporação, e acumular lucros anormais a nível local, e a qualquer custo, então ninguém no futuro deverá reclamar quando descobrir que a angolanização não é um múnus ou algo obrigatório para a BP. Sintomaticamente falando, não existe nenhum empenho desta firma ou um esforço de aproximação entre ‘ nós e eles’.

Para este autóctone, o duelo (drama) continuará, até chegarmos em frente ao Juiz nos próximos meses. Todavia, não será para mim um embuste a estranhar se me aperceber que nesta empreitada de repor a verdade e dignidade de um técnico superior em sua própria pátria, meu carácter e nome sejam desumanamente soçobrados pela BP antes do dia do juízo no tribunal de Luanda. Para, todavia muita coincidência, que Daniela também já se despediu da BP mesmo ainda estando na expatriação. E des-angolanizacao na BP continua.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Acordo Brasil-Vaticano gera polêmica


Diz o velho ditado: "se a barba do vizinho arde é bom colocar a sua de molho".

Vemos muita aproximação da Igreja Católica com o governo e o Estado Angolano. Esta aproximação teve seu ponto alto com a visita do papa Bento VI a Angola. Dom Ângelo Beccio, o núncio apostólico sempre enfatiza essas boas relações em seus pronunciamentos. Hoje, qualquer ponte ou outra obra que é inaugurada lá está um sacerdote católico para "abençoa-la".

Um acordo firmado entre o Brasil e o Vaticano está gerando muita polêmica, que poderá também respingar para Angola a qualquer momento.

Confira os 20 artigos da proposta que reconhece o estatuto jurídico da Igreja Católica no país, alvo de intensa crítica de parlamentares evangélicos

Tramita em regime de urgência no plenário da Câmara mensagem presidencial que reconhece um acordo firmado ente o governo brasileiro e o Vaticano, que estabelece o estatuto jurídico da Igreja Católica no Brasil. A proposição pode ser votada a qualquer momento pelo Plenário.

O texto foi aprovado no último dia 12 na Comissão de Relações Exteriores por 23 votos a 7. O relator, deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), entendeu que o acordo não fere a Constituição Federal. Mas, como mostrou hoje (26) o Congresso em Foco, o documento é alvo de críticas da Frente Parlamentar Evangélica, que acusa o governo brasileiro de privilegiar igreja e ensino do catolicismo em proposta pronta para votação. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) diz que as críticas são descabidas e pede análise isenta de deputados.

Confira a íntegra do acordo, tratado na Mensagem 134/09, encaminhada ao Congresso pelo presidente Lula.


"A República Federativa do Brasil e A Santa Sé (doravante denominadas Altas Partes Contratantes),

Considerando que a Santa Sé é a suprema autoridade da Igreja Católica, regida pelo Direito Canônico;

Considerando as relações históricas entre a Igreja Católica e o Brasil e suas respectivas responsabilidades a serviço da sociedade e do bem integral da pessoa humana;

Afirmando que as Altas Partes Contratantes são, cada uma na própria ordem, autônomas, independentes e soberanas e cooperam para a construção de uma sociedade mais justa, pacífica e fraterna;

Baseando-se, a Santa Sé, nos documentos do Concílio Vaticano II e no Código de Direito Canônico, e a República Federativa do Brasil, no seu ordenamento jurídico;

Reafirmando a adesão ao princípio, internacionalmente reconhecido, de liberdade religiosa;

Reconhecendo que a Constituição brasileira garante o livre exercício dos cultos religiosos;

Animados da intenção de fortalecer e incentivar as mútuas relações já existentes;

Convieram no seguinte:

Artigo 1º
As Altas Partes Contratantes continuarão a ser representadas, em suas relações diplomáticas, por um Núncio Apostólico acreditado junto à República Federativa do Brasil e por um Embaixador(a) do Brasil acreditado(a) junto à Santa Sé, com as imunidades e garantias asseguradas pela Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, de 18 de abril de 1961, e demais regras internacionais.

Artigo 2º
A República Federativa do Brasil, com fundamento no direito de liberdade religiosa, reconhece à Igreja Católica o direito de desempenhar a sua missão apostólica, garantindo o exercício público de suas atividades, observado o ordenamento jurídico brasileiro.

Artigo 3º
A República Federativa do Brasil reafirma a personalidade jurídica da Igreja Católica e de todas as Instituições Eclesiásticas que possuem tal personalidade em conformidade com o direito canônico, desde que não contrarie o sistema constitucional e as leis brasileiras, tais como Conferência Episcopal, Províncias Eclesiásticas, Arquidioceses, Dioceses, Prelazias Territoriais ou Pessoais, Vicariatos e Prefeituras Apostólicas, Administrações Apostólicas, Administrações Apostólicas Pessoais, Missões Sui Iuris, Ordinariado Militar e Ordinariados para os Fiéis de Outros Ritos, Paróquias, Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.

§ 1º. A Igreja Católica pode livremente criar, modificar ou extinguir todas as Instituições Eclesiásticas mencionadas no caput deste artigo.
§ 2º. A personalidade jurídica das Instituições Eclesiásticas será reconhecida pela República Federativa do Brasil mediante a inscrição no respectivo registro do ato de criação, nos termos da legislação brasileira, vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro do ato de criação, devendo também ser averbadas todas as alterações por que passar o ato.

Artigo 4º
A Santa Sé declara que nenhuma circunscrição eclesiástica do Brasil dependerá de Bispo cuja sede esteja fixada em território estrangeiro.

Artigo 5º
As pessoas jurídicas eclesiásticas, reconhecidas nos termos do Artigo 3º, que, além de fins religiosos, persigam fins de assistência e solidariedade social, desenvolverão a própria atividade e gozarão de todos os direitos, imunidades, isenções e benefícios atribuídos às entidades com fins de natureza semelhante previstos no ordenamento jurídico brasileiro, desde que observados os requisitos e obrigações exigidos pela legislação brasileira.

Artigo 6º
As Altas Partes reconhecem que o patrimônio histórico, artístico e cultural da Igreja Católica, assim como os documentos custodiados nos seus arquivos e bibliotecas, constituem parte relevante do patrimônio cultural brasileiro, e continuarão a cooperar para salvaguardar, valorizar e promover a fruição dos bens, móveis e imóveis, de propriedade da Igreja Católica ou de outras pessoas jurídicas eclesiásticas, que sejam considerados pelo Brasil como parte de seu patrimônio cultural e artístico.

§ 1º. A República Federativa do Brasil, em atenção ao princípio da cooperação, reconhece que a finalidade própria dos bens eclesiásticos mencionados no caput deste artigo deve ser salvaguardada pelo ordenamento jurídico brasileiro, sem prejuízo de outras finalidades que possam surgir da sua natureza cultural.

§ 2º. A Igreja Católica, ciente do valor do seu patrimônio cultural, compromete-se a facilitar o acesso a ele para todos os que o queiram conhecer e estudar, salvaguardadas as suas finalidades religiosas e as exigências de sua proteção e da tutela dos arquivos.

Artigo 7º
A República Federativa do Brasil assegura, nos termos do seu ordenamento jurídico, as medidas necessárias para garantir a proteção dos lugares de culto da Igreja Católica e de suas liturgias, símbolos, imagens e objetos cultuais, contra toda forma de violação, desrespeito e uso ilegítimo.

§ 1º. Nenhum edifício, dependência ou objeto afeto ao culto católico, observada a função social da propriedade e a legislação, pode ser demolido, ocupado, transportado, sujeito a obras ou destinado pelo Estado e entidades públicas a outro fim, salvo por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, nos termos da Constituição brasileira.

Artigo 8º
A Igreja Católica, em vista do bem comum da sociedade brasileira, especialmente dos cidadãos mais necessitados, compromete-se, observadas as exigências da lei, a dar assistência espiritual aos fiéis internados em estabelecimentos de saúde, de assistência social, de educação ou similar, ou detidos em estabelecimento prisional ou similar, observadas as normas de cada estabelecimento, e que, por essa razão, estejam impedidos de exercer em condições normais a prática religiosa e a requeiram. A República Federativa do Brasil garante à Igreja Católica o direito de exercer este serviço, inerente à sua própria missão.

Artigo 9º
O reconhecimento recíproco de títulos e qualificações em nível de Graduação e Pós-Graduação estará sujeito, respectivamente, às exigências dos ordenamentos jurídicos brasileiro e da Santa Sé.

Artigo 10
A Igreja Católica, em atenção ao princípio de cooperação com o Estado, continuará a colocar suas instituições de ensino, em todos os níveis, a serviço da sociedade, em conformidade com seus fins e com as exigências do ordenamento jurídico brasileiro.

§ 1º. A República Federativa do Brasil reconhece à Igreja Católica o direito de constituir e administrar Seminários e outros Institutos eclesiásticos de formação e cultura.
§ 2º. O reconhecimento dos efeitos civis dos estudos, graus e títulos obtidos nos Seminários e Institutos antes mencionados é regulado pelo ordenamento jurídico brasileiro, em condição de paridade com estudos de idêntica natureza.

Artigo 11
A República Federativa do Brasil, em observância ao direito de liberdade religiosa, da diversidade cultural e da pluralidade confessional do País, respeita a importância do ensino religioso em vista da formação integral da pessoa.

§1º. O ensino religioso, católico e de outras confissões religiosas, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, em conformidade com a Constituição e as outras leis vigentes, sem qualquer forma de discriminação.

Artigo 12
O casamento celebrado em conformidade com as leis canônicas, que atender também às exigências estabelecidas pelo direito brasileiro para contrair o casamento, produz os efeitos civis, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.

§ 1º. A homologação das sentenças eclesiásticas em matéria matrimonial,
confirmadas pelo órgão de controle superior da Santa Sé, será efetuada nos termos da legislação brasileira sobre homologação de sentenças estrangeiras.

Artigo 13
É garantido o segredo do ofício sacerdotal, especialmente o da confissão sacramental.

Artigo 14
A República Federativa do Brasil declara o seu empenho na destinação de espaços a fins religiosos, que deverão ser previstos nos instrumentos de planejamento urbano a serem estabelecidos no respectivo Plano Diretor.

Artigo 15
Às pessoas jurídicas eclesiásticas, assim como ao patrimônio, renda e serviços relacionados com as suas finalidades essenciais, é reconhecida a garantia de imunidade tributária referente aos impostos, em conformidade com a Constituição brasileira.

§ 1º. Para fins tributários, as pessoas jurídicas da Igreja Católica que exerçam atividade social e educacional sem finalidade lucrativa receberão o mesmo tratamento e benefícios outorgados às entidades filantrópicas reconhecidas pelo ordenamento jurídico brasileiro, inclusive, em termos de requisitos e obrigações exigidos para fins de imunidade e isenção.

Artigo 16
Dado o caráter peculiar religioso e beneficente da Igreja Católica e de suas instituições:
I - O vínculo entre os ministros ordenados ou fiéis consagrados mediante votos e as Dioceses ou Institutos Religiosos e equiparados é de caráter religioso e portanto, observado o disposto na legislação trabalhista brasileira, não gera, por si mesmo, vínculo empregatício, a não ser que seja provado o desvirtuamento da instituição eclesiástica.

II -As tarefas de índole apostólica, pastoral, litúrgica, catequética, assistencial, de promoção humana e semelhantes poderão ser realizadas a título voluntário, observado o disposto na legislação trabalhista brasileira.

Artigo 17
Os Bispos, no exercício de seu ministério pastoral, poderão convidar sacerdotes, membros de institutos religiosos e leigos, que não tenham nacionalidade brasileira, para servir no território de suas dioceses, e pedir às autoridades brasileiras, em nome deles, a concessão do visto para exercer atividade pastoral no Brasil.

§ 1º. Em conseqüência do pedido formal do Bispo, de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro, poderá ser concedido o visto permanente ou temporário, conforme o caso, pelos motivos acima expostos.

Artigo 18
O presente acordo poderá ser complementado por ajustes concluídos entre as Altas Partes Contratantes.

§ 1º. Órgãos do Governo brasileiro, no âmbito de suas respectivas competências e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, devidamente autorizada pela Santa Sé, poderão celebrar convênio sobre matérias específicas, para implementação do presente Acordo.

Artigo 19
Quaisquer divergências na aplicação ou interpretação do presente acordo serão resolvidas por negociações diplomáticas diretas.

Artigo 20
O presente acordo entrará em vigor na data da troca dos instrumentos de ratificação, ressalvadas as situações jurídicas existentes e constituídas ao abrigo do Decreto nº 119-A, de 7 de janeiro de 1890 e do Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé sobre Assistência Religiosa às Forças Armadas, de 23 de outubro de 1989."

A mensagem enviada ao Congresso é acompanhada de um texto encaminhado pelo secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro, em que ele expõe um histórico do acordo e as alegações para o reconhecimento do documento pelo governo brasileiro. Confira:

"Brasília, 12 de dezembro de 2008.

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Submeto à elevada consideração de Vossa Excelência, com vistas ao encaminhamento ao Congresso Nacional, o Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé relativo ao Estatuto Jurídico da Igreja Católica no Brasil, assinado na Cidade-Estado do Vaticano, em 13 de novembro de 2008.

2. Recordo que a proposta de celebração do referido Acordo foi enviada a Vossa Excelência pelo Secretário de Estado da Santa Sé, Cardeal Tarcisio Bertone, por carta de 26 de setembro de 2006. Após o recebimento da proposta, foram iniciadas consultas com diferentes áreas do Governo sobre o Acordo. Sob a coordenação do Itamaraty, foram realizadas reuniões de coordenação para avaliação do texto, com a participação de representantes das seguintes áreas do Governo: Casa Civil (Subchefia de Assuntos Jurídicos); Ministério da Justiça (Secretaria de Assuntos Legislativos e FUNAI); Ministério da Defesa; Ministério da Fazenda (incluindo a Secretaria da Receita Federal); Ministério da Educação; Ministério da Cultura; Ministério do Trabalho e Emprego; Ministério da Previdência Social; Ministério das Cidades; Ministério da Saúde.

3. Em 30 de março de 2007 o Ministério das Relações Exteriores apresentou ao Núncio Apostólico em Brasília a contraproposta do Governo brasileiro ao referido texto, com vistas a sua eventual assinatura por ocasião da visita ao Brasil do Papa Bento XVI, em maio de 2007. A contraproposta brasileira, além de adequação da linguagem jurídica noque se refere às relações do Brasil com a Santa Sé e com a Igreja Católica, continha poucas modificações substanciais ao texto proposto pela Santa Sé.

4. Somente em 13 de setembro de 2007, a Nunciatura Apostólica em Brasília apresentou ao Itamaraty a reação da Santa Sé ao texto proposto em 30 de março daquele ano. A nova proposta então apresentada foi objeto de reuniões de avaliação, coordenadas pelo Itamaraty, com a participação das áreas do Governo já acima mencionadas. Concluído esse processo, o Ministério das Relações Exteriores elaborou novo texto refletindo os pareceres e notas técnicas das diferentes áreas do Governo e o submeteu à aprovação dos respectivos Ministros, por Aviso de 13 de agosto de 2008, com o pedido de parecer final sobre o referido texto, com vistas a sua assinatura por ocasião da visita de Vossa Excelência à Cidade-Estado do Vaticano, para audiência com o Papa Bento XVI, em 13
novembro de 2008.

5. Em 24 de outubro de 2008, realizou-se, na Casa Civil da Presidência da República, reunião com vistas à finalização do texto da contraproposta do Governo brasileiro. Em 25 de outubro, foi entregue ao Núncio Apostólico em Brasília o texto concluído, ocasião em que foram explicadas, ponto por ponto, as posições da parte brasileira. A referida proposta foi oficialmente encaminhada à Santa Sé em 28 de outubro, por Nota Verbal à Nunciatura Apostólica no Brasil. Em 10 de novembro de 2008, a Nunciatura Apostólica comunicou, por meio de Nota Verbal, que a Santa Sé aceitou integralmente a contraproposta brasileira para o Acordo (em anexo), que foi assinado, do lado brasileiro, por mim e, do lado da Santa Sé, pelo Secretário para Relações com os Estados, Monsenhor Dominique Mamberti, em 13 de novembro de 2008, na Cidade do Vaticano.

6. O Brasil é o país que abriga a maior população católica do mundo e era o único que não dispunha de acordo sobre a presença da Igreja Católica em seu território. Desde o estabelecimento de relações diplomáticas com a Santa Sé, em 1826, há apenas dois acordos em vigor: Acordo Administrativo para troca de Correspondência diplomática, de 1935, e o Acordo sobre o Estabelecimento do Ordinariado Militar e Nomeação de Capelães Militares, de 1989.

7. O objetivo do presente Acordo é consolidar, em um único instrumento jurídico, diversos aspectos da relação do Brasil com a Santa Sé e da presença da Igreja Católica no Brasil, já contemplados na Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, na Constituição Federal e em demais leis que configuram o ordenamento jurídico brasileiro. As diretrizes centrais seguidas pelas autoridades brasileiras na negociação do Acordo com a Santa Sé foram a preservação das disposições da Constituição e da legislação ordinária sobre o caráter laico do Estado brasileiro, a liberdade religiosa e o tratamento eqüitativo dos direitos e deveres das instituições religiosas legalmente estabelecidas no Brasil. Cabe ressaltar que o estabelecimento de acordo com entidade religiosa foi possível neste caso, por possuir, a Santa Sé, personalidade jurídica de Direito Internacional Público.

8. Apresento, a seguir, resumo do conteúdo de cada artigo do Acordo:

Art. 1 - dispõe sobre a representação diplomática do Brasil e da Santa Sé, nos termos da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas;

Art. 2 - o Brasil reconhece à Igreja Católica o direito de desempenhar sua missão apostólica;

Art. 3 - o Brasil reconhece a personalidade jurídica das Instituições Eclesiásticas mediante inscrição no registro pertinente do ato de criação, nos termos da legislação brasileira;

Art. 4 - a Santa Sé garante que a sede dos Bispados estará sempre em território brasileiro;

Art. 5 - dispõe que os direitos, imunidades, isenções e benefícios das pessoas jurídicas eclesiásticas que prestam também assistência social serão iguais aos das entidades com fins semelhantes, conforme previstos no ordenamento jurídico brasileiro;

Arts. 6 e 7 - dispõem sobre o patrimônio histórico e cultural da Igreja Católica no Brasil, assegurando a proteção dos lugares de culto e a cooperação entre Igreja e Estado com vistas a salvaguardar e valorizar esse patrimônio (incluindo documentos em arquivos e bibliotecas), bem como facilitar o acesso a todos que queiram conhecê-lo e estudá-lo;

Art. 8 - o Brasil assegura a prestação de assistência espiritual pela Igreja a fiéis internados em estabelecimentos de saúde ou prisional que a solicitarem, observadas as normas das respectivas instituições;

Arts. 9,10 e 11 - dispõem sobre temas relacionados à educação: garante à Igreja o direito de constituir e administrar Seminários e outros Institutos eclesiásticos; estipula que o reconhecimento recíproco de títulos e qualificações em nível de Graduação e Pós-Graduação estará sujeito às respectivas legislações e normas; e dispõe sobre o ensino religioso de matrícula facultativa nas escolas públicas de ensino fundamental, sem discriminar as diferentes confissões religiosas praticadas no Brasil;

Art. 12 - estabelece que a homologação de sentenças eclesiásticas em matéria matrimonial será efetuada nos termos da legislação brasileira sobre a matéria;

Art. 13 - é garantido aos Bispos da Igreja Católica manter o segredo do ofício sacerdotal;

Art. 14 - o Brasil declara seu empenho em destinar espaços para fins religiosos no planejamento urbano no contexto do plano diretor das idades;

Art. 15 - dispõe sobre o reconhecimento pelo Brasil da imunidade tributária referente aos impostos das pessoas jurídicas eclesiásticas e garante às pessoas jurídicas da Igreja que exercem atividades sociais e educacionais sem fins lucrativos os mesmos benefícios;

Art. 16 - trata do caráter religioso das relações entre os ministros ordenados e fiéis consagrados e as Dioceses ou Institutos Religiosos as quais, observado o disposto na legislação trabalhista brasileira, não geram vínculo empregatício, a não ser que comprovado o desvirtuamento da função religiosa da Instituição;

Art. 17 - trata da concessão de visto permanente ou temporário para sacerdotes, membros de institutos religiosos e leigos, que venham exercer atividade pastoral no Brasil, nos termos da legislação brasileira sobre a matéria.

9. Com vistas ao encaminhamento do texto à apreciação do Poder Legislativo, conforme prevê o inciso VIII do artigo 84 da Constituição Federal, submeto a Vossa Excelência projeto de Mensagem ao Congresso Nacional, juntamente com cópias do Acordo.

Respeitosamente,
Samuel Pinheiro Guimarães Neto
Secretário-geral do Itamaraty"

Fonte: ttp://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_publicacao=29496&
cod_canal=1

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Gripe suína: perguntas e respostas


Vivemos numa época marcada por crises: crise econômica, crise de valores e ultimamente somou-se já não mais a crise mas a epidemia da gripe suína que já fez vítimas em diversos países. Compilei tudo que circula pela internet sobre essa Gripe. Tire suas dúvidas sobre a gripe suína.

O que é a gripe suína?
É uma doença respiratória aguda altamente contagiosa frequente em porcos. Esses animais podem ser infectados, ao mesmo tempo, por mais de um tipo de vírus, o que possibilita que os genes dos vírus se misturem. Por isso, a suspeita dos especialistas é de que a doença que está contaminando pessoas atualmente seja provocada por um vírus que contém genes de várias origens - chamado de recombinante. É um vírus que contém a mistura de genes que provocam a gripe suína, a aviária e a humana.

Como ocorre a infecção em humanos?
As pessoas, quase sempre, são infectadas pelo contato com porcos. Mas em alguns casos não há histórico de contato nem com porcos nem com ambientes em que esses animais tenham estado - em fazendas ou feiras agropecuárias, por exemplo. Os registros de transmissão da doença entre humanos são limitados a contato muito próximo em grupos de convivência.

Quanto tempo dura vivo o vírus suíno numa maçaneta ou superfície lisa?
Até 10 horas.

Qual é o período de incubação do vírus?
Em média de 5 a 7 dias e os sintomas aparecem quase imediatamente

Quando se deve começar a tomar o remédio?
Dentro das 72 horas os prognósticos são muito bons, a melhora é de 100%

De que forma o vírus entra no corpo?
Por contato ao dar a mão ou beijar-se no rosto e pelo nariz, boca e olhos

O vírus é mortal?
Não, o que ocasiona a morte é a complicação da doença causada pelo vírus, que é a pneumonia.

Que riscos têm os familiares de pessoas que faleceram?
Podem ser portadores e formar uma rede de transmissão.

A água de tanques ou caixas de água transmite o vírus?
Não porque contém químicos e está clorada

O que faz o vírus quando provoca a morte?
Uma série de reações como deficiência respiratória, a pneumonia severa é o que ocasiona a morte.

Quando se inicia o contagio, antes dos sintomas ou até que se apresentem?
Desde que se tem o vírus, antes dos sintomas.

Quão útil é o álcool em gel para limpar-se as mãos?
Torna o vírus inativo e o mata.

Qual é a forma de contágio mais eficiente deste vírus?
A via aérea não é a mais efetiva para a transmissão do vírus, o fator mais importante para que se instale o vírus é a umidade, (mucosa do nariz, boca e olhos) o vírus não voa e não alcança mais de um metro de distancia.

É fácil contagiar-se em aviões?
Não, é um meio pouco propício para ser contagiado.

Quais os riscos para as pessoas?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a situação uma "emergência de saúde pública de preocupação internacional". Conforme explicou no domingo o secretário-geral adjunto da OMS, Keiji Fukuda, isso significa que há riscos de que a gripe suína se espalhe pelo mundo. Já foi estabelecido nível de alerta de grau quatro - numa escala que vai até seis. Nesse caso, avisou Fukuda, os países serão de tomar medidas muito drásticas, mas não deu detalhes.

É seguro comer porco e produtos de carne suína?
Sim. Não há registro de transmissão da gripe suína por ingestão de alimentos adequadamente preparados. O vírus da gripe suína não resiste ao cozimento em temperatura superior a 70°C, como se recomenda para a preparação de carne de porco e outras carnes para alimentação humana.

E alimentos como presunto cru, patê suíno, salame, salsicha?
Também não existe nenhum tipo de risco em comer esses alimentos.

Há vacina para proteger pessoas?
Não. Esses vírus se modificam muito rapidamente. A vacina atual contra a influenza produzida a partir das recomendações da OMS não contém o vírus da gripe suína.

Como é feito o diagnóstico em seres humanos?
Da mesma forma que numa gripe comum, quando observados os sintomas (febre, dores pelo corpo, cansaço e tosse), recolhe-se material para análise, normalmente o muco expelido pelo nariz e boca.

Por que a gripe suína mata?
Esse vírus tem uma capacidade de atingir os pulmões e não só pode causar uma pneumonia (que leva à morte pela insuficiência respiratória) como predispõe o pulmão a se infectar com outras bactérias que normalmente não causariam essa pneumonia.

Estou em um avião e tem alguém com sintomas de gripe (e não sei qual é). Devo me preocupar?
Devo me preocupar se estiver em um voo internacional que saiu de um desses países onde existem casos confirmados e suspeitos. As pessoas que estão no Brasil, porém, não devem ter paranoia. Por enquanto, não há casos confirmados aqui.

A vacina usada na prevenção da gripe comum pode ajudar no combate da gripe suína?
Pode, ela pode conferir uma proteção parcial. A pessoa pode se proteger ou não, ou pode se proteger de um modo intermediário. A chance maior é que não proteja muito bem, porque o vírus da gripe suína é diferente do que está na vacina. Mas mal a vacina não irá fazer.

Como os médicos sabem diferenciar se é uma gripe comum ou a gripe suína?
Em uma pessoa com suspeita, primeiro, se faz o chamado teste rápido para detecção do vírus influenza. É um kit que existe e que permite indicar a presença do vírus influenza. Se esse teste rápido der positivo, o material colhido é enviado para um laboratório especializado e ali se identifica se o vírus influenza encontrado é ou não da gripe suína.

Estive no México recentemente. Por quantos dias devo me preocupar se posso ter sido infectado?
Geralmente, a incubação da doença dura de 2 até 10 dias. O ideal é que as pessoas observem por 10 dias depois da chegada. Se aparecer sintomas, elas devem procuraras autoridades saúde.

Uma pessoa que está com a gripe suína pode se curar?
Pode. A maioria dos casos está sendo curado espontaneamente. Por enquanto, ainda não se sabe o percentual de cura. Até agora, a gripe suína tem sido menos letal do que a gripe aviária, mas se espalha com mais rapidez, porque é transmitida de humano para humano.

Vou tirar férias e planejei ir para um dos países onde há casos confirmados da doença. Devo remarcar minha viagem?
A viagem para esses lugares deve ser evitada, principalmente para o México. A recomendação é viajar somente em caso de extrema urgência.

Se é a pessoa é contaminada uma vez, faz tratamento e melhora. Ela pode ser contaminada novamente?
Provavelmente não, porque ela adquire uma proteção contra esse tipo de vírus da gripe, mas não contra outros tipos.

A pessoa fica com o vírus "para sempre", mesmo depois de melhorar?
Não. O vírus infecta a pessoa, causa sintomas - ou não - vai embora e depois deixa essa pessoa com uma proteção contra ele. O tratamento, para funcionar, tem de ser feito nas primeiras 48 horas. A medicação é específica.

Vou ao México a trabalho e não tenho como adiar a viagem. O que faço para me proteger?
Fique atento às recomendações de saúde dadas e use máscaras dentro do avião e também enquanto estiver na rua. O governo brasileiro está disponibilizando máscaras nos aeroportos. É uma máscara especial.

Como posso evitar contagiar-me?
Não passar as mãos no rosto, olhos, nariz e boca. Não estar com gente doente. Lavar as mãos mais de 10 vezes por dia.

O vírus ataca mais às pessoas asmáticas?
Sim, são pacientes mais suscetíveis, mas ao tratar-se de um novo germe todos somos igualmente suscetíveis.

Qual é a população que está atacando este vírus?
De 20 a 50 anos de idade.

É útil a máscara para cobrir a boca?
Existem alguns de maior qualidade que outros, mas se você não está doente é pior, porque os vírus pelo seu tamanho o atravessam como se este não existisse e ao usar a máscara, cria-se na zona entre o nariz e a boca um microclima úmido próprio ao desenvolvimento viral: mas se você já está infectado use-o para não infectar aos demais, apesar de que é relativamente eficaz.

Serve para algo tomar Vitamina C?
Não serve para nada para prevenir o contagio deste vírus, mas ajuda a resistir seu ataque.

Quem está a salvo desta doença ou quem é menos suscetível?
A salvo não esta ninguém, o que ajuda é a higiene dentro de lar, escritórios, utensílios e não ir a lugares públicos.

Se vou ao velório de alguém que morreu desse vírus posso me contagiar?
Não.

Qual é o risco das mulheres grávidas com este vírus?
As mulheres grávidas têm o mesmo risco mas por dois, podem tomar os antivirais mas em caso de de contagio e com estrito controle médico.

O feto pode ter lesões se uma mulher grávida se contagia com este vírus?
Não sabemos que estragos possa fazer no processo, já que é um vírus novo.

Posso tomar acido acetilsalicílico (aspirina)?
Não é recomendável, pode ocasionar outras doenças, a menos que você tenha prescrição por problemas coronários, nesse caso siga tomado.

As pessoas com AIDS, diabetes, câncer, etc., podem ter maiores complicações que uma pessoa sadia se contagiam com o vírus?
SIM.

Uma gripe convencional forte pode se converter em influenza?
NAO.

O que mata o vírus?
O sol, mais de 5 dias no meio ambiente, o sabão, os antivirais, álcool em gel.

O que fazem nos hospitais para evitar contágios a outros doentes que não têm o vírus?
O isolamento.

Aquele que se infectou deste vírus e se curou, fica imune?
SIM.

As crianças com tosse e gripe têm influenza?
É pouco provável, pois as crianças são pouco afetadas.

DICAS PARA SE PREVENIR DA GRIPE:

Higiene
Lave as mãos com frequência.
Proteção
Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, de preferência descartável
Evite o contato direto com pessoas doentes. Também não compartilhe alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal. Evitar tocar olhos, nariz ou boca.


Tira-dúvidas

Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Veja as respostas dos especialistas :


Tire suas dúvidas sobre a gripe A
11/08/2009 20:52


Durante dez dias (entre 27 de julho e 5 de agosto), os leitores da Gazeta do Povo enviaram ao jornal suas dúvidas sobre prevenção, sintomas e tratamento da gripe A H1N1. Confira as respostas dos especialistas:

Sérgio Penteado(*12): Na verdade os trabalhos mostram resultados significativos quando o tratamento com Tamiflu é iniciado nas primeiras 48 horas. Após este tempo há controvérsia quanto a sua eficácia clínica. Entretanto existem relatos da redução da transmissibilidade com a introdução do medicamento mesmo após 48 horas, além de poder haver um impacto na redução de infecções bacterianas após o quadro de gripe.

As pessoas falam constantemente que devemos nos cuidar até o fim desta pandemia. Mas como o vírus para de infectar? Isso acontece após as pessoas serem vacinadas ou é algo natural? Há alguma previsão de quanto tempo leva para acabar essa pandemia? (Andressa, por e-mail. Publicada em: 11/08/09.)

Sérgio(*12): A Gripe se disseminará apesar das medidas de controle, pois o vírus é altamente contagioso. A maior parte das pessoas irão apresentar a doença com poucos sintomas ou mesmo com ausência de sintomas, e uma porcentagem menor necessitará de hospitalização e desenvolverá doença grave. Mas, com o passar do tempo a maior parte das pessoas desenvolverão imunidade devido ao contato com o vírus e haverá um momento em que existirão poucas pessoas suscetíveis (que não apresentam imunidade, pois não estiveram em contato com o vírus). Neste caso fica mais difícil que uma pessoa doente entre em contato com uma pessoa suscetível dando continuidade à infecção.
O desenvolvimento de uma vacina eficaz pode encurtar o período de epidemia. Atualmente a previsão é de que a transmissão deva durar por meses com uma redução progressiva, especialmente após o término do inverno.

Tenho uma filha que tem uma síndrome de baixa imunidade devido à baixa taxa de Imunoglobulina A (IgA). Qual o procedimento a ser adotado para que ela possa tomar o remédio? (Wilson Candeias, por e-mail. Publicada em: 11/08/09.)

Sérgio(*12): Déficit de imunoglobulinas é um fator de risco para infecção bacteriana, se ela apresentar sinais de gripe deve procurar atendimento médico especializado o mais rápido possível. Se o quadro for realmente compatível com gripe, o tratamento com Tamiflu deve ser iniciado. É importante ficar atento à velocidade de instalação da doença, pois a gripe apresenta-se de forma abrupta , o que é diferente do resfriando comum (não causado pelo vírus Influenza) e se apresenta de forma mais lenta. Neste ultimo caso não há indicação do uso de Tamiflu.
No momento embora seja possível utilizar Tamiflu de forma profilática, se houver contato com alguém sabidamente com gripe, ele não esta disponível para esta indicação. Por isto é importante investir em medidas preventivas especialmente no diz respeito ao bom estado nutricional e controle da hipogamaglobulinemia. Recomendo também que ela seja avaliada por um imunologista experiente.

Seria contraindicado tomar a vacina da gripe comum neste período? Pois se diz que ela reduz a imunidade da pessoa até a formação dos anticorpos (5 a 15 dias). Isto poderia ser um fator de risco acaso a pessoa seja contaminada pela gripe suína justamente nesta fase de baixa imunidade causada pela vacina? (Kleber Sampaio Joffily, por e-mail. Publicada em: 11/08/09.)

Sérgio(*12): Não. Não há contraindicação para vacinação contra a gripe sazonal.

Gostaria de saber se em locais em que há pessoas que fumam existe risco maior de ter o vírus da nova gripe? Os fumantes têm mais chances de contraírem o vírus? (Fabiano Betim, por e-mail. Publicada em: 11/08/09.)

Sérgio(*12): Não. A fumaça do cigarro não favorece a transmissão viral, porém estar em ambiente fechado favorece a disseminação do vírus. As pessoas que fumam ou que tem doença crônica pulmonar estão mais propensas a desenvolver doenças pulmonares graves e, portanto, podem apresentar quadros mais severos relacionados ao vírus Influenza, especialmente pneumonias bacterianas. Interromper o tabagismo é uma boa medida para reduzir o risco de doenças pulmonares graves.

Em todas as mídias é divulgado que a Influenza A apresenta índices de letalidade até menores do que a gripe comum (sazonal). Por que um tratamento diferenciado, como por exemplo a suspensão das aulas, se o que tem sido divulgado na mídia “tenta” demonstrar uma igualdade no que se refere a gravidade deste vírus? (Denise Chemin, por e-mail. Publicada em: 10/08/09.)

Carla Regina Martins(*11): Em relação à gravidade realmente os vírus são equivalentes. Porém o vírus da Influenza A apresenta maior transmissibilidade, o que tem direcionado as diferentes ações das autoridades de saúde pública. A letalidade do vírus H1N1 também é baixa, parecida com o vírus da gripe comum.
Gostaria de saber se eu tiver contato com alguém com gripe suína, existe a possibilidade de eu não contrair a nova gripe? (Diego Soares, por e-mail. Publicada em: 10/08/09.)

Carla(*11): Sim. Existe a possibilidade de não desenvolver a doença após contato com o paciente doente. O contágio depende de vários fatores, como o tempo de exposição ao paciente com a doença, o tipo de contato e a imunidade da pessoa. O risco é muito maior se houver contato com secreções do paciente que tiver a nova gripe.

É possível estar infectado com gripe A e não apresentar febre? (Vanessa Sguario, por e-mail. Publicada em: 10/08/09.)
Carla(*11): Os estudos mostram que a presença de febre é um sinal
presente em praticamente todos os casos. Em média, 98% dos pacientes com a gripe A tiveram febre alta. Dessa forma, esse sintoma é caracterizado como “sintoma maior”.

Quem tem bronquite asmática faz parte do grupo de risco? Quais são os riscos? (Camila Maria dos Santos Dias, por e-mail. Publicada em: 10/08/09.)
Carla(*11): Sim. Os principais riscos são as complicações pulmonares, como insuficiência respiratória, e as complicações infecciosas, como pneumonia.

Quais são os riscos para bebês dentro de um avião? Existe máscaras para eles e é recomendável a utilização? Caso o bebê contraia a gripe, qual será o tratamento? (Edilene Rohrbach, por e-mail. Publicada em: 07/08/09.)

Clóvis Arns da Cunha(*10): Normalmente o antiviral pediátrico é recomendado apenas para bebês a partir de um ano. Entretanto, em meio a uma pandemia como essa, recomenda-se que essa medicação seja dada também para bebês com menos tempo de vida. O pediatra deverá prescrever uma dosagem do remédio compatível ao peso da criança. Os bebês fazem parte do grupo de risco porque o sistema imunológico deles ainda não alcançou a maturidade, ou seja, ainda não está pronto.
A máscara deve ser utilizada apenas se tiver algum paciente com sintomas da nova gripe no avião. No entanto, será difícil fazer com que o bebê permaneça de máscara.

No caso das gestantes, os riscos são os mesmos para grávidas no início e no final da gestação? Tanto no caso de infecções quanto de complicações? (Karina Dias, por e-mail. Publicada em: 07/08/09.)

Clóvis(*10): De modo geral, as gestantes fazem parte do grupo de risco dessa pandemia. No entanto, as maiores complicações costumam aparecer a partir do 4º mês de gravidez. Isso porque muitas pacientes apresentam pneumonia viral, que causa falta de ar progressiva.

Quais são os riscos de contaminação pelo vírus A H1N1 nos ônibus de viagens interestaduais? Pois os ônibus são fechados internamente e equipados com ar condicionado. Deve-se usar máscaras? É preciso trocá-las? (Daniela C. Lima, por e-mail. Publicada em: 07/08/09.)

Clóvis(*10): Não é necessário usar máscaras nas viagens interestaduais, pois o ar condicionado representa um risco mínimo de disseminação do vírus. Mas, deve-se sempre levar uma máscara na bagagem. E se algum passageiro estiver espirrando ou tossindo, nesse caso é aconselhável colocar a máscara. Ela deve ser trocada a cada duas horas.

Em alimentos, após o cozimento, o vírus também resiste? (Eleni da Silva, por e-mail. Publicada em: 07/08/09.)

Clóvis(*10): O vírus não resiste ao cozimento dos alimentos. Por isso, não há risco de contaminação em alimentos cozidos, mesmo que alguém com o vírus da nova gripe - anteriormente - tivesse contaminado esse alimento.

É recomendável administrar doses de vitamina C em gotas para crianças, como
meio de profilaxia para aumentar a resistência contra o vírus da gripe? (Luiz Farah, por e-mail. Publicada em: 07/08/09.)

Clóvis(*10): Não há necessidade de prescrever vitamina C para crianças saudáveis. Os outros casos têm que ser avaliados por um pediatra. Além disso, foram feitos estudos com a vitamina C e houve comprovação científica de que a vitamina aumenta a resistência do corpo ao vírus.

O clima e as baixas temperaturas de Curitiba podem favorecer a disseminação do vírus? (Natália, por e-mail. Publicada em: 07/08/09.)

Clóvis(*10): Sim. O vírus tende a se multiplicar mais em locais frios e úmidos. No entanto, ele sobrevive por mais tempo nas superfícies de localidades com baixa umidade (secos).

[O inverno de Curitiba normalmente é seco. No entanto, o inverno desse ano tem sido mais úmido do que o normal para a época. Essa umidade ocorre por causa da grande quantidade de chuva na região de Curitiba nas últimas semanas. Fonte: Instituto Tecnológico Simepar.]

Se a pessoa for infectada com a nova gripe, depois de quanto tempo (em média) aparecem os sintomas e qual é o primeiro sintoma? (Aldo Cesar Prigol, por e-mail. Publicada em: 06/08/09.)

Felipe Francisco Tuon(*9): O período de incubação do vírus é de 24 a 48 horas. Portanto, após um contato, os sintomas iniciam em no máximo três dias. Os sintomas iniciais são mialgia (dor no corpo) e horas depois a febre. Mas, geralmente, eles aparecem simultaneamente. Sintomas respiratórios e oculares aparecem junto com a febre, mas a febre e dor muscular são tão importantes que o paciente não percebe os sinais respiratórios, que são inicialmente leves, piorando nos dias seguintes, entre o 2º e o 5o, dias depois do inicio da febre.

Além do risco de estar em ambiente fechado em restaurantes e lanchonetes, existe algum risco em usar os talheres, copos e pratos onde são servidas as refeições? Existe alguma coisa que podemos fazer para prevenir a contaminação pela gripe A através destes utensílios? Existe alguma orientação especifica de higienização destes utensílios para os donos destes estabelecimentos, que seja eficaz na prevenção? (Marilise Brandão, por e-mail. Publicada em: 06/08/09.)

Felipe(*9): Os utensílios de cozinha são lavados com água e sabão, o que é suficiente para eliminar o vírus. Portanto, não há necessidade de cuidados adicionais.
Quem manuseia pratos, após terem sido limpos, dever ter cuidado de estar com as mãos higienizadas. Funcionários com sintomas de gripe devem ser afastados.
Na falta do álcool gel (difícil de se encontrar nos dias de hoje), o álcool líquido disponível em supermercados pode substituí-lo? Em caso positivo, como usá-lo? (Sandro Miguel, por e-mail. Publicada em: 06/08/09.)

Felipe(*9): O álcool líquido 70% tem a mesma eficácia que o álcool gel. Portanto, esse pode ser usado da mesma forma, através da fricção das mãos por pelo menos 30segundos.

Os antigripais que combatem a gripe comum mascaram os sintomas da gripe H1N1? (Simone Woiciechowski, por e-mail. Publicada em: 06/08/09.)

Felipe(*9): Quando falamos de antigripal, o único que temos no Brasil é o oseltamivir (Tamiflu). Os demais medicamentos que são vendidos como antigripais, na realidade, são analgésicos, antitérmicos ou descongestionantes. Esses medicamentos que - em propagandas - são denominados de "antigripais" podem atenuar os sintomas de qualquer gripe, diminuindo a febre e diminuindo dor muscular, assim como aliviar a tosse. Isso vale para as duas gripes, mas esses medicamentos não eliminam o vírus.

Pessoas com machucados e cortes nas mãos correm risco de contrair a doença ao manusear objetos infectados ou colocar as mãos em superfícies contaminadas pelo vírus H1N1? É recomendável o uso de luvas nesses casos? (Luciane Rolim de Moura Vilain, por e-mail. Publicada em: 06/08/09.)

Felipe(*9): O vírus H1N1 só é transmitido pelas vias respiratórias. Ele precisa das células que estão presentes no trato respiratório para causar a doença. Desta forma, não há necessidade do uso de luvas.
O vírus da gripe A pode perder seu potencial de transmissibilidade de acordo com o nível de disseminação, ou seja, ele fica mais fraco quando se espalha para maior número de pessoas, ou o fato de ele poder sofrer mutações descarta essa teoria? (Cassiano , por e-mail. Publicada em: 06/08/09.)

Felipe(*9): A transmissibilidade é persistente. O vírus sofre mutações pequenas durante o passar das semanas, mas não é suficiente para perder a sua chance de causar doença. As mutações podem prejudicar a eficácia do antiviral e da vacina.

Além da tosse e coriza, como e o que devemos fazer para identificar outros sintomas da gripe A em bebês? Qual é a taxa de mortalidade em bebês? (Cláudia, por e-mail. Publicada em: 05/08/09.)

Heloísa Ihle Giamberardino(*8): Além da tosse e coriza, deve ser observado – principalmente - a febre maior ou igual a 38ºC. Ainda não temos dados disponíveis sobre taxa de mortalidade em crianças. Porém, segundo o Ministério da Saúde (MS), crianças abaixo de cinco anos encontram-se dentro do grupo de risco e têm 3,4 vezes mais risco de morte.

Minha filha tem um ano e cinco meses, desde os cinco meses ela toma vitaminas A e D, e há dois meses começou a tomar um outro polivitamínico (vitaminas A, C, D, B6, entre outras). Com isto, ela poderá ter uma proteção maior contra o vírus H1N1? (Valdinei Klaumann, por e-mail. Publicada em: 05/08/09.)

Heloísa(*8): O uso das vitaminas não previne contra as infecções pelo H1N1. Porém, um bom estado nutricional auxilia numa boa resposta imunológica, deixando a criança com mais resistência contra as infecções.

Crianças vacinadas contra pneumonia ficam imunizadas contra a pneumonia ocasionada pelo H1N1? (Lucimar Fernandes, por e-mail. Publicada em: 05/08/09.)

Heloísa(*8): Crianças vacinadas contra a pneumonia (pneumococo) têm proteção para a pneumonia causada pelo próprio pneumococo. E esse é o agente mais frequente dessa patologia, inclusive nos casos de complicações pelo H1N1.

Minha filha está com quatro anos, tem bronquite e é hipertensa. Além da idade, a hipertensão e a bronquite seriam agravantes, no caso de ela ser contaminada pelo vírus H1N1? Quais são os riscos por causa da hipertensão e por causa da bronquite? (Maria Madalena, por e-mail. Publicada em: 05/08/09.)

Heloísa(*8): Sim, principalmente a bronquite é um fator complicador nos casos de infecção por H1N1. Portanto, com essas condições, recomenda-se para ela o uso do Tamiflu em caso de apresentar sintomas de gripe A.

Se a mulher estiver amamentando e apresentar os sintomas da gripe A, a amamentação deve ser suspensa? E se for preciso tomar antiviral, há algum risco para o bebê ou para a mãe? (Anelise Alves, por e-mail. Publicada em: 05/08/09.)

Heloísa(*8): A mãe que está amamentando com síndrome gripal estabelecida deverá procurar o seu médico e obter orientações quanto ao uso do antiviral. Recomenda-se suspensão da amamentação pelo período de febre e até 48 horas do início do uso do antiviral. Neste período, o leite poderá ser esgotado e oferecido ao bebê. A mãe deverá intensificar a higiene das mãos, usar máscara e, preferencialmente, ter uma pessoa para auxiliar no cuidado com o bebê nas 48 horas depois do início da medicação. No entanto, não há problema em amamentar e tomar o antiviral.

Minha esposa está grávida e dará à luz nessa semana. Gostaria de saber quais são as recomendações e os cuidados que deveremos ter no período que estaremos no hospital e para os dias após alta hospitalar? (Ricardo Ferreira da Silva, por e-mail. Publicada em: 05/08/09.)

Heloísa(*8): Recomendamos número restrito de visitantes, uma vez que tanto a mãe quanto o filho estão mais propensos a infecções. Também deve haver intensificação de medidas de higiene no ambiente e uso de álcool gel nas mãos.

Estou no primeiro trimestre de gravidez. Caso venha a contrair o vírus H1N1, o remédio contra a gripe suína poderá ser administrado neste estágio da gravidez ou oferece riscos de má-formação do feto? (Renata Pimentel, por e-mail. Publicada em: 04/08/09.)

Mônica Gomes da Silva(*7): A medicação oseltamivir já foi usada por várias pacientes no mundo que eram gestantes e não houve relato de má-formação comprovada pelo seu uso. Deve-se - sempre que possível - evitar o uso de medicações durante a gravidez. Porém, frente aos riscos da influenza (gripe) nas gestantes, o benefício é maior do que os riscos.

Por que pessoas que já possuem alguma doença correm mais riscos? O que acontece se uma pessoa diabética contrair a nova gripe? Deve-se redobrar os cuidados?
(Fernanda Alves, por e-mail. Publicada em: 04/08/09.)

Mônica(*7): A preocupação com as doenças crônicas (entre elas o diabetes) ocorre porque existe uma possibilidade de maiores complicações nessas pessoas, caso peguem gripe. Por isso, considera-se os pacientes com doenças crônicas como "pacientes de risco", sendo esse risco para a ocorrência de doença grave e, especialmente, risco de complicações nas doenças que possuem.

No organismo contaminando pelo vírus A H1N1, normalmente, ocorre agravamento da pneumonia? Existe alguma proteção se a pessoa tomar a vacina para pneumonia, mesmo sem apresentar sintomas da nova gripe? Esta vacina pode imunizar o organismo? (Rafael C. Scolanzi, por e-mail. Publicada em: 04/08/09.)

Mônica(*7): A gripe causa dois principais tipos de complicações: a pneumonia primária pelo vírus Influenza (ou seja, o próprio vírus da gripe causa infecção e inflamação dos pulmões), ou a pneumonia bacteriana secundária (quando o vírus da gripe predispõe o organismo a adquirir uma infecção e inflamação nos pulmões por uma bactéria). Uma das bactérias que causa pneumonia é o pneumococo e existe vacina contra essa bactéria. Porém devemos lembrar que a vacina previne contra algumas cepas de pneumococos, não impedindo completamente a infecção por essa bactéria.
Como o medicamento age no organismo da pessoa que esta com a Gripe A? Ele mata o vírus? (Cerli F. Pereira, por e-mail. Publicada em: 04/08/09.)

Mônica(*7): O medicamento oseltamivir é um antiviral, ou seja, tem ação específica contra o vírus Influenza (vírus da gripe). O da gripe tipo A (Inlfuenza A) apresenta duas estruturas na sua superfície chamadas neuraminidase e hemaglutinina. O oseltamivir inibe a neuraminidase e, assim, "atrapalha" a multiplicação do vírus, fazendo com que ele não consiga infectar novas células.
Como funciona a "resistência viral"? A resistência bacteriana ocorre porque a bactéria possui uma estrutura bioquímica que facilita o processo de sobrevivência da célula. No caso do vírus (que praticamente não possui estruturas complexas) como isso ocorre? (Paulo Abrahão, por e-mail. Publicada em: 04/08/09.)

Mônica(*7): A neuraminidase do vírus Influenza auxilia-o a sair da célula contaminada e infectar novas células. Essa neuraminidase é inibida pelo uso do oseltamivir. Quando o local de ação do oseltamivir sofre uma mudança no seu formato, o medicamento não consegue se ligar aquele local e então a multiplicação do vírus ocorre normalmente. Isso configura a resistência à atividade do medicamento.
Gostaria de saber se as pessoas podem ser curadas da gripe AH1N1 sem usar o
medicamento Tamiflu? A jornalista Sandra Annemberg disse que toda a sua família
pegou gripe, sendo que a dela foi comprovada como AH1N1 e apenas ela tomou Tamiflu, pois tem histórico de doença respiratória. Como é o tratamento dos demais, se não foi comprovado que se tratava da nova gripe? (Vera Alves, por e-mail. Publicada em: 04/08/09.)

Mônica(*7): A Influenza (gripe) é uma infecção - na grande maioria das vezes - autolimitada, ou seja, resolvida sem necessidade do uso de antiviral. Estudos mostraram que o uso da medicação pode fazer com que a doença dure menos dias e que a intensidade dos sintomas seja menor.

O que acontece com a pessoa que adquire o vírus H1NI e fica gravemente
doente? Porque é necessário internamento em UTI? Isso ocorre na maioria dos
casos? (Flavia Luiza Nogueira, por e-mail. Publicada em: 03/08/09.)

Jaime Rocha(*6): É uma raridade ter um quadro grave com necessidade de internação em UTI ou com risco de óbito. A absoluta maioria dos pacientes fará um quadro de influenza clássico. Os poucos pacientes que evoluem de forma grave apresentam uma pneumonia viral, o que significa que seu pulmão ficou doente e tem dificuldade de respirar. Um número ainda menor terá o seu pulmão muito doente a ponto de necessitar internação na UTI, para então receber suporte ventilatório (ou seja, colocação de um tubo no sistema respiratório e auxílio de um aparelho ventilador). Grande parte destes pacientes graves com necessidade de ventilação deverá se recuperar, enquanto outros têm risco de óbito.

O principal sintoma da gripe A H1N1 é a febre alta? Só quem tem febre acima de 38°C deve procurar um médico? E a pessoa que tem todos os outros sintomas, mas não tem febre? Pode ficar despreocupada? (Janise Assumpção, por e-mail. Publicada em: 03/08/09.)

Jaime(*6): A presença de febre é uma constante no diagnóstico de influenza (gripe) sazonal (aquela que ocorre todos os anos) e pandêmica (H1N1). Sempre há presença de temperatura acima de 38ºC e por isso é um critério diagnóstico e de triagem inicial. Seria uma raridade um quadro de gripe sem febre, sendo observado somente em situações muito particulares de pacientes imunodeprimidos ou na vigência de medicamentos que possam evitar a presença da febre. O que é comum ocorrer é o paciente não aferir ou aferir de maneira inadequada (a temperatura). A presença de todos os outros sintomas pode ocorrer em uma diversidade de diagnósticos. Portanto a pessoa que apresentá-los e não estiver em boas condições deverá buscar diagnóstico médico.

Gostaria obter informações quanto aos riscos de contaminação em locais de
trabalho que envolvem grande número de pessoas em ambiente fechado, como
call centers, nos quais a ventilação é somente por ar condicionado. Há como
se proteger? (Camila C. Alves Pereira, por e-mail. Publicada em: 03/08/09.)
Jaime(*6): As aglomerações são constantes nos grandes centros urbanos, seja no ambiente de trabalho ou em diversas outras situações como: shopping, teatros, cinemas, restaurantes, estádios de futebol, transportes coletivos, eventos religiosos, festas, bares... Desta forma, fica muito difícil evitar ambientes com grande número de pessoas o tempo todo e portanto devemos considerar as medidas preventivas. Entre as principais destaco: higienização das mãos constante (lavar as mãos com água e sabão ou álcool 70%); não frequentar estes ambientes em caso de doença; não compartilhar copos e utensílios domésticos; manter o ambiente o mais
ventilado possível; cobrir a boca e o nariz ao tossir, utilizando preferencialmente lenços descartáveis (nunca usar as mãos e caso ocorra, lavá-las imediatamente).

Profissionais do comércio entram em contato direto com dezenas de pessoas
diariamente. Eles podem estar com o vírus e não saberem? Essas pessoas precisam usar máscaras? (Valdriane Carvalho da Costa, por e-mail. Publicada em: 03/08/09.)

Jaime(*6): As pessoas que são infectadas pelo vírus H1N - habitualmente em um prazo de três dias - desenvolvem os sintomas clássicos de gripe (febre alta acima de 38oC, tosse seca, dores pelo corpo e de cabeça, entre outros). Poucos evoluirão para quadros mais graves do que aqueles percebidos todos os anos na gripe sazonal. O uso de máscara é uma medida de eficácia questionável, apesar de habitual nestes últimos dias, pois a maioria das pessoas não usam as máscaras de forma adequada (não lavam as mãos após tocar a máscara, ficam com a mesma máscara dias, estocam de forma inadequada, não usam de forma constante). Gaste suas energias na higienização das mãos, pois esta sim é uma medida altamente eficaz. A máscara deve ser usada por quem entra em contato com pessoas doentes e também por aqueles que estão doentes, com a finalidade de evitar que esse paciente elimine grandes quantidades de secreção no ambiente através de tosse e espirros.

A administração de medicamentos que aumentam as defesas do organismo (como
imunoglobulinas) são eficazes na tentativa de combater o vírus H1N1? Esses
medicamentos podem ser dados às pessoas do grupo de risco (como crianças e
idosos)? (Cristiane Rangel Rossetim de Souza, por e-mail. Publicada em: 03/08/09.)

Jaime(*6): Apesar da ideia ser bastante atraente, não é viável. O uso de imunoglobulinas, além de extremamente caro, é restrito a um número muito pequeno de doenças e têm diversos riscos no seu uso. Isso sem mencionar que se estaria infundido imunoglobulinas que não possuem anticorpos específicos contra o H1N1. Outros medicamentos que aumentam as defesas são comumente divulgados, porém a quase totalidade deles não têm comprovação científica. A melhor forma de se aumentar sua imunidade e ter qualidade de alimentação, de sono e de vida.

Queria saber se pessoas que não comem carne - mas que consomem laticínios e
ovos -, têm maior ou menor chance de serem infectadas pelo vírus H1N1?
(Phelipe Heinzen, por e-mail. Publicada em: 03/08/09.)

Jaime(*6): As pessoas comumente confundem os riscos de infecção com os riscos de complicação. As chances de ser infectado são basicamente iguais para todos (aumentadas para profissionais de saúde e pessoas com contato frequente com doentes). Já os riscos de complicação são maiores para gestantes, idosos, imunodeprimidos e crianças pequenas. Vegetarianos não entram neste grupo (dos casos de risco).

Se uma pessoa contaminada espirrar ou tossir e manusear os alimentos com as mãos contaminadas, o vírus H1N1 ficará vivo e poderá contaminar outras pessoas, através da ingestão desses alimentos? (Viviane Voos, por e-mail. Publicada em: 31/07/09.)

José Luiz de Andrade Neto(*5): Sim, havendo o vírus nestes alimentos a transmissão pode ocorrer. Isso porque haverá ingestão do vírus, o qual se reproduzirá e contaminará a pessoa que ingeriu esse alimento.

Gostaria de saber se animais domésticos, como cachorros e gatos, podem pegar a gripe suína? Se sim, podem retransmitir o vírus aos humanos? (Noemi, por e-mail. Publicada em: 31/07/09.)

José(*5): Não. O vírus não se reproduz no organismo desses receptores – animais de companhia. Não há nenhum caso registrado de contaminação de cães e gatos pelo vírus H1N1.

O álcool gel para higienização das mãos pode ser o comum - comprado nos supermercados (álcool etílico hidratado 46º INPM) ou tem que ser necessariamente o 70% - comprado nas farmácias? (Márcia B. Rodrigues, por e-mail. Publicada em: 31/07/09.)
José(*5): Tem que ser necessariamente o álcool 70%. Entretanto, a correta lavagem das mãos com sabão comum também é aceitável e eficaz.
Tenho uma dúvida sobre a pessoa que não está contaminada com a nova gripe. Ela não deve usar a máscara? Fica sem efeito e ainda pode deixar a pessoa mais vulnerável ao vírus? Se a máscara for usada por mais de duas horas, sem trocar, perde a proteção? (Gisele Alves, por e-mail. Publicada em: 31/07/09.)
José(*5): A máscara protege e deve ser utilizada nas situações indicadas pelas autoridades sanitárias. Entretanto, após algumas horas de uso, a máscara pode umedecer e, nesta situação, perde a capacidade de proteção.
Quais precauções devem ser tomadas pelas pessoas que utilizam o transporte público diariamente? (Claudia Márcia de Lima, por e-mail. Publicada em: 31/07/09.)
José(*5): O cuidado de lavar as mãos quando chegar ao seu destino - após o uso do transporte coletivo - é fundamental. Também se deve manter as janelas dos ônibus abertas.

Gostaria de saber quais são as superfícies que podem manter o vírus H1N1 vivo? A roupa, o ferro do ônibus, cadeiras e mesas entram nessas superfícies em potencial? (Willian Diego Pedrozo, por e-mail. Publicada em: 31/07/09.)
José(*5): Se houver o vírus na superfície destes materiais, sempre há risco de transmissão. Os materiais oferecem maior risco na proporção direta da dificuldade de limpeza e higienização.

Qual é o impacto da nova gripe sobre as gestantes? A mídia noticia várias mortes no caso de gestantes e a impressão que se tem é que todas que pegam a nova gripe morrem. Existe algum caso de gestante que foi tratada e se recuperou? (Regiane Pelaquini, por e-mail. Publicada em: 30/07/09.)
Alceu Fontana Pacheco Júnior(*4): Não temos casos suficientes de gripe suína em gestantes para dar um parecer conclusivo sobre a questão. Além disso, costuma-se divulgar os casos de morte e não aqueles em que a paciente se recupera. As grávidas naturalmente precisam de cuidados especiais.
O organismo prepara o sistema imunológico da grávida para permitir a instalação de um corpo estranho – que nesse caso é o bebê. Por esse motivo, o vírus A H1N1 também pode atingi-la com mais facilidade.
A orientação às gestantes é para que procurem os seus obstetras – nos postos de saúde ou os médicos particulares -, e os profissionais médicos irão examiná-las e prescrever o antiviral, o qual não representa nenhum risco ao bebê.
O novo protocolo determina que pessoas do grupo de risco recebam o antiviral e as grávidas fazem parte desse grupo.

Tenho dois filhos e gostaria de saber se o pediatra particular poderá prescrever o Tamiflu, se diagnosticar a gripe suína? Caso não possa, o que deverá ser feito nesse caso? (Cláudia Cardoso Machado, por e-mail. Publicada em: 30/07/09.)
Alceu(*4): As crianças menores de cinco anos fazem parte do grupo de risco e nesse caso o pediatra particular irá prescrever o antiviral e irá entrar em contato com a Vigilância Sanitária, para que eles tragam o medicamento.
Para as outras crianças – que não fazem parte do grupo de risco – será preciso apresentar sintomas de doença respiratória grave, para que então haja a prescrição do remédio. Nesse caso o pediatra particular também deverá chamar a Vigilância Sanitária, para que eles tragam o antiviral. A Vigilância Sanitária avaliará o caso e decidirá sobre a necessidade do remédio. Em grande parte dos casos o medicamento é dado ao paciente, pois a Vigilância Sanitária se baseia no laudo do médico, pois foi ele que examinou o paciente.

Se houver contato com local contaminado, água e sabão são suficientes para eliminar o vírus? Ou somente o álcool gel é eficaz nesse caso? (Fabiane, por e-mail. Publicada em: 30/07/09.)
Alceu(*4): A água e sabão são os meios mais eficientes para eliminar o vírus A H1N1 e outros. A questão é a forma correta de lavar as mãos e a repetição desse procedimento várias vezes ao dia. Tem-se que esfregar bem as mãos – não só a “palma”, mas também a parte superior. É importante também lavar entre os dedos e manter a higiene das unhas.
O álcool gel deve ser utilizado quando não há possibilidade de lavar as mãos. Esse produto deve ser encarado como uma alternativa para eliminação do vírus.

A gripe A H1N1 se manifesta somente no inverno? Ou há possibilidade de contaminação em dias quentes, como na primavera e no verão? Esta epidemia pode se estender até a chegada dessas estações? (Vanessa, por e-mail. Publicada em: 30/07/09.)

Alceu(*4): A disseminação do vírus H1N1 não tem relação com a estação do ano, pode ocorrer em qualquer uma delas. É o que está ocorrendo no Hemisfério Norte – lá é verão – e houve contaminação de pessoas nos Estados Unidos e México.
O que acontece é que o inverno no Hemisfério Sul facilita a disseminação do vírus, por isso houve um grande número de casos da doença na Argentina e no Chile, que depois chegou ao Brasil. No inverno as pessoas tendem a fechar todas as janelas e impedir a circulação do ar nos ambientes, e isso facilita a contaminação e a disseminação do vírus. Todos os locais devem ser bem ventilados, e ficar com as janelas abertas.

Quais hospitais destinam alas exclusivas para pacientes com a nova gripe em Curitiba? (Júnior, por e-mail. Publicada em: 30/07/09.)

Alceu(*4): Os hospitais referências do tratamento da nova gripe em Curitiba são o Hospital de Clínicas e o Hospital do Trabalhador. Mas, todos os hospitais – como o Evangélico, Cajuru e Santa Casa e também os particulares - estão fazendo o tratamento aos pacientes em áreas isoladas. Nem sempre há uma ala, mas sempre há um local em que se faz o isolamento dos pacientes com a gripe A H1N1, para evitar uma possível disseminação do vírus.

Ao frequentar o velório de alguém que morreu infectado pelo vírus influenza A H1N1, corre-se o risco de pegar o vírus do falecido? Este vírus fica ativo por quanto tempo no corpo? São necessários cuidados especiais na preparação do corpo para o velório? (Angélica Santos, por e-mail. Publicada em: 30/07/09.)
Alceu(*4): O vírus morre com a pessoa. Não há risco de pegar o vírus tocando no falecido, por exemplo. Não é necessário que aqueles que forem ao velório tomem cuidados especiais por causa do corpo. Mas, deve-se estar atento se outra pessoa da família não está com o vírus, pois nesse caso pode haver a disseminação da doença.
No entanto, a orientação é para que se tenha cuidado no momento da preparação do corpo para o velório. É preciso evitar o contato com a secreções daquele que morreu por causa da gripe suína, pois pode haver contaminação, caso a pessoa levar a mão aos olhos, nariz e boca.

Entre a manifestação dos sintomas, o diagnóstico e confirmação por exames laboratoriais, já transcorreu o prazo de até 48 horas necessárias para a aplicação de medicação como o Oseltamivir (Tamiflu) ou o Zanamivir. Portanto, o problema do aumento da letalidade do vírus - em indivíduos que não tem características agravantes - não seria a confirmação tardia do diagnóstico e tratamento tardio com o Oseltamivir ou Zanamivir? (Vandixon Richard de Lemos, por e-mail. Publicada em: 29/07/09.)
Stefan Cunha Ujvari(*3): O paciente que apresentar sintomas de gripe deve procurar o médico o quanto antes, assim será avaliado antes de 48 horas do início dos sintomas. O médico pode confirmar a gripe suína apenas pelos sintomas e exame físico. Se o paciente manifestar alguma alteração que indique gravidade, o médico iniciará o tratamento com antiviral. Portanto, em alguns casos não é necessária a confirmação por exames de laboratório, para que o médico inicie o antiviral.
O vírus tem maior chance de complicações nos grupos de risco, mas podem ocorrer casos graves em pessoas saudáveis.

A pessoa que já foi infectada com o vírus da gripe A H1N1, e se curou, pode ser infectada novamente pelo mesmo vírus, ou ela fica imune, como no caso de algumas doenças (sarampo, cachumba, reubéola, etc...)? (Gabriele, por e-mail. Publicada em: 29/07/09.)

Stefan(*3): Uma vez infectado pelo vírus H1N1 adquire-se imunidade e não se adoece mais. Porém, ainda não sabemos se o vírus permanecerá circulando no planeta e sofrerá mutações pequenas no próximo ano. Nesse caso tornaria as pessoas novamente susceptíveis, mesmo aquelas que foram curadas anteriormente. Isso é o que ocorre com a gripe comum que - por causa das mutações - pode acometer a população novamente no próximo ano e requer vacinas novas todos os anos.

Gostaria de saber se quem tomou a vacina da gripe comum está imune ao vírus da gripe do tipo A(H1N1)? Se não, já existe vacina para gripe suína? (Anderson Lorenzetti, por e-mail. Publicada em: 29/07/09.)
Stefan(*3): Não. No começo da epidemia pelo H1N1 os idosos não apresentavam os mesmos índices de contaminação do que os mais jovens. Por isso, aventou-se a possibilidade de que estariam parcialmente protegidos por terem tomado a vacina para a gripe comum. Porém, os estudos posteriores mostraram que isso não ocorre. A vacina da gripe comum não protege contra o vírus da gripe suína. Ao que tudo indica, os idosos entraram em contato com um vírus geneticamente semelhante ao H1N1 no passado, antes de 1957, e podem ter certa imunidade. Mas isso é uma hipótese. Portanto, todos - incluindo os idosos - devem tomar os cuidados para evitar a infecção. Ainda não existe vacina para o H1N1. Talvez surgirá em setembro desse ano.

O índice de “contaminação” do vírus A H1N1 é diferente nas faixas etárias? Os idosos têm maior propensão do que as crianças, por exemplo, ou não? (Marcelo Stankievcz Saboia, por e-mail. Publicada em: 29/07/09.)
Stefan(*3): As crianças, adolescentes e jovens apresentam maior chance de infecção. Esta faixa etária é a responsável pela maioria dos casos. Uma hipótese seria porque circulam mais, viajam mais.

Para os praticantes de natação em piscina de escola e clubes existe risco de contrair a gripe A H1N1? (Fábio Pontes, por e-mail. Publicada em: 29/07/09.)

Stefan(*3): Não. A piscina não dissemina o vírus, pois ele é facilmente "eliminado" no cloro. Porém, muito cuidado nas maçanetas das portas dos vestiários, nas torneiras das pias, na superfície de bancos. Esses locais podem receber o vírus, o qual permanece vivo por horas. Desta forma, você contamina as mãos e depois as leva aos olhos, boca, nariz.

É possível contrair a gripe A H1N1 e não apresentar sintomas? Ou ter sintomas de gripe comum e contagiar outras pessoas, sem mesmo saber que teve a gripe suína? (João Roberto Cassiano da Cruz, por e-mail. Publicada em: 29/07/09.)

Stefan(*3): Sim. A grande maioria dos casos de gripe suína são leves e moderados. Na maioria das situações não precisa internação e nem receber antiviral. Os pacientes são curados com cuidados gerais e repouso em casa. Portanto, as mortes que são relatadas acontecem em raríssimos casos, os quais se complicaram - na maioria dos casos - por se tratar de pessoas doentes. Sabe-se que há casos em que a doença se manifesta de forma bem leve e sem febre, podendo portanto nem se desconfiar que está com a gripe suína.

Gostaria de saber se a pessoa infectada com o vírus da gripe comum pode ser contaminada, ao mesmo tempo, com o vírus da gripe A H1N1? (Maria Celeste Correa, por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)

Cleia Elisa Lopes Ribeiro(*2): Até hoje não existem relatos na literatura médica de infecção "dupla" ou concomitante pelo Influenza H1N1 e Influenza sazonal (gripe comum), apesar dos dois vírus estarem circulando no momento.
O que é verdade sobre o uso da máscara? Está sendo dito que ela somente pode ser usada por quem já está infectado. Isso é correto? Em quais circunstâncias ela deve ser utilizada? (Ricardo Borges Lacerda, por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)


Cleia(*2): A máscara deve ser usada pelo paciente que tem sintomas, para evitar que ele - ao espirrar ou tossir - lance vírus no ambiente, sobre as superfícies e principalmente nas mãos.
Os profissionais de saúde - que atendem o paciente e fazem a assistência e coleta de exames - também devem usar máscaras.

Qual o tipo de remédio combate a gripe A H1N1? Já está disponível nas farmácias de todo o país? E em Curitiba? (Antônio Pinheiro, por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)
Cleia(*2): No momento, o medicamento indicado para o tratamento da gripe pelo vírus H1N1 é o oseltamivir. Trata-se de um antiviral que, no Brasil, está sendo indicado para os casos graves e pessoas com sintomas de influenza pertencentes a grupos de risco (idosos, gestantes, crianças com menos de 5 anos). Este medicamento não está disponível nas farmácias.

Qual a causa principal da morte de pessoas saudáveis pela gripe A H1N1? (Joel, por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)
Cleia(*2): Os pacientes morreram por causa de pneumonia, que pode ser determinada por vírus, por bactéria ou mista.


Quanto tempo o vírus permanece vivo no ar e nas superfícies? (Tatiana Kozdra , por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)
Cleia(*2): O tempo médio é de 2 a 10 horas nas superfícies. No ar ele não sobrevive.

Se for procurar um médico - tenho plano de saúde -, procuro médico do plano ou tem de ser do SUS? (Leone Sul, por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)

Cleia(*2): O atendimento do paciente pode ser feito também pelo médico do convênio.
Quantas pessoas morrem da gripe comum no Brasil? A gripe dita suína é tão comentada por que é novidade ou ela é mais assustadora que a gripe comum?
(Jamur, por e-mail. Publicada em: 27/07/09.)

Marion Burger(*1): A taxa de mortalidade por influenza A (H1N1) no país é de 0,015 por 100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde. Estima-se que o porcentual de mortalidade da gripe sazonal varie entre 0,01% e 0,4%. Essa gripe está em evidência porque esse tipo de vírus não circulava entre humanos há mais de 50 anos e, em decorrência disso, as pessoas não têm imunidade contra ele.

Quais as formas de nutrir o organismo fortalecendo o mesmo em caso de contágio? Quais os remédios ou vitaminas que podem ser dados para crianças entre 1 e 6 anos? (César Augusto Leitão, por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)
Marion(*1): Basta manter uma alimentação equilibrada, à base de vitaminas, proteínas e calorias que estão presentes nos legumes, verduras, frutas, carnes, cereais. Isto deve ser mantido durante o ano inteiro, na dieta normal. Nada de exageros e nem de carências.

Sou mãe de uma criança de 4 anos que fica em escola. Falo em nome de todas as mães desse Brasil: por que o governo não agiliza estas vacinas para a população em massa? Sabemos que é possível fabricar esta vacina, por que não o fazem? (Scheila, por e-mail. Publicada em: 28/07/09.)
Marion(*1): Por enquanto, é fornecida a vacina contra a gripe sazonal para grupos de risco (idosos entre eles). Para a nova gripe, porém, não existe vacina. Ela ainda está sendo testada e, para ser oferecida às populações, precisa dar garantias de segurança. Ainda não há consenso sobre isso no meio científico. Oferecê-la assim, sem garantias, poderia ser mais danoso à saúde pública do que a própria pandemia.

(*12)- Fonte: Sérgio Penteado, infectologista, coordenador do Serviço de Clínica Médica e Infectologia do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. Professor de Infectologia da Faculdade Evangélica do Paraná
(*11)- Fonte: Carla Regina Martins, infectologista do Hospital Pilar. Especialista em Epidemiologia Hospitalar e Controle de Infecção Hospitalar
(*10)- Fonte: Clóvis Arns da Cunha, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital Nossa Senhora das Graças. Professor de Infectologia da Universidade Federal do Paraná
(*9)- Fonte: Felipe Francisco Tuon, infectologista do Hospital Evangélico de Curitiba e do Hospital Pilar. Doutorando em Doenças Infecciosas pela Universidade de São Paulo (USP)
(*8)- Fonte: Heloísa Ihle Giamberardino, pediatra e coordenadora do Serviço de Epidemiologia e Controle de Infecção do Hospital Pequeno Príncipe. Especialista em Epidemiologia e Controle de Infecção
(*7)- Fonte: Mônica Gomes da Silva, infectologista e coordenadora do Programa de Residência em Infectologia do Hospital Nossa Senhora das Graças (Curitiba). Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia
(*6)- Fonte: Jaime Rocha, infectologista do Hospital Vita Curitiba. Especialista em Clínica Médica, Infectologia e Medicina do Viajante
(*5)- Fonte: José Luiz de Andrade Neto, médico infectologista e consultor do Ministério da Saúde. Professor do curso de Medicina da PUCPR e da UFPR
(*4)- Fonte: infectologista Alceu Fontana Pacheco Júnior, médico-chefe do Serviço de Epidemiologia do Hospital Evangélico e presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia
(*3)- Fonte: infectologista Stefan Cunha Ujvari, médico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, de São Paulo. Autor dos livros "A História e suas Epidemias" e "A História da Humanidade contada pelos Vírus"
(*2)- Fonte: infectologista Cleia Elisa Lopes Ribeiro, médica do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde
(*1)- Fonte: infectologista Marion Burger, médica da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba e membro do Departamento de Infectologia da Sociedade Paranaense de Pediatria


Fonte : http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/gripea/conteudo.phtml?tl=1&id=909385&tit=Tire-suas-duvidas-sobre-a-gripe-A
Diversas Fontes